Um amor em meio a guerra escrita por JRaquel


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Meninas, desculpem a demora, mas estou realmente sem tempo, estou escrevendo no meu horário de almoço, super corrido, porém como falei antes, não vou mais abandonar.

Me desculpem algum erro de digitação ou formatação, pois estou postando do celular.
Espero que gostem! Boa leitura.


Capítulo narrado pela Regina.



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 Eu ainda não podia acreditar, Emma Swan estava em Hogwarts e ainda por cima tinha um filho. Então Neal tinha falado a verdade, ela havia engravidado e o filho era dele. Como eu pude ser tão idiota em acreditar, que um dia ela me amou? Eu fui só um objeto, que ela usou para ganhar uma maldita aposta. Ela sempre gostou mesmo daquele imbecil.

Se a ausência dela havia sido terrível para mim nesses anos, a presença dela prometia ser muito pior. Como iria conviver com ela sem perder o juízo e voar no pescoço dela? Por que era exatamente isso que eu tinha vontade de fazer, jogar naquela cara de sonsa e boa moça, que ela era um ser desprezível, egoísta e traidor. Pensando nisso acabei adormecendo.

 

O primeiro dia de aula é sempre o mais irritante, crianças ansiosas que não conseguem fechar o bico, perdidos pelos corredores da escola, correndo de um lado para outro. Quando entrei em minha sala vários alunos já estavam acomodados em seus lugares, mas ainda havia um lugar vazio na frente a minha mesa.

Quem seria o pirralho que se atreveria a chegar atrasado logo no primeiro dia e em minha aula? Ah, seja quem for ele está perdido. Ouvi a porta se abrindo e me virei para ver quem era.

— Desculpa professora, pelo atraso... Eu me... perdi. - O garoto entrou correndo, sem fôlego.

— Eu não tolero atrasos em minhas aulas, não me importo se você se perdeu ou o que aconteceu, eu quero meus alunos, todos os alunos, na hora certa, sentados em seus devidos lugares antes que eu chegue aqui. Me entendeu? - Falei sem paciência, chegando muito próximo dele. Já não bastava ele ser filho dela ainda ia querer chegar atrasado e me desafiar?!

— Sim, senhora! - Ele concordou, parecendo estar apavorado.

— Ótimo! - Falei, encerrando aquele assunto.

A aula ocorreu tranquila, mais do que eu podia esperar, vez ou outra eu pegava o menino, Henry me observando. Tudo bem, ele não parecia um menino ruim, pude perceber isso no trem, ele também não tinha culpa de ser filho da Emma com aquele cabeça oca do Neal. Fiquei reparando e ele lembrava muito o jeito da sua mãe, porém não conseguia o achar parecido com seu pai. Acho que isso era bom, faria eu me lembrar menos o quanto fui traída.

A aula acabou e os alunos foram se retirando o mais depressa possível, acho que eles tinham medo de mim. No entanto um aluno permaneceu na sala.

— Henry a aula acabou. - Falei sem olhar para ele.

— Eu sei professora, só gostaria de lhe agradecer. - Ele foi falando e indo em direção a minha mesa. Ficando parado bem na minha frente com uma cara de feliz.

— Me agradecer pelo quê? - Fiquei realmente confusa, porque ele estava me agradecendo?

— Por ontem, sabe professora, por ter tirado o meu medo, ter me dito aquilo do chapéu seletor.

— Ah, então é isso, não precisa agradecer, vejo que o chapéu realizou seu desejo. - Falei me referindo as roupas da Grifinória, que ele vestia.

— É, mas a senhora sabe, que por um momento eu quase não pedi para ir pra Grifinória. - Ele falou com uma olhar, que eu não consegui decifrar.

— Sério? Achei que, pelo que você falou esse fosse seu maior sonho.

— Sim, era. Porém minha mãe me falou, que na Sonserina não existem só Bruxos ruins, que muitos são bons e incríveis. Sabia que o chapéu quase me mandou pra lá?! - Isso me pegou de surpresa, confesso, mas só da mãe dele se mencionada já havia estragado meu dia.

— Nossa, que animador, sua mãe entende tudo sobre sonserinos então. Olha Henry, a aula já acabou certo, então sugiro que vá embora. - Falei de forma ríspida.

— Tá bom. - Ele concordou, fazendo uma carinha de desânimo. Quem Emma Swan pensava que era para falar sobre sonserinos? Ela não tinha esse direito, nem mesmo para falar bem. Por mais raiva, que eu tivesse dela, fiquei com o coração doendo de ver Henry com um semblante de tristeza.

 

FLASHBACK

— Hei Mills? Espera. - Ouvi Robin me chamando e correndo em minha direção.

— Hoje não Robin, me deixa em paz, porque eu realmente não estou com paciência pra você. - Meu dia estava sendo uma droga como de costume e ainda teria que aguentar esse garoto metido me incomodando.

— Nossa Gina, essa doeu. - Falou fazendo um gesto exagerado, como se fosse atingido no coração. Achei tudo aquilo patético.

— Primeira coisa: Meu nome é Regina, Não Gina. Segunda coisa: Pouco me importo com você e agora me da licença porque não estou muito feliz em falar com você. - Garoto estúpido, não acredito que um dia tenha...

— Não era isso que você me dizia quando era louquinha por mim e se rastejava aos meus pés, amorzinho. - Não consegui acreditar que estava ouvindo mesmo aquilo. Ele falou como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo. Em que mundo eu rastejava aos pés dele? Está certo que nós tivemos um envolvimento, mas em nenhum momento cheguei a gostar dele.

— Acho bom você cuidar o que anda falando por aí, porque você não é tudo isso! E cala essa sua boca imunda antes, que eu acabe com você! - Falei com muita raiva, eu estava prestes a avançar naquele idiota.

— Não sou tudo isso?! Ai aí Gina, então deixa eu te mostrar como posso ser tudo isso. - Robin começou a se aproximar de mim, me puxando pelo braço com agressividade.

— Me solta Robin! - Pedi, pois já estava sentindo meu braço doer.

— Hei, não ouviu ela mandando você a soltar? - Ouvi uma voz conhecida de longe.

— E se eu não quiser, o que você vai fazer?

— Vou mostrar como se trata uma mulher, Robin. - Sério que ela estava falando isso mesmo? Emma Swan realmente se acha, mas ela estava ali enfrentando um garoto por mim. Isso era novidade.

— Emma, eu sei me defender, obrigada! - Falei mais para não parecer uma bobona indefesa.

— Não parece que sabe Regina, agora vamos. - Emma simplesmente ordenou e me pegou pelo outro braço.

— Não se meta em assuntos, que não lhe dizem respeito e a Regina vai ficar aqui comigo.

— Garoto cala essa sua boca, você me dá nojo. Ela vai aonde quiser, ela é livre para escolher e sai da minha frente antes que eu quebre essa sua cara. - Emma vociferou para Robin, não, ela estava gritando com ele. - Regina, você vai ficar aqui ou vai comigo?

— Eu... Vou com você. Então ela me segurou pela mão e saiu, praticamente me arrastando dali, eu fiquei sem reação, apenas continuei segurando a mão dela.

Eu estava perdida em pensamentos enquanto caminhávamos pelos corredores e não sei ao certo em que momento, ela parou na minha frente, me encarando com a respiração acelerada e simplesmente acariciou o meu rosto. Eu nunca havia sentido algo parecido com o que senti quando Emma tocou a minha pele com uma delicadeza, que eu sequer imaginava existir. Eu nunca reparei o quanto ela era bonita, o cabelo, os olhos eram sem dúvida os mais bonitos que já tinha visto em minha vida e a boca dela era tão linda, tão rosada, tão convidativa. Eu me peguei com vontade de beijar Emma Swan, eu estava ficando louca, mas pela primeira vez em minha vida eu não queria pensar nas consequências, alguém me defendeu, me protegeu e por mais que isso fosse difícil de adimitir, ela estava mexendo comigo, eu só não queria aceitar.

— Regina... - Emma pronunciou meu nome de um jeito, que jamais alguém pronunciou antes e colou sua testa a minha. Eu podia sentir a sua respiração na minha, seu hálito fresco se misturando ao meu. Óh ceus, eu queria a beijar e muito, mas não tinha coragem de tomar a iniciativa.

Então ao invés de beijá-la só consegui pronunciar o seu nome e fechar os olhos a espera do que estava por vir. Eu não precisei esperar muito, assim que terminei de falar, Emma me segurou pela cintura me aproximando mais de si, para logo em seguida selar nossos lábios em um beijo suave e cheio de emoções que nem eu sabia que podia existir entre nós. Eu tinha várias certezas naquele momento, mas a que mais importava era que, definitivamente, eu não queria estar beijando nenhuma outra boca a não ser a dela.

 

FIM DO FLASHBACK

 

Tudo que eu desejava era que Emma Swan sumisse de minha vida novamente e dessa vez para nunca mais voltar. Enquanto caminhava pelos corredores imensos, passei em frente a sala que ela estava dando aula. Fiquei observando por um minuto, tentando não ser percebida.

Era como se os anos não tivessem passado,  ela continuava com aquele jeito seguro de ser , falava com tamanho entusiasmo, explicando e respondendo as perguntas daqueles pirralhos. Contudo, havia algo diferente nela, uma expressão de amargura ou tristeza, não conseguia definir o que era, mas também não me interessava, nada relacionado a essa mulher me interessava. Ela me usou, me traiu e ainda tinha um filho feito dessa traição. No mesmo momento uma raiva enorme foi reacendendo dentro do meu peito e eu saí a passos largos para o mais longe que eu podia.

Só tinha um lugar que eu usava para me esconder momentos de raiva ou tristeza: A biblioteca, mais especificamente, o corredor mais distante, ninguém nunca ia até lá. Levei um susto ao me deparar com Henry, sentado na mesa em que eu usava para me refugiar, desde minha adolescência. Ele nem deveria estar ali.

— O que você está fazendo aí garoto?

— Eu gosto de livros professora. - Ele respondeu como se fosse a coisa mais óbvia.

— Então porque não estou vendo nenhum livro com você? - Que garoto ingênuo, achava mesmo que eu acreditaria nele.

— Desculpe professora, eu só queria ficar sozinho um pouco, as vezes ser um Swan não é legal. - Ele choramingou. Eu não deveria, mas sentei ao lado dele e em um impulso o abracei. Eu odiava Emma, Neal e todos os outros que fizeram parte de minha vida, então deveria odiar esse garoto também, mas eu não conseguia, não sabia o motivo, mas não conseguia odia-lo.

— Henry, não precisa chorar. Qualquer garoto da sua idade gostaria de ser um Swan. - Falei com uma voz doce, o que foi surpresa para mim mesma.

— É, eu sei professora, mas eu queria que os outros soubessem quem eu sou do outro lado, sabe. Eu queria poder dizer pra todo mundo, que...

— Dizer o que Henry? Vou te falar uma coisa, as pessoas não se importam com quem somos de verdade, eles só se importam com aquilo que acreditam ser verdade, sabe, quando eu era jovem, as pessoas tinham uma imagem muito ruim de mim, mas eu também fazia de tudo para confirmar o que eles pensavam, porém lá no fundo, eu não era tão ruim assim e comecei a mudar, mas depois de tudo eu percebi, que não importava o quanto eu tentasse mudar, as pessoas nunca achavam que era suficiente e eu que acabei magoada no final. - Era incrível como ele tinha o poder de fazer com que eu falasse demais, ele me transmitia uma sensação de paz.

— Talvez outras pessoas também tenham saído magoadas no final, professora. - Henry falou com uma seriedade incomum para sua idade.

— Tenho certeza que não, Henry, mas isso é passado e não importa mais. Agora tenho que ir. - saí o deixando com uma carinha de desanimado.

Minha vida já estava sendo odiosa o suficiente com Cora me cobrando cada vez mais. Eu sabia o que fazer, sabia a quem a minha lealdade era devotada, mas eu não me agradava de fazer algumas coisas. Eu já estava confusa o bastante, eu só queria um pouco de paz por alguns momentos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Comentem, por favor, gosto muito de saber a opinião pra vocês.