Jogos Vorazes: O Despertar escrita por FernandaC


Capítulo 4
Choque


Notas iniciais do capítulo

Please, don't hate me!
As coisas vão se complicar a partir de agora. Então preparem-se. Haha...
Espero que gostem desse capítulo.




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Fico olhando o papel por uns momentos, observando a letra e a textura dispostas elaboradamente no cartão. Uma simples frase com mil significados. Ao o quê exatamente ele se referia, eu não faço ideia. Apenas que aquela desculpa não pertence ao Haymitch (até parece!) e que eu não consigo conter o sorriso nos meus lábios. E isso é estranho, visto que mal consigo lembrar a última vez que nós tivemos uma conversa normal ou quando eu ou ele estivemos ao menos próximo do normal. Então, o simples fato de receber um papelzinho desses com apenas duas palavras, é o suficiente para dar um nó na minha cabeça e fazer-me correr na direção da casa dele.

A rua está meio escura, também tendo somente eu, Peeta e Haymitch como habitantes, pudera aqui ser mal iluminado e triste. O vento frio corta minhas bochechas, levanto a mão para bater na porta dele, mas me contenho. E se ele surtar novamente? Não seria nada legal... Entretanto, eu preciso me esforçar e mostrar para o idiota do Haymitch que eu ainda tenho atitude na minha vida. Por outro lado, prometi a mim mesma que iria me afastar do garoto do pão para a sua própria segurança... Merda! Ele acendeu a luz da entrada. Droga, não dá, tenho que sair daqui. Droga, droga... Sua medrosa estúpida.

– Katniss? – Peeta me chama quando estou a cinco metros da casa dele. Bem, não vai dar para fingir que ele não me viu. Viro-me lentamente.

– Oi, Peeta... Eu vim aqui na sua porta... Quer dizer...

– Quer entrar? – Ele pergunta interrompendo minha infrutífera tentativa de disfarce. O que me deixou agradecida, visto que a situação ia ficar cada vez pior.

Então, eu balanço a cabeça e entro. Sou guiada até a sala, recebo chá e biscoitos. Não sinto um pingo de fome, mas beberico o chá para não fazer desfeita. Enquanto isso percebo a formalidade, a tensão e até um pouco de frieza e distância entre nós. Peeta senta-se em uma poltrona à minha frente. Encara-me pressionando o maxilar.

– Tudo bem, Katniss? – Ele pergunta, tentando amenizar o desconforto.

– Sim, e com você? – Peeta inspira profundamente antes de responder, como se para ponderar suas palavras.

– Não Katniss, não estou bem. Muito pelo contrário, eu me sinto péssimo pelo o que houve de manhã. Realmente acreditei que eu estivesse progredindo no meu tratamento, mas você viu o que aconteceu. É simplesmente imperdoável, eu deveria ter continuado com os remédios, ter sido mais cuidadoso, você está passando por problemas tão mais sérios do que os meus e... – Peeta se cala tentando controlar a voz.

Dessa vez ele não me olhou enquanto falava. Mantinha os olhos fixos na decoração dos biscoitos em suas mãos que tremiam levemente. Agora eu compreendo um pouco a sua aflição, nos momentos em que eu estava afogada no meu próprio pesar, não me importando com absolutamente nada, Peeta estava tentando achar um modo de me socorrer. Ele entendeu que isso somente seria possível quando achasse que fosse seguro ficar perto de mim sem surtar. Então, sozinho, Peeta procurou se tratar. Saber que ele falhou na sua missão deve estar sendo um tormento, saber que eu nunca terei um resquício da sua nobreza, é o meu tormento.

– Sinto muito, Katniss. Eu deveria ter dito isso pessoalmente e não através de um papel qualquer. Só que eu fiquei com medo da sua reação e de mim mesmo.

– Peeta, está tudo bem, eu entendo. Na verdade, a culpa é minha, - Ele me olha sem acreditar que eu realmente disse isso – sério mesmo, a princípio eu jamais deveria ter invadido seu quarto e lhe acordado com um arco e flecha nas mãos. – Digo sorrindo um pouco, pois isso foi realmente ridículo. Só na minha cabeça doentia alguém iria machucar o Peeta, que agora sorri consternado.

Encaramo-nos e observo as marcas das suas unhas ficadas no seu rosto. Levanto lentamente a mão para tentar tocar sua face, mas ele está além do meu alcance. Então, um pouco relutante Peeta se aproxima, permitindo-me tocá-lo. Ele fecha os olhos enquanto passo o dedo em cada marquinha na pele ferida. Esse é o tempo que tenho para tentar reconstruir meus pensamentos. Na influência da sua presença, das suas desculpas, pergunto-me se sou realmente sinônimo de perigo para ele. A confusão assola minha mente. A dúvida pairando no limiar entre o que devo, o que quero e o que é certo. Ele abre os olhos.

– No que você está pensando? – Peeta sussurra, desconcentrando-me das minhas indecisões.

– Você sabe. – Respondo tirando meus dedos da sua têmpora.

– Eu gostaria que você me dissesse. – Ele pede fitando-me. Mantendo o olhar em silêncio, penso como expor meus pensamentos. Arrisco.

– Peeta, eu não sei mais como agir. Estou muito confusa. Não sei mais mensurar o que é certo ou errado, o que devo fazer em relação a tudo. Gale me ligou ontem, minha mãe foi embora, briguei com Haymitch e você está sofrendo. Estou perdida e ainda doente.

Ele avalia minha expressão com o rosto a transparecer poucas emoções. Olha para minha mão e a pega na sua. Tenho um breve ímpeto de retirá-la, contudo contenho-me. Mesmo sabendo que esse gesto não passou despercebido.

– Katniss, não quero ser um dos motivos da sua confusão. Eu só quero que você fique bem, que você possa acordar para vida e vive-la, ter um objetivo, ser feliz. Eu realmente espero que um dia isso possa acontecer.

– Você não deseja isso para si mesmo? – Pergunto, odiando-me a cada minuto por fazê-lo sofrer. Ele se levanta, posicionando-se próximo da lareira.

– Minha sorte acabou há muito tempo, Katniss. Então, não tem porque eu desejar isso para mim.

– Por que você diz isso? – Questiono intrigada.

Peeta olha-me cheio de dor, infelizmente não é uma dor que passa com medicamentos. Essa é mais profunda, enraizada no seu âmago. Por que esse sentimento me parece tão familiar?

– Peeta… - Aproximo-me dele e sinto o calor da lareira na pele.

– Digo por que estamos vivos, Katniss, estamos relativamente bem. Tudo o que eu mais ansiava aconteceu, você não morreu e por sorte, eu também não. Agora, só o tempo poderá melhorar, nos curar completamente. – Peeta pode saber como usar as palavras, mas ele não me engana, não era isso que estava na sua mente.

Nossos olhos se encontram. E é justamente neste momento que eu sinto toda a dor do seu coração. Aproximo-me um pouco mais dele, de repente ansiando entende-lo, entretanto, sei que não posso obriga-lo a falar nada para mim, ele respeitou minha agonia nos meus momentos mais obscuros. Peeta foi tão altruísta a ponto de tentar superar, sozinho, a própria síndrome para poder me ajudar. Então, respeitá-lo é o mínimo que eu posso fazer em retribuição. O grande problema é que ele sabia o motivo da minha depressão. Já eu não tenho noção alguma da sua.

Peeta toca meu rosto, seus dedos alisam minha pele. O toque é quente e suave. Sua aproximação me agita, entorpece minha mente apenas com azul dos seus olhos, meus músculos não me obedecem.

– Fico contente que possamos conversar novamente. – Ele diz sem tirar os olhos dos meus. E, assim, sem dizer mais nada, abraça-me.

–--

– Katniss... Acorda. Katniss... - Alguém cutuca meu ombro. Tento me esquivar do incômodo, mas ele persiste irritantemente. - Vamos, acorda, já é de manhã.

Na tentativa de me livrar por completo dos cutucados, eu rolo para o outro lado. O problema nisso? É que eu estava no sofá, então minha cara encontrou o chão. Sinceramente, eu não me lembro de ter voltado para casa. Mas o que isso importa, já deveria estar acostumada. Entretanto, o fato de eu cair de cara no chão não é nada costumeiro ou benéfico para o meu humor. Levanto-me praguejando alto. Até que me dou conta da garotinha me olhando assustada. Vejo Greasy Sae encarando-me envergonhada. Merda.

– Desculpa Katniss, não quis... Quer dizer, eu lhe acordei porque pensei que seria melhor para você aproveitar o dia, ir caçar ou fazer qualquer outra coisa do que ficar enfurnada nesta casa. Eu sinto mui...

– Não, tudo bem Greasy, eu que peço desculpas. É... Você fez bem em me acordar, gostaria de fazer algumas coisas hoje. - Digo lembrando-me de ontem à noite, que, definitivamente, dessa vez não foi sonho.

– Muito bem, Katniss. Fome?

Sento-me na usual cadeira e observo a neta da Greasy brincar com Buttercup. Enquanto como ovos mexidos com bacon e Greasy vai arrumar um pouco a casa.

– Isso estava no chão, posso jogar fora?

– Não! – Respondo com um pouco de urgência, quando vejo que ela se referia ao bilhete do Peeta. Tento disfarçar e limpo a garganta. – Quer dizer, pode. Mas, vou precisar.

Ela lança-me um olhar curioso e deixa o papel em cima da mesa. Pego-o e lembro-me de ontem. Depois daquele longo e nostálgico abraço, Peeta se afastou e foi se sentar no sofá. Por uns instantes, eu fiquei sem saber o que fazer, a situação tinha ido da frieza para o calor da nostalgia em milésimos. Peeta bebeu seu chá e tentou puxar alguns assuntos sem sentido algum para a ocasião. O que não funcionou, despedi-me e saí rapidamente da casa, sem espera-lo para abrir a porta para mim. Como sempre meu consciente começou a questionar o que eu não queria naquele momento, o fato do Peeta interromper nosso abraço ou os motivos por ele estar evitando meu olhar. Algo muito estranho está acontecendo com esse menino. Algo que ele não quer me contar, algo que talvez até Haymitch saiba o que seja. Se for tão sério, por que eu não posso saber?

– Haymitch deve estar contando os segundos para que o trem chegue logo, não é mesmo? Soube que ele perdeu o último assim que entrei na dispensa. Até os coitados dos gansos estão na “abstinência”. – Greasy entra comentando e interrompendo meus pensamentos, enquanto solta um risinho pelo nariz por conta da própria piada. - Hoje desembarca um trem vindo da Capital, só não sei o horário.

– É mesmo? Hum… Estranho, pensei que o Peeta o ajudasse com as entregas. – Comento conspirativamente, no intuito de saber o que está acontecendo.

– E ajuda, mas pelo o que eu entendi dos balbucios do Haymitch, ele teve uma recaída séria no tratamento. É triste, ele estava indo tão bem, se esforçando... Menino forte aquele, tinha planos para montar uma padaria. Agora, eu não sei mais como ele está. – Greasy fala tristonhamente. Padaria... Será que é isso? Mas o que há demais em me contar isso?

– Você não está mais limpando a casa dele? – Pergunto engolindo com dificuldade.

– Bem que eu gostaria, mas ele não deixa mais a porta aberta como antes. Já tentei visita-lo em outros momentos, só que ele não quer receber visitas. Surpreendentemente, você parece estar melhor que ele. Agora, nós conversamos. – Greasy sorri abertamente, esperando que eu retribua depois do que ela acabara de dizer sobre ele não manter mais a porta aberta. Com certeza, isso foi por causa da minha invasão matutina.

– Ahh... Sim, eu me sinto melhor. Bem, vou indo. Vou checar o horário do trem. Não quero ter mais um vizinho com sérios problemas. – Na verdade, eu quero consertar a merda que eu fiz com todos, Haymitch será fácil, Peeta nem tanto. - Se o dr. Aurélius ligar, diga que saí.

– Por que o telefone está sem sinal?

– Você tem que plugá-lo. – Digo chegando à porta.

O timing foi perfeito, visto que do canteiro eu escutei o barulho do aparelho tocando. Comecei a correr quando ela botou a cabeça para fora e gritou meu nome, chamando-me de volta. Se não for o dr. Aurélius, provavelmente é alguém que eu quero evitar mais do que o meu psiquiatra.

À medida que ando pelas ruas do Distrito, percebo as sutis mudanças. Ainda não tão povoado como costumava ser, porém aos poucos ele está ser reerguendo.

– Saindo das cinzas para a vida. – Comento comigo mesma, sorrindo ironicamente diante da metáfora que espelha minha própria biografia.

Durante meu percurso recebo muitos olhares curiosos, alguns nativos que lembro vagamente chegam a me cumprimentar, forçando-me a retribuir o gesto. Finalmente, chego à estação, ou melhor, ao que deveria ser a estação. Aproximo-me da pequena guarita de bilheteria e troco algumas informações com a funcionária. Infelizmente, minha viagem foi perdida, visto que o trem que chegará hoje a tarde não trará mercadorias, e sim uma enxurrada de trabalhadores vindos de vários outros Distritos para ajudar a reconstruir o 12.

Frustrada, vou para floresta. Pego um arco e flecha em um pau oco, que milagrosamente não foram torrados, e faço o que eu mais gosto de fazer, caçar. Se o Distrito está precisando de solidários para se reconstruir, os trabalhadores vão precisar se alimentar. Fico feliz que pelo menos isso eu esteja conseguindo manter para a minha terapia. Colho algumas ervas, para meu próprio estoque, decidi que não vou usar as drogas da Capital, para me curar, vai demorar um pouco, contudo não serei vítima da minha própria mente quando ingerir essas plantas. Só tenho que me lembrar de trazer o livro de receitas na próxima vez que vier, lá tem uma infinidade de informações que eu posso usar para meu tratamento.

Saindo da floresta, paro na antiga prefeitura e deixo dois coelhos e algumas frutas. A caminho de casa, escuto a buzina do trem ao longe anunciando sua chegada. Entro na Aldeia dos Vitoriosos e então uma ideia perpassa pela minha cabeça. Querendo ou não, fui injusta com Haymitch, como já estou fatigada de afirmar para mim mesma, a culpa foi toda minha. E, por mais bruto, estúpido e idiota ele seja comigo, ele nunca foi infiel, sempre me ajudou na arena, na guerra e agora. Vou dar o braço a torcer e pedir desculpas.

Chego à sua casa, mas está vazia. O que é muito bizarro, uma vez que pior do que eu, é ele para sair de casa. Fecho a porta e sigo para a minha. Ouço barulho de gansos vindos do meu jardim, então a cena a seguir é um tanto estranha. Pelo menos sete ou oito aves estão fuçando as flores de prímula, a grama, fazendo caca em tudo. Mas por que eles estão aqui? Enxoto-os para fora do meu cercado e entro em casa.

O motivo dos gansos estarem quase arruinando o meu jardim é pelo fato do ganso mor está empoleirado no meu sofá, vendo televisão.

– Você não poderia fazer isso na sua casa, e levar seus animais junto? Eles estão destruindo meu jardim! – Pergunto irritada.

– Boa tarde para você também, docinho. Eles vieram por que quiseram, não os trouxe, estão querendo comida. Então a culpa é sua por eles estarem fuçando suas flores.

– O que você faz aqui? Vá embora, não quero conversar com você! – Digo rispidamente, e me contradizendo totalmente, já que a menos de dez minutos eu estava na casa dele com a bandeira branca erguida. Como se estivesse lendo meus pensamentos, Haymitch faz o sinal de paz com os dedos.

– Precisamos conversar.

– Sério? Você acha mesmo? – Pergunto ironicamente, deixando os suprimentos que colhi na floresta em cima da mesinha do centro da sala.

– Delicadeza, eu vim aqui por dois motivos, primeiro para... Bem, me redimir com você por ontem. – Ele fala entre os dentes.

– Desculpe, não entendi, sua língua enrolou! – Falo provocando e sentindo-me muito bem, já que eu não dei o braço a torcer primeiro.

– Você me ouviu perfeitamente e contente-se com isso, por que eu não vou repetir! – Haymitch responde irritado. – O outro ponto, Katniss, é sobre o Peeta.

Sabia que ele sabia de alguma coisa! E agora ele vai me ajudar com menino do pão. Haymitch sempre sabe o que eu penso e sei que posso contar com ele.

– A questão é que eu não sou de esconder o que acho, então...

Neste momento, Peeta entra e Haymitch se cala. Percebo que ele tomou banho, está com uma camisa azul limpa e traz alguns pães debaixo do braço. Ele sorri para mim e eu retribuo sem jeito.

– Fui à sua casa, mas não lhe encontrei lá. Então segui os gansos. Mas o que eles fazem aqui?

– Eles voltaram?! Malditos, vão matar as flores. – Digo e Peeta sorri complementando.

– Duvido, Buttercup está defendendo seu território muito bem. – É impressão minha ou Peeta está diferente? Parece animado... Será que é por conta do nosso progresso? Hum... E eu estou animada com isso? Boa pergunta, isso é algo a pensar. – Vim aqui rápido para deixar esses pães com o Haymitch. Se você quiser Katniss, posso trazer para você também, amanhã.

– Ah sim, obrigada, Peeta. – Digo sorrindo e Haymitch pigarreia como que para dizer que ele ainda está na sala, o que é desnecessário, já que é impossível ele passar despercebido.

– Haymitch, você poderia me ajudar a... – Peeta voltasse para o antigo mentor, mas é interrompido.

– Peeta! Peeta... – Alguém lá fora o chama. Olho para ele e seu rosto adquire uma coloração pálida, deixando-me, por uns instantes, preocupada que ele pudesse estar passando mal. – Peeeeettaaa... Você está ai?

– Peeta quem está lhe chamando? O que está havendo? – Pergunto tentando encontrar seu olhar, sem sucesso, visto que ele está evitando o meu, então me viro para Haymitch, que mantem a cabeça baixa.

– Licença – Pede Peeta e se retira para ir até à pessoa que o chama.

Eu faço menção de segui-lo, contudo sou impedida por Haymitch que segura meu braço. Por reflexo me desvencilho e encaro-o buscando respostas.

– Continuando o que eu estava falando antes de ser interrompido...

– Haymitch, o que está havendo?! Eu exijo que você me diga agora! – Digo, sentindo a confusão transformar-se em raiva por ser a única que não sabe o que se passa. Ele ergue uma sobrancelha e estala a língua irritantemente.

– Você quer me deixar continuar o que eu estava falan... – Ah! Sim eu deixo, mas falando sozinho, pois vou para a porta ver o que está acontecendo.

Haymitch foi lento demais e não conseguiu me conter. Abro a porta da minha casa e vejo Peeta e uma garota abraçados, apenas isso, abraçados. Eles se separam e trocam algumas palavras e entram na casa dele. Totalmente em choque, não sei o que pensar e também não consegui identificar quem era a menina, mas o que isso importa? Peeta não estava animado por mim e, sim, por ela! Por ela! Olho para Haymitch, que me observa atentamente e fecha a porta.

– Lembra-se de Delly Cartwright? Ela ajudou muito o Peeta a se recuperar no 13. Bem, ela perdeu seus familiares no bombardeio, assim como muitos de nós. E agora voltou para suas raízes. Peeta conversou com ela algumas vezes pelo telefone e quando soube que ela queria voltar para cá, mas estava sem lugar para morar, ele foi generoso em conceder um quarto na sua casa por uns tempos, até ela se estabilizar. – Na medida em que o Haymitch ia desembuchando, as coisas iam fazendo total sentido na minha cabeça sobre o comportamento anormal do Peeta. Eu tentei me controlar, contudo não consegui esconder, minhas emoções estão bem óbvias, e mesmo assim ele prosseguiu. - Continuando o que eu estava falando antes de ser interrompido, três vezes!, Peeta é um cara muito... Hum... Incomum e por mais que você tente, nunca conseguirá equivaler-se ou parar de magoá-lo. Ele está melhorando, e vai ficar muito melhor com a presença da sua nova amiga. Então, quero que saiba que, dessa vez, não é você quem eu vou salvar, queridinha!

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Notas finais do capítulo

E ai, o que vocês tem a me falar sobre esse capítulo? Furiosos, excitados ou sem saber o que dizer?! xD
Próxima postagem dia 26.11.

Beijo, Fernanda