Ariel, a sereia urbana escrita por LM


Capítulo 6
Alliance


Notas iniciais do capítulo

Gente, acho que vocês deveriam pensar que eu havia abandonado a fic. Mas na verdade foram só o excesso de compromissos. Desculpem-me. AH A FORMATAÇÃO DESTE CAPÍTULO ESTA ESQUISITA PORQUE EU FIZ NO DOCS.



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Andei por aquela rua escura, com tantos homens estranhos me encarando… Era sem dúvidas o lugar mais sombrio em que já estive. Depois de passar por quatro ou cinco vielas, finalmente cheguei à casa de Úrsula. Os portões de metal enferrujado rangiam com o vento fraco que sobrava, respirei fundo… Adentrei pela fresta que eles deixavam. Segurei firme a foto da mansão, apesar de na foto a casa estar aparentemente nova, com um jardim florido e bem cuidado, pude reconhece- la. Respirei fundo, em passos lentos direcionei- me à abandonada mansão.

A porta era grande, bonita porém tinha rachaduras perceptíveis, bati nela à espera de qualquer resposta. Um rangido, e a porta se moveu dando espaço a um homem de terno preto, ele usava uma máscara que cobria metade de seu rosto, mas a parte que podia se ver, era bonita, jovial de certa maneira, mas era escondida por um cansaço evidente em sua expressão.

– Senhorita? O que trouxera, tão jovem e bela moça, ao palácio de Úrsula?

– Corta essa! Não precisa falar formalmente comigo. Meu nome é Ariel.

– Hm… Como desejar. Vem a procura de Vanessa, Ariel?

Não, gostaria de falar com Úrsula se não for incomodo. - O rosto do rapaz pareceu entristecer- se, mas ele apenas assentiu, e deu meio- sorriso.

Siga- me.

O garoto me levou por dentro daquela casa, tudo era muito grande e bonito… Desde o tapete vermelho no chão ao lustre de ouro. Passava os olhos pelos detalhes da casa e então encontrei uma coleção de quadros, dentre eles um chamou minha atenção, uma mulher de cabelos vermelhos segurava um cordão com uma expressão triste. Ela… Bem… Lembrava muito minha mãe…

– Era uma senhora de beleza incomparável, não? - O garoto disse ao perceber meu desídio.

– Sim. - Disse ainda intrigada com a mulher.

– Curioso… Hm… Ela lembra você. - Sorri, realmente não fora somente eu que percebera tal semelhança.

– Será que… - Ouvi um barulho alto. Seguido de paços vindo em nossa direção.

O garoto apertou meu braço com força e nos escondemos atrás de uma coluna. Ele puxou- me para perto de si, podia sentir seu coração, eu o olhava, assustada. Mencionei falar algo, mas ele logo cobriu minha boca com suas mãos.

Vários homens passavam pelo salão, um mais desgostante que o outro, medonhos. Todos vestiam preto e tinham em seu braço um símbolo, uma ancora quebrada. Todos estavam altamente armados. O último deles trazia consigo uma mulher careca que os implorava piedade. Meu coração acelerava cada vez mais.

Quando todos já haviam saído, o garoto que me manteve perto de si todo esse tempo falou:

– São os caçadores de Úrsula, nenhum deles gostaria de estar ali, mas não têm escolha, ou capturam e matam quem a soberana deseja. Ou pagam caro.

– Meu pai tem de saber disso, ele não a deixaria impune…

– Quem seria seu pai?

– Tritão. - Falei, talvez mais alto do que queria, e o garoto estremeceu. - Você está bem?

– Você… é… é… a filha do… do… TRITÃO?

– Sim… - Falei ainda desconfiada.

– Você é louca? O que está fazendo aqui? Se Úrsula descobrir ela vai… ELA VAI TE MATAR.

– Não. Posso ser filha do rei da ilha, mas vim aqui por mim. Irei fazer um acordo com Úrsula.

– Você sabe o que acontece com quem faz um acordo com ela? - Neguei com a cabeça e ele prosseguiu. - Úrsula pede seu cabelo, suas jóias, seu namorado, suas unhas… TUDO o que ela ou Vanessa quiserem… E se você descumprir o acordo, será caçada e presa… Assim como… Como...

– Como?

– Como sua mãe… Somente Úrsula poderia resgatar seu pai quando ele sofreu um grave acidente, Athena prometeu que daria sua primogênita à Úrsula em troca do resgate de seu marido… Mas quando sua irmã nasceu, Athena não entregou a menina, e os caçadores a mataram. - Eu o olhei indignada… Estava certa que faria aquele acordo, mas não fazia ideia de quão perigoso isso seria.

– Isso não me faz mudar de ideia! Preciso de pernas! Eu preciso saber como ele está! Você não entenderia… - Disse em meio a lágrimas. - Eu o amo. Amo mais do que qualquer pessoa poderia entender…

– Eric Koch… Esse é o nome do rapaz, certo?

– Sim. - Respondi assustada com a resposta do garoto. Por alguns segundos pude perceber seus olhos decepcionados com a minha resposta. - Então, me leva até ela? - O garoto concordou com a cabeça e caminhou em direção a uma porta de aço. Apertou o interfone e falou:

– Madame Graysson, Ariel quer vê- la. Posso prosseguir?

– Sim, Ratcliffe.

Seu nome soava familiar e decidi perguntar:

– Nathaniel Ratcliffe? Filho do Governador Ratcliffe? - Ele assentiu triste com a cabeça. - Seu pai é um monstro!

– Estou aqui por ele. Para pagar sua dívida com Úrsula.

– O que ele devia a ela? - O Mr. Ratcliffe tirou a máscara, revelando uma cicatriz horrível próximo do seu nariz. - Ele a devia seu primogênito. Mas meu pai preferiu entregar- me a ela. Ele acha que estou morto, mas Úrsula apenas jogou o feitiço em parte de meu rosto causando essa terrível queimadura. E teve piedade de mim, não me matou.

– Sinto muito. - Disse aproximando minha mão de seu rosto.

– Não! Sou uma aberração, eu sei… - O garoto falou e deixou escapar uma lágrima solitária. - A única maneira de derrotá- la seria unindo as duas famílias. Porque juntas as famílias tem poder o suficiente para acabar com ela.

– Quando tudo isso acabar. Eu vou unir os Kochs e os Stallones, assim poderemos derrotar Úrsula, e você será livre.

– Ariel, será impossível… Acredite em mim...

Pudemos ouvir um berro de Úrsula, ela chamava por Nathaniel, com uma voz fina e irritante.

– Boa Sorte, Ariel Stallone… Eu gostei de você…

– Se cuida, Nate. - Falei simplesmente e então a porta branca se abriu.

Em uma poltrona de couro, Úrsula Graysson, com uma roupa preta e chapéu cobrindo seus olhos. A mulher fumava, ao me ver sorriu sinicamente.

– Repugnante - O que vem fazer aqui, Ariel? - Antes que eu respondesse ela prosseguiu. - Presumo que não viera atrás de Vanessa, ou melhor, sei que veio por Eric.

– Como a senhora… - Ela me interrompeu novamente.

– Quem faz perguntas aqui sou eu. Então, não deveria provocar mais ódio no coração de meu querido Mr. Stallone. Infelizmente… Ele preferiu Athena. Sou muita mais bonita, não sou? - Apenas a olhei, segurando o riso. - NÃO SOU? - ela gritou.

– Com certeza, tu és dona de uma beleza incomparável.

– Mentes bem, pelo menos, Ariel. Mas já fui tão bela quanto Vanessa. Infelizmente possuía essa voz esganiçada. Aliás, já sei como pode me ajudar… Eu lhe darei um chá, e você não vai conseguir cantar... Vejamos, você… cantará uma música para que minha filha duble em seu show, e se mesmo sem contar ou cantar para Koch, conquistar o rapaz, no prazo de um mês, as pernas e o garoto serão seus. Mas se não conseguir, trabalhará para mim e minha filha. Ou morrerá. - Ela fez uma pausa, eu não achava essa uma boa ideia… Mas não conseguiria atravessar a costa de outra maneira. Então assenti. - E então, pequena?

– Eu aceito.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam? Comentem! Gostaram do meu retorno?
Xx, LM



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