E Se? escrita por WaalPomps


Capítulo 53
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Bom gente, é com o coração na mão que encerro essa história. Foi um grande prazer escrevê-la, foi uma história deliciosa, realmente. Amei cada um dos mais de 930 comentários, todas as recomendações e até os momentos em que vocês aguentaram meus chiliques HUAUHAHUAHUAHUAHU
Espero que esse último capítulo não decepcione.



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Três anos depois...

Dezembro chegou logo, trazendo entusiasmo para a família Campana, ansiosa por comemorar o feriado natalino com Lilian, agora já com tamanho para entender e participar da comemoração. A casa de Plínio e Irene estava a todo vapor, enquanto os filhos mais velhos não pareciam tão animados em decorar os próprios apartamentos.

_ Ah mãe, puta trampo ficar enchendo de enfeite para tudo que é lado. Nós vamos passar o Natal aqui mesmo, que diferença faz? – perguntou Fabinho, enquanto a família toda decorava a grande árvore, que ficaria no centro da sala.

_ Deixa seu filho Irene, esse daí é preguiçoso, cê sabe disso. – Giane alfinetou, enquanto ela, Luz, Malu e Dorothy colocavam os enfeites na árvore. O publicitário bufou, enquanto ele e Maurício desembalavam os enfeites.

_ Mas adora falar mal, impressionante. – a corintiana mandou um beijinho para o marido, que riu – E o Kevin? Volta pro Natal ou não?

_ Ele chega dia 23 à noite. – avisou Plínio, entrando com Lilian no colo – E vai embora depois do ano novo. Acabei de comprar as passagens.

_ Eu só não entendo porque só posso ir para lá depois de fazer 18 anos. Eu adoraria fazer intercâmbio. – reclamou Dorothy, fazendo os presentes rirem.

_ Você aguentaria ficar tanto tempo longe da Li? – perguntou Irene, e a menina negou – Então querida... Uma coisa de cada vez, aproveita sua idade.

Eles voltaram a enfeitar a árvore, enquanto Lilian brincava no colo do pai. Ela gostava dos enfeites com bichinhos, como ursinhos e cachorrinhos, que Fabinho havia comprado especialmente para a irmã caçula.

_ Luz, nós vamos afinal conhecer seu namorado misterioso? – perguntou Maurício, vendo a cunhada assumir um ar envergonhado.

_ Vocês já o conhecem. É o Jonas, sabe? – todos concordaram, surpresos – A gente se conheceu no velório da mãe da Giane, se reencontrou no casamento dela e do Fabinho, e começamos a conversar. Mas como ele morava fora, só fomos começar a sair alguns meses atrás, quando ele voltou para São Paulo.

_ Olha que safado. – riu Fabinho – Pegando minha irmã mais nova na surdina, vê se eu posso com isso?

_ Sem dar uma de ciumento, por favor. – Luz bufou, enquanto todos riam de sua vergonha.

_ Relaxa Luz, se ele começar com graçinha, eu dou um jeito nele. – prometeu Giane, enquanto o marido bufava.

_ Eu posso perguntar uma coisa? – pediu Dorothy, e os demais concordaram – Quando algum de vocês vai me dar um sobrinho?

_ Que? – Fabinho, Giane, Maurício e Malu guincharam, assustando a menina – Que raio de pergunta é essa Dorothy? – Malu complementou.

_ Ah, já faz três anos que a Giane e o Fabinho casaram, e vai fazer dois que você e o Maurício casaram também. – ela explicou – Eu só me perguntei por que vocês ainda não tiveram filhos, nada demais.

_ Dorothy, filho não é brinquedo. – explicou Giane – É preciso ter responsabilidade para cuidar, educar... É uma coisa que tem que ser bem pensada e planejada.

_ A Giane está mais do que certa. – Irene concordou – E além do que, eu ainda estou nova pra ser avó.

_ Eu concordo. Só o pequeno lírio aqui já me cansa muito, imagina netos? – dramatizou Plínio, fazendo os presentes rirem.

_ Ah, eu só fiquei curiosa. – Dorothy se desculpou.

_ Não tem problema querida. – garantiu Malu, beijando o rosto da irmã – Agora... Hora de a Li colocar a estrela na árvore.

~*~

Na casa dos Rabello, o clima também era de animação. Kim estava no colo do pai, os dois pendurando os enfeites na pequena árvore. André e Mayara estavam sentados na mesa da cozinha, focados no dever de casa, enquanto Amora terminava de preparar o almoço.

_ Mamãe, vem vê arvore. – chamou Kim, pulando no colo do pai, que ria. A mulher apareceu na sala, observando o trabalho do filho e do marido.

_ Que árvore mais linda. – ela elogiou, indo pegar o garotinho. Ele se atirou em seus braços, plantando um beijo em sua bochecha, enquanto Bento ia até a tomada, ligar as luzes do pisca-pisca – Mayara, André... Venham ver a árvore.

Os dois correram até a sala, abraçando a tia e o primo, enquanto Bento ligava as luzes. Logo, a árvore iluminava toda a sala, fazendo o pequeno Kim bater palmas, animado. Bento abraçou a família, todos observando a árvore.

_ Quando eu era pequena, minha mãe contava para mim e minha irmã sobre a história do Natal. – contou Amora – Ela fazia isso enquanto nós montávamos o presépio.

_ Sua mãe adotiva? – perguntou André, e a tia concordou – A gente pode fazer isso?

_ Nós não temos um presépio. – lembrou Bento – Que tal irmos comprar um?

_ Depois que nós fizermos a ronda das flores. – pediu Mayara – Eu quero ver como estão os canteiros.

_ Claro, eu preciso passar na loja.

_ Mas tudo isso, depois do almoço. – mandou Amora, colocando Kim no chão – Crianças, ajudem o Kim a lavar a mão, por favor.

_ Tá bom tia. – Mayara pegou o priminho pela mão, saindo em direção ao banheiro, com André em seu encalço.

_ E o senhor, me ajude a terminar de por a mesa. – mandou a moça, indo para a cozinha, com o marido rindo ao seu lado.

~*~

O Natal não demorou a chegar, e junto dele as festas e surpresas que estão sempre ligadas a essa data. No apartamento de Giane e Fabinho, o clima era de correria, enquanto os dois terminavam de se arrumar para a ceia na casa de Plínio.

_ Amor, pegou todos os presentes? – perguntou Giane, saindo do quarto enquanto colocava os brincos.

_ Tem um embrulho ali que eu não sei para quem é. – ele avisou, apontando uma caixinha branca com um laço de fita.

_ Ah, é o seu presente. – ela disse casualmente, fazendo os olhos dele brilharem – Pode deixar aí, você abre quando chegarmos.

_ Jamais. – ele protestou, apanhando a caixinha.

_ Então abre agora. – ela deu de ombros, voltando para o quarto – Não é algo para se abrir na frente do resto da família.

Um sorriso safado cruzou o rosto dele, enquanto desfazia o laço com um puxão. Deixou a fita cair, abrindo a tampa de maneira afoita, começando a revirar o papel de seda que havia no interior. Quando seus dedos tocaram o presente, ele travou.

Com cuidado, puxou o par de sapatinhos brancos, tão pequenos que poderiam ser usados em seus dedos. Ele tentou engolir, mas a garganta estava seca, ao contrário dos olhos, que já estavam rasos de água, enquanto ele entendia o que aquilo significava.

Ele ergueu os olhos depressa, encontrando Giane encostada na parede do corredor. Ela mordia o lábio inferior, enquanto ele via seus olhos brilhando em lágrimas que ela tentava conter. Desceu os olhos na direção da barriga dela, vendo que ela a abraçava com carinho.

_ Isso é... É sério? – ele forçou a voz a sair, enquanto via a esposa confirmar com a cabeça. Ela começou a caminhar na direção dele, o sorriso mais lindo do mundo nos lábios.

_ Em sete meses e meio vai ter mais uma pessoinha nessa casa. – ela contou, pegando os sapatinhos da mão dele e encaixando em seus dedos – E para o caso de você ser muito lerdinho, esse alguém tá aqui dentro.

Ela colocou os dois sapatinhos sobre a barriga ainda lisa, fazendo o marido rir, enquanto deixava as lágrimas se esvaírem. Ele se abaixou nos joelhos, tirando a mão dela com delicadeza. Colou a testa no ventre dela, simplesmente chorando no primeiro momento. Ela ficou acariciando o cabelo dele, as lágrimas rolando dos próprios olhos.

_ Oi anjinho. – ele sussurrou, a voz rouca – É o papai quem está falando, o seu papai. É, eu sou seu papai. Eu não sei como é possível, mas eu já te amo tanto, tanto, tanto. – ele sorria todo bobo, sentindo os dedos de Giane em seus cabelos – E-eu prometo que eu vou ser o melhor pai do mundo para você e...

Mas ele não conseguia falar mais nada, não conseguia encontrar as palavras para descrever o misto de emoções que sentia em seu coração. Ele teria um filho com a mulher que tanto amava, a que ele havia escolhido para ser sua pelo resto da vida. Agora, ela carregava dentro de si o fruto do amor dos dois.

Não conseguiu evitar rir, imaginando que ela o chamaria de marica se lesse seus pensamentos.

_ Posso saber a graça? – ela puxou o rosto dele para cima, fazendo seus olhares se encontrarem.

_ Eu vou ser pai. – ele explicou, fazendo ela revirar os olhos – Eu vou ser pai do seu filho.

_ Eu sei que você vai ser o pai do meu filho. – ela riu, se abaixando para ficar da mesma altura que ele – Eu quero saber por que isso tem graça.

_ Não é graça, é alegria. – ele explicou, acariciando o rosto dela – Alegria porque você me escolheu para ser o homem da tua vida, ser teu marido, o pai do teu filho... Do nosso filho. – ele riu de novo – Você não sabe o quão bom é dizer isso em voz alta.

_ Nosso filho. – ela repetiu, sentindo o gosto das palavras – Nosso anjinho.

_ Eu te amo tanto pivete. – ele levantou, a puxando junto de si.

_ Eu também te amo fraldinha. – garantiu ela, o abraçando e colando seus rostos – Nós dois te amamos muito.

~*~

Malu estava pilhada, tentando conferir se havia pegado tudo que precisava para a ceia na casa do pai.

_ Presentes, vinho, a torta... – ela corria de um lado para o outro, enquanto Maurício a observava do sofá – Droga Maurício, você podia me ajudar.

_ Malu, meu amor, se acalme. – ele riu, indo até ela e a segurando pelos braços – Eu levei o vinho e a torta pro seu pai mais cedo, essa torta aí está pela metade e esse é o vinho que eu uso para cozinhar. Porque você tá tão nervosa?

_ A Giane tá grávida. – ela soltou, surpreendendo o marido – A gente foi fazer compras para a ceia e ela passou mal. Aí eu meio que juntei 2+2 e ela confirmou para mim. Ela vai contar para o meu irmão hoje, só não sei se antes ou depois da ceia.

_ E você está triste por que... – Maurício questionou.

_ Eu to feliz. – ela garantiu depressa, não querendo passar impressões erradas – Apesar daquilo que eles falaram para a Dorothy, desde que eles fizeram um ano de casados eles estão, hã, não é tentando, é não evitando. E ela me disse que sabe o quanto o Fabinho está ansioso para ser pai. Então eu só posso imaginar a alegria dele quando descobrir.

_ Então porque você está nessa pilha toda? – Maurício tornou a perguntar, vendo Malu suspirar – Amor?

_ Eu achei que eu podia estar grávida. – ela deu de ombros, fazendo-o se surpreender de novo – Eu meio que percebi da Giane porque estava com isso na cabeça, achando que eu estava grávida. Mas quando eu fiz o teste de farmácia, deu negativo. E logo depois minha menstruação veio, e eu tive certeza que não era nada.

_ E você queria que fosse? – Maurício acariciou o rosto dela, que deu de ombros.

_ Eu gostei da ideia. – ela admitiu – Sabe, nosso filho e o do meu irmão, os dois da mesma idade, crescendo juntos, sendo amiguinhos. – a pedagoga soltou uma risadinha – Acho que é o meu relógio biológico dando as caras.

_ Malu, o que eu quero saber é se você quer ter um filho, ou pelo menos, começar a tentar ter um. – o marido puxou seu rosto, fazendo-a encará-lo – Eu nunca falei disso com você porque eu sei que você está atolada com sua pós-graduação. Mas se você me falar que quer um filho, nós podemos começar a trabalhar nisso hoje mesmo.

_ Você quer ter um filho? – ela perguntou, fazendo o homem rir.

_ Malu, tudo que eu mais quero é uma família nossa, minha e sua. – ele acariciou o rosto dela – E isso inclui quantos filhos você se sentir disposta a ter.

_ Tá me achando com cara de chocadeira? – ela gargalhou acompanhada do marido – Acho que podemos fazer o esquema da Giane e do Fabinho... Não vamos evitar, e eles decidirão quando virão.

_ Mas você sabe que precisaremos ajudar nisso né? E será trabalhoso. – ele fez carinha de triste, o que arrancou risos de Malu.

_ Bom, nós estamos atrasados para a casa do meu pai. Mas depois que voltarmos, eu posso ter um presentinho para você. – ela deu uma piscadela, enquanto ele puxava seu rosto para um beijo.

~*~

_ Vovô. – Kim correu na direção de Wilson, assim que a empregada abriu a porta. O homem mais velho sorriu, se abaixando e pegando a criança no colo – Feliz Natal vovô.

_ Feliz natal para você também Sr. Kim. – o homem beijou o rosto da criança – Feliz Natal meninos.

_ Obrigada tio Wilson. – André apertou a mão do homem, enquanto Mayara lhe dava um beijo no rosto.

_ Feliz Natal Wilson. – Amora se aproximou, carregando algumas coisas. Abraçou o sogro com um braço, sendo retribuída.

_ Para você também Amora. A Charlene está na cozinha, leve as coisas para ela. – ele indicou e a nora se foi. O homem então virou-se para o filho mais velho, que sorria – Feliz natal meu filho.

_ Feliz natal pai. – o homem o abraçou apertado, Kim envolto entre o pai e o avô, rindo – E você mocinho... Vá caçar seus tios e peça para eles te darem atenção.

_ O Vinny e o Pedro estão no andar de cima. A Cléo também está lá. – indicou o avô, o colocando no chão. Logo, o menininho já subia as escadas, gritando pelos tios – A Mel ligou avisando que não vem. Ela e o Manolo vão à festa do Elton John.

_ Você já sabia que as coisas seriam assim. – Bento suspirou – E o Tito?

_ Eu, o Vinny e a Dámaris fomos visitá-lo mais cedo. – o Rabello mais velho suspirou cansado – Não melhorou muito em três anos, como você já imagina. Continua ressentido e cheio de ódio.

_ Eu sinto muito pai.

_ Não sinta. A culpa é unicamente minha. – garantiu o homem – O Tito foi um acidente, em um momento em que eu ainda estava muito fragilizado com a perda da sua mãe, e bom, a sua também. Eu nunca consegui me abrir inteiramente para ele, ou para a Mel. E o Vinny era muito pequeno quando você voltou, então não passou tanto por isso.

_ Você foi um pai ótimo, para nós todos. – Bento abraçou o pai pelos ombros – Mas infelizmente nosso caráter não depende inteiramente de você.

_ Papai, olha que tio Vinny deu. – Kim gritou, atraindo a atenção deles para a escada. O garoto descia no colo do tio, que estava de mãos dadas com Cléo. Pedrinho vinha mais atrás, conversando com André e Mayara.

_ O que ele te deu? – perguntou Amora, vindo da cozinha com Charlene.

_ Tabet. – gritou o menino, mostrando o aparelho.

_ Vinny, o menino ainda é muito pequeno para isso. – Charlene riu, enquanto todos sentavam na sala.

_ Relaxa Charlene, é um tablet de joguinhos. É pra criança mexer, tipo laptop da Xuxa. – todos riram, enquanto o garotinho corria para o colo do pai, para que ele lhe ajudasse a ligar o aparelho.

Amora abraçou o marido pelos ombros, os dois voltando a atenção para o pequeno motivo de suas alegrias.

~*~

_ Pesente, pesente, pesente. – Lilian gritava ansiosa, pulando no colo do irmão mais velho. Todos riam da menina, enquanto Plínio e pegava e ia com ela para a pilha de presentes.

_ Nunca vi baixinha pra gostar tanto de presente. – garantiu Kevin, observando a irmã caçula começar a rasgar as embalagens.

_ Ela puxou a Malu, se quer saber. Essa daí adorava uma embalagem colorida para rasgar. – contou Fabinho, sentando no sofá e puxando Giane para seu colo. Ela se acomodou a ele, deixando que ele acariciasse sua barriga distraidamente. Por sorte, a única a perceber isso foi Malu.

_ A Amora e o Bento vêm para o almoço de amanhã? – perguntou Irene, virando-se para Silvério.

_ Vem sim Irene. Eles iam passar a noite com a família do Bento, mas ficam comigo amanhã. E como eu venho para cá... – o homem respondeu.

_ A Li vai ter companhia para brincar. – sorriu a Campana – Eu estou com saudades do Kim.

_ Está ridiculamente arteiro. – reclamou Fabinho – Ele ficou em casa semana passada, e quase derrubou o sofá. A tia é uma moleca também, aí o menino pega fogo e não para mais.

_ Eu fico muito feliz de ver que vocês conseguem manter essa boa relação com o Kim, e até mesmo com o Bento e a Amora. – comentou Plínio.

_ O Kim é uma criança excelente, não temos porque ter problemas com ele. – Giane deu de ombros – E com o tempo ficou mais fácil conviver com a Amora.

_ Hã, pai... Nós temos uma coisa para falar para o senhor. – Luz desceu as escadas com Jonas, os dois sorrindo de orelha a orelha e atraindo as atenções da sala. Plínio arqueou a sobrancelha, assim como Fabinho e Kevin.

_ Sr. Campana, eu convidei a Luz para morar comigo, no apartamento que eu comprei aqui em São Paulo. – explicou Jonas, pegando todos de surpresa – E bom, ela aceitou.

_ E vocês estão... Pedindo minha permissão? – perguntou o homem, ao que Luz negou.

_ Estamos mais informando. – a jovem sorria, mais animada do que os irmãos jamais a haviam visto – Eu me mudo depois do ano novo.

_ Bom, então só o que me resta é desejá-los felicidades. – o patriarca Campana deu de ombros, sorrindo para a filha – Espero que sejam muito felizes.

_ Seu safado de uma figa, namora minha irmã na surdina e depois já resolve levar ela para a tua toca? – Fabinho alfinetou, fazendo todos rirem – Vê se eu posso com isso?

_ Quando for tua filha, cê dá piti. – Luz resmungou, sentando com o namorado. Fabinho e Giane riram da afirmação da menina, trocando olhares cúmplices, e todos estranharam.

_ Algo errado? – perguntou Irene, e eles perceberam que todas as atenções da sala estavam voltadas para eles. Além dos Campana, Silvério e Margot também estavam ali, assim como os pais de Maurício, Madá, Emília e Bolivar.

O casal trocou um olhar silencioso, tentando se decidir se contava ou não. Por fim, Fabinho tomou a dianteira da situação, abraçando a esposa e colocando a mão sobre a barriga dela.

_ Bom, nós também temos algo para contar, para todos vocês. – ele anunciou, fazendo todos arregalarem os olhos em expectativa – Pivete?

_ Pai, Plínio, Irene... – ela suspirou, sorrindo – Vocês vão ganhar um netinho.

A reação foi instantânea e geral. Todos na sala começaram a comemorar, fazendo o casal rir. Irene os puxou pela mão, fazendo-os ficar de pé para poder abraçá-los. Logo Plínio e os filhos estavam ali também, todos envolvidos em um abraço familiar.

Quando se dissiparam, Silvério pode afinal puxar a filha para seus braços, ambos emocionados.

_ Sua mãe estaria muito feliz, pode ter certeza disso. – garantiu o pai, beijando sua testa.

_ Eu sei que ela está, seja onde for. – garantiu a moça, com a voz embargada.

Logo, todos na sala discutiam o nome do futuro bebê, fazendo os futuros pais rirem em conjunto. Fabinho puxou a esposa para seu colo, voltando a se enterrar na poltrona, os dois abraçados com a barriga dela.

_ Às vezes eu penso o que aconteceria se meu pai não tivesse me achado, se o Wilson não tivesse achado o Bento, seus pais não tivessem adotado a Amora, ela não tivesse ficado com o Maurício enquanto vocês namoravam, ele não tivesse dormido com a Malu, ela não tivesse tido raiva do Bento... – ele começou a divagar, fazendo a esposa rir.

_ Não importam os “e se”. De um jeito ou de outro, eu sempre acabaria aqui, nos seus braços. – ela garantiu, acariciando os cabelos dele – E nós dois... Ou melhor, nós três, - eles acariciaram a barriga dela juntos – Viveríamos felizes...

_ Para sempre? – eles riram.

_ Larga a mão de ser fraldinha meloso. – ela puxou o rosto dele, selando seus lábios em um longo beijo. Quando se separaram, ela se aninhou a ele novamente – Mas é, para sempre.

Ele sorriu, a abraçando e encarando a família em silêncio.

E se tudo tivesse diferente? Ele sabia de algo que sempre seria igual.


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Notas finais do capítulo

Beijos e até a próxima ;@