Basket Case escrita por schristinef


Capítulo 2
Time Of Your Life


Notas iniciais do capítulo

It's something unpredictable, but in the end it's right, I hope you had the time of your life...



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Bem, não preciso dizer que sou contra essa merda toda, mas também quero ter certeza. Se o teste der negativo minha mãe arranjou encrenca. Se der positivo, bom, nem eu sei o que esperar.

Não é de minha natureza sair muito de casa, mas naqueles dois meses eu saí, e muito. O mais interessante é que eu e minha mãe começamos a beber bastante. Mas para o teste de DNA eu, coincidentemente, estava sóbria há uma semana. Não sei se a bebida interfere nesses testes, mas em todo caso deram sorte.

Dirigimo-nos ao hospital, foram feitos os procedimentos, tudo muito rápido. Ninguém estava com paciência. Soube que os resultados chegarão em vinte dias. Stark e a tal Pepper voltarão no dia do resultado, até lá eu vou comprar e ler os livros que quero.

Saímos do hospital, quietos. Graças a Deus, não quero discutir nenhum assunto com eles. Ouço Pepper dizer à Stark que ele deveria ficar e conversar comigo, ele se recusa, fala que eu como ele não quer, nesse momento, ser incomodada. Agradeço por ele ter feito isso, e sigo meu caminho até minha casa para pegar meu carro.

Comprei dez livros. Vou começar um chamado “A culpa é das estrelas”, me parece bom. Espero que seja. Decepcionei-me com alguns e não gosto da sensação.

No meu quarto, que sempre mantenho a porta trancada, minha mãe bate. Bêbada, como já era de se esperar. E para melhorar ela voltou com o moleque, agora nem vou mais ao colégio direito, lá se tornou um inferno, só compareço quando tenho provas.

– Filha, sai! Quero conversar. Eu e seu padrasto queremos. – Soluça ela, e o namoradinho começa a rir.

– Cai fora! Me deixa em paz! – Grito, mas não tão certa disso.

Eu acho que deveria conversar. Mas ela está com seu protegido, então só irá acontecer um monte de merda caso eu tente. Ela insiste, eu grito mais forte, e ela desiste.

Ouço-os saindo. Pegaram o carro dela, isso não é um bom sinal. Era duas da manhã, um domingo, eu adormeci só acordei na segunda feira. Vou até a cozinha, eles estão lá, e um alívio percorre meu corpo.

– Bom dia. – Dizem em uníssono. Eles soltam risadinhas, infelizmente parecem apaixonados.

– Bom dia. – Digo sem vontade.

– Você vai comigo para a aula? – Pergunta o babaca, ainda não sei o nome dele, mas também não faço questão.

– Não.

– Por quê? Adoraria passar um tempo junto com a minha enteadinha! – Já dá para notar as segundas intenções.

– Porque já basta você comer minha mãe. Não precisamos, e nunca iremos ser amiguinhos. Nunca em um milhão de anos isso vai acontecer. – Digo com deboche, no entanto transparecendo boa parte da raiva que sinto dos dois.

– Filha, não seja assim, ele...

Sei o que ela irá dizer, mas não fico para ouvir. Pego minhas coisas, entro no carro e saio cantando pneus.

Pego um estrada que está quase sempre deserta. Meu carro é uma Range Rover Evoque, amo esse carro, e amo correr com ele. Mas dessa vez vejo muitas pessoas, então desisto da idéia. Não sei o que fazem ali, mesmo nem eu devendo estar ali, porém não me parece algo bom. De relance vejo o carro da minha mãe, agora sim ela está me preocupando. Mas não fico lá para saber o que ela pensa que está fazendo. Espero que ela não se machuque.

Quando chego em casa, ela está lá. Novamente me sinto aliviada. Sigo para o meu quarto, tranco a porta e começo a devorar meu livro.

–----------

Amanhã será entregue o resultado do exame. Já não vejo minha mãe há quatro dias, já não me preocupo mais, ela ultimamente tem agido como uma ignorante, não a suporto mais.

Estou na sala, terminei o livro há uns três dias, ele é simplesmente magnífico, não há palavra melhor para descrevê-lo. Comecei um chamado “Quem somos nós”, sobre física quântica, bem, não consigo dar-lhe a devida atenção. O telefone toca, não quero atender, contudo podem ser noticias da minha mãe.

– Alô? – Minha voz treme, não gosto nada disso.

– Bom dia, aqui é o oficial Jackson, por acaso você seria parente de Beatrice Cage?

– Sim, sou filha dela. Por quê?

– Sua mãe, e um garoto que estava com ela, sofreram um acidente. Infelizmente ela não sobreviveu. – Já dá para sentir a dó dele.

– Hum. Bem, ainda sou menor de idade, mas vou dar um jeito. Tem como eu ver o corpo amanhã?

– Claro senhorita. Minhas condolências.

Dito isso, ele desliga. Agora eu não sei mais o que fazer. A dor não vem, não sinto nada, isso é aterrorizante. O telefone toca novamente.

– Alô? – Digo, estou começando a me irritar.

– Emma? – Diz a voz de uma mulher, Pepper provavelmente.

– Sim. Vocês estão vindo? – Minha voz começa a embargar.

– Sim. Está tudo bem querida?

– É mais ou menos.

– Vamos chegar daqui vinte minutos, ok? – Diz ela, está preocupada.

– Tudo bem. Tchau.

E desligo o telefone. Foi indelicado? Foi, mas que se dane.

Eles chegam meia hora atrasados, vão dormir aqui em casa. Inferno, não sei o que esperar desse teste.

– Emma, onde está a sua mãe? – Pergunta Stark.

–Ela morreu.

– Pare com isso. Onde ela está?

– Não estou brincando!

E começo a chorar. Que humilhante, na frente dele. Inferno!

Ele se aproxima. Me puxa para perto, é uma sensação estranha ter ele perto de mim. Estou abraçada nele, ele tem cheiro de metal e sabonete. Que engraçado! Ele me coloca no seu colo, estou parecendo uma criança, a estranheza se torna boa. Não parei de chorar, o choro é um pouco descontrolado, mas ele me conforta. Quando paro, o agradeço. Mesmo assim ele não me solta e eu continuo lá. Acho que ficamos assim uma hora inteira. Quando me solto ele diz:

– Mesmo se o teste der negativo quero que vá morar comigo, ok?

– Não. Eu tenho o dinheiro do meu pai e o meu, sei me virar.

– E o que você tem a perder? Vamos para New York! – Diz ele irritado.

– Só se der positivo! – Exclamo.

– Por quê?

– Não sei, mas é melhor assim. Tudo bem?

– Claro e se a noite alguém te seqüestrar, não grite ok? Sou eu. – Ele ri.

– Hum. Por que tudo isso? Pensei que não gostasse de mim! Eu nem sei se gosto de você! – grito, mas não tão alto.

– Por que eu gosto de você, não tenho nada contra. Você se empoe, eu gosto disso. É briguenta? É, mas e daí? – Ele ri – E eu não vou deixar você morar sozinha, mesmo com todo dinheiro do mundo. Conheci seu pai, eu gostava dele, ele falava muito de você. Espera, ele talvez não seja seu pai, então, eu gostava do Nicolas, ele era uma ótima pessoa. É como se eu já te conhecesse. Eu sabia que você, briguenta, ia me dar um soco se eu te provocasse.

– Hum. Ok.

– Só isso. Foi fácil. E o que você pretende fazer com a casa e as coisas que estão nela?

– Nada, até não saber o resultado!

– Ok.

Pepper não disse nada, até que terminássemos. Ela sugere assistirmos um filme. Mas não concordamos com nenhum sugerido. Então assistimos qualquer canal. Depois de um tempo caio no sono e quando acordo, estou no colo do Stark.

– Se arrume rápido, vamos ao hospital. – Me apressa Pepper.

– Ok. – Digo e saio correndo pro meu quarto, me arrumo em dois minutos, estou com uma calça preta, um converse dourado e uma blusa com o símbolo do Capitão America, que simplesmente amo.

Quando chego à sala, Stark bufa e diz:

– Não me diz que você gosta dele! Até aqui o picolé me segue!

– Deixa de ser fresco Tony, é só uma blusa! – Diz Pepper rindo.

– Nem sei a história do Capitão, eu só gosto do símbolo.

– Ok. – Diz ele de má vontade, e vejo que está com ciúmes, não consigo conter o riso.

Não paro de rir até chegarmos ao hospital. Stark está fingindo estar furioso. Mas ele não consegue parar de rir. Estamos na sala de espera, dentro de cinco minutos iremos saber o resultado, Pepper está segurando minha mão e a de Tony, ela está mais nervosa que nós dois juntos. É hilária a situação, mas mesmo assim estou com um friozinho na barriga.

– Senhor Stark. – Chama o médico.

– Sim? – Diz ele se levantando.

– Estão aqui os resultados. – Ele estende a mão mostrando um envelope.

– Muito obrigado. – Diz Stark pegando o envelope.

Dirigimos-nos ao carro e só quando chegamos em casa o abrimos.

– Positivo briguenta. Ainda vou ter que te seqüestrar? – Debocha ele, e me abraça com muita força. Não posso dizer que não estou amando toda essa situação.

– Vai sim.

E não conseguimos mais parar de sorrir.


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Notas finais do capítulo

Ficou meio sei lá... Acho que os próximos serão melhores.