– Podemos... – Jôh arfa e coloca a cabeça entra os joelhos. – Água.

Anne se oferece para comprar água para todos, e diz para o resto do pessoal ficar ali. Ela volta com quatro garrafas na mão. Todos tomam água como se acabassem de ter saído do deserto, e saíram.

Eles decidiram que a melhor maneira de chegar à Nova York era pegando um ônibus na estação rodoviária, a viagem seria longa, mas menos longa que de a pé.

– Precisamos conseguir dinheiro para as passagens. – Diz Nico andando de um lado para outro atrás do banco. – Não dá para continuar assim, vai demorar muito.

Todos concordaram.

– Eu posso conseguir o dinheiro que precisamos... Talvez. – Anne olha fixamente para Pub* do outro lado da rua. – Esperem aqui. Já volto.

– Eu vou junto! – Leo diz, levantando-se do banco.

– Tudo bem, vamos.

O pub era um lugar meio barra pesada, o cheiro de álcool lá dentro deixava Leo enjoado.

Em um dos cantos, perto de um balcão, uns motoqueiros bêbados discutiam. Mais ao meio, um grupo de homens grandões, fortões e vestindo jaquetas de couro se reuniam em volta de uma mesa de poker.

As pessoas olhavam de um jeito estranho para Leo e Anne, mas não disseram nada.

Eles se aproximaram da mesa de poker, e, pelo que puderam notar, o jogo já havia acabado. Um homem baixinho, com barba e bigode longos, casaco de couro marrom, jeans surrados e cara de mal contava o dinheiro que, provavelmente, havia ganho na aposta.

– Quatrocentos... Quinhentos dólares! – Disse ele. – Mais alguém? Algum outro perdedor quer apostar?

Ele começou a olhar ao seu redor, com sorriso banguela.

– Vamos lá pessoal! – Continuou. – Não sejam tímidos. Eu quero o dinheiro de vocês!

Anne olhou para Leo, que acenou positivamente. Ela deu um passo à frente, se aproximando da mesa.

– Eu quero jogar. – Ela disse, olhando diretamente para o carinha banguela, tentando transmitir confiança.

– Olha só! O que temos aqui? Uma pirralha nanica e seu amiguinho magrelo. – o banguela pareceu pensar um pouco. – Tudo bem, garota. Quanto você aposta?

– Aposto quinhentos dólares.

– Você tem todo esse dinheiro? – banguela pergunta, desconfiado.

– Claro que tenho, se não estaria apostando, duvida? – Anne perguntou, sentando-se na frente de seu oponente.

– Duvido. – responde ele.

– E você, quanto aposta?

– O mesmo. – ele põem o maço de dinheiro em cima da mesa e solta uma risada debochada. – Essa vai ser fácil.

O jogo foi longo e cansativo, o banguela realmente era bom, mas Anne era melhor! Isso que dá morar em Las Vegas.

– Ganhei! – a garota gritou, levantando-se, aquilo não era nenhuma novidade para ela.

– Co... Como você fez isso? – o banguela gaguejou, perplexo.

– Sei lá. – ela deu de ombros. – Agora, passa a grana, por favor!

Ele entregou o dinheiro numa boa, o que Valdez achou estranho, mas não comentou nada.

Quando os dois voltaram, encontraram Jôh e Nico conversando amigavelmente, mas mantendo uma certa distancia. Os quatro se reuniram para decidir o que fazer em seguida.

Nico comprou as passagens na estação rodoviária, gastando cerca de cento e cinquenta dólares.

Pegaram o ônibus as 4 horas da tarde. Jôh e Anne foram juntas, atrás delas,Nico e Leo tagarelavam sobre alguma coisa que não dava para entender.

A viagem foi tranquila, tranquila até de mais. Fizeram uma parada durante o caminho em um restaurante na estrada para jantar.

– Nenhum sinal de monstro, isso está muito estranho. – Nico comentou, olhando ao seu redor, no estacionamento no restaurante.

– Ok. Vamos jantar! Eu estou com fome! – diz Valdez, com a mão na barriga.

Quando terminaram de jantar ainda tinham mais ou menos uma hora ate o ônibus pegar a estrada novamente.

O gato, ao qual Jôh deu nome de Kratos, havia voltado, e lhes seguia para qualquer lugar que fossem, isso deixava Nico irritado.

De repente Kratos eriçou os pelos das costas e começou a miar sem parar.

...

* Pub: É um estabelecimento licenciado para servir bebidas alcoólicas.