Reverie escrita por Zyzi


Capítulo 2
Covardia e Salvação


Notas iniciais do capítulo

oi!! Olha eu aqui de novo, capitulo completamente dedicado a queridíssima vava, que me deu grande força para continuar. confesso que estou com muito medo de decepciona-la flor, mas muito obrigada pelo apoio.
Bem, no demais o de sempre, se leu não custa nada comentar, só um tá bom serve, lembrem-se que é minha primeira fic, portanto posso cometer muitos erros e preciso da ajuda de todos que estão lendo e ainda estou muito envergonhada em postar. bejokas e vamos ler...



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Nesta minha nova covardia - a covardia é o que de mais novo ja me aconteceu,é a minha maior aventura,essa minha covardia é um campo tão amplo que só a grande coragem me leva a aceitá-la.

Clarice Lispector

Mal tinha descido a escadaria da grande casa e dei de cara com toda família com exceção de meus pais, neste momento me senti um pouco culpada, pois não podia negar que estava extremamente aliviada, eu sentia que estava me distanciando deles a cada dia mais, pois eu teria maior tempo para preparar as explicações que com certeza teriam que ser dadas, e meus tios e avós provavelmente não se atreveriam a perguntar sobre assunto tão delicado dentro daquela casa.

— Nessie querida como está? - precipitou-se Carlisle, me abraçando e logo tendo instalada em sua face eternamente jovem, um aspecto um tanto quanto inquisitivo e um ar pesado na sala repleta de imortais, e era claro que ele havia percebido, mas não perguntaria em nome de sua inata gentileza.

— Estou ótima vovô, atreveria-me até a dizer que cacei recentemente mediante o meu total conforto. - apressei-me a dizer, já que eles haviam insistido muito para que os acompanha-se à caçada, porém não estava segura o suficiente para resguardar meu devaneios mentais enquanto caçava, então optei por não ir. — Não que eu pretenda ficar muito tempo sem fazê-lo, não tenho total fé em meu controle e nem gostaria de testa-lo em uma cidade que acabamos de chegar, afinal queremos ficar nela até nossa velhice não é mesmo! Falei entre risos, que descontraíram o ambiente.

— Muito bem mocinha! Espero que toda esta saciedade e disposição não a atrapalhem a degustar o lanche que vou lhe preparar – disse Esme enquanto depositava um terno beijo em minha bochecha. Não negaria que a comida humana não me apetecia tanto quanto minha família gostaria, mas já que tinha que fazer refeições humanas apenas assenti e soprei um beijo para minha avó, enquanto esta se dirigia a cozinha fantástica e futurística dos Cullen.

— E meus pais? – indaguei antes que o clima anterior se instaura-se na decorada sala de nossa casa de passagem.

— Eles foram resolver algumas pendencias relacionadas com nossa nova documentação querida, em breve teremos que refazer nosso ciclo humano. – afirmou meu avô com um sorriso confiante em seu rosto, Carlisle sem duvida alguma se orgulhava do estilo de “vida” que havia criado, e não era pra menos, sair do patamar de monstro sanguinário e se tornar um imortal que busca o bem da sociedade humana, não era pra qualquer um, e sim eu também me orgulhava de meu avo e de toda minha família, que eram adeptos a um regime tão diferente do que foram criados para ser, ali olhando suas faces via que eles eram uma exceção, seres que fizeram uma difícil escolha.

— Tudo bem. – disse após despertar de meu curto devaneio.

— Então agora podemos parar com essa chatice e irmos direto ao que interessa! – reverberou Emmet, enquanto Carlisle dava um riso baixo e se direcionava ao seu escritório, todos ali já haviam se acostumado com a imprudência divertida do grandão.

Tio Emmet estava muito eufórico e não se refreou a vir até mim e puxar-me das escadas, e confesso que se não fossem meus genes vampiros eu provavelmente teria caído ao chão sem que nem tivesse reação.

— Pequena você deveria ter vindo conosco, foi animal! Você tinha que ter visto, ou melhor, deveria ter participado... - ele foi interferido por tia rose, que lhe desferiu um tapa no braço.

— Esta ficando maluco Emmet! Você está falando de ursos recém-saídos da hibernação, jamais permitiria que chegassem perto de minha princesa! - Todos começaram a rir, às vezes era impossível não ver graça naquele casal estranhamente perfeito.

— Porque você não pega leve hein Emmet? A pequena é decerto ainda muito jovem para isso, ela nem foi treinada... Ainda, - alegou tio Jasper e um leve divertimento se passou pelos seus olhos, ele era um guerreiro nato e acredito que se sentiria muito bem em me treinar, eu não me importaria se não fosse meus pais proibirem esta aula, por enquanto segundo eles eu ainda era muito jovem e não estava preparada para administrar tal novidade.

— Ah! Por favor, Rose, você fala como se eu fosse o deixar machucar a montrinha, não sei se você tem esse conhecimento, mas além de bonito sou extremamente responsável. – gracejou ele, e pronto lá estava Rose toda derretida de novo, não que eles houvessem brigado e ela não fosse perdoa-lo, mas ela amava esses joguinhos, que com o tempo de convivência aprendi a distinguir quando ela realmente estava zangada, e aquele sem duvida alguma não era um desses casos.

Deixei os dois ali naquela briguinha interna e me dirigi ate tia Alice e Jasper que já haviam se dispersado e estavam em sua habitual conversa de olhares, tive que interferir para que soubesse em que pé estavam os preparativos de nossa breve estadia na cidade, que com quase toda certeza não duraria mais do que quatro anos.

— Ali, minha pequena fada!- dei um gritinho enquanto a pequenina fada se virava com um sorrisinho travesso em seus lábios, enquanto dava um saltinho elegante para me abraçar.

— Minha bonequinha! Não me vá dizer que quer me acompanhar para a reforma do visual da família, sabe como é cidade nova, compras novas, deixe-me te dizer fiquei sabendo que tem um shopping ótimo a menos de 120 km daqui... Claro que não deve ser um escândalo, mas não se preocupe querida, qualquer coisa que faltar em nossos figurinos eu mando e-mails para as melhores lojas do país e faço a encomenda. – fiz uma careta enquanto minha tia disparava em sua cruzada imaginária.

— Alice! Sinto muito querida, mas sinto que não é sobre isso que nessie quer falar com você. – um ponto para Jasper que me livrou de uma louca corrida por um shopping entediante, imaginei como o dia seria longo e cansativo nesta jornada prevista pela fada. Toquei a mão de Jasper e mentalizei um sonoro Obrigada!, Por meio de meus poderes ele somente assentiu e logo tratou de subir as escadas, provavelmente para ler algum livro.

Às vezes sentia que ele não se sentia muito confortável com o toque necessário para traspassar meu poder, não iria ser hipócrita em dizer que desconhecia seu motivo, eu tinha uma parte humana e essa parte humana tinha algo que o perseguia, o sangue, eu não sabia até que ponto meu sangue o incomodava, mas na maior parte do tempo todos os moradores da casa pareciam ignorar essa minha peculiar característica, mas tio Jasper era o que há menos tempo estava na dieta sendo assim justificável o seu receio, e apesar de eu ter total confiança em seu controle, ele parecia não se permitir a grande proximidade.

Ficamos somente eu e Alice na sala, já que Emm e Rose já haviam saído sabe-se lá pra onde, assim que me vi com Ali, sabia que ela me colocaria contra a parede, aquela fada sabia ser irritante quando queria, e ela era a melhor em ser irritantemente chata e encrenqueira.

— Pode ir logo soltando tudo monstrinha! Você pode ludibriar todos desta casa e sair pela tangente, mas eu não tenho arraigados em mim esses princípios arcaicos então vamos aproveitar que seus pais não estão aqui e vamos colocar tudo em pratos limpos querida, porque eu não faço o tipo que se mantem calado enquanto vê o circo pegar fogo, e acredite em mim quando falo que é pelo seu bem docinho. – falou a fada, enquanto me encaminha para sentar no sofá, Alice encostou os dedos pálidos e gelados na parte embaixo de meus olhos e suspirou.

— Nessie... Você não esta bem, é visível olhe só pra isso? Sinceramente há quanto tempo você não dorme criança, você parece estar definhando, não caça, não dorme e eu não vou ficar fingindo que não vejo isto, você é minha única sobrinha e não temo que fique com raiva de mim como os outros, porque sei que logo entendera que isto é a intromissão de alguém que te quer bem. - os olhos âmbar de minha tia foram ficando líquidos a cada palavra que saia de seus lábios, e percebi o silencio anormal até mesmo pra uma casa de imortais.

E então era isso, todos estavam esperando uma resposta, a minha resposta, e senti que não poderia mais esconder tudo que havia em mim, e que um segredo passa a não ser mais somente seu quando influencia no cotidiano e planos de outras pessoas e era isto, eu estava sendo egoísta para protegê-los de uma realidade, e eu não tinha mais como fugir.

— Tia eu... eu... eu sinto muito por tudo que eu tenho feito, e o sofrimento que tenho infligindo-os mesmo que indiretamente mas...- e da mesma forma que veio toda coragem ela se foi, como se nunca tivesse existido, e eu me acovardei.

— Não há nada o que ser dito. Tudo o que eu falasse para responder estes questionamentos seria uma mentira. – falei tentando me manter o mais calma possível para que Jasper não percebesse toda a angústia que estava sentindo naquele momento, ver os olhos de Alice que eram de pura decepção agora estavam me matando, o que me fez pensar até que ponto eu poderia levar esta historia, sem que levasse todos para a lama junto comigo.

Afinal o que eles estavam fazendo era mais do que normal, afinal não é isso que uma família faz? Se preocupar com o outro e esta do seu lado em qualquer situação, e era exatamente isto que éramos uma família e não apenas um clã que se une por mera conveniência e instinto de sobrevivência.

Mas antes mesmo que Alice pudesse me retrucar o que eu sabia que ela faria, já que, o que aquela fada mais tinha naquela estrutura delicada era determinação, e se ela queria saber uma coisa, ela saberia mesmo que durasse o tempo que fosse, eu sabia disso, mas esperava sinceramente que durasse o tempo suficiente para que eu me preparasse, e nessa fração de segundos foi ouvido o som estridente do telefone, que fez com que a fada rolasse os olhos por ser interrompida em seu interrogatório.

— Eu deveria prever! O lobo sempre esta te protegendo mesmo que inconscientemente. – despejou Alice um tanto quanto irritada, ao se levantar, mas não antes de replicar ao passar por mim. — se eu pudesse vê-lo, teria desligado esse telefone. – Ali soltou uma risadinha e deu um leve beijinho em minha testa, antes de sair como se nada tivesse acontecido.

Dois, três toques e eu ainda estava absorta na conversa que acabara de acontecer ali naquele mesmo lugar, parecia ainda estar em choque quando o quarto ou quinto toque me tirou daquele estado, era Jacob com certeza, como minha própria tia disse, ela não podia vê-lo mas ele era o único que tinha nosso numero e provavelmente a única que liga diariamente para vampiros.

Corri para atender ao telefone, que já estava em seu ultimo e sôfrego folego, se perdesse essa ligação, Jacob ficaria no mínimo muito chateado e faria um monte de perguntas sobre o porquê da perda e eu novamente não poderia responder, a não ser se quisesse, mas uma longa rodada de perguntas que não poderiam ser respondidas, até mesmo porque eu mesma não tinha as respostas.

— Alô. - falei e o que ouvi foi um longo suspiro, que parecia até mesmo aliviado.

— Renesmee... Nessie, que bom que atendeu, eu já estava começando a me desesperar, o que aconteceu? Porque você demorou? Renesmee, por favor não me esconda nada. –Jacob falou tudo de uma vez só, parece nem ter tomado ar, se não fosse um lobo provavelmente teria desmaiado sem ar. Escutei alguém ao longe falando- cara você tá exagerando! Ela pode ter se distraído um momento... E logo sendo interrompido por um sonoro Cala a boca Seth!- ah! Era Seth, só ele tinha coragem o suficiente para brincar com Jake enquanto ele estava nervoso.

Ainda respirei uma, duas vezes antes de responder Jake, enquanto pensava no que dizer para convence-lo, e este parecia impaciente do outro lado da linha, e enquanto isto escutava risinhos e gracejos, provavelmente a casa estava cheia, como sempre cheia de lobos da matilha.

— Jacob...- ouvi ele prender sua respiração, era sempre assim quando nos falávamos, Jake parecia estar tirando um peso de cem toneladas de suas costas. — Eu estava no meu quarto terminando de me vestir, não podia sair correndo com metade vestida e metade não, não é mesmo?- ironizei suplicando para que ele comprasse esta mentira, e ao fundo ouvi um “uuuuhhhhhhhhhhhhhhhhh! essa é das minhas” e barulho de coisas sendo jogadas, oque não era nada mais que normal para uma matilha, e lobos eram assim naturalmente, tinham uma veia cômica.

— Eu... eu só fiquei um pouco preocupado.- funguei uma risadinha, ele mais do que depressa se corrigiu. — Tá bom senhorita cullen, aquela que sabe tudo, eu assumo às vezes sou um chato... Mas convenhamos princesa, você tem que concordar que eu sou um chato lindo, aliás, o mais lindo que a senhorita teve a oportunidade de colocar estes olhinhos.

Não pude deixar de rir com esta frase de meu amigo, aliás esta fala era tão mas tão Jacob que eu poderia até mesmo vê-lo coçar a nuca enquanto falava, em uma mistura perfeita de timidez e arrogância que só ele tinha.

— hum! Mas como eu vou saber Jake, faz mais de cinco anos que eu só te vejo através de fotos, alias que me garante que você não esta usando de algum programa manipulador de imagens nelas? – ri um pouco antes de completar minha linha de pensamento. — E então suponho eu que modéstia também esteja nesta sua lista de qualidades, já que você é o lobo gatinho de La Push?

— Ai! Assim você machuca meu velho coração Ness, você passa alguns anos com a loira psicopata e fica assim... Não sei não viu você esta andando com más companhias- ele gargalhou e ouvi Rose gritar que estava sentindo seu fedor pelo telefone, dentre outras ofensas que fingi não ouvir.

— Estou com saudades Nessie. - Sussurrou tão baixo e cheio de amor, este era o meu Jake, tão amoroso e tão disposto a ajudar. — Não houve e nem há um dia da minha vida em que eu não pense em você, se eu fico irritado as vezes é porque sinto que esta cada vez mais distante, não quero você longe pequena, a quero perto, bem perto . o suficiente para te proteger de qualquer coisa que esteja te amedrontando e qualquer suposto perigo que lhe esteja rondando.- eu estava calada , não conseguia encontrar palavras que também demonstrasse um pouco de todo amor que sentia por ele, mas não existiam palavras ára descrever tudo. Jacob era meu porto seguro, aquele que eu sempre recorreria meu melhor e único amigo.

—Nessie, você esta ai? Nessie eu...

­— Estou aqui! Eu também sinto sua falta Jake, mas é melhor assim você não quer ficar se mudando de um lugar pro outro isto tudo é muito exaustivo, você tem uma família, tudo que você precisa está aí. O lugar onde você cresceu. Você não trocaria tudo isso por uma vida nômade. - minha colocação saiu mais como uma pergunta, que ele não titubeou em responder.

— Por você. Eu trocaria tudo que conheço, minha vida por você. - e era sempre assim nossa conversa sempre se encaminhava para este tema, embora fosse como correr em círculos já que sempre parávamos no mesmo lugar.

— Jacob, já falamos sobre isso milhares de vezes, e chegamos ao mesmo ponto em todas elas, a necessidade que existe de você ficar em La Push, com seu pai, irmãos e toda família. Não seja teimoso. Este assunto não esta mais em discussão, muito menos em negociação, você mesmo decidiu anos atrás, não vamos regredir tanto assim, ok. - falei já trocando de assunto. — E Billy E Rachel, como vão?

Jacob fungou de uma maneira que pude identificar seu ressentimento. — Eles estão bem melhor que eu posso lhe garantir, Rachel continua com os planos do casamento com o imbecil do Paul, mas fazer o que cada um se amarra onde quer. E o velho bem... Continua o mesmo cabeça dura, a novidade da vez é que não quer seguir a dieta passada pelo médico. É mole! Disse que nunca fez dieta e não vai ser agora que vai fazer, mas com jeitinho eu e Rachel vamos acabar o convencendo.

— E você espertinha, preparada para a nova cidade, já sabem qual vai ser?

— Não. Se souberem ainda não fui notificada, no momento estamos em uma casa de estadia rápida, enquanto toda a nova documentação não fica pronta.

— Não posso imaginar uma casa de estadia rápida para os Cullen, com certeza é só uma maneira de falar, tenho absoluta certeza que deve ser uma bela mansão que faria inveja até mesmo aos jogadores da NBA.

Acabei gargalhando desta, Jacob estava coberto de razão a casa parecia saída de um daqueles filmes de milionários, eu ainda não tinha observado atentamente, mas acredito que naquela casa havia até mesmo um ginásio, esses vampiros não economizavam em nada mesmo.

— Como você adivinhou? Nós sempre somos tão discretos. - ironizei.

— Com certeza muito discretos, a começar pelos carros. - Jacob começou a rir.

E daí passamos quase toda a manha conversando coisas completamente aleatórias que nunca se esgotavam, até mesmo Esme me levou o lanche no sofá enquanto falava e comia ao mesmo tempo, até a hora que Jacob teria que sair para trabalhar, ele relutou mas Seth foi até lá e não sossegou enquanto meu amigo não desligou o telefone, depois é claro de alguns empurrões e palavrões abafados pela mão de Jake no telefone.

Eu finalmente desliguei e me encaminhei ao meu quarto, teria que me preparar, afinal meu avô estava certo e logo retomaríamos nosso ciclo humano, ou pelo menos uma encenação deste, no qual estávamos presos, por toda a eternidade.


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Notas finais do capítulo

ok! ok! ainda estou me adaptando a formatação de postagem, tomara que fique bom desta vez,
comentários?