A Vingança escrita por Lara Ramos


Capítulo 17
Pequena conversa contrangedora


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!! Esse cap é concentrado só na Jôh e no Nico, como algumas pessoas pediram.



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Jôh saiu do cômodo limpando as mãos na calça jeans. Seus olhos estavam claros agora, e nebulosos como se não soubessem onde estavam.

Nico deu dois passos para a porta, mas ela colocou uma mão em seu peito, o impedindo de entrar.

– O que está feito, está feito. – Disse colocando a adaga na bainha.

– O que você fez? – Perguntou Anne, sussurrando nervosa.

– Ele disse que seu nome é Joufrey. – Avisou. – Disse que sua senhora tinha planos para Helena... Queria causar uma morte em grande escala em NY para que os deuses parassem de existir, pois ela os odeia.

Todos olharam para ela espantados.

– Ele só falou isso nesse tempo todo?! – Exclamou Nico, segurando ela pelos ombros.

Ela baixou a cabeça.

– Não sabia que... Desculpa. – Pede. – Desculpa! – Grita.

Jôh sai correndo pela porta como um furacão.

– Ela está fora de si. – Leo declara, puxando algumas coisas dos bolsos do cinto.

– Tenho que ir atrás dela. – Anne começa a caminhar para a porta por onde Jôh saiu. – Vai que ela faça uma loucura.

– Não. – Nico se coloca na frente de Anne. – Eu vou atrás dela. Acho que eu entendo ela um pouco melhor do que vocês

Anne e Leo se olharam, estranhando o que acabaram de ouvir.

– Enterrem o garoto. – Diz Nico, saindo pela porta.

Nico andou por vários locais tentando achar Jôh, casas, edifícios, mercados e bares, mas achou ela no lugar mais improvável possível. Em uma pracinha de criança abandonada.

Jôh estava sentada em um balanço olhando para o chão. Ela segurava a sua adaga. Passou o dedo no fio da adaga, provocando um corte fino no dedo. Olhou para o sangue com atenção depois olhou a adaga e a jogou longe. A adaga parou nos pés de Nico.

Pegou a adaga, e foi ate o balanço do lado de Jôh.

– O que está fazendo aqui? – Pergunta, limpando os olhos com rapidez. – É melhor voltar para Anne e Leo, devem estar preocupados.

– Eles sabem que eu estou aqui. – Responde. – Acho que isso é seu. – Ele mostra a adaga para Jôh.

– Não tenho mais direito a segura-lá. – Responde com frieza.

O vento bate forte neles, fazendo a areia levantar sobre eles. Com o vento vem o silencio entre os dois.

Alguns minutos se passam.

– O que aconteceu lá dentro? – Pergunta Nico, olhando para Jôh.

Com um suspiro ela começa a falar.

– Já sentiu como se tivesse dois lados dentro de você? Um negro, e um branco. - Diz com muita dificuldade. – Os dois lutam para ver quem fica com o poder sobre você. Você tem certeza que tem que ficar com o lado branco, mas o negro parece tão cativante. – Jôh parecia cansada, e com medo. Também parecia a primeira vez que falava aquilo em voz alta.

– Sim, convivo com isso todo dia de manhã. – Responde Nico, lembrando-se dos dias que a escuridão caia sobre ele como um machado. – Mas a questão é, que lado você escolhe, e não, que lado vai te escolher.

Jôh sorri de canto.

– Filosofo, em? – Brinca Jôh. – Mas, eu não sei que lado escolher. Gosto de ser boa, mas gosto de ser má. – Uma lagrima escorrega de seu olho. – Sou um desastre!

– Você não precisa ser branca, e nem negra. O que acha de cinza? – Os dois sorriem um para o outro.

O silencio cai de novo, mas Nico resolve resolver um assunto que o incomoda.

– Por que brigamos? – Perguntou Nico, fazendo Jôh corar fortemente.

– Tal-tal-talvez por que você tentou me beijar no castigo. – Responde gaguejando. – Então quando eu me recusei a te beijar feri seu grande ego.

– Não tenho um ego. – Responde Nico, começando a se balançar no balanço. – E você ficou braba comigo por eu tentar te beijar, pois você nunca foi beijada? – Ironiza Nico, rindo da situação.

– Isso mesmo. – Cora fortemente, Jôh.

Nico para de se balançar, e olha abismado para Jôh.

– Como assim? Você tem o que? 14 ou 15, e é incrivelmente linda com esses olhos violetas, e com essa pose de durona... – Nico percebe o que estava falando e cala a boca.

Jôh cora dessa vez tão fortemente, que ate suas orelhas ficam vermelhas, e seus olhos assumem um brilho diferente.

– Está melhor? – Nico pergunta nervoso.

– Claro. – Os dois se levantam juntos. – Vamos?

– Vamos.

Os dois se encaminham para a cabana que Leo e Anne estavam. Quando chegaram a cabana a cova já estava feita, e o corpo dentro.

Ninguém fez perguntas, simplesmente pegaram suas coisas e foram embora. Todos estavam ansiosos para sair da cidade abandonada.


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Notas finais do capítulo

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