No capítulo anterior:

Ele me soprou um beijo e saiu do meu quarto. O que ele estava aprontando?

-x-

As semanas passaram voando. A véspera de natal foi comemorada na casa dos Cullen, Emmett e Rosalie voltaram da universidade para as férias de fim de ano e eu estava contente por vê-los. O dia de natal foi passado em família, mas é claro que eu estava no entra e sai da casa dos meus amigos, terminando de ajeitar a minha mala e coisas assim. Iríamos para Santa Monica no vôo das seis e quarenta e cinco da manhã do dia vinte e seis, ou seja, amanhã bem cedo.

Estava deitada em minha cama já, sem sono, eu estava ansiosa para essa viagem. Ainda mais depois de todo o mistério que Edward estava fazendo. Depois da interrupção da Alice, não tivemos mais momentos a sós. Já estava mais do que certo que eu iria morar em Montreal, meus pais já conheciam o local onde eu iria morar, com uma família de canadenses, sabe? Eu já conhecia a filha deles via internet, então já estava fazendo amizade com a Kate.

Ouvi meu celular tocar, sabia que era uma mensagem, apenas estiquei o braço e o peguei de cima do criado-mudo. Era uma mensagem do Edward.

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De: Edward

Para: Bella

Às: 23h e 57min

Preparada para amanhã?

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Eu sorri involuntariamente, na verdade eu estava mais que nervosa. Respondia a mensagem a enviei.

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De: Bella

Para: Edward

Às: 23h e 57min

Em termos. E vc?

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Mordi os lábios e fiquei a espera da resposta, que não demorou muito.

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De: Edward

Para: Bella

Às: 23h e 58min

Ansioso demais. Não consigo dormir.

D:

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Eu ri, não era só ele que não conseguia dormir.

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De: Bella

Para: Edward

Às: 23h e 58min 

Bem vindo ao clube, também não consigo dormir.

;]

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Eu estava digitando a resposta dele, quando o celular começou a vibrar, era ele ligando. Fiquei olhando o celular confusa, mas atendi.

- Por que não esperou eu mandar a resposta? – perguntei.

- Eu achei bem melhor te ligar e ficar conversando. – ele riu.

- Ah... – murmurei – Entendi. E aí?

- Sem sono, como te disse. – ele bufou – E pelo visto, você também...

- É, sem muito sono... – eu disse – Mas eu acho que devíamos dormir, porque teremos que acordar daqui a quatro horas, no máximo.

- Sempre com a razão, né Bells... – eu ouvi sua risadinha – Eu só queria ouvir a sua voz, pequena... – suspirou e eu também – Vemo-nos amanhã então, boa noite.

- Boa noite, Ed. – disse com certa dificuldade depois dessa pequena declaração.

Encerramos a ligação e eu coloquei o celular em cima do criado-mudo novamente. Essas declarações repentinas do Edward me matavam. Depois de muito rolar na minha confortável cama, consegui dormir, mas foi o mesmo que nada, pois assim que fechei os olhos, minha mãe me acordou dizendo que já era a hora de me arrumar para ir viajar. Coloquei uma roupa confortável, sabia que iria morrer de frio até chegar ao aeroporto, mas pegaria um casaco mais grosso lá embaixo. Pelo menos em Santa Monica estaria um sol de rachar! (n/a: sei que lá nos EUA é neve na época de natal e ano novo, mas aqui na fic não vai ser não) Coloquei meus óculos escuros e desci, não queria tomar café nem nada. Esperei que meus familiares terminassem de comer e tudo mais, Sophie se jogou em cima de mim no sofá e nós ficamos abraçadinhas.

Meu pai nos viu assim e tirou uma foto com o celular, eu me espantei por causa do flash do aparelho. Eu me levantei do sofá com a Sophie no colo e nós fomos pro carro, mamãe e papai estavam com as minhas malas, estava levando uma grande e uma pequena. Vi os Cullen saindo de casa, Alice com cinco malas, não sei pra que esse exagero, mas... Eles falaram alguma coisa, mas eu nem dei muita bola.

O caminho para o aeroporto de Port Angeles fora silencioso, talvez porque eu passei o tempo inteiro dormindo. Chegando lá, fiz meu check-in, mamãe me comprou um café e eu acordei um pouquinho. Rosalie e Jasper estavam lá, Daniel e Meg também já haviam chegado – o tio não estava muito contente, porque a Meg iria com o namorado, mas estava contando comigo para não deixar que nada acontecesse, como se eu fosse impedir alguma coisa – e depois vimos os Cullen chegar. Alice me abraçou e Edward me monopolizou depois disso, só deixando eu me despedir da minha família e dos outros adultos ali presentes.

A minha primeira surpresa foi que Edward e eu sentaríamos um ao lado do outro. Não vou ser hipócrita e dizer que fiquei chateada com isso, eu estava adorando, mas não aproveitei muito a sua companhia, pois eu simplesmente encostei minha cabeça em seu ombro e dormi a viagem inteira, só acordei para trocar de avião quando chegamos a Seattle e de lá até a Califórnia nem uma só palavra.

- Acorda Bella Adormecida... – ouvi a voz rouca de Edward em meu ouvido e me arrepiei.

- Já chegamos? – perguntei, bêbada de sono.

- Já. – ele sorriu.

Eu bocejei. Nós chegamos a Los Angeles e alugamos dois carros: Emmett, Rosalie, Alice Jasper foram a um; e eu, Edward, Meg e Daniel em outro. De Los Angeles para Santa Monica eram apenas vinte minutos. O sol era gritante, tão diferente de Forks, poderia morar aqui a vida inteira e não reclamaria. A casa de praia dos Cullen era bem afastada da cidade mesmo, era abrir a porta e estar na praia, era linda e grande. 

- Bem vindos, galera! – disse o Emmett quando adentramos a imensa sala.

A casa tinha oito quartos, um pra cada um, ninguém iria brigar. Alice, Edward e Emmett já tinham os seus, a pequena Cullen mostrou o quarto de cada um ali e deixou o meu por último, que por coincidência era de frente pro do Edward.

- Como eu sei que você não iria aceitar ficar no quarto dos meus pais, Bella... – Alice começou a falar – Eu vou ficar lá enquanto estivermos aqui e você vai ficar no meu, ok?

- Ok. – dei de ombros e entrei no aposento.

Era bem mais tranqüilo do que o dela em Forks, claro que tinha o tom de rosa, mas não era tão extravagante como o original. Eu poderia ficar ali sem problema algum. Deixei minhas malas em um canto e me joguei na cama fofa da Alice. A cama era tão confortável e macia... Nem percebi que acabei adormecendo.

(...)

Acordei sobressaltada e não reconhecendo onde estava. Demorei alguns segundos para voltar à realidade, olhei as horas no celular e tomei mais um susto: já eram quase quatro da tarde.  Tomei um banho relaxante e pus uma roupa fresca, peguei meus óculos escuros Ray Ban Wayfarer preferidos e os coloquei na cabeça. Saí do quarto, a casa estava tão silenciosa... Desci as escadas e não encontrei ninguém na sala, fui direto pra cozinha, estava morrendo de fome.  

Encontrei um bilhete preso com ímã na geladeira, reconheci a caligrafia da Alice:

Bella e Edward,

Nós fomos até o supermercado comprar algumas coisas para a nossa pequena festa e temos um lual para ir hoje à noite. Não quisemos acordar vocês, estavam tão bonitinhos cada um dormindo em suas caminhas...

Beijos,

Alice.

Só podia ser aquela anã de jardim mesmo. Eu fiz um sanduíche e peguei um suco de laranja que encontrei na geladeira. Depois de satisfeita, lavei a minha louça e fui para a imensa varanda da parte detrás da casa. Se Alice nos viu dormindo, era sinal que Edward ainda estava dormindo. Vi um violão sob um dos sofás, hm... Fazia tempo que eu não tocava alguma coisa. Subi rapidamente até o meu quarto e peguei meu caderno de composições e uma caneta.

O violão estava afinado, o que me pouparia trabalho. Abri numa música que eu ainda não tinha concluído a composição, comecei a dedilhar meus dedos pelas cordas do violão... Era mágica a sensação de cantar e tocar uma música, eu sentia uma paz muito grande dentro de mim.

Don’t – Kelly Clarkson

(n/a: se não escutarem, vai perder toda a graça!)

- Você olha pra mim como sempre faz, você não tem idéia, você sorri pra mim, você me abraça, mas você não sabe que eu quero você. – comecei a cantar (n/a: imagine ela cantando em inglês, ok?) − Você brinca comigo, você me paquera, você me conta todos os seus segredos. Eu sou sempre o único de quem você foge, mas para você, eu sou apenas sua amiga.

Essa música era uma confissão não propriamente dita, eu me sentia bem comigo mesmo ao cantá-la. Apesar de ela não estar totalmente concluída, mas o que eu sabia dela era isso...

- Não diga “eu amo você”. Não diga que precisa de mim. Não diga “eu confio em você”. Meu coração não pode tê-lo. Não diga que você me quer. Não diga que sente a minha falta. Não me machuque. Não diga que me ama. – era como se eu tirasse um peso enorme do meu peito.

- Oh, no, no, no, no... – continuei a dedilhar os dedos no violão − Eu dei o meu melhor para afastar esses pensamentos. De você e eu, isso é tão difícil... Quando você vem até mim, eu caio de joelhos. Eu aprendi a odiar o amor. Você me beijou na bochecha e disse: “você nunca faria isso sem mim”. Está ficando mais difícil a cada dia. Por favor, não diga isso pra mim. – e estava ficando cada vez mais complicado.

Eu o amava loucamente a cada dia. Queria ficar mais perto sempre que podia, não conseguia me afastar. Edward era como uma droga pra mim, por mais que eu quisesse me afastar dele, ele vinha com a dose diária e eu ficava entorpecida, sempre querendo mais e cada vez mais me afundando.

- Não diga “eu amo você”. Não diga que precisa de mim. Não diga “eu confio em você”. Meu coração não pode tê-lo. Não diga que você me quer. Não diga que sente a minha falta. Não me machuque. Não diga que me ama. – senti que meus olhos estavam cheios de lágrimas já.

Dedilhei mais e mais os dedos no violão, como se a minha vida dependesse daquilo.

- Não diga que me ama. Não diga que me ama. Não diga que me ama. Não diga que me ama. Meu coração não pode tê-lo. Eu amo muito você, mas você não me vê. Eu odeio o amor. – meu coração estava na mão agora − Não diga “eu amo você”. Não diga que precisa de mim. Não diga “eu confio em você”. Meu coração não pode tê-lo. Não diga que você me quer. Não diga que sente a minha falta. Não me machuque. Não diga que me ama. – e eu tinha terminado uma música que ainda faltava algumas partes pra compor.

Suspirei pesadamente e as lágrimas caíam sem permissão. Mas fui desperta do meu choro com um barulho de palmas, levantei rapidamente a cabeça e quase caio para trás quando vi quem era. Edward Cullen em pessoa, me olhando intensamente, seu olhar indecifrável, eu não sabia o que fazer... Se eu corria, se dava uma desculpa, mas eu não era boa em mentiras...

- Bella. – Oh droga! – Muito linda a sua música. – ele disse sério e se sentou a minha frente.

- Obri-gada. – gaguejei.

- De nada. – ele sorriu triste – Não querendo me intrometer, mas... – hesitou – Você...

- Se eu compus essa música pensando em você, sim eu pensei. – disse num fôlego só, eu queria me enfiar num buraco e não sair mais de lá.

Love Story – Taylor Swift

(n/a: escutem, please!)

Edward riu e pegara em minhas mãos, eu já estava mega nervosa. Não queria que ele pensasse nada de errado.

- Edward... – comecei a falar, desesperada – Não quero que pense nada de errado sobre mim, sei que deve ter ouvido grande parte da música, mas é só uma música... Isso não quer dizer nada, nós dois estamos muito bem como amigos e eu não quero forçar você a nada, só porque fui ter um sentimento idiota por você e...

- Ei, ei... Calma! – ele me interrompeu, colocando seu dedo indicador sob meus lábios, eu suspirei – Não diga que seus sentimentos por mim são idiotas. – eu o olhei confusa – Sua música é muita linda, Bella... – ele passou uma das mãos pelo cabelo, nervosismo – Mas tem uma coisa que me perturbou nela. – e me encarou com seus belos olhos verdes, um olhar diferente, intenso.

- O que? – o indaguei, sem entender.

- “Não dizer que eu amo você”? – ele arqueou as sobrancelhas – “Que seu coração não pode me ter”? – senti que ia parar de respirar a qualquer momento, o que ele estava querendo dizer com aquilo? – “Não dizer que eu a quero”? “Não dizer que sinto a sua falta”? – sorriu torto – Bella, eu senti a sua falta todos os dias no qual estivemos separados por causa da irmã do Daniel, o seu coração já me tem porque você me ama... – ofeguei – E eu quero você, posso ter percebido só agora, mas eu te amo Isabella Swan.

Alguém pode me dizer se eu estou sonhando ou se eu estou acordada?

- Edward... – sussurrei o nome dele, atordoada pela declaração repentina.

- Não diga nada Bella, só me deixe fazer o que quero há algum tempo. – me disse do mesmo modo.

Eu não disse nada, apenas o olhei mais confusa do que já estava. Edward se aproximara mais de mim, então percebi do que se tratava, meu coração deu um salto. Nossos olhares ainda estavam conectados, minha respiração falhou com a tamanha intensidade que era aquele olhar. Uma das mãos de Edward veio parar nas minhas costas, me puxando mais para si, eu coloquei minhas duas mãos espalmadas sob seu peito não tão musculoso quanto o de seu irmão, porém forte.

Ele sorriu e eu também. Fechei os olhos e deixei todo o trabalho pra ele, estava totalmente entregue aos encantos de Edward Cullen. Quando menos esperei, senti os lábios macios de Edward roçar sob os meus, quantas vezes eu sonhei em beijá-lo e só aquele simples toque era melhor do que os meus sonhos... Tirei minhas mãos do peito de Edward e as enterrei nos cabelos macios e lindos do cara que eu sempre amei, puxei-o para um beijo mais profundo e fui correspondida na hora.

Entreabri a boca, dando passagem para que nossas línguas se encontrassem pela primeira vez. O beijo de Edward era muito bom, viciante... Eu estava embriagada. Nossos movimentos sincronizados, no mais perfeito balanço. Eu finalmente estava beijando quem eu queria. Não importava o que aconteceria depois daquele beijo, não importava mais nada.

-x-

N/A: OH! ATÉ QUE ENFIM! *sinos da igreja* Gente, depois de dezesseis capítulos de drama, finalmente essas duas criaturas se beijaram. *0* E aí? O que vocês acham que vai rolar agora? Bom, vou logo deixar uma coisa clara como a água: a Bella VAI pro Canadá. E não me venham com “mas” e outras coisas, ok? Isso está decidido desde que eu criei a fanfic e pronto. Entendidos? *olha sério*

Besos,

Tamy Black.