POV Cato

Não sei como Joh tem tanta coragem para brigar com a Effie. Ninguém em sã consciência brigaria com ela. Mas o problema é que não se pode ganhar uma discussão de Joh. Ela tem argumentos ótimos, na hora certa. Ou ela está certa, ou você está errado. Não tem outra opção.

O dia passou muito devagar. Não sei se foi o fato de estar um baita calor ou se foi por que ficamos mais de cinco horas escutando a Effie falar sobre o que podemos e o que não podemos fazer na escola. São seis da tarde, o que significa que temos meia hora de tempo livre até o jantar. Vou para o dormitório trocar de roupa. Mas o problema é: Tem um garoto novo no meu quarto. Ele se chama Nico Di Ângelo. E ele jogou as coisas dele na minha cama. Não tem ninguém no quarto. O que é bom, pois fico com o dormitório só para mim. Me troco e pego meu IPhone. Mando um Whats App para Joh. Vamos nos encontrar com o pessoal no deque da praia, como geralmente fazemos. Mas acho que dessa vez Annabeth não vai estar lá. E dou graças a Deus por isso. Garota metida, ela. Por que ela não pode ser que nem Clove? Tudo bem, ela pirou ontem, mas logo depois se desculpou e fizemos as pazes... A Annabeth tem um defeito: Ela guarda muito rancor. Então, se daqui a trinta anos a Joh chegar perto dela, ela vai dizer “Ai! A trinta anos você brigou comigo! Não quero nunca mais te ver!”

Meus amigos ainda estão se trocando, sobrou um tempo para ficar sozinho. Pego a guitarra que ganhei de Natal e começo a tocar algo que não sei bem que música é. Sim, eu sei. É a música que Joh cantou para mim aquela noite na praia. Começo a cantar. Adoro cantar e minha voz é linda (Sem querer me gabar ) Mas um pirralhinho que acaba de entrar no quarto me interrompe.

–Oi! –diz ele com sua voz aguda. – Qual é seu nome? Você deve ser o Cato não é? Conheci sua namorada, ela é bem sexy. –Ódio! Que ódio dele!

–Oi. Sim, eu sou o Cato. A Joh já tem dono, OK? E, aliás, a cama de cima do beliche é minha, isso é, não quero suas coisas lá em cima, OK? –respondo, tentando parecer o mais severo possível. – Qual é o seu nome? Por que chegou só hoje?

–Sou Nico Di Ângelo. Minha mãe me trouxe hoje, pois perdemos o ônibus ontem. Minha irmã se chama Bianca. Ela é bem legal.

–Legal, já entendi. Agora preciso ir. E nada de mexer nas minhas coisas, dá para entender? – respondo. Preciso ir.

–Mas essa sua guitarra é tão DIVA!!! – olho para ele com cara de saco cheio

–É o seguinte, não mexa nas minhas coisas. Se você mexer, ai vai ter de se ver comigo, ok? – ele concorda com a cabeça, assustado.

Saio do dormitório e atravesso o longo corredor que nos leva até lá fora. Encontro Percy, Leo, Jason Finnick e vamos para o deque da praia. Como sempre as garotas já chegaram.

–Oi docinho – digo para Joh. Eu me sento ao seu lado e ela me dá um beijo. – como foi o tempo que passou fora da sala da Effie? Provavelmente foi melhor do que ficar lá dentro. – ela ri.

–Foi bom. Mas, vocês souberam da Annabeth?- ela de novo?!

–É verdade!- completa Clove – Depois de ontem ela pediu transferência de quarto. Agora a gente dorme com uma tal de Bianca Di Ângelo. É até que normalzinha. Ela vem jantar com a gente, embora não quiséssemos.

–É. Eu e Cato estamos com o irmão dela. Ele é estranho, o garoto –continua Percy.

–Muito. –completo. Ele é muito estranho.

– Olha ela ali- diz Thalia, apontando para a garota. Que trouxe o irmão.

–Ah não Tá de brincadeira comigo né? Pra que trazer o irmão dela? Acho que ele é meio antissocial... – começo – cara, ele é muito estranho.

–Se você quiser dar uma machadada na cabeça dele eu me voluntario para o serviço... - Começa Joh.

–Não, Joh. Vamos deixar o garoto viver mais um pouco – Continua Finnick.

–Oi gente!- diz Bianca

–Oi, Bianca. –respondemos eu, Finn, Clove, Joh, Jason e Thalia. Percy se esqueceu de cumprimentar eles. Acho que estava mais entretido com o jantar.

–Como estão?- ela tenta puxar conversa, mas não vai rolar – Já jantaram?

–Já! – Joh se apressa em dizer. – Nós vamos dar uma volta na praia, hm... Você pode nos encontrar lá depois. – Ela concorda com a cabeça. Nós agradecemos Joh e não nos resta opção se não levantar da mesa.

Depois que chegamos na praia, precisamos comer. E não podemos voltar para o refeitório.

–Vamos comer lá na barraquinha de Sushi. É o melhor. – sugere Clove. Nó comemos lá, em silêncio. Depois, voltamos para a praia.

–Bom gente, eu e Clove vamos voltar para estudar para as provas de amanhã. Vocês deveriam fazer o mesmo. – diz Jason. Nós nos despedimos deles e continuamos nosso passeio. Mas a metade de nós vai estudar para as seletivas de amanhã. As seletivas são os testes que dividem alunos de 16 e 17 anos, a nossa idade, entra dois grupos. O forte e o fraco. Amanhã a prova será de matemática. É uma das que mais pesa para as seletivas. Depois que só eu e Joh sobramos na praia, nós nos damos as mãos.

–Temos dez minutos até o toque de recolher. O que quer fazer?- digo. Ela sorri.

–Vamos nos divertir. Mas do meu jeito. –diz ela. Isso não é muito bom, pois o jeito dela sempre envolve machados ou coisas perigosas. –Venha, vamos comprar umas raspadinhas ali. Depois que compramos as raspadinhas, ficamos conversando. Escutamos os dez sinais que representam o toque de recolher. Nós voltamos para os dormitórios. Entro na maior paz do mundo e encontro: O Nico, tentando tocar guitarra. Com a minha guitarra. E o pior: Ele deu um jeito de tirar as cordas. Agora ele vai ver só. Vai mesmo...