Burning escrita por Absolutas


Capítulo 36
Bônus 5


Notas iniciais do capítulo

Olá queridas leitoras, aqui vai um bônus pára vocês...Boa leitura!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/438158/chapter/36

Bônus 5

Taylor

O som de solas de sapatos batendo contra o piso de cimento queimado ecoava pelas paredes da sala escura onde eu esperava apreensiva, Dorothea aparecer. Eu estava sentada em uma das cadeiras que rodeavam a mesa branca e retangular que ficava no meio do cômodo, apenas uma fresta de luz vinda da janela que estava coberta por uma cortina cinza parcialmente fechada, iluminava a sala. O pequeno e escuro cômodo, fazia parte da casa onde Dorothea vivia, que ficava nos fundos do reformatório.

Os sons cessaram e a porta se abriu, revelando a mulher alta e loura, a qual eu estava aguardando. Ao contrario dos outros dias, hoje Dorothea usava os cabelos soltos, dando a ela um ar mais jovem, porém ainda mais ameaçador. As roupas normalmente brancas, hoje estavam cobertas por um casaco negro e, nos pés ela usava um sapato alto fechado. Dorothea se sentou na cadeira à minha frente antes de falar.

– Queria falar comigo, Taylor? – perguntou ela com seu olhar frio e desdenhoso de sempre.

– Na verdade, - corrigi-a. – eu vim lhe cobrar o que tinha me prometido. Eu quero ver Jordan.

– Sinto muito decepcioná-la, mas não será possível.

– O quê? – perguntei desesperada. – Como assim, você tinha dito... Você prometeu...

– Eu prometi que você poderia ver seu irmão, caso conseguisse trazer Lorena para o meu lado. Mas, como pode ver, ela não está aqui. Você falhou. Portanto, seu irmãozinho querido continua sob minha tutela.

– Isso não é justo! – protestei, a voz embargada pelas lágrimas que ameaçavam escorrer a qualquer momento. Meu coração doía só de pensar no que Jordan estaria sofrendo nas mãos dela. – Ela foi embora antes que eu conseguisse qualquer coisa!

– Exatamente! – concordou ela, com um sorriso falso. – Você agiu devagar demais. Tão lentamente que Lorena passou a perna em você. Por isso, Jordan continua comigo.

– Mas... me deixe vê-lo, por favor! – implorei.

– Receio que não possa lhe conceder esse favor, querida.

Não consegui mais impedir as lágrimas de rolarem por meu rosto, tamanha a dor que eu sentia. Ela o devia estar torturando. Ele devia estar sofrendo.

Dorothea soltou um suspiro teatral.

– Não fique triste, querida! – ela estendeu a mão para tocar a minha que estava sobre a mesa, mas eu a afastei bruscamente. – Olha, eu vou lhe dar mais uma chance. – disse ela, fazendo-me erguer os olhos marejados para olhá-la. – Lorena e o garoto entraram na mata. Com certeza deve haver vestígios da estadia deles por lá, o que, conseqüentemente, levará até eles. – continuei observando-a enquanto entendia o que ela queria que eu fizesse. – Se você, por acaso fugisse daqui e traçasse uma rota de fuga, exatamente pelos lugares por onde eles passaram, isso certamente a faria dar de cara com eles, o que seria muito conveniente para mim.

– O que devo fazer exatamente?

– Bom, eu te deixaria na floresta, com um rastreador, um GPS e um telefone celular; além, é claro, dos objetos necessários para a sua sobrevivência por um período na floresta, assim, quando os encontrassem, você me avisaria pelo telefone celular e eu chegaria até lá, com a ajuda do seu rastreador.

– E o que eu ganharia com isso, exatamente? – perguntei, limpando os vestígios de lágrimas em minhas bochechas.

– Você estaria livre do reformatório e poderia ir embora com seu irmãozinho, para um lugar onde estariam livres para viver uma vidinha normal e sem graça. – apesar de essa idéia soar como músicas aos meus ouvidos, eu sabia que não poderia confiar em Dorothea, ela sempre falava com um olhar perspicaz que parecia que ela já planejava como se livrar das obrigações as quais se comprometeu. Mas depois de analisar bem, percebi que essa era a minha melhor chance, a única na verdade, então, mesmo que meus instintos me dissessem o contrario, obriguei-me a confiar nela.

– Quando? – perguntei imitando o tom de voz frio e sem emoção que ela usava ao falar comigo.

– Vou providenciar tudo e, amanhã, bem cedo, você estará pronta para ir. – eu assenti e ela sorriu presunçosa. – Foi a melhor decisão que poderia ter tomado.

– Não sei se posso acreditar nisso. – discordei e ela deu de ombros.

–Está dispensada. - eu suspirei e me levantei da cadeira, rumando em direção à porta.

– Ah... Dorothea? – chamei-a, parando no meio do caminho.

– O quê? – perguntou em um tom rude.

– Por que quer tanto que a Lorena esteja do seu lado? – eu realmente estava curiosa sobre isso, pois era intrigante a determinação dela em tentar trazer a Lorena de volta.

Dorothea riu, uma risada assustadoramente perversa.

– Porque – disse ela. – Ela é a peça que falta para eu conseguir fazer o que eu quero.

– Não vai me dizer o que está planejando, não é? – tentei.

– Só se eu fosse te matar depois.

Eu dei de ombros e saí, fechando a porta.

Não importa o que ela vai fazer com a garota, disse a mim mesma enquanto atravessava o gramado que ficava em frente a casa de Dorothea, contanto que tenha meu irmão de volta, são e salvo. Só isso importa! Mas, estão, por que um sentimento que parecia culpa começou inundar meu peito?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem, por favor!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Burning" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.