Vive Le France escrita por Mallu


Capítulo 11
Half Of My Heart




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#Sophie

– Então né... melhor amigo... tá afim de fazer o que?

– Agora, nada... mas eu tenho uma proposta tentadora pra te fazer.

– Hm, fale.

– Semana que vem, na sexta feira, eu vou pra casa de praia dos meus pais, fica lá em Angra dos Reis. Então... você quer vir comigo?

Pensei, repensei, pensei de novo... tanto que ele achou que eu tivesse desligado na cara dele.

– Sophie?

– Oi, é... quero sim! Vou falar com a minha mãe e te mando mensagem com a resposta.

– Tá certo, beijo.

Desliguei, toda felizinha, não sei com o que, e fui correndo pro quarto da minha mãe, aproveitando que o meu pai estava numa festa com uns amigos.

– Mãe.

– Fala.

– Então né... - sentei na cama dela.

– Ai, que é Sophie? Toda vez que você vem com esse "então né" cresce um cabelo branco em mim. Anda, desembucha.

– Calma, mulher. Sabe o Noah?

– Sei, e daí? Não é o seu melhor amigo? O garoto da touquinha? - riu minha mãe, referindo-se à touca que ele sempre usava.

– É... então... - eu definitivamente não sabia pedir as coisas. - ele me chamou pra passar o fim de semana que vem na casa de praia dos pais dele em Angra. Eu... posso?

– Mas é claro.

– Claro? Sério?

– Mas é claro que NÃO, Sophie Caillat. Fora de cogitação, minha filha. Dois adolescentes em plena puberdade, com os hormônios em ebulição, tá maluca? Estou muito nova.

– Nova pra que?

– Pra ser avó.

– MÃÃÃÃÃE, ENLOUQUECEU DE VEZ? - gritei, surtei, colocando as mãos na cabeça, tentando fazer de conta que aquela cena não estava acontecendo.

– Mas é claro que não. Você não vai, fim.

– Por que? Ele é meu melhor amigo, pelo amor de Deus! Mesmo se não fosse não ia ter nada! Olha, os pais dele vão estar lá, se você quiser você liga pra... - fui interrompida:

– Táaaaa, cala a boca, pode ir, menina chata.

Saí do quarto saltitante, indo ligar pro Noah.

– CA-MI-SI-NHA! - gritou minha mãe.

– Manhê. Vê se me erra. - gritei de volta, com bom "carioquês".

– O quê? - perguntou ela, sem entender, já que dentro de casa a gente se falava em francês.

– NAAAAAAAAAAAAAAAAADA.

"Confirmado. Mais que confirmado, super confirmado. Sexta feira que nos aguarde."

Ele respondeu com um coraçãozinho e ficamos comentando sobre essa nossa "viagem" durante toda a semana e até quinta feira da outra semana, que foi o dia em que eu só soube sorrir. Enquanto eu fuçava meu guarda roupa atrás das peças que eu mais gostava, a Bia me ligou.

– E aí, gatinha. Que que cê tá fazendo?

– Tô arrumando minhas coisas, vou viajar com o Noah. E você?

– COM O NOAH? Tô vendo sexo já.

– Sexo o que, Beatriz. Pelo amor de Deus. Não com o Noah, não agora, não com os pais dele em casa.

– Ah, os pais vão? Merda.

– Não vamos fazer sexo, idiota.

– Bom, tenho que ir no cinema, liguei pra perguntar se você queria vir, mas já que tem transa marcada...

– Vá a merda, Ana Beatriz. - rimos juntas e desliguei.

Sexta feira depois da aula, entrei no carro dos pais do Noah e ambos foram super gentis comigo.

– Oi, minha querida! Tudo bem? - perguntou a mãe dele, um amor, como sempre.

– Oi tia! Tô bem, e a senhora?

– A senhora tá no céu, me chame de você porque nem nos 50 eu cheguei ainda - rimos.

O pai dele estava marcando alguma coisa pelo celular, mandou um beijo pelo espelhinho e eu retribuí. Fomos ouvindo musica, cada um com seu fone, até Angra. Quando finalmente chegamos na casa, tive vontade de me jogar no sofá e por lá mesmo ficar. Não era um casarão, como eu esperava(a família do Noah tem muito dinheiro, a mãe dele e do Gabriel são socialites que competem financeiramente há anos), mas era linda e aconchegante. Subimos até o quarto onde dormiríamos... juntos. Sim, eu e o Noah iríamos dormir juntos. Na mesma cama. Ainda bem que era uma cama gigante, do jeito que sou espaçosa o coitado ia acordar debaixo da cama. Arrumamos nossas coisas pelo quarto(roupas e sapatos) e fomos jantar. Carne malpassada com um molho muito bom, que eu nunca vou saber o nome, a mãe do Noah chama apenas de "molhão". Depois de tudo, subimos pro quarto e conversamos até 2 da manhã, deitados na cama, rostos colados.

– Sophie.

– Fala.

– Você já leu aquele livro... A culpa é das estrelas?

– Tô querendo, por quê?

– É que... sabe, eu me apaixonei do mesmo jeito que alguém cai no sono... gradativamente e de repente, de uma hora pra outra.

– Bom, isso é lindo. Por quê você não conta pra ela?

– Já contei.

– E ela respondeu o quê?

– "E ela respondeu o quê?" - respondeu ele, afinando a voz pra me imitar.

– Muito engraçado, senhor. - dei risada da imitação esdrúxula.

– Mas é sério, nesse livro diz que alguns infinitos são maiores que outros... Sophie, eu quero ir com você muito além do infinito, então, por favor, vamos fazer do nosso infinito o maior de todos? Juntos?

Quando percebi, já estávamos deitados lado a lado, abraçados, que nem casal de filme. Mãos entrelaçadas e um pedido:

– Não me deixe nunca. Você jura? - pediu ele, sussurrando.

– Eu juro.

Sorrimos e dormimos, ali mesmo, abraçados e entrelaçados.


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