Amor eterno escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 5
O amor torna-se imortal.


Notas iniciais do capítulo

Finalmente o último capítulo, estava demorando, não é mesmo? Rs, leia e divirta-se.



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Enquanto o abraço acontecia, os dois não conseguem segurar as lágrimas, mas Juliana chorou mais intensamente que ele, ainda bem que os dois estavam sozinhos, e tudo o que passou na cabeça deles naquele momento, foi a primeira vez que eles se olharam, desta vez, foi exatamente igual.

–Juliana, quer tomar um sorvete comigo?-perguntou ele.

–Mas é claro, tava com muitas saudades.-ela disse pegando a mão dele.

–O que você têm feito nos últimos seis anos?-perguntou ele, curioso.

–Nada, só trabalhando no meu sonho.-ela disse, e estranhou quando ele cruzou os braços na mesa e se curvou pra frente.

–É mesmo?-ele disse, com um brilho nos olhos.

–É sim, agora eu sou bióloga marinha.Mas eu vou te contar, é mais legal do que eu pensei que fosse.-ela disse, aumentando mais o sorriso.

–Que bom, eu fico feliz por você.-ele disse, fingindo se importar com o que ela dizia, ele queria mesmo era fazer outra pergunta pra ela e estava esperando o momento certo pra fazê-la, mas estava ansioso para o momento chegar.

Quando saíram da sorveteria, eles continuaram a conversar, pra você ter uma noção de como eles eram feitos um pro outro, bastava uma única palavra pra que eles não se desgrudassem mais, se eles começavam a falar de uma coisa, aí vinha um assunto novo, e outro, e outro, e outro, era extremamente difícil deles se largarem, mas uma coisa estranha aconteceu quando Juliana lhe contou da viagem:

–Que tal a gente ir pro cinema semana que vem? Já que você está de férias e eu também, não custa aproveitar né?-ele disse, rindo, com esperança que ela dissesse sim.

–Não vai dar.-ela disse, suspirando, o sorriso dele desapareceu na hora.-Eu vou viajar semana que vem e vou ficar um mês fora, que minhas férias vão durar só um mês.-ela completou.

Ele não conseguiu acreditar naquilo, toda vez que ele a chamava pra sair, ela tinha alguma coisa que a impedia de ir.

–Quando você vai?-ele perguntou.

–Amanhã, às duas da tarde.-ela disse.

–Então vem comigo, tem um lugar que eu quero te levar antes de você ir.-ele disse, conduzindo-a pela mão.

Eles entraram no carro do pai de Benjamin, que era emprestado, e eles ficaram em silêncio durante todo o percurso, ela notou que ele estava triste, mas não fazia ideia de qual era o motivo.Quando ela desceu do carro, ela percebeu que aquele lugar era nada mais nada menos que aquela linda praça que ele a levara quando ainda eram adolescentes, quando ambos tinham 16 anos, agora, seis anos depois, aos 21 anos, sendo que ela ainda faria 22 no mês seguinte e ele faria 22 três meses depois, aquele lugar não mudara nada, mas pra ela, que não ia lá fazia muito tempo, mesmo que mudasse, ia continuar lindo.

–Poxa vida, eu me lembro desse lugar.-ela disse e ele sorriu.

–Que bom.Pelo menos disso você lembra né?-ele disse e ela ficou confusa.

–Como assim?-ela perguntou.

–Esquece.-ele disse, muito sério, mas ela percebeu que havia algo de errado com ele.

–Pode me falar, você parece muito triste.-ela disse.

–É que estou sentindo um aperto no coração.-ele disse, tentando fazer a voz ficar abafada, sem sucesso.Ela ficou assustada.

–Por quê? O que aconteceu?-ela perguntou, preocupada.

–Não é o que aconteceu, é o que vai acontecer.-ele disse, sem olhar pra ela.

–O que vai acontecer?-ela arregalou os olhos.

Um instante de silêncio, ele fechou os olhos, respirou fundo, abriu-os de novo e por fim, disse:

–Você vai embora.-ele disse, friamente.

–Mas eu não vou embora pra sempre, eu vou ficar fora só por um mês-ela disse, aliviada.

–Mas pra mim, um mês é no máximo um século.Você sabe que quando uma pessoa ama a outra, mesmo quando ela não a ama de volta, um dia longe é como um ano.É isso que está acontecendo comigo agora, eu não sei se vou suportar .-ele disse, deixando-a perplexa.

–Você quer dizer...?-ela disse, ainda atônita.

Ele não disse nada, só continuou olhando pra baixo, mas ela insistiu.

–Fala Ben.-ela insistiu, foi a primeira vez que ela chamou ele assim, o que o encorajou a dizer a verdade.

–Que não consigo parar de pensar em você.-ele disse, ofegante.Depois disso, sua mão se encontrou com a dela, seus lábios ficaram próximos e ele hesitou, porque estava muito nervoso, afinal, quanto tempo havia esperado por aquele momento? E ele foi aproximando seus lábios dos dela e quando percebeu que ela não ia rejeitar, fechou os olhos e finamente a beijou, um beijo longo, caloroso e penetrante que deixou seus joelhos moles, não pelo jeito do beijo, mas sim porque fazia muito tempo que ela queria aquele beijo, era muito bom finalmente sentir aquele beijo que poderia ter acontecido há seis anos atrás.Depois de um minuto de beijo eles pararam, mas seus narizes se encostavam, até que deram mais um beijo, nas duas ocasiões, ela se deixou levar, sustentou o beijo nas duas vezes e assim foi, até o final da tarde, quando ela o abraçou e ficou envolvida em seus braços por um longo tempo, até que o perguntou:

–Você me ama muito ou pouco?-perguntou ela, sem se desvencilhar dele.

–Você ainda duvida?-ele disse.

–Não, mas eu queria ouvir isso de você.-ela disse.

–Sim, mas não vou só dizer, vou te provar, a gente quando ama, prova com atitudes e não apenas com palavras.-ele disse.-Mas antes me diz uma coisa: o quanto você me ama? Fala o quanto de um a cem por cento.

–Te amo infinitamente, até mesmo vou para meu túmulo com você, vou morrer de mãos dadas com você, vou aonde você for...-não conseguiu terminar, pois chorou de emoção.

–Não precisa falar mais nada.-disse ele, afagando os cabelos da menina. Mesmo com tudo isso, o beijo, as declarações de amor, ele ainda estava triste, porque finalmente conseguiu se acertar com a menina, mas ela ainda ia viajar, o que fez a tristeza voltar a tomar conta de seu rosto.

–Não fica triste, eu juro que um mês vai passar rapidinho, eu até vou te ligar, falar com você pela Internet, eu nunca vou me esquecer de você.-ela disse.

–Tudo bem, eu entendo, mas preciso superar isso.-ele disse, levantando-se e lhe oferecendo a mão, levando-a até o carro.Ao chegar na porta da casa dela, deram mais um beijo, melhor que os outros que deram na praça, e ela saiu do carro, mas esperou ele virar a esquina para entrar em casa.Voltou pra casa tão alegre que chegou dançando pela porta, o que despertou a curiosidade do pai:

–O que aconteceu filha?-perguntou seu Jorge.

–Nada, pai, só estou feliz, feliz e mais feliiiizzz!!-ela disse, sem parar de dançar.

–E o nome dessa felicidade é Benjamin Matarazzo?-brincou.Ela ficou pasma.

–Como sabe?-ela disse, impressionada.

–Claro, você só tem pensado nele nos últimos anos, só podia ser ele.

–Desculpa pai, mas é que...-ela se atrapalhou, como dizer a seu pai que havia finalmente declarado seu amor por Benjamin? Ele aprovaria ou não? Mas Dona Neves percebeu:

–Filha, não ligue se seu pai não aprovar, se ele te faz feliz, eu aprovo mesmo.-disse dona Neves, sorrindo.

–Ele me faz sim, tão feliz, quase que eu não consegui me desgrudar dele hoje.-ela disse, olhando para o teto, completamente apaixonada, mas ao mesmo tempo triste pela viagem.-Só o que me abala é a minha viagem, que vai me deixar longe dele.-disse ela, o sorriso desapareceu bem na hora que ela disse isso.Os dois apareceram para consolar a filha.

–Então fique aqui, eu cancelo a viagem e você passa as férias aqui com ele.-disse seu Jorge.A moça não se conteve e abraçou o pai com a maior força do mundo, tamanha era a felicidade dela.Mais tarde, seu pai chega no quarto e diz:

–Minha filha, eu vou deixar vocês namorarem, já que ele te faz tão feliz, mas eu quero que você me prometa que vai falar comigo se ele te fizer algum mal.-disse seu Jorge.

–Claro pai, mas ele nunca poderia me fazer mal.-disse ela.

–Tudo bem filha.Eu estou dizendo para o caso dele brigar com você, ou acabar bebendo demais e te agredir, você sabe do que eu estou falando né?-ele disse, com uma voz baixa.

–Sim pai.-ela assentiu e ele saiu do quarto.Mas o amor deles era tão verdadeiro que eles nunca brigavam, em dois meses de namoro, seu pai ainda continuou pedindo que ela lhe contasse como estava o namoro deles, mas ela só respondia cada vez mais feliz que estava ótimo e contava o que eles fizeram nos encontros.

Depois de cinco anos de namoro, Benjamin leva Juliana para jantar e na volta pra casa, ele a deixa na porta, mas também sai do carro, se ajoelha e diz:

–Quer casar comigo?-ele disse, abrindo uma caixinha com duas alianças dentro, deixando-a encantada.

–Claro que eu quero.-ela disse, quase chorando, e Benjamin lhe deu um abraço.

Hoje, os dois já estão velhos, mas o amor por eles ainda é aquele amor eterno que os acompanhava desde que eram crianças, e eles agora só estão esperando a Morte vir para eles e que ela venha buscar os dois ao mesmo tempo, como prometido. O destino já fizera uma parte do trabalho, que era uní-los, agora, terá de cumprir a outra parte.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Então comentem. u.u



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