Dramione - O amor do Bruxo e da Sangue-Ruim escrita por Charlotte


Capítulo 26
A Declaração


Notas iniciais do capítulo

Hello sweeties! Dessa vez eu me superei, e o capítulo está realmente gigantesco. Mas não tinha como eu separar, então eu peço a paciência de vocês mais uma vez, hahah! Um beijo para Sweet Madness, Tamiresdr, DudaDudix, Maah Black Malfoy, Júlia Pinheiro, Juviia Loxaar DIWA e Isa Potter pelos reviews. Vocês são umas lindas!
Espero que gostem, boa leitura :)



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Pansy corria pelos corredores, evitando ser pega. Depois de ter visto aquela ceninha ridícula entre um Draco grogue e a Granger sangue-ruim, não sabia mais o que pensar. Ela deveria saber. Era mentira. Todas as aquelas ofensas eram mentira. Ele a amava.

Lágrimas tímidas percorreram por seu rosto, mas ela as reprimiu, com raiva. Não conseguia acreditar naquilo. Cada vez que lembrava o modo como os dois se olhavam, seu punho se fechava com força.

Quando se recuperasse do choque, iria achar Potter, e contá-lo tudo. Quem sabe ele conseguiria ajudá-la a resolver as coisas, emprestando aquela capa dele, ou sei lá.. Mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, deu um encontrão justo nele. Sua boca roçou acidentalmente no pescoço de Harry, e Pansy pôde senti-lo arrepiando-se.

–- Puta merda, Potter. – ela suspirou, tentando não ruborizar. – Já disse pra olhar por onde anda!

–- Boa noite pra você também... – ele grunhiu ainda corado. – Você podia tentar andar olhando para frente, sabe? O que houve?

Ela bufou.

–- Escute, Harry... – ela disse o nome dele com certa ironia. – Eu não tenho tempo para ficar te tratando como se fôssemos amigos. Mas presumo que ainda tenhamos a trégua. E acho que tem algo que você vai querer ver.

Harry arqueou as sobrancelhas e sorriu ao ouvir seu nome.

–- Eu ia mesmo tentar descobrir algo essa noite. Estou com a capa aqui.

–- Eu não sei se quero entrar nessa capa de novo. – ela se arrepiou ao lembrar-se da primeira vez que entrou lá, e a posição constrangedora em que ficaram para caber nela.

–- Se quiser arriscar ir sem, problema seu. Mas eu não vou abrir mão.

–- Você tem um jeito peculiar de fazer as pessoas fazerem o que você quer... – Pansy resmungou.

Harry deu uma risadinha.

–- É, eu tenho esse efeito nas pessoas mesmo...

Pansy revirou os olhos, mas um sorriso passou rapidamente por seus lábios.

–- Idiota...

–- Você viu algo importante, e não berrou, desesperada?

–- Não. – ela disse, revirando os olhos.

–- Sério?

–- Potter...

–- Não, sério que você conseguiu? Meus parabéns.

–- Potter! – Pansy ralhou. – Surtar não ia adiantar nada. Eles iam continuar na mesma.

Harry franziu a testa.

–- Quem é você e o que fez com Pansy Parkinson.

Ela fungou, mas Harry não conseguiu ver o rosto dela.

–- Pare de gracinhas, Potter. Eu só estou cansada de algumas coisas.

–- Entendo.

–- Não. Você não entende.

–- Eu posso tentar. – Harry deu de ombros. – Se você quiser.

Pansy parou e se virou para ele. Seus rostos estavam perigosamente próximos. E antes que ela se desse conta de suas atitudes, se enlaçou no pescoço de Harry, e começou a chorar copiosamente.

–- E-ele estava deitado no c-colo dela, H-h-harry! – ela não notou que o chamou pelo nome sem qualquer tipo de ironia. – Ele tenta dizer que não e-está com ela, m-mas eu sei que está! Ele me acha uma perfeita i-idiota, não é? T-todos acham. A garota que c-corre atrás do Malf-f-foy... – ela dizia, entre soluços.

Harry ficou um pouco sem reação, e a única coisa que pôde fazer foi dar tapinhas amigáveis nas costas da garota. Sentia ódio de Malfoy por fazê-la chorar daquela forma. Pansy Parkinson, a garota sarcástica, maldosa e aparentemente inatingível, estava chorando sob o ombro de um suposto inimigo, completamente desolada.

–- Uh... Parkinson...

–- Ele m-me trata que nem lixo! – ela continuou. – Só ficamos quando ele e-está b-b-bêbado, ou carente... Ele não tá nem aí pra mim, Harry, você tem ideia de como eu me sinto toda vez que vi que fui superada pela G-granger? Claro... Ela é m-muito mais bonita e especial que eu... Quem precisa da Pansy? A Pansy que sempre o apoiou, e e-esteve lá t-todas as vezes que ele precisou... q-quando se tem a Granger! M-mas eu não consigo evitar, porque... porque... porque eu o amo! Ah, eu o amo tanto! – ela recomeçou a chorar, ainda mais do que antes.

Harry retirou a capa, e a sentou em um canto. Ela permanecia chorando sob seu ombro, e ele afagou seus cabelos, e a forçou a olhá-lo. Tentou ignorar a situação estranha, mas não conseguiu. Ele estava consolando Pansy Parkinson. Em que universo isso aconteceria?

–- Você me chamou de Harry... – ele disse, antes que pudesse medir as palavras. Pansy arregalou os olhos, desesperadamente tentando achar uma desculpa, mas ele a silenciou. – Não tem problema. Soa bem na sua voz.

Pansy deu um sorriso fraco.

–- Escute, Pansy, se é que posso te chamar assim. – ela assentiu. – O Malfoy é um idiota, realmente estúpido, e não tem o direito de brincar com os seus sentimentos dessa forma, por mais que ele ache que tem. Não se humilhe para tentar ficar com uma pessoa que não te quer. Um dia você vai achar alguém que te ame.

–- E quem ia gostar de mim?

–- Eu não posso dizer que te acho legal, porque cinco minutos atrás, eu não sabia que você era capaz de ter qualquer outro tipo de sentimento, ou mostrar qualquer outro lado seu, senão aquele rude e prepotente. Mas você é bonita. Muito... E parece ser uma boa pessoa quando se conhece melhor. Então mais cedo ou mais tarde, vai aparecer alguém que te ame do jeito que você é.

Pansy puxou Harry pela gravata e o beijou. Harry correspondeu, mas arregalou os olhos e a afastou. Ela tapou a boca com as mãos.

–- Oh meu Merlin, me desculpe. Eu sempre estrago tudo! E eu... eu nem devia ter dito isso.

–- Fez bem em ter falado. E... Desculpe, Pansy. Eu até gostaria, mas tenho outra pessoa em mente...

–- É a Weasley-fêmea, não é?

–- Não a chame assim... E sim, é a Gina. – Harry não sabia por que tinha assumido aquilo tão naturalmente para Pansy. Ela parecia desapontada.

–- Rejeitada de novo... Tudo bem, já estou acostumada. Se não houvesse ela, você ficaria comigo?

O estômago de Harry se revirou, e as palavras saíram antes que ele desse conta.

–- Com toda a certeza.

Pansy sorriu e o abraçou, mas logo o soltou e se levantou, com a expressão arrependida.

–- Desculpe.

–- Não se desculpe. Espero ter ajudado.

–- Sim, ajudou... Obrigada. – ela sussurrou, quase inaudível.

–- Sempre que precisar, estou aqui.

–- Uh... obrigada, Potter, mas...

–- Harry. – ele corrigiu. – Amigos não se chamam por sobrenomes, certo?

–- E desde quando somos amigos, Harry? – ela perguntou, retomando parte de sua postura inicial.

Harry riu.

–- Desde agora. Eu preciso fazer um pedido formal, com contrato de amizade e voto perpétuo, ou estamos de boa?

Pansy riu, e socou o ombro dele de leve.

–- Seu idiota... Certo, amigos então.

Com um clima agradável restaurado, Pansy pegou a capa do chão, e ofereceu a ele.

–- Espere. – Harry disse. – Tem certeza de que quer fazer isso? Eu digo... Com o que você diz ter visto... Não precisa ver de novo. Você ainda está meio triste, não?

Pansy suspirou.

–- Você não saberia o caminho, e eu estou bem. Uh... Obrigada por se preocupar.

Harry deu de ombros.

–- Bom, sendo assim...

–- Sabe o que é estranho? – Pansy disse por cima do ombro. – Em nenhuma circunstância eu imaginaria que você seria um amigo. Em muito menos me veria chorar, e me consolaria. Eu ainda não entendi o que houve. Mas poderíamos ter feito isso antes.

–- Não o fizemos porque eu sou Grifinória, e você é Sonserina. E porque éramos “inimigos”. E porque...

–- Certo, certo, Potter. Já deu pra entender! – Pansy disse, rindo.

–- É Harry, Parkinson! Harry!

–- Acho que eu consigo conviver com isso…

Harry riu.

–- Por mais louco que pareça, eu também!

E assim, Harry seguia os passos de sua mais nova amiga para o local indicado.

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À medida que a mente de Draco se clareava, o medo tomava conta dele. Tinha lembrado o que queria ter dito à Hermione, e conseguira organizar as palavras. Mas a coragem lhe faltava. Estava morrendo de medo. Medo de ser rejeitado ou humilhado na frente de toda a escola. Entretanto, Hermione não parecia ser o tipo de pessoa que sairia por ai espalhando coisas maldosas. Isso era mais a cara de Pansy.

Descartando pensamentos inúteis, respirou fundo. Juntou os cacos de coragem que lhe restavam, e quando foi chamá-la, Hermione se virou.

Merda. Toda a coragem foi para o ralo quando ela o fitou com seus olhos cor de avelã. Por que diabos ele se sentia tão nervoso quando ela fazia isso? Isso é óbvio, porque você a ama, sua mente retorquiu.

–- Cale a boca. – disse, em voz alta, para calar a si mesmo, e Hermione o fitou mais intensamente. Uma onda de arrependimento correu por seu corpo. Por que eu disse isso? Queria bater sua própria cabeça contra a parede.

–- Me mandou calar a boca? – ela semicerrou os olhos.

–- Uh... Não. Pensando alto. Mas... eu precisava mesmo falar com você. – Draco disse. Seu coração entrou em um ritmo completamente descompassado. Era agora ou nunca.

–- O que quer falar comigo? – Hermione perguntou, confusa. Draco bufou exasperado, enquanto jogava as mãos para o alto.

–- Que droga, Granger, não faz essa cara! Torna tudo muito mais difícil! Já nem sei como tomei coragem para te dizer isso, mas acho que eu ia morrer se não fizesse. Toda vez que eu me aproximo de você, o meu coração acelera, acelera de uma forma que eu não consigo nem explicar. Minhas pernas começam a ficar bambas e minhas mãos ficam trêmulas. Não tenho certeza absoluta dos meus sentimentos, não tenho certeza do que eu sinto por você. Mas sei que é uma sensação boa.

–- O que?

–-No começo achei que não queria nada, que seria apenas mais uma ”diversão” para mim, só que foi totalmente ao contrário. Sem eu ao menos perceber, eu já estava sentindo algo muito forte por você. Comecei a sentir ciúmes de tudo. Ciúme completamente idiota, de todos. Até do Slughorn! Me diz se isso não é paranoia! Os meus pensamentos não são mais os mesmos, quer dizer, são, mas minha opinião sobre você foi o que mudou. Eu não te acho mais uma sangue-ruim estúpida. Na verdade, eu nunca achei. Eu só repetia o que o meu pai dizia, e se eu soubesse que te deixava tão mal, nunca teria dito nada.

–- D-draco...

–- Merlin, eu tenho muito medo disso que estou sentindo! Tenho medo de estar me iludindo, ou sei lá, tenho medo de me machucar e acima de tudo, tenho medo de te machucar. Jamais seria minha intenção fazer isso. Há muitas coisas que nos separaram, e você sabe disso, eu não queria que fosse dessa forma, mas o que podemos fazer? Você é da Grifinória, nascida-trouxa. Eu nunca ia pensar que fosse sentir nada além de ódio por você mas... mas eu sinto. Queria que você soubesse que eu irei deixar esse sentimento crescer dentro de mim, afinal, eu quero muito poder olhar nos seus olhos e dizer o quanto você é importante pra mim, o quanto eu preciso dos seus carinhos, o quanto eu preciso das suas palavras, o quanto eu preciso de você. — Draco fez uma pausa, e respirou fundo. – O que eu faço com essa confusão de sentimentos que está acontecendo comigo?

Hermione estava paralisada.

–- Tem mesmo certeza de que bebeu só o suco de abóbora da Greengrass?

–- Tenho. E mesmo assim... Bêbados geralmente só falam verdades. Então...

–- Nunca pensei que fosse gostar do cara que eu mais odiava nesse mundo. Mas o amor gosta de pregar peças nos outros, e foi o que houve. Esse amor é maior que qualquer medo, orgulho ou receio que eu possa sentir. É amor! E não se explica ou entende. Amar alguém que não merece o meu amor, e mesmo assim eu amo, com tudo de mim. É o que eu tenho de mais puro. Mas é paixão, e pra essas coisas de paixão não tem explicação, parei de entender e procurar motivos. Não me importa parecer idiota ou ridícula, sabe? Um tempo atrás eu pensei que seria diferente. Que nunca daria certo. Mas eu nunca fiquei tão feliz de estar errada em minha vida!

Draco suspirou aliviado, e os dois correram e se beijaram. Não um beijo de provocação, em prol de apostas. Um beijo genuíno, com todo o sentimento que os dois podiam dar um ao outro. A felicidade não cabia dentro dos dois. Finalmente estavam livres para expor seus sentimentos sem se preocupar com o que o outro poderia achar ou fazer. Era a melhor sensação de todas.

E diante daquela cena, cobertos pela Capa da Invisibilidade, Harry e Pansy não conseguiam acreditar em seus olhos.


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Notas finais do capítulo

Achei interessante fazer um brotp Harry e Pansy. No fim das contas, ela não é tão horrível assim, não? Enfim. Finalmente se declararam. EU OUVI UM ALELUIA?
E ai, o que acharam? Reviews!



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