Bônus 4

Sue

– Obrigada por nos manter a par da situação, delegado. – agradeceu Joseph gentilmente ao policial.

O delegado sorriu brevemente e se apressou em sair pela porta da frente.

Assim que ele nos deixou a sós, Joseph percorreu o espaço que nos separava e me abraçou, suspirando enquanto sentia meu corpo tremer.

Joseph era um homem afável e atencioso. Às vezes, enquanto o observava eu me pegava pensando em como era sortuda e feliz de ter me casado com um homem como ele.

Porém, nesse momento, a felicidade nos escapava. Desde que Lorena fora para aquele reformatório, virando nossa vida ao avesso e agora, ela estava desaparecida. Doía não saber onde ela estava e como estava. Se estava viva ou não. Esse pensamento resultou em uma crise de choro que me deixou exausta quando, enfim acabou. Joseph me acompanhou até nosso quarto e me ajudou a me deitar. Aconcheguei-me nas cobertas enquanto ele me fitava com um olhar triste e preocupado.

– Sue, querida – disse ele assim que me acomodei adequadamente. – não pode continuar assim. Não faz bem para o bebê.

– Eu sei, mas... – funguei.

– Eu também estou preocupado com a Lorena,mas eu sinto que ela está bem, que está viva. – não disse nada e ele continuou. – E ela não está sozinha. Lembra-se que eles disseram que aquele garoto provavelmente estava com ela? – assenti. – Talvez até seja melhor para ela...

– Como assim? – perguntei, alterada.

– Sue. – ele disse meu nome com carinho. – Ela não era feliz naquele lugar. Você sabe disso. E se ela fugiu com aquele garoto... – ele sacudiu a cabeça. – Talvez tenha feito a coisa certa, talvez ela esteja fazendo o melhor para ela. Pense nisso.

– Descanse um pouco, meu amor. – ele se abaixou e me beijou levemente nos lábios, depois acariciou minha barriga. Joseph levantou-se e saiu do quarto fechando a porta atrás de si.

Não consegui dormir rapidamente, como fazia antes de todos os acontecimentos recentes, apenas fiquei pensando em tudo o que Joseph me dissera, e depois de um tempo de reflexão percebi que ele podia estar certo. Talvez fosse melhor para a nossa filha ter fugido daquele inferno, pois, mesmo que tentasse disfarçar, era completamente visível a infelicidade dela, e quem sabe essa fuga repentina trouxesse a ela a felicidade de que tanto precisava.