Too Much To Ask escrita por Luisa Stoll, Pin


Capítulo 46
Capítulo XLV - Coração marcado pelas sombras


Notas iniciais do capítulo

Heeey, Luisa here.

Esse capítulo eu escrevi sozinha. Eu sei que ficou curto, mas enfim... PRECISAVA ser curto. Vocês logo vão ver porque.

Espero que gostem... e não me matem, ok?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/436512/chapter/46

POV Luisa

Uma guerra. Esse verão estava mais agitado do que eu jamais pensei que estaria. Monstros invadiam meu caminho, e eu os decapitava com tremenda agilidade.

Monstros não eram inteligentes. Esse era o motivo para que fosse muito mais fácil matá-los do que seria se tratando de qualquer outra criatura.

Em algum momento, senti garras perfurarem meus ombros. Uma arai. Eu já devia imaginar. Aqueles seres desprezíveis tinham uma imensa capacidade para me perseguir. Não conseguiria olhar nos olhos dela, mas imaginei. E o monstro começou a se contorcer. Pensei nas piores torturas possíveis para um monstro, e em alguns minutos ela tinha caído no chão. Morta. E eu não recebi sequer um dano.

Continuei matando monstros.

Ouvi um grito e olhei para o lado. Connor!

Connor tinha acabado de matar uma arai, e tinha sido amaldiçoado por conta disso. Eu não poderia saber qual era a maldição, mas ele parecia estar sofrendo.

Me sentir mal por não poder fazer nada no momento.

Quando me vi livre de grande parte dos monstros que antes me cercavam, corri para perto de Connor. Ele estava caído no chão, e aparentemente estava sem Néctar por perto. Peguei um frasco em meu bolso e lhe entreguei, voltando rapidamente para a batalha.

POV Alawara

Ás vezes, sacrifícios são necessários para que todos possam seguir em frente, continuar sua vida normalmente... mas no meu caso, seria impossível viver sem ele. Você pode me perguntar se uma feminista, como eu sempre pareci ser, sofreria com isso, mas a resposta é óbvia, não é? O amor é algo que recebemos em nossa vida, e se ele parte, um pedaço de nós, que antes disso éramos completos, parte junto, e nos deixa à mercê do tempo.

Talvez você seja incapaz de entender a força de um amor. Eu não lhe julgo por causa disso. Você simplesmente ainda não teve a chance de amar. E essa chance cada ser humano só tem verdadeiramente uma vez na vida. Entenda: paixão é diferente de amor.

Você pode pensar no amor que tem por seus pais, por seus amigos... Mas existe algo tão mais forte que isso, que eu não saberia nomear.

Foi isso que eu perdi. Foi isso que tiraram de mim. E agora estou tendo uma sensação que nunca imaginei que chegaria a ter: a sensação de estar sobrevivendo, e não vivendo.

Aos meus olhos, não havia mais motivo para continuar vivendo. Não estou sendo dramática, essa é apenas a verdade.

Meus olhos se abriram involuntariamente no momento em que as sombras mortais de Aghata se envolveram em meu pescoço. E um grito involuntário saiu de minha garganta.

Então me avise quando ouvir meu coração parar de bater. Não que isso vá adiantar alguma coisa. Eu já estarei morta. Morta para poder viver a eternidade ao lado do meu amado. E, então, quando ouvir o meu silêncio... Saiba que parti para viver, e não apenas sobreviver.

Havia uma possibilidade... uma possibilidade que surgiu em minha mente no momento em que as sombras começaram a me arrastar para dentro da terra. Tudo que eu tinha... é tudo que eu ainda conseguirei. Não poderia desistir da vida tão facilmente. Ele desistiu da própria para me salvar. Eu não poderia deixar que seu sacrifício fosse em vão.

Meus olhos se fecharam, e cinco segundos depois eu ouvi o som de uma lâmina cortando o ar. E depois o baque dessa mesma lâmina contra uma superfície mais rígida.

Lágrimas escorriam pela minha face, e acordei na enfermaria, com minha mãe ao meu lado.

POV Ronnoc

O mundo estava caindo ao nosso redor. A preocupação me invadia. A preocupação com Abnara, com Heitor, com Alawara, com Brissy... em meio a tudo isso, eu não podia saber o que estava acontecendo. Estava ocupado demais eliminando um exército de monstros.

Ah, tudo aquilo por causa de uma briga de casal... minha irmã e meu cunhado ainda pagariam por isso.

Brigas de casal podiam ser complicadas, mas nada que precisasse envolver uma guerra.

*Flashback on*

No reino do Fogo, eu via a lua e a coluna brilharem escarlates em ressonância. Havia chegado a hora?

– Brissy, vou dar uma volta. – Disse para minha irmã.

Saí para fora de casa e fui em direção à floresta. Era sempre agradavelmente quente ali. Meus cabelos feitos de fogo ondulavam. Meus olhos vermelhos pareciam chamas acesas. Minha pele era levemente avermelhada. Vestia uma armadura de couro grega. No lado esquerdo, minha espada, Lalthro, parecia aguardar ansiosamente. Passou-se muito tempo. Agora eu iria reclamar o que por direito era meu. O coração dela.

Andava em direção ao Olimpo. Na recepção, o porteiro fingia não ter percebido nada. Mas eu não tinha tempo. Já perdera muito. Fui em direção ao elevador, e soquei o maldito botão. Isso forçou o elevador a levar-me até o Olimpo, devido à magia que colocara no sistema. As portas se abriram, e saí imponente. Sabia onde achá-la. Podia sentir. Era como se ela deixasse um rastro que só eu conseguia ver.

Na minha frente, o Palácio onde ela agora morava. Abri as portas pesadas. Força não me faltava. Não para um fim como aquele. A floresta não era a única a despertar. Achei-a em um quarto, embalando um filho no peito. Quando nossos olhares se encontraram, era como se nós dois tivéssemos nos conhecido desde sempre. Os traços delicados, o cabelo azul, o frio que emanava da pele dela... Era tudo perfeito aos meus olhos. Eu mesmo não sabia o que ela estava sentindo naquele momento, mas sabia que tudo havia mudado.

– Ronnoc? - perguntou Abnara, assustada. Há muito não me via, e sabia que havia alguma coisa errada/estranha ali.

– Abnara. - Aproximei-me dela, e, com uma estranha delicadeza, até para mim mesmo, tirei o filho de seus braços, colocando-o no berço. Abracei Abnara gentilmente. Algo estranho para alguém que chegara com uma imponência como aquela.

– Ronnoc, há quanto tempo... - murmurou ela. O som da sua voz era estranhamente musical, por mais que o tom usado por ela demonstrasse certo constrangimento. No momento, eu não fazia ideia do porquê. Até descobrir o real motivo para que a princesa das águas estivesse morando no Olimpo.

*Flashback off*

Foquei-me novamente na luta. Meu devaneios tinham tirado-me tempo, um tempo que eu precisaria recuperar imediatamente. Ataquei uma bola de fogo, e todos os monstros que ainda estavam ali se dissolveram em pó.

Agora a luta era mais particular. A guerra dizia respeito exatamente a quem a tinha começado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews? Uma recomendação então? *o*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Too Much To Ask" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.