–-- Lucy!!! O que você esta fazendo garota?! Eu vou arrombar a porta!! – Gritava meu pai desesperado do outro lado da porta.

–-- Não!!! Sai daqui idiota!!! Saia!!!! – Gritei ainda mais revoltada.

–-- Por favor! Lucy!! O que aconteceu?! Se acalme filha!! Vamos conversar!! – Gritou minha mãe do outro lado da porta, e pelo jeito já estava chorando.

–-- Eu não quero conversar com ninguém!!! Não quero!!! Saiam daqui!!! – Gritei novamente já sem sentir o que fazia, extremamente revoltada comigo mesma e com tudo mais.

Meus pais estavam quase derrubando minha porta, eu estava descontrolada... Não queria falar com ninguém! Não queria nada! Mas eles estavam insistindo em ir falar comigo mesmo assim. Estava cheia de ódio de mim, da Amy, dos meus pais, dos policiais... De tudo!!!

Voltei a derrubar as coisas do meu quarto, quebrei tudo que via na minha frente. Já estava machucada, com meu braço cortado e saindo um pouco de sangue por causa de toda essa bagunça e destruição de tudo. Com isso meu pai começou a derrubar a porta mesmo, ouvia ele se batendo na porta para arromba-la.

–-- Que droga!!! Será que não entendem?! Quero vocês longe de mim!!! – Gritei e logo após isso em ato de desespero pulei da minha janela e cai em alguns arbustos dos fundos da casa.

Poucos minutos depois de eu ter me jogado, meu pai finalmente conseguiu derrubar a porta, e com isso começaram a me procurar. Minha mãe caiu no chão, começou a chorar de desespero, e meu pai tentava acalma-la e procurar á mim ao mesmo tempo... Coitado.

Eu fiquei toda machucada, cortada por causa dos objetos que quebrei, dos espinhos dos arbustos, mas felizmente – E sem saber como também – Consegui não quebrar ou torcer nada do meu corpo com a queda – Não que meu quarto ficasse muito no alto... – Mas ainda sim foi um milagre não ter tido nada serio.

Sem demorar me alevantei dos arbustos e sai correndo, fui para bem longe de casa... Estava completamente sem direção! Não sabia o que faria, muito menos para onde iria... Só sabia que ia fugir dali, não queria mais ver meus pais, não queria ver pessoa nenhuma!!

–-- São todos uns idiotas... Ignorantes... Irritantes!! Eu vou embora daqui a nunca mais verei nenhum deles!! – Dizia para mim mesma cheia de ódio.

–-- Tenho que ir para algum lugar... Mas para onde? Preciso ir para algu-... Lá! Vou encontra-la, vou até a casa dela... Vou até lá... Tudo vai acontecer lá... Lá! – Fui dizendo isso para mim mesma até chegar na casa de Amy.

Quando cheguei na casa, Amy me olhou calmamente, saiu da porta e foi até o portão da casa onde eu estava, ela se aproximava de mim calmamente com um sorriso amável no rosto, era como se abrisse seus braços para me acolher. E eu estava com um olhar raivoso, cruel... Estava virando o que ela disse que eu viraria...

–-- Olá Lucy! Quer entrar? Você Parece meio abatida... – Disse Amy com um tom irônico.

–-- Digamos que eu tropecei da minha janela e cai, mas enfim, por que você esta fazendo isso comigo? – Disse também irônica, mas ainda séria.

–-- Vamos entrar primeiro, é melhor conversarmos lá dentro. – Disse Amy Abrindo o portão.

–-- Tudo bem... – Disse entrando e seguindo Amy até dentro da casa.

Quando chegamos na sala eu fiquei de pé, olhando Amy ir até o sofá e sentar-se calmamente, logo após começou a me olhar um pouco diferente... Parecia ansiosa e curiosa, ela sabia que tinha coisas para contar.

–-- Então Lucy, disse que estava fazendo algo com você... Não sei do que você estava falando, então... Quer explicar? – Disse Amy com o mesmo olhar.

–-- Eu não sei o que você fez comigo, mas seja lá o que for quero que pare! Eu estou ficando louca... Os policiais foram na minha casa, perguntaram sobre a Alice! – Disse voltando ao meu estado de revolta.

–-- É mesmo?! Foi bem como imaginei não é? Acho que foram até mais rápidos do que pensava... – Disse Amy dando uma leve risadinha.

–-- Sim, foi bem como você havia dito... – Disse um pouco enojada, era difícil admitir que ela estava tão certa nisso.

–-- E... Você fez exatamente o que eu disse, não foi? – Disse Amy me jogando um olhar malicioso, ela sabia que eu tinha agido como sua marionete sobre o caso da Alice.

–-- S-Sim... Mas eu não vou mais fazer o que você manda!! Não vou fazer uma coisa dessas, você matou minha amiga, você esta fazendo um virar uma maluca!!! – Disse quase indo para cima de Amy para espanca-la, mas ela me parou com uma frase.

–-- Vai me matar Lucy? – Perguntou ela com o mesmo olhar malicioso.

Nesse momento meu corpo travou, senti uma angustia tão forte dentro de mim, uma raiva incontrolável. Queria muito mata-la, e isso foi a prova de que Amy estava certa, mais uma vez.

–-- Lembro de você gritando comigo, dizendo que nunca seria algo assim, uma assassina... Mas você esta igual a uma. Sua raiva esta dominando seu corpo e alma! E com toda essa sua revolta você vai virar uma assassina, uma até melhor do que eu... – Disse Amy se alevantando do sofá e se aproximando de mim.

–-- Como tudo isso aconteceu...? De onde você veio?! Por que?! – Perguntava cada vez mais confusa.

–-- Eu sempre soube que você tinha uma assassina em você querendo despertar, e agora chegou a hora de você mostra-la ao mundo e para si mesma. – Disse Amy com um sorriso.

–-- Sim! Chegou a hora... Obrigado por abrir meus olhos Amy! ... Mas agora... Por favor... Morra!!! – Disse dando um doce sorriso e indo para cima de Amy para sufoca-la.