E Se? escrita por WaalPomps


Capítulo 14
Caught up in circles


Notas iniciais do capítulo

Heeey gente. Bom, é o seguinte: eu to indo viajar amanhã na hora do almoço, e eu vou ficar fora até dia 05 de janeiro. E as chances de eu ter como postar/escrever são pequenas. Então, eu to pegando o que eu já tenho escrito e tentando deixar programado. Mas eu só tenho três capítulos :/
To tentando escrever mais um pelo menos, mas não sei se vou conseguir. Então, vamos ter poucas postagens. Mas vou tentar escrever na viagem, para ter bastante coisa para postar quando voltar, ok?



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_ Zé do Parquinho, precisamos conversar. – Fabinho entrou na sala de Bento, assustando o rapaz.

_ Tá fazendo o que aqui cara? – perguntou o empresário – Porque a Mayara não anunciou, nem nada?

_ A Mayara não está aí. Ela acabou de pegar um táxi correndo para casa, porque a Samara piorou. – Bento suspirou – É sobre isso que eu quero falar... Eu contratei uma enfermeira para ficar lá todos os dias. Duas, na verdade. Uma pra manhã, outra para a noite. A tia Salma me falou que eles estão se desdobrando em mil para cuidar dela, e eu quero ajudar.

_ E posso saber por quê? – perguntou Bento, se recostando na cadeira.

_ Digamos que eu tenho uma dívida pessoal com a Giane, de quando éramos crianças. E agora que ela saiu da Para Sempre para ser professora de futebol durante o dia, eu quero que ela possa fazer isso. – explicou o publicitário, cruzando os braços em frente ao peito – E eu vim avisar porque quem vai arcar com essa despesa sou eu, está bem?

_ Fico feliz em ver que está pensando em alguém além de você. – garantiu Bento, e o outro riu.

_ E eu em ver que está pensando um pouco em você. Mas isso era desde o colégio, não é? – o loiro arqueou a sobrancelha – Cê acha que não sei que tu tirou a virgindade da Malu na mesma festa que comeu a Lancaster? O Caio tava possesso da vida que cê tinha pego a mulher dele.

_ O mundo é dos espertos, Fabinho, você mesmo dizia quando éramos crianças. – lembrou Bento – Bom, era só isso que você queria dizer?

_ Na verdade, não. – o rapaz sentou, colocando os pés sobre a mesa de Bento, que bufou – Eu fui falar com o Silvério sobre as enfermeiras e conversamos sobre outra coisa: as meninas precisam espairecer a cabeça.

_ E o que nós temos a ver com isso? – perguntou o outro, intrigado.

_ Qual é Bento, tu conhece o Maurício. É mais lerdo que uma lesma. Se fosse esperto, tava tirando a Giane de casa, não ficando com ela lá o tempo todo. – o publicitário explicou calmamente – Em todo caso... Meu pai tem uma casa bem legal em Ilhabela, e eu tenho o final de semana livre, assim como a Malu. Ela já mandou preparar tudo e está ligando para o Maurício nesse exato momento, para que ele convença a Giane. Só precisamos convencer a Mayara.

_ Você acha mesmo que nesse momento uma viagem é o melhor para elas? – perguntou Bento, arqueando a sobrancelha.

_ Quem teve a ideia foi a doente, não me culpe. – Fabinho ergueu as mãos – Eu na verdade oferecia a casa para os quatro irem passar o final de semana. Quem sabe o ar puro fizesse bem a dona Samara. Mas ela disse que não, que nós levássemos as meninas e as distraíssemos. O que eu posso fazer?

_ Claro, porque você é um santo. – Bento revirou os olhos, enquanto Fabinho ria.

_ Sabe Bentinho, as coisas mudam. Olha só para você. – o publicitário levantou – Nem parece aquele garoto certinho que eu cresci junto. É apenas um playboy galinha, que não se importa de mentir para as mulheres, que passou anos sem dar as caras no seu lugar “favorito” no mundo, que fez a uma mulher perder um filho seu. – ele se apoiou sobre a mesa, vendo Bento desviar os olhos – Ah sim Bento, eu sei que você causou o aborto da Camila por ela não saber se o filho era seu ou do Caio.

Ele deu a volta na mesa, parando ao lado de Bento.

_ Eu mudei sim, não sou santo, mas mudei para alguém melhor. Ou assim espero. Agora você? – Fabinho riu – Você fica fazendo drama para perdoar a sua avó, mas não sei como deita a cabeça no travesseiro a noite.

O rapaz se afastou do amigo de infância, caminhando para a porta.

_ O convite está aberto para o final de semana, mas é só porque eu sei que a Mayara e a Giane te adora. Não sei se você é uma boa influência, ou se te quero perto da Malu. Vai que você esquece a camisinha de novo e apronta mais uma, só que com a minha maninha? – o publicitário saiu da sala, parando com a porta entreaberta – Abraço querido, sucesso viu?

~*~

_ Ilhabela, Maurício? – perguntou Giane, incrédula – Você tem que está brincando.

_ A ideia é da sua mãe, se é isso que te preocupa. – garantiu o rapaz – O Fabinho ofereceu a casa para a família de vocês, e ela pediu para nós levarmos você e a Mayara.

_ Mas quem vai cuidar da minha mãe?

_ O próprio dito contratou enfermeiras. – Maurício explicou, fazendo Giane escancarar a boca – Não sei por que, isso é com ele. Mas ele contratou duas enfermeiras, uma para o dia e outra para a noite, e elas vão cuidar da sua mãe enquanto seu pai, você e a Mayara trabalham.

_ O fraldinha tá maluco. – riu Giane, balançando a cabeça negativamente.

_ Pra mim ele tá é afim de você. – o rapaz reclamou, fazendo Giane gargalhar.

_ Amor, para o Fabinho eu sou um moleque, fica tranquilo. – ela deu um selinho no namorado – E se ele estiver afim de alguém, vai ser da Mayara. O que é até bom, em minha opinião.

_ Porque, morena?

_ Nada demais. – ela garantiu, entrelaçando seus dedos e o puxando para andarem pela rua do bairro – Bom, se minha mãe está de acordo, acho que tudo bem. Vai ser bom nós dois passarmos um tempo juntos.

_ Não poderia concordar mais. – ele beijou a testa da namorada – E eu quero que você vá comigo ao shopping.

_ Pra que Mau? – perguntou Giane, parecendo confusa.

_ Amor, seu biquíni já está velho e um pouco pequeno até. – ela corou – Nós vamos para a praia, eu quero te dar um biquíni novo. E algumas roupas também. Você nunca me deixa te dar presentes.

_ Eu não gosto que me deem as coisas Maurício, você sabe disso.

_ Por favor. – ele fez biquinho – Como um presente antecipado pelos nossos seis anos de namoro, que é daqui quatro meses. Que tal?

_ Tá bom. Mas nem ouse me dar presente na data, ouviu? – ele assentiu, sorrindo e lhe dando um selinho.

_ Bom, agora eu preciso ir. – ele avisou – Afinal meu carro e o da Malu estão prontos na oficina. Eu vou buscá-la e vamos pegar os carros.

_ Nossa, demorou mais de duas semanas? – se surpreendeu Giane, caminhando com o namorado até o carro alugado por ele.

_ Pois é... Estava com uma peça em falta no meu, e o dela teve que refazer a porta praticamente. – ele explicou, entrando no veículo – Quase mandei os dois para a sucata e comprei outros.

_ Como se dinheiro desse em árvore. – repreendeu Giane, fazendo o namorado rir – Bom, mais tarde conversamos.

_ Eu te ligo para combinarmos que hora vamos ao shopping. – ele lhe deu um selinho, fechando a porta – Dá um beijo na sua mãe por mim.

~*~

Malu estava no portão da mansão Campana, esperando Maurício aparecer. Estava ansiosa, pensando na melhor maneira de abordar o assunto. Suas fontes eram seguras, e por mais que não quisesse, já havia se envolvido no assunto.

A verdade era que não conhecia Giane, mas apesar da implicâncias de Fabinho em chamar a amiga de moleque de rua, Malu sabia que ela era uma boa pessoa, trabalhadora e dedicada, que havia saído do emprego em que trabalhava para ajudar em um projeto de crianças carentes. E em sua cabeça, uma pessoa desse tipo não deveria ser tão covardemente enganada.

_ Maria Luisa, pense bem no que vai fazer. – pediu sua avó Madá ao telefone – Você sabe o poder de uma fofoca, porque você era uma grandíssima fofoqueira na escola. Essa menina já está em um momento difícil, não piore as coisas só porque não consegue segurar sua curiosidade com a vida dos outros.

O carro parou e buzinou, e ela logo correu para o banco do passageiro. Maurício sorria para ela, enquanto jogava alguns sprays de tinta para trás.

_ Desculpe a bagunça, é que eu fui até Heliópolis e não tive tempo de passar em casa deixar as coisas. – explicou o rapaz, encarando a amiga dos tempos do colégio. Ela concordou, um pouco aérea – Tá tudo bem?

_ Hã, tá sim. Só pensando em algumas coisas. – ela concordou, enquanto saiam com o carro. Maurício colocou para tocar uma seleção de músicas, até que uma lhe chamou a atenção – Você gosta de Time After Time?

_ Essa música é, hã... Especial, para mim. – ele corou um pouco, indicando que ia mudar de música, mas Malu impediu.

_ Não, por favor. – ele recolheu o braço – A primeira vez que eu ouvi essa música foi naquela festa a fantasia no colégio, quando estávamos no começo do segundo ano? Acho que foi logo antes de você sair da escola.

_ Não lembro ao certo. – ele parecia desconversar, mas Malu não estava realmente prestando atenção.

_ Foi a melhor noite da minha vida. – ela suspirou – Eu não lembro muita coisa, eu bebi umas doses de tequila com o Bento, a Camila e o Caio. Ele estava de Zorro, se bem me lembro. Ah sim, era Zorro mesmo. Eu joguei o chapéu dele bem longe.

Maurício estava olhando a rua fixamente, enquanto Malu vagueava seus pensamentos. A noite da festa ela havia bebido um pouco mais que de costume e havia perdido a virgindade com Bento, em um quartinho que havia por lá. Na verdade parecia um armário de vassouras, mas ela não ligou muito. Já estava de saco cheio de Camila Lancaster falando suas aventuras sexuais com Caio, enquanto ela e Bento não saiam dos beijos. E ela sabia que ele buscava o sexo em outros lugares.

Então, encorajada pelo álcool, Malu puxou o peguete para o armário e se entregou a ele, resolvendo de vez esse empecilho. E fazendo questão de vazar a história para a escola toda.

_ Acho estranho você não lembrar da festa Maurício. – comentou Malu – Porque eu me lembro de ter te visto no começo dela. Eu inclusive te confundi com o Bento, porque você dois estavam de Zorro.

_ É, estranho. – ele suava frio – Hã, chegamos.

Ele estacionou, descendo do carro depressa. Malu ficou intrigada com a atitude dele, ouvindo os acordes finais da música que tocava no momento em que teve sua primeira noite com o Zorro.

~*~

_ Com licença? – Giane chamou a atenção da recepcionista – Hã, eu vim ver o Fábio Campana. Ele está?

_ Tem hora? – ela negou – Bom, diga seu nome. Verei se ele pode atendê-la.

_ É Giane de Souza. – a recepcionista fez uma ligação rápida, sorrindo para a moça.

_ Pode seguir pelo corredor e subir o primeiro lance de escadas. Ele estará esperando. – Giane agradeceu, seguindo o caminho que a mulher indicará. O lugar era grande e havia várias pessoas trabalhando.

Subiu as escadas, ouvindo Fabinho conversando com outro rapaz. Era magro e de cabelos negros, e tinha uma bolsa com o logo da Nikon.

_ Ah, pivete. – Fabinho sorriu, avistando a garota. O amigo que o acompanhava desviou os olhos, observando-a – Ah, perdoem-me. Caio Cardoso, Giane de Souza.

_ Prazer. – ela apertou a mão do rapaz.

_ É todo meu. – garantiu o rapaz – Bom Fabinho, conversa com a Malu. Eu realmente preciso de uma resposta logo, ok?

_ Fica tranquilo, que você conhece a minha irmã. Se a Camila topar, ela topa. – o rapaz se despediu, descendo as escadas – Maloqueira, queira por favor entrar em minha humilde sala.

_ Você não muda mesmo. – ela revirou os olhos, entrando no local. Passaram por uma secretária que estava ao telefone e entraram por outra porta, chegando ao escritório – Fresco e cheio de frescura. Cê não muda mesmo fraldinha.

_ Veio aqui me ofender? – ele perguntou o publicitário, sentando em sua cadeira.

_ Você sabe por que eu vim. – ela acusou – Porque você está pagando as enfermeiras?

_ Nós dois temos certas dívidas um com o outro Giane. – ele lembrou – Você me ensinou a fazer pedidos para a lua, e eu consegui minha família. Isso já me deixa com um saldo negativo. E bom, não cumpri minha parte do acordo do futebol, apesar de você pelo visto ter cumprido a sua. Acho que estou em débito.

_ E dinheiro vai resolver isso? – ela arqueou a sobrancelha.

_ Eu sei que dinheiro não compra tudo pivete, aprendi isso com o tempo. Meu pai nos dá tudo, para nós cinco, tentando compensar a falta que uma mãe decente nos faz. Mas isso não é o bastante, nunca será. – ele explicou – Mas no seu caso, o dinheiro pode ajudar. Pagar as enfermeiras é a forma de usá-lo para isso.

_ Nós podemos cuidar da minha mãe.

_ Eu sei que sim, mas eu sei que está sendo difícil ajustar os horários dos três. – Fabinho se apoiou na mesa – Giane, não seja orgulhosa, por favor. Seu pai me contou sobre a Para Sempre e as aulas de futebol. Você está começando a viver seu sonho, e pelo que sua mãe me disse, ela quer que você o viva. Então aceite a ajuda de quem quer ajudar.

_ Eu vou pagar tudo que você gastar, assim como já avisei para o Bento que vou pagar o que ele está gastando. – ela avisou – Considere um empréstimo, está bem?

_ Se isso te fizer feliz, sem problemas. – Fabinho riu, negando com a cabeça – Você vai conosco para Ilhabela?

_ Claro, parece legal. – ela deu de ombros – E você vai poder ficar perto da Mayara.

_ Isso nem me passou pela cabeça. – ele deu uma piscadela, arrancando uma risada da garota – Bom, eu tenho que ir até a casa da tia Salma. Aceita uma carona?

_ Claro. – ela concordou – Posso só ligar para o Mau e avisar?

_ A vontade. – ele saiu da sala, deixando-a sozinha. Se aproximou de Júlia, que o encarava curiosa – Júlia, por favor, ligue para o meu pai e peça para ele me encontrar na esquina da Para Sempre, a empresa de casamentos. Tenho uns assuntos a resolver por ali.


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Notas finais do capítulo

Bom gente, o que tenho a dizer é o seguinte: foi um grande prazer conhecer todas vocês esse ano, graças a essa novela e esse casal (Fabine) que todas nós amamos tanto. É um prazer escrever para vocês, ver o quanto vocês gostam, receber esse carinho de vocês... Nossa, eu juro, foi o ponto alto do meu ano. Vocês são incríveis. E eu desejo que 2014 venha com muitas mais história, com Humbelle em Geração Brasil, para mais fics, e mais, mais, mais.
Um felicíssimo Natal para vocês, que seja muito abençoado pelo Papai do Céu, assim como o Ano Novo.
Beeeijos da titia Waal