–Katniss?- pergunto em meio à névoa.

–Peeta - ela sussurra, aparecendo ao meu lado.

Em seus braços, um punhado de rosas brancas.

Em seu rosto, um sorriso malicioso é formado – Eu te odeio Peeta. Você sempre achou que éramos amigos?

Olho para baixo.

–Você sempre ficou entre Gale e eu. Eu queria te matar na arena. Mas você armou os “Amantes Desafortunados”. Ridículo. Um tonto. Eu teria te matado...

Acordo. Olho para o chão tomado pelo ódio.

–Você sabe o que estão fazendo com você? -Johanna pergunta

–Telessequestrando. - respondo

–É sempre assim. Eles destroem tudo de bom que há em você. Sempre o tornando a mais amarga das criaturas. Destruindo tudo o que conquistou e... –ela para repentinamente.

–E?- pergunto com a cabeça latejando.

–Mais preza. O seu eu. Eles lhe tiram tudo que você conhece e, te jogam em um outro mundo. –responde Annie Cresta que estava na cela ao lado, tremendo e espantando coisas que eu não via.

Um de nós estava louco.

–Vão usar vocês dois como isca.

Annie parece perder a atenção muito facilmente. Ela para de espantar insetos e começa a se entreter com um prego, mas sua atenção é desviada para um mosquitinho dourado, agora real de um tipo que nunca vi. Um tamanho razoável, mas não para uma teleguiada ou outro bestante conhecido.

Johanna que parece ler meus pensamentos responde.

–É uma câmera.

As coisas vão se passando. As celas não são tão frias, mas o que nos é infligido nelas é que transmite essa sensação.

A porta é aberta com um estrondo.

Dois pacificadores aparecem. Um deles se aproxima e agride Daurius, que por sua vez acorda assustado. O outro sussurra uma pergunta ao seu ouvido. Daurius tenta responder, mas sons guturais escapam de sua garganta.

Eles riem.

Um tira uma faca de um bolso da jaqueta. Daurius arregala os olhos de pânico e olha para mim e Johanna. O pacificador faz um corte profundo em um de seus pés. A este passo Annie já está aos berros e Johanna com um nojo profundo em seus olhos. Lavínia continua inerte. Enobaria acordou dos pesadelos e bate a cabeça na parede da cela. Ambos os pacificadores vão embora, deixando Daurius aos berros, sem conseguir alcançar a ferida, já que seus braços estão amarrados.

As palavras de Annie ecoam em minha mente.

“O seu eu. Eles lhe tiram tudo que você conhece e, te jogam em um outro mundo."

Todos nós estamos loucos.