Desventura Divina: A Jornada de Ouro escrita por Lady Meow


Capítulo 4
Encontramos um ladrão de páginas, quer dizer, somos encontradas por ele


Notas iniciais do capítulo

Oiie :3
Trouxe mais um capitulo como prometido!
Estou ficando um pouco triste com vocês, nenhum review e mais nenhum acompanhamento? T.T
Menos assim, vou postar o capitulo porque sou boazinha :')



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VALENTINE

A sala do arsenal ficava em uma espécie de sótão que ocupava praticamente todo o segundo andar. Subimos uma rampa para chegar lá, Quíron havia escondido sua parte centauro em uma espécie de caixa magica que era uma cadeira de rodas disfarçada. Só não me pergunte como ele fez isso.

Havia todo tipo de armas espalhadas pelas sala: espadas, lanças, escuros, elmos de batalha, armaduras, machados... E também alguns bonecos de palha com um alvo pintado onde deveria ficar o coração.

– Antigamente tínhamos muito mais dessas - Quíron suspirou triste.

– Era um acampamento de verão ou um acampamento para treinar um exercito? – Disse Ronnie admirada por todas aquelas coisas.

– Os dois. – Ele respondeu.

– Como é pesada – Eu disse pegando uma espada média – Isso não é bronze comum!

– Não, é chamado de bronze celestial. Mata monstros só de encostar-se à pele deles.

– Que legal – Murmurou ela enquanto golpeava um inimigo invisível com uma faca de bronze.

– Podem ficar a vontade e escolher a melhor arma para vocês, pode ser qualquer uma! – Fui andando em direção a uma pilha de lanças – Menos você, Valentine!

– Por quê?

– Meio-sangues como você não podem usar armas de bronze como os outros.

– Por quê?

– Existe um tipo de ferro apropriado para você. – Ele me levou até um canto da sala, onde estava um baú. Quíron destrancou a trava e o abriu. – Essa é a única coisa de ferro estigio que temos – E me entregou um arco e uma alveja com várias fechas ambas eram totalmente negras. – Um arco desses é muito raro. É feito somente no Mundo Inferior.

Sorri em agradecimento e me virei para um daqueles bonecos com alvos. Eu nunca havia usado um arco e flecha na vida. Mas não foi tão difícil quanto eu pensava. Com a flecha já na mira, depois de respirar fundo por um bom tempo, soltei o arame que a prendia, deixando apenas o zumbido no ar enquanto a flecha fincava-se no centro do alvo.

– Bom trabalho, Katniss! – Ronnie disse dividido um boneco ao meio com um machado de bronze. Eu não tinha visto ele em nenhum lugar da sala.

– Agora que vocês já escolheram suas armas, precisam arrumar suas mochilas. Vocês partiram ao anoitecer! Não podemos perder tempo! – Quíron disse. – Argos as levará a estação de trem assim que ficarem prontas.

– Mas já? - Perguntei

– Temos apenas sete dias para completar a jornada. Acho que não podemos perder tempo...

~ Ω ~

Depois de arrumadas, assim que anoiteceu já estávamos na estrada. Argos dirigia a caminhonete com o logo do Acampamento Meio-Sangue, ele tinha olhos por todo o corpo (isso dava um pouco de agonia) e não era muito de falar. O único barulho era o do motor da caminhonete e a chuva que caia do lado de fora. Eu fiquei pensando em Nico. Não sabia o que tinha acontecido com eles depois de ter me ajudado a nós levar pelas sombras para a casa dos diretores do acampamento. Acredito que ele deveria estar exausto (fantasmas se cansam três vezes mais que os humanos) e ter resolvido ficar no Mundo Inferior para recuperar as forças.

Apertei o envelope marrom contra meu corpo. Ali estavam algumas paginas copiadas daquele livro sobre a Jornada de Ouro, tudo que precisávamos saber sobre ela estavam naquelas folhas e eu não poderia perdê-la. Pena que o destino quis o contrário.

Fomos deixadas em uma pequena estação no meio do nada, literalmente. Só tinha mais 3 pessoas ali e elas não me pareciam ser confiáveis. Finalmente o trem parou em frente à estação, decidi que seria mais seguro embarcar no ultimo vagão. Quando tentei passar pela porta, um rapaz resolveu sair na mesma hora e acabamos nos esbarrando na porta.

– Desculpa. – dissemos ao mesmo tempo. Ele era lindo e então bateu bruscamente no meu ombro:

– Cuidado por onde anda! – Resmunguei

– Cuidado com as coisas que você leva na mão! – Respondeu. Eu não entendi o que ele quis dizer, então dei ombros e me sentei no banco em frente ao da Ronnie. O trem estava começando a se mover.

Joguei minha capa de chuva ensopada de qualquer jeito e coloquei minha mochila no banco ao lado. Foi ai que me dei conta que o envelope já não estava mais comigo e nem pelo chão do vagão. O rapaz acenava da estação com um envelope marrom vazio enquanto varias paginas flutuavam na chuva.

– Algum problema, Valentine? – Perguntou Ronnie depois de tirar os fones de ouvido – Quem era aquele cara?

– Acho que nós temos um problema, Ronnie. – Eu disse, tomando folego – Aquele cara roubou o envelope com as paginas sobre a jornada!

– O que? – Ela deu um pulo – Jura mesmo? Estamos ferradas!

– Como vamos completar a jornada agora?

– Espere ai, como aquele cara sabia que as paginas do livro estavam naquele envelope? – Ela olhou para a janela, a chuva havia parado e estávamos passando por uma cidade, logo depois entramos em uma reserva natural. Poderia jurar que estava ouvindo passos vindos do lado de fora do expresso. Passos de algo grande.

Um barulho imenso veio da frente na parte de fora do vagão que parou na mesma hora. O silencio era imenso.

– O que foi isso?

Outra batida forte. O metal de uma das laterais chegou a ficar marcado. A forma de dois punhos fechados. Seja lá o que era, estava mesmo determinado. Na terceira vez o vagão saiu dos trilhos e foi jogado para lado.

Sai rolando pelo piso e bati a cabeça na outra fileira de bancos. Fomos jogadas no ar e batemos contra uma fileira de arvores. O que estava nos atacando era realmente muito forte.

– A gente tem que sair daqui ou vamos virar um monte de ferro amassado. – Disse Ronnie agarrada ao encosto do banco.

Juntas chutamos o vidro de uma das janelas, criando uma pequena saída de emergência improvisada.

– Fico pensando o que a minha mãe acharia de me ver praticando esse tipo de vandalismo em um vagão de trem!

– Você provavelmente não estaria viva para ficar de castigo. Um mês sem celular e internet. Acho que no mundo inferior deve ter wi-fi? – Eu disse escorregando pela passagem, um caco de vidro acabou ficando e fez um belo corte no meu braço.

– Seu pai tem que ser generoso não? Como assim você vai para Campos Elísios que é quase a mesma coisa que o paraíso para as almas boas e não tem wi-fi? – Ela disse, já estava do lado de fora. O estrago na superfície do vagão deveria render um processo milionário para a empresa de trens.

Mal tive tempo de responder quando o que restava daquele vagão foi novamente tirado e lançado para o outro lado da clareira por um ciclope. Ele deveria ter mais de 2 metros, mãos enormes e um único olho remelento, faz quantos séculos que ele não lava o rosto depois de acordar?

Tirei uma fecha e posicionei o arco. O ciclope não pareceu se sentir intimidado com meu possível ataque e partiu para cima de mim. Ele saltou sobre mim, mas então me joguei na grama gelada e rolei de lado. Apesar de ter deixado uma cratera do tamanho de um trator no chão (se os ufólogos vissem aquilo, achariam que foi algum extraterrestre), meu “amiguinho” grandalhão não se deixou abalar. Aproveitei o fato de que ele enxergava vão para c****** e enviei uma das minhas fechas em seu tornozelo. Urrou de dor e com o tempo que ele levou para arrancar a flecha da li, eu me levantei e me armei novamente. Onde aquela doida havia se metido?

– Sabe cara, sei que você é feio que doí, eu também não sou bonita, te entendo. Mas você N-U-N-C-A vai arranjar uma namorada batendo em duas garotas que juntas não tem nem a metade do seu tamanho! – Disse ela do outro lado dos trilhos, que girava algo feito de bronze pela corrente com o dedo. O grandalhão ficou hipnotizado com o circulo dourado formado pelo que parecia ser um relógio de pulso e esqueceu-se de me atacar... e também nem ligou pois o relógio se transformou naquele machado de bronze celestial e Ronnie partiu para cima dele.

Assim que ele despertou do transe, tentou atingi-la com o braço, mas o machado acabou de fincando no seu ombro, ela aproveitou e usou seu cabo para subir atrás da cabeça dele. Agora eles travavam meio que um cabo de guerra pela posse do machado. Logo entendi a ideia dele: era usar o machado para arrancá-la de suas costas e lança-la longe.

Apontei outra fecha em direção a ele. Tinha que ter cuidado a onde acertar pois poderia atingir ela ou perder uma das minhas flechas em vão. Atirei três vezes, uma ele conseguiu agarrar com a mão e desviar da segunda. A terceira o atingiu em cheio na barriga. O ciclope de desintegrou, deixando uma nuvem de pó (igual a daquelas tintas coloridas que são usadas em guerras de festas) no ar e em Ronnie.

– Você está ficando muito boa nisso! – Ela disse tirando o pó escuro da sua blusa – Só precisa ter cuidado a onde o resto desses monstros nojentos vai cair! Eca!

– Pode deixar – Ri, então percebi que algo colorido e pequeno jogado onde o ciclope estava. Um panfleto. – Vem dar uma olhada nisso aqui! – Chamei-a

– Por que diabos um ciclope andaria por a com o panfleto? – Perguntou. Peguei-o e tirei um resto do pó.

Para variar, estava em grego antigo, o que facilitou tudo:

A MAIOR FONTE DE SABEDORIA DO UNIVERSO. VISITE AGORA A LIVRARIA ATENAS, COM TODOS OS LIVROS EXISTENTES NO MUNDO.

RUA: ALBERT OWL, Nº06, BAIRRO JOSH ONDERWALL, WASHINGTON D. C.

ABERTA DAS 8:30 AS 16:30.

– Isso está em dando uma ideia. Se nessa livraria deve ter um daqueles livros que contava coisas sobre a Jornada de Ouro!

– Vamos para lá agora! – Concordei, era arriscado, mas não tínhamos outra saída – Vi algumas luzes entre os galhos das arvores. Deve existir uma cidade não muito longe daqui. Talvez um 1 km seguindo os trilhos.

– Não gostei da parte do 1 km. Mas fazer o que não é? –

Assenti. Então começamos a andar seguindo os trilhos do trem. Depois de um tempo de corrida (resolvemos correr, pois levaríamos muito tempo para chegar lá e já estava de noite. Mas também, por algum motivo não consegui invocar as sombras para viajar entre elas) já estava começando a ficar cansada. Estava torcendo para nenhum outro trem resolver usar aqueles trilhos.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram?
Esse capitulo teve looks, e aqui estão:

RONNIE: http://www.polyvore.com/sem_t%C3%ADtulo_159/set?id=106228356
VALENTINE: http://www.polyvore.com/sem_t%C3%ADtulo_157/set?id=106227126

Os créditos dos looks vão para a minha amiga, a Gih. Ela que os fez :3

Comentem, assim saberei que vocês gostam da historia e então irei postar o próximo capitulo mais cedo :)



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