Nova Terra escrita por Raposa das Bibliotecas


Capítulo 8
Sor Ilis


Notas iniciais do capítulo

Olá, um pequeno aviso. Todos os capítulos que estiverem sendo narrados pelo Sor Ilis serão para maiores de dezoito. Obrigado pela atenção!



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–Vou lhe contar uma história, Sor Ilis. Era uma vez um casal muito apaixonado. CALA A BOCA! –Lorde Julie gritou para a mulher que estava sentada no primeiro degrau da escada do trono do Lorde aos prantos, cheia de machucados e seu vestido todo maltrapilho. – Bom, voltando. Era um casal muito apaixonado Sor Ilis. Vosmicê pode imaginar um casal assim?

Sor Ilis assentiu, sua armadura negra cintilou a luz do sol do Sul.

–Certo dia, a mulher deste casal descobriu estar grávida. Não é maravilhoso? –Ele assentiu novamente. –Os dois acompanharam a gravidez desde que tiveram a notícia, discutiam nomes e tudo o mais. Quando a mulher estava à beira de dar a luz, ela sentia muitas dores, muitas, muitas dores e o homem tentava de tudo para amenizar. Certo dia, as dores foram mais fortes, tão fortes que ela chorava sem parar. Consegue visualizar isso, Sor Ilis? –Ele assentiu novamente, passando a mão grossa na barba mal feita. –Chegara o dia do parto. Várias parteiras estavam com a mulher neste dia, seus gritos ecoavam por todos os lados. Não existiu uma pessoa neste castelo que não tenha ouvido. EU JÁ DISSE PARA SE CALAR. –Ele gritou novamente, chutando o rosto da mulher, fazendo-a cair. –De repente os gritos cessaram e um choro inundou o castelo. Um choro de bebê. As estrelas no céu caíram neste dia. O homem ficou muito feliz assim que recebeu esta notícia, mas tudo tem um preço Sor Ilis, vosmicê mesmo sabe disso. A mulher faleceu na hora do parto. Era uma noite feliz e uma noite muito triste. Mas era muito mais feliz além do castelo do Leste, em um cabaré aos pedaços, uma puta dava a luz. Um menino. Um bastardo. A filha do Senhor do Leste necessitava de leite, o senhor bem sabe, crianças mamam e esta precisava. O Senhor do Leste então, sabendo do nascimento deste bebê, mandou buscar sua mãe. Esta aceitou de bom grado vir.

–Você o matou. –A mulher disse aos prantos, sentindo seu rosto inchado.

–O Senhor do Leste, Sor Ilis, mandou matar o bebê da puta, pois de início ela havia se recusado. –Ele agora fuzilou a mulher no chão com o olhar. –Por muitos anos o Senhor do Leste permitia que, esta puta encenasse ser uma mãe para a Filha do Leste, mas como sabemos, o teatro de uma puta sempre tem um fim.

O Lorde se agachou e acariciou a cabeça da mulher que ainda chorava e estava morrendo de medo.

–É hora de acabarmos com isso, não acha, Sor Ilis? -Disse o Lorde com um sobrancelha levanta. Um sobrancelha loura, quase prateada.

Sor Ilis sorriu e assentiu. Seu sorriso era maldade pura.

–O que quer que eu faça?

–Use a abuse da sua imaginação, mas eu a quero morta!

–Não! NÃO! Eu lhe imploro, lhe imploro! –A mulher estava de joelhos aos pés do Lorde, com as mãos juntas, suplicando e suplicando.

–Eu tenho nojo de você. –Ele assentiu para Sor Ilis que a puxou pelos cabelos para fora do salão. Lorde Julie começou a chorar em seus aposentos, seus gritos de dor pela perda começaram a assombrar o castelo, criando medo.

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Sor Ilis pegou a mulher e a pôs em seu ombro.

–Não se preocupe passarinho. Eu te libertarei!

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Os olhos da mulher estavam inchados. Sua bochecha pulsava, a vermelhidão estampava seu rosto. As marcas da lâmina de Lorde Julie percorriam sua perna, seus braços, seios, e o lado esquerdo do rosto, abrindo uma segunda boca.

–Para onde está me levando, Sor?

–Para um lugar onde você ficará muito melhor.

De cansaço a mulher dormiu, Sor Ilis a carregou até uma sala de pedras gélidas e cinzentas, cheias de musgo. Camundongos corriam à solta. Sor Ilis a colocou em uma cadeira de ferro e amordaçou seus punhos e seus tornozelos.

–Tragam-me o espelho do quarto dela. –Ele disse para um dos guardas das masmorras.

Em pouco tempo um espelho de um metro e setenta e seis estava apoiado contra a parede. Dois baldes estavam atrás da porta de madeira com pequenas pedras pontiagudas apontadas para a cadeira. Sor Ilis escolheu um dos baldes, o que continha água gelada. Ele primeiro hesitou, mas seus braços fortes lançaram a água gelada contra a mulher que acordou, sentindo uma corrente elétrica eriçar os pelos de seus braços e de sua nuca. A água gelada a fez tremer e perder a respiração por um instante.

–Onde, onde estou? –Disse ela com tremedeiras.

–Estamos no lugar da sua liberdade.

–E onde exatamente é... é aqui?

–As masmorras!

Ela sentiu o medo de novo, martelando seu coração. Ela não gritou, não disse nada, somente observou. Ela viu o homem tirar a armadura, peça por peça.

–O que tá fazendo?

–Eu? Bom, aprontando sua liberdade, o que acha?

Ela já havia passado por isso antes. Há muito tempo. Ela já devia estar acostumada, uma vez puta, sempre puta.

–Eu prometo: não vou te machucar. Muito! –Ele disse depois de um silêncio amedrontador.

Em pouco tempo, Sor Ilis estava nu na frente dela. Ele pegou uma faca em sua bainha e começou a dilacerar o tecido do vestido.

–Você não vai mais precisar desse vestido, minha querida. Pode acreditar.

Sor Ilis começou a passar uma pasta em seus machucados, uma pasta verde, que no primeiro momento, ardeu, depois, refrescou.

–Por que tá fazendo isso?

–Odeio trepar com mulheres machucadas.

Ele tinha as mãos leves e ágeis, em pouco tempo a pasta esverdeada já tinha coberto todos os seus machucados. Sor Ilis beijou-a, ela sentiu nojo, mas não interrompeu, sabia que se o bloqueasse seria pior.

–Hoje não! –Ele disse, percebendo que ela nada queria com ele. –Amanhã eu volto, minha querida. –Ele começou a se vestir, ela o viu sair pela porta e sentiu alívio. –Ah! –Ele disse abrindo uma pequena cavidade na porta. –Logo, logo lhe trarei pão e leite. Boa noite, minha querida. Até mais tarde! –Ele fechou a cavidade com um sorriso e desapareceu. O silêncio começou a reinar na masmorra e as lágrimas ardiam em seus machucados.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e não deixem de comentar. Até mais!



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