Burning escrita por Absolutas


Capítulo 50
Capítulo 42


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas cheguei!! Capítulo saído do forno para vocês.... Espero que gostem e não esqueçam de comentar, ok?
Boa Leitura!!!



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CAPÍTULO42

Mesmo na inconsciência, eu não conseguia sentir-me entorpecida – o sentimento familiar de culpa dominava cada partícula do meu ser. Esse sentimento pulsava em meu corpo e corria por minhas veias como veneno, destruindo tudo dentro de mim.

Como antes, quando eu assassinara aqueles dois criminosos, eu podia sentir a depressão chegando, sorrateira, tentando suprimir todo e qualquer pensamento feliz que eu pudesse ter nesse momento, ou em qualquer outro.

Quando despertei, algum tempo mais tarde, eu não queria abrir os olhos. Não sentia vontade de encarar todos depois do que fiz, principalmente Nathan. Eu só queria morrer. Preferia que Dorothea tivesse me matado.

Não sei quanto tempo se passou, mas eu enfim decidi abrir os olhos.

De início, não consegui distinguir nada, tudo era um borrão de luz, mas, algumas piscadas depois, o ambiente a minha volta entrou em foco.

A primeira coisa que vi, foi o teto; branco e liso acima de mim. Depois, enquanto passeava os olhos pelo cômodo, reconheci meu quarto na Academia de Não- Humanos.

Parte de mim, ficou feliz por estar de volta – de volta a rotina de treinamentos, de volta aos amigos que eu havia feito aqui, de volta a Nathan. Mas a outra parte de mim não conseguia sentir felicidade em nada, a outra parte sempre estaria ferida, alienada dos bons sentimentos. E concluir isso me deu vontade de chorar. Se antes eu já tinha o peso da culpa sobre mim, agora eu o tinha ainda maior – pois eu assassinara Dorothea quase que intencionalmente; eu quis machucá-la quando a toquei, eu quis me vingar.

Ouvi o som da maçaneta sendo aberta e sentei-me na cama a tempo de ver um sorriso de alívio se espalhar pelo rosto de Nathan.

– Você acordou. – disse ele, o sorriso tornando-se mais definido. Ele virou-se para fechar a porta e quase correu para se sentar ao meu lado na cama. Nathan passou seus dedos pelo meu rosto suavemente. – Como você está? – perguntou, o olhar intenso perfurando-me, analisando-me completamente.

A princípio, apenas fitei-o de volta – analisando seu belo rosto, seus olhos intensos, seus lábios perfeitos. E depois, antes que pudesse me conter, eu desabei em um choro histérico – lágrimas escorriam dos meus olhos e soluços escapavam de meus lábios.

Nathan apenas me observou por alguns segundos, uma ruga de preocupação vincando-lhe a testa.

– Ei – exclamou ele, me abraçando num ímpeto. – O que foi, Lorena? Por que você está chorando?

– Eu a matei. – murmurei em meio a soluços. – Eu matei novamente, eu sou um monstro, eu...

– Shhh – silenciou-me. - Não me faça ter uma discussão sobre isso com você de novo. – falou ele o tom de voz firme. – Você não é um monstro. Você a matou para me salvar, eu teria morrido se não fosse você – ele desfez nosso abraço e moveu o rosto até estar a centímetros do meu; os olhos azuis profundos e atrativos. – Eu nem te agradeci por isso ainda. – Nathan ergueu o rosto e seus lábios tocaram minha testa de leve, depois meu nariz, ambos os lados do rosto, meu queixo e por fim, meus lábios. A pressão neles foi suave, porém me fez esquecer de tudo por um breve momento. – Obrigada. – murmurou, os lábios roçando nos meus enquanto falava.

Um suspiro escapou dos meu lábios, seguidos de mais lágrimas quando o abracei novamente.

– Eu faria tudo de novo por você, Nathan. – falei o rosto enterrado em seu pescoço. – Não me arrependo disso – enfatizei. – Mas isso só me faz sentir mais culpa. Eu fui egoísta, fiz isso pra não perdê-lo. Eu sou uma assassina egoísta...

– Chega! – disse ele, a voz saindo alta e severa. – Não vou permitir que fale isso de si mesma, não vou permitir! – ele me afastou e segurou meu rosto entre as mãos. – Você não salvou só a mim, Lorena. Você salvou muita gente. – ele respirou fundo. – Você viu o que ela estava fazendo, ela estava transformando a todos em fantoches dela. Isso é ser um monstro. Isso é ser egoísta.

Nathan e eu mantivemos nossa posição por um tempo – ele encarando-me severamente, as mãos segurando meu rosto; e eu apenas fitando-o de olhos arregalados, assustada com sua explosão de humor repentina. Eu não conseguia pensar em nada para dizer naquele momento, pois, mesmo sabendo que não devia, eu sentia a eletricidade pulsar entre nós, tornando difícil a distancia que ele mantinha de mim. Porém, Nathan interpretou mal o meu silêncio e suspirou, retirando as mãos do meu rosto e preparando-se para levantar da cama.

– Não! – eu quase gritei enquanto movia minha mão para segurar seu pulso, tamanho o medo de que ele me deixasse. – Não vai, eu... eu não quero aborrecê-lo, mas não consigo me impedir de me sentir culpada.

A expressão em seu rosto mudou de severa para afável.

– Eu, sei. Desculpe, é que eu não consigo ouvi-la se flagelando desse jeito quando a culpa é minha. Eu devia ter percebido que ela era a maior ameaça.

– Você não tinha como saber. Você é um ilusionista e não um leitor de mentes – brinquei e ele sorriu de leve. - E era a mim que ela queria, então... – não terminei, pois antes que pudesse, senti sua mão em meus lábios impedindo-me de continuar.

– A culpa não é sua e nem minha, ok? – propôs. – Não vamos mais discutir sobre isso. Nós não podemos deixar que ela atrapalhe nossas vidas, principalmente agora que está morta... – abri a boca para comentar algo sobre isso mais ele me interrompeu. – e não importa quem a matou, certo?

Ele me fitou esperando meu consentimento, porém não o dei a princípio. Ao invés disso, analisei como seria minha vida se eu me entregasse ao remorso novamente. Eu não conseguiria me sentir feliz por nada, não conseguiria sorrir – e isso só pioraria a situação do meu coração já quebrado e Nathan merecia mais do que uma garota de coração partido. E foi nesse momento que eu decidi suturá-lo por ele.

– Certo. – concordei e ele sorriu.

– Fico feliz.

Dito isso, eu me deitei na cama - um sorriso pequeno, porém, genuíno brotando em meus lábios; e puxei-o pra que me acompanhasse. Ele então o fez, os braços envolvendo-me e puxando-me para mais perto de si.

– Diga-me – falei depois de alguns minutos. – O que aconteceu depois que eu desmaiei?

– Basicamente, os círculos de fogo apagaram, os recrutas entraram em pânico ao ver a líder virar cinzas e se renderam. Liguei para o Jerry que apareceu por lá algumas horas depois em um helicóptero da polícia emprestado. Sarah e Josh acordaram e ajudaram na busca pelo reformatório. Josh encontrou Taylor e descobrimos que era ela quem estava me bloqueando – ele riu. – Quem diria, não é? Bom, depois, Jerry conseguiu reunir todos os recrutas e conversar com eles – os que quiseram, vieram para cá, para serem treinados e tudo o mais, e o restante, voltou para a cidade para seguir com suas vidas.

– Taylor veio para cá? – perguntei.

– Sim, ela veio. E, devo acrescentar que está se dando bem com o pessoal da casa dela... Além de Josh, é claro? – ele deu um sorriso malicioso.

Pretendia perguntar o que aquilo significava, mas resolvi deixar para lá.

– Que bom que ela está se dando bem aqui. Vou ir vê-la depois. – comentei. – Mas quanto à Jordan...?

–Não houve indícios dele no reformatório, então acho Dorothea não blefou quando disse que o matou.

– Pobre Taylor. – murmurei, uma lágrima escorrendo por meu rosto.

– Mas está tudo bem agora, meu amor. Todos estamos bem.

– Sim estamos. – concordei, embora uma pequena parte de mim, discordasse, dizendo que nada nunca está bem para uma assassina; mas tentei banir esse pensamento antes que Nathan o lesse em meu rosto. Estava tão imersa divagando sobre as duas partes distintas de mim, que nem percebi que Nathan se movera até sentir seus olhos em mim novamente. Eles estavam tão intensos quanto antes, tão azuis quanto anteriormente; porém havia algo que diferia esse olhar do qual ele lançara para mim minutos antes quando me repreendia. Suas pupilas, agora estavam dilatadas, revelando um desejo profundo, um fogo de chamas azuis claras, e senti borboletas batendo as asas em meu estômago. Minha respiração acelerou e meus lábios se separaram, deixando o ar escapar por entre eles.

Nathan aproveitou a deixa e, sem tirar os olhos dos meus, deslizou seus lábios sobre os meus, movendo-os lentamente, de um modo inesperadamente maravilhoso. Antes que percebesse o que eu estava fazendo, levei minha mão direita a sua cintura e o puxei para mim. Seu corpo se chocou contra o meu e o beijo tronou-se mais voraz, enquanto ele se movia até estar sobre mim e, embora ele sustentasse seu peso com os baços que ele mantinha um de cada lado da minha cabeça, eu podia sentir cada linha de seu corpo encostada em cada linha do meu – esse encontro gerando um calor tão intenso quanto o sol.

Interrompi o beijo, arfando em busca de ar. Nathan sorriu e seus lábios passaram ao meu queixo, movendo-se para meu pescoço. Seu nariz deslizou pela minha clavícula, essa exposta pela regata preta que eu usava. Eu tremi e senti sua risada contra o meu ombro, lançando correntes elétricas em minha pele. Não consegui reprimir um suspiro. Ele voltou a me beijar, as mãos movendo-se para a minha cintura e pressionando-me ainda mais contra ele.

E eu não conseguia mais manter minha mãos paradas. Elas moviam-se por seus braços, ombros e peito quase por vontade própria, e eu pude sentir todos os seus músculos por baixo da camiseta cinza que ele usava.

O beijo continuou, longo e ininterrupto até que tivemos que parar para respirar. Nathan rolou para o lado, deitando-se de costas na cama ao meu lado e me aninhando em seu peito, meu ouvido pousado no local onde ficava seu coração, o qual batia tão rapidamente quanto o meu.

– Uau. –disse Nathan rindo. – Você é mesmo quente.

Eu revirei os olhos.

– E as piadinhas sarcásticas nunca acabam. – comentei.

– Nunca. – concordou ele com uma risada, apertando seus braços ao meu redor.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam? Esperando ansiosa a resposta de vocês.
P.S. Eu quero a opinião de vocês sobre um assunto: eu já havia começado a escrever uma continuação de Burning, porém, não na visão da Lorena, mas sim, de outra personagem, uma vez que essa história mostraria a vida dessa personagem após os acontecimentos de Burning. Mas, eu queria muito a opinião de vocês sobre esse assunto. O que vocês acham? Devo ou não postar?
Respondam nos comentários, ou por MP... O que preferirem, mas por favor, respondam.
Beijos, até o próximo capítulo.



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