E Se? escrita por WaalPomps


Capítulo 52
I'll spread my wings and I'll learn how to fly


Notas iniciais do capítulo

Heeeey
Último capítulo antes do epílogo, to chorando mimi'
Bom gente, espero que vocês gostem, ok?



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Bento dirigia em silêncio, os únicos sons no carro sendo os barulhinhos de Kim no banco traseiro. Amora tinha a cabeça deitada no encosto, observando o filhinho brincando com os primos mais velhos, os três sorridentes.

_ O que nós vamos fazer na Casa Verde, tio Bento? – perguntou André – Visitar o pai da tia Amora?

_ Hoje não, André. Hoje, temos outro lugar para visitar. – explicou o homem, estacionando o carro – Todos descendo, está bem?

Eles saíram do carro em silêncio, Kim no colo do pai. Bento os guiou na direção de uma estufa, pegando a chave do bolso e destrancando o lugar. Acendeu a luz, enquanto deixava todos entrarem.

_ O que é isso Bento? – perguntou Amora, curiosa, caminhando pelas mesas.

_ Minha estufa. – respondeu ele, surpreendendo a família – Eu mandei construir esse lugar, para começar meu novo negócio.

_ Que novo negócio, tio Bento? – perguntou Mayara.

_ Eu vou ter uma floricultura, há algumas ruas daqui. Chamará Acácia Amarela. – contou o homem, caminhando até um vaso e mostrando a plantinha que surgia para Kim – E depois, com o tempo, pretendo transformar o negócio em uma cooperativa de flores, plantar por toda a rua, com a ajuda do pessoal.

_ O que é uma cooperativa? – perguntou André.

_ É complicado explicar. Basta dizer, que vai ser um grande negócio. Talvez, até, um negócio de família. – ele sorriu para todos, que sorriram de volta – Mas para isso, vamos precisar de muita dedicação.

_ Mas como você vai conciliar isso e o Kim Park? – perguntou Amora, preocupada – Agora que seu pai reassumiu tudo...

_ Meu pai vai vender o parque, e começar o próprio negócio de brinquedos de madeira, como ele sempre quis. – sorriu Bento – E eu já vendi minha parte no parque, antes mesmo do rolo com meus irmãos, quando você ainda estava no hospital. Uma parte do dinheiro está guardada para as crianças, um pouco para podermos ir levando, e a outra... Bom, venham comigo.

Eles saíram pela lateral da estufa, por um caminho fechado e coberto. Bento apanhou outra chave, destrancando uma porta e entrando em uma sala. Acendeu a luz, revelando uma sala de estar parecida com a do apartamento.

_ Naquele corredor, primeira porta a direita é o quarto do André e da Mayara. Segunda é o do Kim, e a da esquerda é nosso. – ele apontou as portas – Essa é a nossa nova casa.

_ Sério? – perguntaram os outros três, surpresos. Kim, por outro lado, gargalhava, se balançando nos braços do pai, como que querendo ver todo o local.

_ Acho que ele gostou. – Bento sorriu para o filho – E sim, e sério. Esse é o nosso lar, que eu comprei com minha herança, mas é algo meu. E nós vamos mantê-lo com o trabalho na Acácia, e vamos prosperar juntos, com o negócio da nossa família.

As crianças concordaram, logo saindo correndo para ver seu quarto, deixando Bento, Amora e Kim sozinhos.

_ Eu não vou dizer que a escolha é sua, porque você sabe. – suspirou Bento, e Amora sorriu.

_ E eu também não vou te dizer que não irei a lugar nenhum, porque você também sabe disso. – ela se aproximou, pegando Kim do colo do marido – Eu me propus a estar com você para tudo, não é? Então, estaremos juntos nisso, e teremos o negócio da nossa família, assim como seu pai teve o da dele.

_ E você apoia ser uma floricultura?

_ Bento, você sempre amou as flores, desde que éramos crianças. – Amora deu de ombros, abraçando o homem – Acho que isso vai ser bom, para todos nós. Começar uma vida nova.

_ Gosto de coisas novas. – brincou Bento.

_ Consumista da sua parte, sabia? – a mulher retrucou em tom de riso, enquanto caminhavam para o corredor – Não acha filho? Papai anda meio consumista.

_ Fala para a mamãe baixar a bola, que tudo que está aqui nessa casa veio da casa do vovô Wilson, então eu não sou consumista. – Amora gargalhou, enquanto iam procurar os sobrinhos e conhecer sua nova casa, para começar uma nova vida, como uma nova família.

~*~

Malu caminhava pelo espaço repleto de desenhos e pinturas infantis. Passava a mão pelos armários onde as crianças guardavam suas mochilas, vendo que algumas haviam feito peqenas plaquinhas com seus nomes e desenhos.

_ Você está chorando? – perguntou Maurício, atraindo a atenção da noiva. Ela virou-se para ele, secando os olhos.

_ Eu to emocionada. – ela suspirou – Tá vendo isso aqui? Essa menina tem 9 anos, e quando chegou aqui, não sabia nem como soletrava o próprio nome. E agora, olha... Daniela, escrito em letra cursiva e tudo. E esse desenho do Max. Quando ele veio pela primeira vez, a única coisa que ele sabia desenhar eram cenas de tragédia, sangue... Olha o que ele desenhou hoje: ele, sendo um médico.

_ Eu te disse que faríamos a diferença na vida dessas crianças. – sorriu o rapaz, acariciando o rosto da loira – Você está sendo uma ótima pedagoga, sabia?

_ E você está sendo um ótimo professor também. – ela sorriu, lhe dando um selinho – Eu tenho visto os desenhos das crianças nas paredes e, Mau, que coisa mais maravilhosa. Eles estão tão diferentes do que eram, tão harmônicos, tão verdadeiros.

_ Nós estamos dando a eles a chance de mudar de vida. – os dois sentaram na mesa de Malu, observando o lugar – E eu acho que nós podemos expandir isso.

_ Eu também penso assim. Ajudar as crianças a terem um futuro, criar parcerias com programas de formação profissional... – a pedagoga começou a divagar – A Toca do Saci não precisa ser apenas para crianças.

_ Adoro como você sonha alto. – sorriu Maurício, segurando a mão de Malu – Tenho uma surpresa para você.

_ Ah é? E o que é? – ele estendeu um envelope, que ela abriu. Pegou de dentro dois convites para um baile.

_ Uma festa a fantasia no nosso antigo colégio? – ela se surpreendeu – Mas como?

_ Bom, eu estou começando meu próprio negócio. – ela arregalou os olhos novamente – Eu sei que eu devia ter contado, mas eu queria fazer surpresa. Você sabe o quanto eu gostava de ajudar na organização de evento, então decidi trabalhar com isso: vou ser promoter.

_ Sério? – Malu se maravilhou – Mau, isso é ótimo.

_ Sim, eu também acho. E espero que minha noiva goste e me apoie, porque eu vou precisar viajar bastante, sabe? Farei festas em diversos lugares diferentes. E como primeiro teste, essa daqui. – ele indicou o convite – Você sabe que a maioria dos ex-alunos de lá, agora são donos de grandes negócios, do tipo que fazem festas para clientes importantes.

_ Sua noiva não só apoia, como faz questão de estar ao seu lado nisso. – ela se levantou, ficando de frente para Maurício – Você me deu toda a força do mundo para seguir meu sonho, agora eu vou te dar para seguir o seu. Você vai ser um promoter incrível, sabia?

_ Eu vou fazer o meu melhor.

_ E vai ser mais que o bastante. – sorriu Malu – Mas não quero nem saber de você metendo o bedelho na festa do nosso casamento.

_ Tudo bem, tudo bem. Mas os aniversários dos nossos filhos, serão por minha conta. – ele sorriu.

_ Filhos? Tá achando que eu vou ter quantos? – a moça começou a brincar com os cachinhos do noivo.

_ Ah, uns cinco, seis... Você gosta de família grande, não é?

_ Voltamos a conversar sobre isso mais tarde. – decretou Malu – Agora, quando a essa festa aqui...Será que terá algum Zorro?

_ Não sei... Se for haver alguma anjinha. – ele a abraçou mais apertado – E o DJ me prometer tocar Time After Time.

_ Mas o anfitrião não pode fugir para o armário de vassouras. – a moça fez biquinho, enquanto Maurício ria.

_ Armário de vassouras é para quem quer esconder. Eu quero que o mundo inteiro veja que eu tenho a pessoa mais incrível do mundo ao meu lado, que eu a amo muito. E que eu tenho a maior sorte, porque ela me ama de volta.

_ Então porque esperar até lá? – Malu saiu correndo até a outra sala, voltando com algo escondido nas costas. Estendeu para Maurício, que riu – Vamos Zorro, coloque sua máscara.

_ Então eu quero minha anjinha com asas. – ele amarrou a máscara e colocou o chapéu, enquanto Malu colocava as asinhas. O rapaz puxou o celular, colocando a música deles para tocar – Me permite essa dança?

_ Essa e todas as que vierem. – eles se abraçaram, começando a balançar no ritmo da música que embalaria aquele amor para sempre.

~*~

Fabinho estacionou o carro na Casa Verde, descendo depressa. Havia recebido uma mensagem de Giane, mandado que ele fosse o mais depressa possível para o bairro.

_ Seu Silvério? – bateu na casa do sogro, não obtendo resposta. Bufou irritado, descendo as escadas e se perguntando onde ela poderia estar.

A resposta lhe pareceu óbvia.

Se dirigiu até o campinho de futebol, sorrindo ao chegar lá.

_ Eu tinha ouvido dizer que você tinha virado uma garota, mas ainda parece o mesmo moleque de sempre. – não conseguiu segurar, assustando a garota. Ela riu, enquanto virava-se para ele.

_ Preciso te lembrar que você dorme com esse moleque? Todas as noites? – ela se aproximou devagar, fazendo-o rir.

_ E acho que esse é o melhor moleque do mundo então. – ele a abraçou pela cintura, enquanto ela enlaçava seu pescoço – O que era tão urgente, Giane?

_ Comprei uma bola nova. – ela sorriu travessa, fazendo Fabinho bufar – E eu queria estrear ela com meu maridinho, no nosso campinho.

_ E porque esse é o nosso campinho? – ele perguntou, enquanto ela se afastava para pegar a bola.

_ Porque foi aqui que nós nos reencontramos? Lembra? – ela voltou-se para ele, mordendo o lábio – Você inclusive me disse a mesma coisa de há pouco.

_ Ah, mas você estava toda menininha naquele dia. Agora tá aí, de shorts e camiseta do Corinthians, cabelo curtinho... – o publicitário fez cara de pensativo – Sei não hein? Acho que você estava tentando me dar o bote aquele dia.

_ Tá me chamando de interesseira?

_ Prefiro te chamar de amor da minha vida. – ele caminhou até ela, roubando a bola – Muito bem, qual vai ser a aposta da vez?

_ Bom, eu comprei mais algumas coisinhas hoje. Algumas que eu não posso te mostrar agora, porque alguém pode aparecer. – ela sorriu de lado, vendo-o entender – Que tal apostarmos isso?

_ Maloqueira ninfomaníaca? – Fabinho gargalhou – Agora sim tá dentro das especificações do que eu pedi.

_ Menos papo e mais ação. Quem fizer dez primeiro, escolhe o prêmio. – ela piscou um olhou, começando a fazer embaixadinhas – Anda fraldinha, faz alguma coisa que preste.

_ Tudo que você quiser, maloqueira.

Ele correu para cima dela, os dois começando a se driblar insistentemente. Saia um gol, Fabinho a beijava, só para distraí-la e lhe dar tempo de marcar. Ele ia marcar, ela pulava nas costas dele, o desequilibrando.

E a hora correu até que algum dos dois conseguisse marcar dez gols, e quem o fez foi, claro, Giane. Ela sorriu travessa, correndo até o marido e pulando em seu colo, o abraçando com as pernas.

_ Muito bem, ganhou de novo. – ele riu – O que você vai querer? Só não vale me pedir para usar calcinha.

Ela gargalhou gostosamente, jogando a cabeça para trás. Ele riu, se aproveitando para beijar o pescoço e fazer-lhe cócegas com a barba.

_ Vai pivete, escolhe seu prêmio logo.

_ Eu quero você.

_ Isso você já tem.

_ Eu quero você para sempre. – ela segurou o rosto dele, fazendo-o encará-la.

_ Isso você também já tem. – ele garantiu, enquanto beijava seus lábios e a descia para o chão – Que tal irmos para nossa casa?

_ Eu já disse que esse é o meu som favorito? – ela perguntou sorrindo.

_ É muito clichê eu dizer que é o meu também?

_ Droga, viramos um casal clichê. – ela suspirou, os dois rindo.

_ Nós sempre seremos tudo, menos clichê. – ele lhe beijou – Vem, vamos para casa. Eu vou te dar seu prêmio.

_ E como você vai me dar você mesmo? – ela perguntou enquanto eles saiam andando.

_ Eu vou te amar a noite inteira, e fazer você saber que você também é minha, para sempre. – ele prometeu, enquanto ela sorria para ele.

_ Nada me faria mais feliz.


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Notas finais do capítulo

Bom, não sei muito o que dizer nesse momento.
Beeeijos e até o fim