Anjos Mortais escrita por Jéssica Belantoni


Capítulo 16
Gêmeos




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– Como se sente? - Perguntou Victor assim que a jovem acordou.

– Não foi um sonho... - Resmungou a garota arregalando os olhos deixando as lagrimas rolarem.

– Emilly não faz bem para você ficar assim. - Respondeu Victor.

– Você não intende garanto que nem um coração bate ai dentro. - Respondeu a jovem levantando agressivamente.

– Você tem razão.

– Não foi isso que eu quis dizer... - Respondeu a Garota se aproximando ao se lembrar de Clarisse.

– Talvez você esteja certa. - Respondeu ele virando se para sair do quarto.

Emilly correu rapidamente para frente da porta tentando impedir o homem de passar.

– Eu deixei umas roupas no banheiro para que troque.

– Espere. - Pediu ela tentando encontrar os olhos de esmeralda. - Eu falei sem pensar eu nem sei o que dizer isso tudo é irreal para mim eu ainda não acredito ela fazia parte da minha vida como uma irmã não consigo imaginar dor maior - Continuou ela fechando os olhos e recolhendo os braços para abraçar a si mesma - Mesmo assim estou sendo injusta com você eu sei que sofreu uma dor maior do que a minha onde sua esposa e seus filhos foram tirados de você e nada pode mudar isso fui injusta de dizer uma coisa dessa.

– Está tudo bem só não quero que fique assim. - Respondeu Victor envolvendo a garota em um abraço.

Emilly desabou ao sentir se segura nos braços do rapaz que parecia tão triste quanto ela e assim permaneceram até que toda a dor se esvaziasse do peito estraçalhado.

A jovem entrou no banheiro assim que Victor a deixou sozinha novamente tomou um banho rápido e colocou as roupas que o mesmo havia deixado em seguida saiu do cômodo encontrando Victor sentado na cama ainda entristecido.

– Me perdoe. - Pediu Emilly se ajoelhando encontrando Victor mais pálido que o normal. - Eu não quis te deixar assim.

– Eu tentei salvar ela... - Disse ele quase em um sussurro. - Ou pelo menos uma parte dela. - Respirou ele. - No momento em que aconteceu eu quis morrer com ela eu desejei isso. - Continuou ele fechando os olhos. - Eu pedi para que ele me matasse de uma vez e ele se recusou por isso arranquei tudo que era dele e agora estou vendo algo mudar e ele vai arrancar isso de mim também.

– Seja ele quem for não vou deixar Victor eu não sei quem ele é e nem entendo o que você está dizendo mas assim como Mellody me disse você me salvou diversas vezes estou em falta com você.

– Você não me deve nada Emilly.

– Quem faria por mim o que você fez? - Perguntou a garota sorrindo. - Quanto tempo faz?

– Isso não importa. - Respondeu ele se levantando.

– Pra mim importa era a minha vida que estava em jogo.

Victor encarou Emilly por alguns instantes se aproximou rapidamente fazendo com que o coração da garota disparasse.

– Você precisa de seus remédios. - Respondeu ele se afastando.

– Eu não quero meus remédios eu sei que não é isso que estava me ajudando... - Respondeu a garota decepcionada. - Mellody me contou que você colocava bolsas de sangue para mim e eu tenho certeza que não eram sague humano.

– Você é inteligente demais. - Respondeu ele sorrindo. - Como quer que eu faça?

– Como assim? - Perguntou a garota confusa.

– Quer ir até o hospital ou quer o meu? - Perguntou o rapaz.

– Nunca mais quero voltar... - Respondeu ela fechando os olhos negativamente.

– Como queira. - Respondeu ele retirando o longo casaco sentando se novamente na cama começando a abrir a camisa. - Venha.

Emilly sentou se junto ao anjo se recordando de anos atrás quando encostou os lábios pela primeira vez na pele de porcelana.

Victor se acomodou no meio da cama quase deitado. Emilly reparou que o rapaz agora por algum motivo estava com mais cor. Victor cortou a pele de seu pescoço.

– Vamos não tenha medo você já fez isso antes. - Disse Victor vendo a garota relutar.

Emilly sabia que dessa vez era diferente havia algo errado dentro dela seu corpo não correspondia normalmente o suor e a palpitação a deixava envergonhada de realizar tal ato.

– O que foi? - Perguntou Victor se levantando ficando muito próximo da garota.

– Eu não sei só acho que não consigo.

– Tem a segunda opção que você já conhece. - Respondeu ele sorrindo.

– Não seria uma ideia tão ruim. - Sorriu ela.

Victor sorriu enquanto encostava a mão sobre o rosto da garota e deslizava até o pescoço aproximando seus rostos em seguida beijando a bochecha de Emilly que sem nem reparar já estava encostando os lábios no ferimento.

– Isso garota. - Resmungou Victor sentindo Emilly se alimentar.

Emilly assim que sentiu suas forças retornarem por completa se afastou, encontrando Victor ainda com a mão sobre seus cabelos negros, seu coração tornou a disparar sabia que o Victor que estava a sua frente era o verdadeiro e não aquele monstro que Gabriel repugnava tanto, a jovem nem percebeu o momento em que suas mãos tocaram o rosto do jovem que arregalou os olhos de esmeralda, agora ela sabia que quem comandava seu corpo era algo maior do que sua mente poderia entender. Emilly não pode evitar que seus olhos se fechassem e sua boca clamasse pela dele que se encaixou delicadamente em uma sintonia mais que perfeita. Seu corpo já não obedecia suas vontades ou talvez obedecessem seus sentidos oprimidos que a jogaram sobre a cama e deixaram que Victor a beijasse profundamente como jamais ninguém havia lhe presenteado à impossibilitando de relutar era algo que seu interior gritava para que continuasse até que Victor parou olhando para jovem.

– Eu nem sei o que dizer. - Disse Victor respirando com dificuldade. - Talvez seja o efeito do meu sangue sobre você.

– Não foi você... - Respondeu a garota se aproximando novamente sentindo seu corpo queimar. - Isso vem de mim não sei explicar.

– É o meu sangue Emilly ele te faz ter desejos. - Respondeu o jovem tentando se afastar sem sucesso.

– É mais que isso Victor. - Respondeu Emilly tornando a beijar- lo.

– Emilly pare se continuarmos não sei onde isso pode acabar.

– Não quero que acabe.

– Só vou ter certeza disso quando o efeito de meu sangue parar tudo bem?

– Se insiste. - Responde Emilly tornando a beijar o jovem.

– Serio Emilly chega!

– Você tem um ótimo auto controle. - Respondeu Emilly sorrindo.

– Se eu tivesse não estaria em cima de você agora à pouco. - Respondeu Victor encarando os olhos negros da jovem. - Vamos você tem que se alimentar para partirmos.

– Partirmos? - Perguntou Emilly.

– O Pai de Mellody pediu que o corpo fosse enviado para o País deles eu tenho certeza que sua mãe não vira essa semana... - Respondeu Victor se levantando e desamarrotando o terno preto. - ... Presumo que você queira ir ao enterro e não estou com meu jatinho teremos que pegar o avião normal.

– Vai mesmo me levar? - Perguntou Emilly levando a mão sobre o peito estraçalhado.

– Eu seria um monstro se não te permitisse o adeus. - Respondeu ele estendendo a mão para jovem. - Vamos.

Victor guiou a jovem por um longo corredor aveludado até um grande cozinha gelada.

– Esse lugar é frio. - Resmungou Emilly.

– Desculpe estou acostumado quer que eu aumente a potência?

– Se não for incomodar eu prefiro. - Respondeu a garota envergonhada.

– Imagina só vou perder meus corpos humanos em meu refrigerador. - Sorriu ele antes de reparar o susto da jovem - Calma é brincadeira estou tentando ser engraçado.

– Isso não foi engraçado.

– Desculpe não farei novamente.

– Tudo bem pode tentar quando quiser. - Sorriu ela.

– Acho melhor mudarmos de assunto não é mesmo sente se vou te servir.

– Me servir?

– Claro madame venha e sente se. - Respondeu Victor educadamente puxando a cadeira para Emilly.

– Obrigada. - Agradeceu a jovem assim que sentou se na cadeira que rangeu como resposta.

Victor colocou uma xicara de chá para Emilly acompanhando um pequeno prato com ovos e bacon.

– Tem muita coisa aqui não sei se consigo comer isso pela manhã... E eu não gosto de chá. - Respondeu a garota timidamente.

– Não é qualquer chá ele é de hortelã ao leite adoçado com mel coloquei três gotas de amêndoas tenho certeza que vai gostar... E os ovos tem que comer por que você ainda está fraca são ordens medicas. - Sorriu ele na outra extremidade da mesa.

Emilly não relutou ergueu a xicara de porcelana até os lábios onde sentiu o liquido quente doce lhe presentear um sensação inexplicável.

– Tenho certeza que já provei isso em algum lugar. - Respondeu Emilly animada.

– Impossível... Eu sou o criador e nunca passei a receita pra ninguém. - Respondeu Victor com um ar estranho.

– O gosto não me é estranho.

– Talvez esteja enganada.

– Jamais!

– Okay não vou discutir você é cabeça dura... Sempre foi.

Emilly terminou rapidamente seu café em seguida saiu com Victor até a garagem onde se encontrava o grande carro de luxo.

– Como pode ser tão frio esse lugar? - Perguntou Emilly se encolhendo.

– Você nunca saiu do hospital durante esses quatro anos não é mesmo?

– Gabriel me drogou tanto que nem parece ter se passado tanto tempo.

– Não sei como não reparei que era sedativo.

– Você estava ocupado demais admirando minha beleza. - Cutucou Emilly.

– Admito que sua beleza sempre me desconcentrou.

– Que beleza Victor estou pele e osso.

– Emilly não seja injusta com você mesma.

– Estou sendo realista. - Respondeu a jovem entrando no carro.

– Eu não vou teimar com você ao meu ver não há mulher que pise nesta terra mais bonita que você.

Emilly nada respondeu apenas sorriu enquanto Victor dava partida no grande carro.

A neve caia fortemente nas ruas geladas do País branco deixando Emilly admirada como uma criança em uma loja de brinquedos.

– Vou deixar o carro aqui mesmo Claus deve estar chegando para levar ele novamente para casa.

– Não corre risco de ser roubado?

– Fique tranquila.

– Se fosse no Brasil certamente já teriam furtado.

– Por que diz isso de um País tão maravilhoso?

– Só digo a verdade.

– Emilly você não sabe o quão maravilhoso sua terra natal é não é a toa que por mais que eu conheça cada canto do mundo eu sempre volto para o mesmo lugar.

– Eu não sei mesmo o que você vê de tão especial.

– Eu vou te mostrar o que eu vejo deixa só voltarmos para lá.

– Não quero voltar. - Respondeu Emilly entristecida.

– Qual seu medo?

– Não é medo só falta de coragem.

– Ele está com a Tiffa faz três anos. - Cuspiu Victor sem piedade.

– Eu sabia. - Respondeu Emilly com um nó em sua garganta.

– Desculpa não devia ter contado isso...

– Tudo bem só me assustei um pouco no fundo eu esperava por isso.

– Uma semana depois que você foi embora ele começou a sair com a Erika.

– Quem é Erika? - Perguntou Emilly estranhando o nome.

– É a atual namorada de Edmundo. - Respondeu Victor retirando as duas passagens.

– É o que? - Assustou se Emilly.

– Namorada do Edmundo já faz um ano e meio mais ou menos que eles se assumiram.

– E a Karyn?

– Eu não sei talvez tenha seguido a vida dela eu nunca mais ouvi falar dela depois de tudo o que aconteceu.

– O que aconteceu? - Perguntou Emilly parando no meio do aeroporto.

– Vamos embarcar que te conto tudo se não formos agora perderemos o avião creio que você não quer isso. - Respondeu Victor.

Emilly andou o mais rápido que pode até pisar no interior do avião onde Victor a guiou até a primeira classe.

– Primeira classe? - Perguntou a jovem se sentando.

– Desculpe era o único lugar disponível.

– Eu garanto que você comprou a classe toda. - Respondeu Emilly sentando se e fazendo um bico.

– Desfaça a tromba eu não sou infantil a ponto de esbanjar meu precioso dinheiro Emilly.

– Não sei não. - Respondeu Emilly segundos antes de outro passageiro entrar na classe. - Me enganei não é mesmo? - Perguntou a garota sentindo seu rosto queimar.

– Olha querida eu amo festas luxuosas casas grandes só não quero que confunda não sou como seu ex eu não me mostro com meu dinheiro se não eu não trabalharia de verdade creio que esbanjar dinheiro acabaria chamando atenção demais e acabariam nos descobrindo.

– Os Carmichael chamam atenção onde quer que estejam.

– Mas não sou eu... As pessoas conhecem eles e não a mim.

– E por que não diminui o brilho de seus discípulos.

– Eles tem brilho próprio principalmente Gabriel e Edmundo.

– Por que eles?

– Por que são legítimos.

– Como assim legítimos? - Perguntou Emilly confusa.

– Sangue azul ambos são puros.

– Puros?

– Isso já nasceram transformados podendo transformar quem bem quiserem.

– Você está brincando não está? - Assustou se Emilly.

– Claro que não.

– E por que ele me dizia que não podia me transformar apenas Rogers ou você.

– Ele não iria se prender a você Emilly.

– E por que não transformaram a Roberta?

– Pelo simples fato de perder o melhor amigo para alguém que não faz parte da linhagem deles eles queriam sua amiga morta e ela morreria se Richard fosse mesmo um transformado comum. - Respondeu Victor observando o desespero aos olhos da jovem.

– Richard também é um Sangue azul?

– Quase... - Continuou o Rapaz de olhos de esmeralda. - Eles não sabem disso mas Richard é bastardo de Rogers nem ele mesmo sabe quem é o pai.

– Ele e Edmundo são irmãos?

– Isso.

– Os três são meus sobrinhos Richard e Edmundo sãos filhos de meu irmão Rogers e Gabriel é filho de Miguel.

– Isso é demais para que eu possa ingerir. - Respondeu Emilly sentindo seu corpo amolecer.

– Ei Emilly olhe para mim. - Chamou Victor.

Emilly sentiu suas forças serem apagadas de seu interior com dificuldade pode olhar para Victor e aos poucos sentir as mãos do rapaz segurar seu rosto em seguida lhe surpreender com um beijo entendendo o proposito real somente o momento em que o sangue fervendo desceu por sua garganta e mesmo sabendo o porquê de tal ação Emilly sabia que o beijo era de verdade. Victor afastou os lábios assim que sentiu que a garota estava bem reparou um pequeno rastro de sangue sobre seu lábio inferior delicadamente o mesmo puxou o lábio da garota entre os seus fazendo uma leve sucção.

– Não te quero triste. - Reclamou Victor.

– Vou acabar me acostumando com isso.

Victor nada respondeu apenas sorriu enquanto passava o sinto na garota parecendo uma criança no banco.

Emilly adormeceu um pouco acordando nas alturas agora sem o cinto deitada sobre o colo de Victor.

– Que vergonha. - Reclamou a garota se endireitando.

– Vergonha? - Perguntou ele olhando a jovem esfregar os olhos.

–É claro acabei pegando no sono e caindo no seu colo.

– Estou acostumado em te ver dormir e fui eu que te acomodei em meu colo e não me arrependo disso parecia um bichinho indefeso.

– Não tente ser engraçado não está dando certo.

– Não estou tentando só estou dizendo a verdade.

Emilly encarou um pouco os olhos de esmeralda agora não fazia sentido o Victor que Gabriel descrevia com tanta raiva não havia possibilidade alguma de ser o mesmo.

– O que foi? - Perguntou ele reparando o silêncio da jovem.

–Eu não conheço você.

– Como assim?

– Tudo que ele dizia de você não faz sentido.

– Gabriel?

– Isso!

– Simples Emilly ele tem razoes para me odiar eu nunca vou tirar isso dele.

– Por que esse ódio existe?

– Por que eu destruí a família dele.

– Você fez mesmo isso? - Perguntou Emilly horrorizada.

– Mais ou menos eu estava cego de raiva a minha dor dilacerou qualquer um que se colocasse a minha frente foi chamado a era de sangue eu consegui sair do abismo e concertar as coisas e mesmo assim posso sentir a dor.

– Está falando de sua mulher e seus filhos? - Perguntou Emilly. - Quem fez isso com eles?

– Miguel.

– Você o matou?

– Não quero falar sobre isso desculpe.

– Tudo bem esse é o meu defeito querer me meter onde não sou chamada.

– Não diga isso eu só quero esquecer pelo menos um pouco tudo que aconteceu um dia te conto toda a verdade.

Emilly nada respondeu apenas se acomodou e calou-se até o fim da viagem.

– Você tem residências em todo o mundo? - Perguntou Emilly ao ver o taxi levar ambos até uma casa de luxo não muito grande.

– Algumas espalhadas. - Respondeu ele destrancando a porta.

– Que lugar maravilhoso. - Disse ela rodopiando na grande sala vitoriana. - Parece que voltei no tempo.

Emilly sentiu seu corpo continuar a rodopiar como um peão entrando em uma sintonia desconhecida no momento em que Victor tocou sua mão a guiando em uma valsa perfeita seu corpo ansiava por cada aproximação que o rapaz fazia.

– Como fez isso? - Perguntou Emilly parando ao meio do salão.

– Eu não fiz nada apenas te acompanhei.

– Impossível eu jamais dancei algo assim na minha vida.

– Talvez em uma vida passada.

– Não acredito em vidas passadas. - Respondeu Emilly.

– Muito menos eu.

– Tem algo acontecendo comigo eu consigo ver coisas que não presenciei. - Respondeu a jovem confusa. - Eu não acredito em vidas passadas mas é o mais provável.

– Não seja tola Emilly isso é consequência de sua doença você está delirando.

– Eu pude ver a Clarisse eu vi os seus filhos como eu poderia se eu não os conheci?

– Você os viu no quadro da mansão Emilly e se fosse Reencarnação não seria provável já que Clarisse morreu quando você já existia deveria ter uns três anos.

– Mas é tão real. - Respondeu a jovem lembrando de suas alucinações.

– Venha quero te mostras todos os cômodos. - Chamou Victor.

Emilly conheceu cômodo por cômodo reparando que o prédio parecia ser menor do lado de fora.

– Emilly acabaram de me ligar o corpo ainda não chegou... Provavelmente o velório aconteça amanhã cedo.

– Por um instante eu me esqueci a verdadeira razão de estar aqui. - Confessou a garota entristecida.

– Ei garota não fica assim. - Chamou Victor tocando no rosto cansado de Emilly. - Vamos fazer o seguinte se você se animar te levo pra conhecer a cidade.

– Conhecer a cidade?

– Claro. - Sorriu ele. - Não sei se já te disseram isso mas você fala enquanto dorme e uma das coisas que sempre fala é sobre o mundo que sonha em conhecer o mundo posso realizar isso se quiser.

– Está falando sério? Conhecer o mundo?

– Claro que estou você não pode ficar longe de mim isso já sabemos e eu estou a muito tempo em um lugar só e como você mesma me disse eu não sou de ficar muito tempo em um lugar apenas e eu adoraria ter uma companhia em minha jornada...

– Eu adoraria. - Interrompeu a garota com seus olhos arregalados.

– Então é melhor se trocar aqui não é frio como onde você estava e hoje está mais quente do que de costume.

– Eu não trouxe roupa alguma. - Respondeu a garota.

– Pode escolher lá em cima tenho alguns modelos que devem servir.

– Por que você tem vestidos aqui?

– Acho que você não vai querer saber. - Respondeu ele desviando o olhar.

– Eu quero! - Respondeu ela se aproximando com seus olhos curiosos.

– Digamos que eu não sou uma pessoa muito boa e depois que a Clarisse... - Suspirou ele. - Eu tenho necessidades trago as moças aqui para um suposto encontro eu as presenteio com alguma coisa roupa perfume flores qualquer coisa e as levo para cama...

– Só isso?

– E depois as mato.

Emilly entrou em choque com a confissão de Victor.

– Você faz mesmo isso? - Perguntou a garota perplexa.

­‑ Todos da nossa raça fazemos é divertido.

– Eu acho que elas não se divertiram com isso.

– Com o "Antes" disso tenho certeza que elas se divertiram.

– Você não sabe mesmo ser engraçado.

– Não estou tentando... - Respondeu Victor se aproximando da jovem. - Está com medo de mim?

– Eu deveria? - Perguntou Emilly recuando encontrando a parede gelada.

Victor levou a mão direita sobre o rosto da garota podia ouvir o pobre coração doentio disparar. Emilly sentiu as pontas dos dedos do demônio a sua frente desenhar a lateral de seu rosto até seu pescoço onde o mesmo se aproximou encostando os lábios quentes arrepiando sua pele fina em seguida se afastando.

– Eu não posso te ferir nem se eu realmente quisesse fazer isso. - Respondeu ele puxando a jovem para seu peito.

Emilly por alguma razão sabia que ele não faria nada contra ela apenas retribuiu o abraço sentindo seu corpo estremecer como nunca havia sentido.

– É melhor eu ir me trocar se formos mesmo conhecer a linda cidade falando nisso a Mellody nunca me contou a cidade onde morava.

– Paris.

– Estamos em Paris? Como pode eu não ter visto nada?

– Você hiberna rápido demais.

– Eu não hiberno. - Respondeu a garota envergonhada. - Antes daquele imbecil me sedar eu não era assim.

– Não vamos pensar nisso agora tudo bem? - Respondeu ele soltando os braços. - Suba se trocar te espero aqui em baixo.

Emilly concordou com seu anjo e subiu até o quarto onde lhe foi ordenado. O quarto era muito aconchegante e espaçoso havia duas portas que atraiu a atenção da jovem que logo descobriu que se tratava de um luxuoso banheiro e um closet imenso cheio de roupas tanto masculinas quanto femininas o que acabou confundindo a garota que acabou pegando o traje mais simples possível era um vestido na altura do joelho amarelo. Pela primeira vez Emilly experimentou um banho de espumas demorando mais do que o normal resultando em batidas na porta.

– Emilly você está bem? - Chamou Victor.

– Sim eu já estou saindo. - Gritou a garota levantando se rapidamente.

Emilly certificou-se que Victor não estava no quarto, procurou pelo closet roupas intimas encontrando apenas roupas intimas altamente sexy o que a deixou sem escolha o menos chamativo foi o premiado assim que estava vestida soltou os longos cabelos do coque alto que cobriram toda sua silhueta em uma ondulação perfeita.

– Você está muito bonita! - Espantou se Victor assim que a jovem desceu as escadas da sala vitoriana.

– Você é gentil demais.

– Somente com você. - Respondeu ele sorrindo.

– Por que eu?

– Que tal parar com as perguntas e irmos logo aproveitar um pouco essa noite?

– Okay!

Paris é magica, casais apaixonados temperam as ruas perfeitas forrada de artistas e artesões um deles chamou Victor em um canto assim que desceram do taxi.

– Quer um quadro? - Perguntou Victor.

– Ele quer me pintar?

– Sim quer muito.

– Eu adoraria!

Victor levou a resposta ao homem sentado em frente ao tripé.

– Ele pediu que fique parada bem aqui. - Disse Victor colocando Emilly em uma espécie de marcação em seguida se afastando.

– Onde vai? - Perguntou a garota segurando Victor pela mão.

– Vou te esperar do lado dele. - Respondeu o Rapaz.

– Quero que saia na pintura junto comigo.

– Tens certeza?

– Claro!

Emilly não conseguiu entender o que Victor disse ao homem em francês por mais que tentasse falhou até mesmo seu inglês era fraco imagine o francês.

Victor se posicionou ao lado de Emilly, mas o pintor levantou- se do banquinho e aproximou os dois deixando um pouco atrás de Emilly abraçado a jovem segurando suas mãos que permaneciam um pouco abaixo dos seios.

Os dois permaneceram cerca de vinte minutos parados em uma posição até que o pintor finalizou a tão sofrida pintura entregando para Victor.

– Ficou perfeita! - Exclamou Emilly olhando a pintura dos dois em frente a torre Eiffel - Se parece com uma fotografia.

– Espere ainda está úmida. - Disse Victor segurando os dedos curiosos de Emilly. - Ele pensa que somos um casal.

Emilly nada respondeu continuou olhando a pintura perfeita até que o pintor a tomou mais uma vez colocando a em uma proteção para que não borrasse escondendo a em uma sacola entregando a Victor assim que o mesmo retirou da carteira uma boa quantia para o pintor que sorriu como gratidão.

– Quanto ficou? - Perguntou Emilly.

– Isso é indelicado - Corrigiu Victor sorrindo - Vamos entrar na torre o que acha?

– Serio mesmo? - Perguntou a jovem com seus olhos brilhantes de emoção.

– Onde achou que iriamos jantar?

– Eu devo estar sonhando só pode.

– Vamos entrar?

Victor conduziu a jovem maravilhada pela entrada da grande torre. Os olhos de Emilly se fantasiavam a cada degrau alcançado.

– Vamos de elevador? - Perguntou Emilly ao ver Victor apertar o botão de espera do elevador.

– Você não vai conseguir subir a torre toda sem desmaiar prometo te mostrar o melhor angulo dela. - Sorriu ele.

– Já estou acostumada a cair em seus braços. - Respondeu ela sorrindo.

– Não confunda as coisas Emilly seus sentimentos estão atordoados não sabe direito o que sente. - Respondeu ele puxando a garota para dentro do elevador.

– Confia em mim Victor eu sinto que tem algo que me liga a você sempre foi assim e só agora estou percebendo isso. - Respondeu a jovem abraçando o Rapaz.

– Você sente gratidão!

– Não vou discutir com você!

Emilly apertou os braços em volta de Victor que tentou não corresponder falhando assim que seus braços responderam o abraço.

– Isso é tão perfeito! - Rodopiou Emilly ao sair no corredor da torre onde se podia ver a cidade inteira. - Até mesmo o chão é de vidro!

– Que bom que você está gostando!

– Estou amando - Respondeu a jovem olhando a paisagem da cidade do amor. - Você já veio aqui antes?

– Algumas vezes!

– Trazia suas caças? - Perguntou Emilly após um pequeno período de silêncio.

– Se assustou mesmo com isso não foi? - Atacou o rapaz tentando encontrar os olhos da jovem que continuava admirar a paisagem.

– No começo eu estava! - Admitiu ela - Agora é outra sensação como se fosse ciúmes.

– Ciúmes?! - Espantou- se ele.

– Eu sou estranha lembra?

– Por que teria ciúmes eu as- Respirou ele - Você sabe.

– Você as tocou com desejo!

– Emilly você está confundindo as formas de desejo!

– Gostaria de ser única pra alguém ou fazer algo que seja novo para pessoa - Explicou ela voltando os olhos para o anjo - É difícil me entender! - Sorriu ela.

– Nem tanto. - Respondeu ele tocando o rosto da garota. - Venha vamos a um restaurante.

Emilly sentou-se delicadamente na cadeira dourada no canto do pequeno restaurante.

Victor havia escolhido o melhor lugar com vista para a cidade pouco iluminado a não ser pelas velas no candelabro da mesa.

– Senhor Victor que honra ver o senhor depois de tantos anos. - Saldou o garçom em português.

– Louis por favor o de sempre para mim.

– Sim senhor e a "Mademoiselle"?

Emilly poderia não entender francês mas entendeu a pergunta do garçom.

– O mesmo que ele por favor.

– O mesmo? - Perguntou o homem.

– Isso Louis menos o molho. - Corrigiu Victor sorrindo. - Louis. - Chamou Victor.

– Senhor?

– Essa é Emilly ela não é uma de nós como pode ver porém também não será minha vítima e sim apenas uma companhia agradável.

Emilly arregalou os olhos nem havia reparado que Louis era da espécie do topo da cadeia alimentar, muito menos sonhou em ser apresentada como companhia agradável.

– Encantado. - Respondeu o Homem - Com licença senhor.

– Estou perdendo a habilidade de reconhecer a sua espécie. - Reclamou Emilly assim que o homem se afastou.

– Não faz mal enquanto estiver comigo estará segura te protegerei de tudo e de todos.

– Por que?

– Como?

– Por que quer mesmo me proteger eu não entendo porque ficou tanto tempo no hospital tem que haver uma resposta Victor.

– Talvez haja uma.

– Qual é?

– Eu não sei dizer!

– Você está brincando comigo?

– Jamais Emilly não pense isso de mim. - Pediu ele - Não quando se trata de você!

– O que eu tenho de diferente?

– Presumo que em breve você saberá.

Emilly só não continuou a discussão por que os pratos começaram a ser servidos, a fome havia ido embora e a sensação que a dominava agora era o medo e a tristeza afinal ela só estava ali por uma pessoa, alguém que a mesma jamais esqueceria.

– Ela pediu que eu te desse uma chance. - Resmungou Emilly lembrando- se de Mellody.

– E por isso você está tão próxima a mim? - Perguntou Victor desapontado.

– Deveria ser, mas não é! - Respondeu a garota sorrindo - Algo diferente despertou em mim desde o primeiro olhar achei que era birra já que você parecia muito infantil ai tudo mudou naquela noite em que invadi seu quarto e você me salvou as coisas só foram te ligando a mim no ônibus eu estava muito confusa mas quando fiquei tanto tempo no hospital eu consegui esclarecer muita coisa em mim pode ser estranho para você ouvir isso eu não tenho sentimento de gratidão já que eu já havia aceitado a morte e você me tomou dela todas as vezes deve ter alguma razão para isso é só você aparecer e eu enlouqueço o que sinto por você Victor nem eu mesma conheço.

Emilly esperava uma resposta que não chegou Victor permaneceu em silêncio com o olhar fixo nos pratos.

Assim que o Rapaz começou a servir se Emilly o seguia ele parecia não prestar atenção nela foi como se tivessem desligado algo dentro dele seus olhos se tornaram opacos.

Emilly copiou todos os movimentos de Victor experimentou todos os pratos em silêncio reparando que todos os aperitivos Victor mergulhava em um molho que ela não havia ganhado sua curiosidade sempre grita mais alto fazendo com que a garota pegasse um pedaço de pão temperado e mergulhasse sorrateiramente no molho em seguida levando para os lábios onde sentiu um gosto muito ruim descer pela sua garganta fazendo com que a mesma engolisse quase inteiro o pedaço do pão deixando a enjoada.

– Estou me sentindo estranha. - Resmungou a garota chamando atenção do anjo.

– O que você está sentindo? - Perguntou Victor se levantando e colocando-se ao lado da jovem.

– Estou enjoada e minha cabeça está estourando.

– Não acredito que você provou o molho - Respondeu Victor abrindo a carteira de couro e deixando algum dinheiro sobre a mesa - Venha vamos tomar um ar.

Victor envolveu Emilly entre seus braços e a guiou até o elevador.

– O que era aquele molho? - Perguntou Emilly estremecendo.

– Sangue. - Sussurrou ele.

– Serio? - Assustou se ela. - E por que me deixou dessa forma lá no hospital eu sempre tomava bolsas de sangue e nunca fiquei assim.

– Digamos que há mais sangue meu em você do que o seu próprio sangue.

– Como isso é possível?

– Noite passada recarreguei suas baterias com isso e hoje de manhã também.

– Está dizendo que não sou humana?

– Você é humana mas seu organismo está bagunçado.

– Devia ter me dito isso! - Respondeu ela assim que a porta do elevador se abriu.

– Jamais imaginei que você faria essa loucura não sentiu o cheiro?

– Não.

Victor fechou a cara em uma expressão estranha deixando a jovem preocupada.

– Você está perdendo o olfato.

– Qual problema não vou sentir cheiros ruins.

– É mal sinal Emilly.

– Não quero pensar nisso agora. - Respondeu Emilly caminhando até o telescópio na extremidade da torre. - Eu já disse que sou apaixonada pelo céu?

– Não.

– Ele é tão lindo durante o dia e quando a noite cai ele é perfeito é como se Deus soprasse purpurina em meio a escuridão. - Respondeu ela mirando o telescópio nas estrelas.

– Tenho uma coisa para te dizer sobre o que você me disse lá dentro. - Respondeu ele.

Emilly soltou o telescópio e olhou para o jovem de olhos de esmeralda sentia seu cabelo dançar com o vento apenas liberou um sorriso.

– Não precisa me dizer nada eu já entendi que isso não importa pra você. - Disse ela.

– Engano seu. - Respondeu ele se aproximando- Quando você me disse aquelas coisas foi como se eu te dissesse o que sinto fiquei com medo de te perder e se eu não estivesse lá no hospital no momento certo Deus te sopraria no céu pra iluminar minhas noites mais sombrias quando te segurei no corredor ou quanto te tirei do lago você olhou nos meus olhos e não me reconheceu eu devia ter me sentido aliviado mas não me senti assim pelo contrário aquilo me deixou inquieto eu queria que você soubesse que eu estava ali o tempo todo Emilly eu esperei um pouco mais do que quatro anos para poder dizer tudo isso eu precisava resolver as interrogações eu não te vejo como uma garotinha doentia não mais vejo aqui na minha frente uma mulher a quem eu desejo mais do que tudo algo me faz querer trocar tudo que tenho pra ficar ao seu lado eu preciso de você.

Emilly não pode responder nada Victor já estava cercando a garota com seus braços apertando fortemente seus lábios nos dela era o primeiro beijo puro trocado entre os dois. Victor se controlou até onde pode mal conseguia respirar seus sentidos derreteram enquanto tinha a mulher sonhada em seus braços o correspondendo ferozmente em um ritmo perfeitamente encaixado. Emilly agora segurava firmemente os cabelos negros do amado anjo.

– Fiquei com medo de ser rejeitada. - Resmungou ela ainda abraçada ao Rapaz.

– Eu não seria louco. - Respondeu ele enquanto beijava a testa da garota. - Acho que temos que ir embora o que acha?

– Eu adoraria esse salto está me matando. - Sorriu ela.

– Gostaria de experimentar algo que nunca fiz com ninguém?

– Adoraria.

– Okay segure em minha mão e faça tudo que eu mandar mas não solte minha mão vou nos esconder dos olhos humanos.

Emilly assentiu. Victor agarrou a mão esquerda da garota fechou os olhos por um instante começando a correr assim que os abriu. Emilly se espantou ao ver que Victor iria pular da torre mesmo assim não soltou e para sua surpresa assim que Victor saltou levando consigo seu corpo foi como se ela pudesse voar a sensação de liberdade foi um momento unicamente magico, assim que o chão se aproximou Victor a carregou se dissipando em milhares de partículas aparecendo ao meio da sala vitoriana onde acabou trincando o chão que aterrissou.

– Isso foi fantástico! - Gritou Emilly assim que colocou os pés no chão.

– Emilly eu vou tomar um banho fique à vontade meu quarto fica ao lado do seu qualquer coisa pode me chamar.

– Tudo bem. - Respondeu ela - Acho que vou fazer o mesmo.

– Ótimo, boa noite. - Respondeu ele beijando a jovem.

– Ótima noite! - Respondeu ela correndo para a escada.

Emilly tomou uma ducha rápida entrando em desespero ao ver as camisolas e outras roupas de baixo altamente sensuais no Closet causando lhe um arrepio fazendo com que pegasse uma calcinha se enrolasse na toalha novamente em seguida olhando para cama que lhe causou repulsa fazendo a sair rapidamente do quarto. Encontrando se no corredor Emilly não teve outra saída a não ser invadir o quarto do anjo da guarda que ainda estava no banho com a porta aberta, Emilly mais que rapidamente vasculhou as coisas do mesmo até encontrar uma camisa que lhe fosse confortável escolhendo uma azul que estava no fundo da gaveta.

Com a toalha molhada em mãos Emilly não teve outra saída a não ser invadir o banheiro de Victor para estender a toalha assim que entrou paralisou ao encontrar Victor atrás do vidro fumê deixando a agua tocar lhe o corpo todo.

– Não esperava isso de você. - Respondeu ele ao perceber a presença da mesma.

– Eu - Emilly não conseguia responder o jovem ela estava aflita.

Victor desligou a ducha em seguida puxou a toalha enrolando à cintura encarando Emilly enquanto jogava os cabelos molhados para trás.

– Espere aqui vou vestir algo. - Respondeu ele passando pela porta sem fecha-la. - Pronto pode vir. - Chamou ele.

– Boxer. - Resmungou Emilly ao ver as vestimentas do rapaz.

– Desculpe se isso te constrange posso vestir outra coisa.

– Está tudo bem a casa é sua.

– O que veio fazer em meu quarto? - Perguntou ele ajeitando a cama e se jogando nela.

– Vir estender a toalha...

– Isso antes sou depois de vestir isso ai?

– Desculpe não fiquei a vontade usando aquelas coisas e muito menos ficando no quarto onde elas... Você sabe.

– Venha. - Chamou ele estendendo a mão. - Dividiremos essa cama por hoje apenas para dormirmos prometo.

Emilly pegou a mão de Victor e se deitou na cama macia extremamente confortável nem percebeu a maneira que Victor à fez deitar em seu peito musculoso.

– Alguém já deitou aqui? - Perguntou a garota tentando encontrar os olhos de esmeralda.

– Eu! - Respondeu ele sorrindo.

– Além de você engraçadinho.

– Apenas uma. - Respondeu Victor encontrando a desilusão no rosto da frágil garota. - Ela está deitada aqui nesse momento.

– Jura?

– Juro! - Respondeu ele sorrindo feito uma criança - É melhor você descansar amanhã será um longo dia.

Emilly abraçou Victor o dia seria insuportável mas por alguma razão Victor conseguiu amenizar a dor por hora.

Foi ouvindo as batidas do coração de Victor que Emilly pegou no sono, jamais havia percebido que havia um coração vivo pulsando no peito de Gabriel e agora ela podia ouvir nitidamente as batidas do amargurado coração de seu anjo.

Fechar os olhos foi como abrir os mesmo em outra dimensão lá estava ela na mansão Carmichael um pouco diferente do que conhecia, havia muita alegria no lugar com quatro crianças correndo de um lado para o outro três garotinhos e uma menina, um dos garotinhos lhe parecia familiar, a garotinha parava de correr e colocava a mão sobre o peito para poder respirar parecia adoecida.

–Alice querida você está bem? — Perguntou a mulher se aproximando.

–Mamãe!

–Clarisse controle as crianças já disse que a Alice não pode ficar com eles.

–Querido — Respondeu a mulher sorrindo — São apenas crianças.

Victor estava diferente havia amor em seus olhos, se derretia em frente a mulher e a filha.

–Gabriel chame seu irmão e se arrumem rápido seu tio Rogers vem nos visitar.

Emilly rapidamente olhou a criança era o próprio Gabriel e seus olhos reluzentes sorrindo olhando para ela como se a visse, ele resmungou algo, mas antes que pudesse ouvir seu cérebro despertou.

–Bom dia pequena. — Saldou Victor.

–O Gabriel tem um irmão?

–Como sabe disse? — Perguntou Victor enrugando a testa.

–Talvez ele tenha me contado.

–Impossível.

–Por que?

–Ele odeia o irmão, já faz muito tempo em que não se dão bem, Gabriel é a cópia da maldade de Miguel e Nathanael é diferente, ele é impulsivo como o irmão, mas não abusa do poder que tem, ele poderia se passar por um humano tranquilamente, eles são totalmente o oposto um do outro, dizem que todos os gêmeos são assim, menos os meus presumo.

–Eles são gêmeos, mas eu nunca o vi.

–Ele mora com Rogers, Nathanael é o predileto como Gabriel diz.

–Ele já havia me dito que Rogers comemoraria a formatura do predileto.

–Não tenho dúvidas, mas ele jamais te falaria que tem um irmão. — Respondeu Victor com uma expressão dolorosa.

–O que houve você parece preocupado.

–Nada, melhor se aprontar e descer tomar um café, a proposito tenho uma coisa pra você, deixei separado umas roupas para você pode usar o meu banheiro mesmo.

–O que tem pra mim?

–Surpresa! — Respondeu ele me deixando sozinha no quarto.

Emilly levantou se, caminhou até o banheiro onde se afundou na deliciosa banheira já preparada com vários sais de banho os seus prediletos, jasmim e Hortência. Seus pensamentos forma tomados pelo sorriso de Mellody, o colar eu a mesma havia lhe dado.

– Emilly querida, está tudo bem? — Chamou Victor.

–Já estou saindo.

–Seu café está na mesa.

Emilly enrolou se na toalha extremamente branca, abrindo rapidamente a porta do grande arco de mármore sendo surpreendida com a presença de Victor no quarto terminando de abotoar a calça social ainda sem camisa, o mesmo procurou os olhos de Emilly que encontrava se fascinada por uma beleza tão grande, seu corpo estremeceu o momento em que o mesmo tocou seus cabelos presos em um coque alto e firme desfazendo o sem nenhuma dificuldade.

Victor deveria se controlar, mas era difícil ter a pessoa que mais ama a sua frente, delicadamente se curvou tocando os lábios da jovem que se contorceu.

As cortinas do quarto ainda permaneciam fechadas resultando em pouca iluminação, Emilly sentiu o momento em que os lábios de Victor desceram por seu queixo até seu pescoço, o medo de ser mordida a enrijeceu.

Victor sabia o que estava acontecendo não conseguia se controlar, aos poucos deitou Emilly sobre a cama ainda desarrumada, suas mãos desceram até a toalha desenrolando a deixando o belo corpo da jovem ainda muito magra a mostra tocando seu interior, sua mente o mandava parar.

–Victor! — Chamou Emilly encontrando os olhos de esmeralda confusos — Está tudo bem, quero que continue, eu não estou com influência do seu sangue sobre mim, eu quero isso!

As Palavras de Emilly serviram como um sinal verde para seu anjo que delicadamente beijou cada pedaço de seu corpo fazendo a se contorcer, tomou todo cuidado para não ferir a amada que se entregou ferozmente a Victor.

Emilly esperou muito por aquilo, sentiu Victor despertar nela os desejos de uma mulher, a explosão de sentidos a enlouqueceu mostrando a ela cada detalhe oculto de seu corpo, a ensinou a divisão da dor e do prazer no momento em que ambos tornaram um só consumando um amor puro.

–Fazia muito tempo que eu não fazia isso. — Confessou Victor deitado ao lado da jovem.

–Achei que você havia dormido com muitas. — Respondeu Emilly sorrindo como uma louca.

–E eu dormi, mas com elas foi apenas sexo e aqui acabei de fazer amor!

Emilly olhou para Victor encontrando uma expressão nunca vista no rosto dele, ele estava extremamente feliz.

–Acho melhor tomarmos um banho rápido novamente e descermos, demoramos demais aqui.

Victor Segurou Emilly pela mão, guiando a até o banheiro bem iluminado onde a mesma tentou esconder seu corpo envergonhada.

–Você é linda não precisa disso! — Disse Victor puxando a jovem para debaixo d’agua.

O banho do casal demorou mais que o normal já que agora haviam dado um passo a diante no relacionamento.

–Venha logo! — Alertou Victor enquanto ajudava a abotoar o vestido de renda preta que havia escolhido para garota.

–Você está animado.

–É com a minha surpresa! — Respondeu ele desamarrotando a camisa preta — Como estou?

–Lindo!

–Tudo bem Emilly antes de descermos quero te entregar isso. — Respondeu Victor entregando uma caixa de veludo preta.

–O colar que ganhei da Mellody — Assustou se ela abrindo a delicada caixa — Eu o perdi no lago aquele dia.

–Eu sei não faz muito tempo que o tirei de lá, a luz da lua quando entrava pela estufa mostrava nitidamente o brilho da esmeralda, eu mandei restaurar por isso não te entreguei ainda. — Respondeu ele colocando o colar na jovem.

–Obrigada ele é muito importante para mim!

–Por isso eu o resgatei, por que fui eu que o arrebentei aquele dia no meu desespero em te tirar do lago.

–Você é meu anjo!

–É mais provável eu ser um demônio.

–Sendo somente meu é o que basta!

–É melhor descermos agora!

–Minha surpresa deve estar fria.

–Você só pensa em comer?

–Na maior parte do tempo, algum problema?

–Não, imagina gosto das mais cheinhas — Sorriu ele.

–Está aprendendo a ser engraçado, mas você não tem que gostar de tipo algum a não ser de mim. — Respondeu Emilly dando um soco de leve no braço do rapaz.

Victor arrastou Emilly o mais rápido que pode até a sala.

Emilly estremeceu como um bambu no momento em que notou a presença de duas pessoas na grande sala de carpete vermelho, seu coração explodiu em milhões de pedaços quando encontrou a estatura alta e magra a sua frente, o mesmo sorriso largo estava lhe saldando como de costume com seus olhos espremidos pelas bochechas empalidecidas.

–Lucas! — Soltou Emilly tentando conter as lagrimas de emoção.

–Emi, senti sua falta querida. — Respondeu Lucas estendendo os braços para Emilly que rapidamente correu em sua direção.

–Você não mudou nada! — Respondeu ela se encaixando nos braços de seu amigo que estava tão emocionado quanto ela.

–E você já é uma mulher, uma linda mulher! — Respondeu ele sorrindo — Quero te apresentar uma pessoa, Emilly essa é a Liss minha esposa.

–Você se casou! — Respondeu Emilly antes de olhar para a jovem atrás de Lucas.

–Já se passou muito tempo Emilly. — Respondeu Lucas abrindo passagem para Liss.

Emilly encontrou pela primeira vez uma jovem tão bonita, Liss era um pouco mais alta que ela tinha um corpo invejável os cabelos castanhos claros na altura do ombro com um desfiado impecável combinando para seu rosto oval.

–Já não nos conhecemos? — Perguntou Emilly achando semelhanças em Liss.

Liss nada respondeu apenas se aproximou de Emilly a surpreendendo com um abraço aconchegante como se fossem intimas.

–Liss a Emilly precisa tomar café antes de irmos ao velório. — Pediu Victor.

–Claro desculpe. — Pediu Liss se afastando.

Até a voz de Liss era familiar a Emilly. Emilly tomou um café bem reforçado, seus olhos em meio a conversa se deparavam com os de Victor a observar estremeceu.

Como de costume Lucas pediu que lhe entregasse a direção do Porsche Panamera preto fosco, Liss sentou se junto com ele no banco da frente, ela parecia fazer Lucas muito feliz e foi com essas observações que Emilly nem prestou atenção no momento em que o carro entrou no cemitério.

–Não sabia que já será o enterro. — Resmungou Emilly sentindo a dor ecoar em seu peito.

–O caixão está lacrado não há muito o que se velar Emilly.

Victor cedeu o braço para que Emilly se apoiasse enquanto andava.

Emilly encontrou muitas pessoas no local, mas havia um homem ruivo com sardas ele estava com um bebê em seus braços, Emilly se aproximou reconhecendo o pai de Mellody abatido enquanto acariciava a bebe adormecida.

–Emilly ele está se despedindo da filha não devemos nos aproximar. — Chamou Victor encontrando Emilly em prantos — Acalme se querida.

Emilly não deu ouvido a Victor soltou de seu braço e continuou a caminhar até o homem que estava desolado.

O homem ergueu os olhos azuis em direção a Emilly em seguida sorriu.

–Emilly. — Saudou o homem.

–Senhor eu sinto muito eu não pude ajudar ela.

–Ela te amou como uma irmã, ela falava muito de sua heroína.

–Ela foi minha heroína senhor. — Respondeu Emilly olhando para Clara adormecida nos braços do avô.

–Quer pega-la um pouco? — Perguntou o homem entregando a criança a Emilly.

Emilly pegou o pequeno corpo em seus braços, ela estava mais gordinha que o comum para a idade, o calor que transmitia era intenso causando uma confusão em sua mente no momento em que Clara abriu os olhos, Emilly percebeu as pessoas a sua volta desaparecerem, voltou a olhar para Clara, mas agora havia outro bebê em seus braços tão branco quanto uma folha de papel, dos cabelinhos lisos e negros, o bebê olhava para Emilly com seus olhinhos verdes enquanto sorria de forma doce como todo bebê. Emilly sentiu Victor tocar lhe o ombro, rapidamente ela olhou para seu anjo encontrando uma expressão assustada sabia que Victor estava vendo dentro de sua lembrança, ele entristeceu ao ver o bebê, Emilly colocou o bebê nos braços de Victor, mas assim que a mesma desligou qualquer toque com o bebe tudo desapareceu.

–O que foi isso? — Perguntou Emilly assustada.

–Isso o que? — Disfarçou Victor enquanto entregava o bebe novamente ao avô — Precisamos ir querida — Continuou ele forçando Emilly a andar.

–Não podemos sair assim! — Respondeu Emilly parando assim que se aproximaram de Lucas e Liss. — O que houve lá atrás?

–Querida eu prometo te contar assim que eu puder, por favor Emilly confie em mim! — Pediu Victor se curvando e beijando a garota em seguida se afastando desesperado.

–Não acredito no que meus olhos estão vendo. — Disse alguém.

Emilly virou se para ver quem havia chamado atenção de Victor, seu coração se apertou em desespero ao ver um homem alto loiro e musculoso fitando a com os olhos cor do céu.

–Até que enfim arranjou uma namoradinha, o que me surpreende na verdade é o fato dela ainda ser humana, uma linda humana confesso me daria muito prazer em dividir a cama com ela. — Continuou o homem aproximando os dedos da face de Emilly — O problema é que é proibido namorar um humano poderia gerar um hibrido.

–Como seus filhos? — Perguntou Victor enquanto se colocava em frente a Emilly apertando fortemente o braço do homem.

–Qual problema meu irmão? Não vamos mais dividir a mesma carne? Deixe me ter o corpo dela que ela vai te esquecer rapidinho.

–Eu deveria mesmo ter te matado Miguel.

–Mas não matou e aqui estou eu.

–Se tocar nela eu vou terminar o que comecei.

–O que ela tem de tão especial? Não vai me dizer que se apaixonou novamente, mesmo depois da Clarisse ter sido tirada de você?

A voz do homem causava uma dor extrema no peito de Emilly que caiu sobre os próprios joelhos sendo amparada por Liss desesperada ao seu lado.

–Vá embora Miguel! — Interrompeu Lucas.

–Cão de guarda nem notei a sua presença, aproposito qual é a sensação de ter visto Clarisse ser estraçalhada a sua frente e você não ter força para fazer nada? — Continuou Miguel tentando encontrar os olhos de Emilly por detrás de Victor — Por que estão todos protegendo essa garota o que ela tem de especial? A não ser que! — Assustou se Miguel enquanto alargava um grande sorriso de pura maldade — Não me diga que você fez isso Victor, claro que você fez não é mesmo? Você cavou sua cova vai ser exilado e eu tomarei meu trono novamente ao lado dos meus filhos, isso tudo por que você é um idiota apaixonado, vai perder tudo por ela.

–Eu não me importo com essa merda de reino Miguel, afinal você nunca vai entender isso.

–Ótimo se eu fosse você iria correndo se esconder por que quanto antes eu conseguir tudo melhor. — Respondeu Miguel se afastando — Até logo irmão.

–O que ele quis dizer com tudo aquilo? — Perguntou Emilly sendo colocada no banco de trás do carro junto com Liss.

–Eu vou explicar meu amor só tenha paciência um pouco mais, Lucas vá o mais rápido possível para o aero porto — Continuou ele tendo como resposta Lucas pisando com força no acelerador. — Rogers irmão ele nos encontrou, sim ele a viu — Disse Victor com o celular no ouvido— Eu sei meu irmão, onde posso te encontrar, Brasil, estarei ai ao entardecer, festa? Serio mesmo? Ele deve estar muito feliz, até mais irmão.

–Você disse Brasil? Eu não quero voltar Victor! — Reclamou Emilly.

–Querida confia em mim eu preciso do meu irmão caso contrário eu não voltaria, é por pouco tempo te prometo.

–Não quero reencontrar ninguém se eu puder ficar com a minha mãe.

–Querida vai ter uma festa fantasia, Rogers já mandou comprar as nossas para que não te reconheçam, já fazem quatro anos, pelo menos vai poder ver a Roberta mais uma vez.

–Talvez você tenha razão, mas e nossos passaportes ficaram na sua casa.

–Emilly querida talvez seja a última vez que eu use a influência dos Carmichael. — Respondeu Victor assim que o carro parou.

Não me surpreendeu o momento em que entramos na fila do embarque e Victor apenas mostrou sua identidade em seguida já estávamos entrando na primeira classe.

–Estou com medo! — Resmungou Emilly assim que se sentou ao lado de Victor.

–Eu vou te proteger Emilly, nem que isso custe a minha vida.

–Por que eu?

–Por que eu te amo Emilly só por isso.

Emilly sorriu ao ouvir as palavras de Victor.


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