Chamas Voam Quando Estou Perto De Ti escrita por laurabms


Capítulo 6
Capitulo 5 - A Decisão do Papa




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/438032/chapter/6

As semanas passam após aquela revelação e o ambiente no castelo ficou tenso. A Mary gostava de ambos – Francis e Bash – e, simplesmente não gostava nem um pouco da forma como as coisas estavam entre eles. Eles não pareciam os irmãos que ela conhecera quando cheagara. E, saber, que provavelmente ela tinha uma parte de culpa, matava-a por dentro. Francis lutava e mostrava ao seu pai que merecia a sua confiança. O Bash apenas continuava a fazer a sua vida não se importando nada com o trono. E, isso, fazia com que o Francis se sentisse realmente frustrado! Como é que ele podia agir daquela forma. Como seu não se importasse nada com o futuro do seu país? Do seu povo?

Francis caminha para o quarto onde faz os seus trabalhos manuais longe dos olhares indiscretos das pessoas para pôr os seus pensamentos em ordem. Ele precisava de estar sozinho, pensar na sua vida. Ele começa a trabalhar num objecto para uma espada. Utiliza na sua maior parte metal e algumas pedras brilhantes que tinha na mesa. E, de repente, ele pára porque ele não consegue parar de pensar; a sua cabeça pensava no seu pai, no Bash e especialmente na Mary. Ele não pretendera apaixonar-se mas acontecera e apaixonava-se mais a cada dia que passava…. Cada vez que ela o enfrentava, o encorajava e da forma que ela acreditava nele.

– Meu Deus! Não a posso deixar ficar mal. – Ele diz pensando em voz alta. Matá-lo-ia se ele a desapontasse uma vez mais. Ela já tinha sofrido demais para uma vida inteira. Eles tinham sofrido demasiado. É, então que ele ouve passos e tenta esconder a sua preocupação dentro ele, tentando fingir uma cara despreocupada.

– Hey. – Mary cumprimenta-o, dando um leve toque na porta. – Pensei que talvez te pudesse encontrar aqui. – Ela aproxima-se dele sorrindo.

– E para tu estares aqui significa que acabaram de chegar noticias. Acertei? – Ele sugere rolando os olhos e tentando pôr um sorriso na sua cara. Mary levanta uma sobrancelha e coloca uma cara séria.

– Então é isso que pensas de mim? – Mary pergunta olhando naqueles olhos azuis. – Que só vim à tua procura por interesse? – Ela espera pela sua resposta mantendo a sua postura de indignada.

– Claro que não. – A maneira atrapalhada com que ele a olha, fá-la rir. – O que foi? – Ele pergunta encolhendo os seus ombros.

– Estava apenas a brincar… Estou aqui porque tenho saudades tuas. – Ela explica, sentando-se no banco. Olha-o sendo verdadeira como sempre era. – Tu tens estado tão distante nestes dias e eu sei porquê. – Ela acrescenta. – Mas parte-me o coração ver tu e o Bash desta forma, a lutar por causa de tudo o que aconteceu… por causa do trono de França. – Ela admite olhando e depois olha para as suas mãos. – Eu só desejava poder fazer qualquer coisa para resolver esta situação. E, tu, tentando afastar-me não ajuda mesmo sabendo que é para o melhor futuro da Escócia.

– Nós não deveríamos mesmo ter desenvolvido nenhum tipo de sentimentos um pelo o outro. – Francis admite e vê a tristeza que percorrem os olhos castanhos da Mary assim como toda a sua expressão. – Não nos mataria tão depressa e nos separaria. E, essa é a razão, o motivo por que eu… nós nos encontrarmos nesta situação.

– Sim mas como eu disse à dias atrás, nós deveríamos enfrentar isto juntos. Não precisavas de passar por isto sozinho!

– Estou a proteger-te, Mary! – Ele afirma começando a levantar a voz. – Não lhe pudemos mostrar que estamos unidos para o bem da Escócia.

– Quando a aliança foi feita dizia que eu deveria casar contigo, Francis… não com outro. – Mary observa, enfrentando os seus olhos inquisidores. Ela levanta-se e aproxima-se dele, agarrando na sua mão suavemente. – E, como eu disse antes, não desistirei de nós com tanta facilidade, por que é que não fazes o mesmo? – Ela pergunta tentando apelar aos seus sentimentos.

– Porque eu não posso ser egoísta, Mary! Não, contigo. – Francis diz mais calmo. –Eu fiz tudo, nestes poucos dias que estive distante! Estudei estratégias, treinei, ajudei o meu pais… mas nada do que eu fiz foi bom o suficiente para o fazer mudar de opinião. NADA! – Francis grita frustrado libertando a sua mão da de Mary, pondo-se de pé e caminhando para o outro lado da sala. – É por isso se aquela letra vier aceite pelo Papa… que deves casar com o Bash e esquecer-me. Eu serei apenas o irmão do rei.

– Estás a ser tão teimoso! – Mary exclama alcançando-o e pondo a mão na sua cara ficando em silêncio alguns minutos, observando-o. – Nunca desististe quando eu te contei que ia casar com o Tomás, onde está esse Francis que eu conheci, agora? – Ela olha-o profundamente nos olhos, acariciando a sua cara.

– Tu viste-me a lutar! Acontece que eu não sei mais o que fazer! – Ele afirma olhando para ela com a mesma profundidade, colocando também a sua mão na cara dela fazendo-lhe carinhos.

– Isto. Têm esperança comigo. – Ela diz lembrando-se do dia que ela quase fez a mesma coisa. Ele sorri e puxa-a para um beijo. MEU DEUS! Eles tinham tido imensas saudades, um do outro… parecia que tinham passado anos em vez de dias. Eles beijam-se apaixonados e calorosamente, deixando-se descobrir um ao outro, aquela pequena peça que ambos tinham perdido. – Senti tantas saudades tuas!

– Também senti saudades tuas. – Ele admite depois de beijá-la e estranhamente sentia-se confiante com a decisão do Papa.

***

O rei andava nervosamente de um lado para o outro na sala do trono. O Papa alegava que como ele tinha uma linha de sucessores, a sua proposta tinha sido rejeitada. Ele esmaga a letra na sua mão e atira-a para o caixote do lixo. Ele pede uma reunião com todas as pessoas envolvidas e espera-os naquela mesma sala. Ele espera pacientemente pela chegada de todos e viu que a expressão do Francis era confiante e serena. E, de certa forma, ele gostou disso. Aquela rapariga fê-lo fraco mas ao mesmo tempo fê-lo forte também.

– A resposta do Papa acabou de chegar. – O rei Henry declara numa voz alta e de governador. – E o Papa declarou que a minha proposta só seria aceite se eu não tivesse uma linha de sucessores. Como vocês sabem que não é o caso. – Ele explica olhando para o Bash e depois para o Francis. O Bash parecia, de certa forma, aliviado por tudo se manter no seu devido lugar e o mesmo acontecia com o Francis. – Estão todos dispensados. – O rei deixou a sala apenas ficando lá o Bash, o Francis e a Mary.

– Agora que toda esta locura passou… podemos fazer as pazes? – Bash pergunta sinceramente ao Francis que apresentava uma cara demasiado séria. Parecia que o Francis estava numa luta interior.

– Isto é uma loucura! – Mary diz frustradíssima. – Vocês os dois são irmãos, partilham o mesmo sangue nas vossas veias e não se conseguem perdoar um ao outro?

– Não é assim tão simples. – O Francis réplica olhando para o irmão. – O Bash sabe-o e tu também. Mas sim, farei tréguas contigo. – O Francis admite estendo a sua irmão para selarem aquele acordo. Mary respira fundo, sentindo-se aliviada e ao mesmo tempo um pouco feliz.

– Tréguas, então. – O Bash concorda apertando a mão do Francis e deixa a sala, deixando a Mary e o Francis sozinhos. Mary segue o Bash com os seus olhos pensando que ela deveria ir falar com ele.

– E, parece que o nosso casamento parou de ser uma miragem. – Francis observa alcando-o Mary e dando-lhe um abraço apertado. Ela poderia cheirar o seu pescoço e isso sabia tão bem e tão certo estar ali. Como aquele fosse o lugar onde ela sempre pertenceria.

– As coisas nunca são tão fáceis connosco. – Ela admite afastando-se do seu abraço para o poder olhar nos olhos. – Mas se isso acontecer, eu serei mais feliz do que sou agora. – Ela afirma com um grande e brilhante sorriso na cara e ele olha-a completamente apaixonado.

***

Diane insistia no assunto do Bash ser legitimado com o seu filho. Ele já não a ouvia. Ele apenas queria esquecer tudo aquilo, por isso, ele caminha para o seu lugar perto do lago. Ele pensava em tudo, não havia uma forma de conseguir evitar não pensar. Ele pensava que ele era um verdadeiro sortudo por ele e a sua mãe não serem decapitados. Ele sente que alguém se aproxima e ele nem se vira para saber de quem se trata, pois sabia de quem se tratava.

– Pensava que estavas com o Francis. – Bash afirma o que seria evidente. De seguida, o Bash observa-a a sentar-se ao pé dele.

– Nós estamos bem. Mas eu sei que aquilo, aquelas coisas te tocaram de formas que não querias mostrar. – Mary afirma colocando a sua mão na perna dele olhando directamente nos olhos. – Deita tudo cá para fora.

– O quê? Eu estou bem da forma como as coisas estão. Está tudo como deveria estar. – Bash afirma olhando para ela. – Não há nada mais a dizer. – E com isso ele termina aquele assunto.

– E assim, desistes de tentar fazer as pazes… com o Francis?

– Queres dizer antes: “contigo.” - Ele declara segurando-lhe a mão gentilmente. – Eu nunca desistirei de estar bem contigo, nunca. – Ele promete. – Mas eu não posso ser o amigo que precisas e estar em bons termos com o Francis.

– Ele ama-te, Bash! Isto é tão estúpido que vocês os dois estejam a agir como tolos quando todos nós cometemos erros. – Mary observa exasperada. – E eu não desistirei de nenhum dos dois. Eu não ficarei bem comigo mesma quando as coisas entre vocês estiverem como eram. – Mary diz determinada e convicta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Chamas Voam Quando Estou Perto De Ti" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.