Para Lembrar escrita por Beatriz Dionysio


Capítulo 8
O meu melhor amigo


Notas iniciais do capítulo

Mais um rs.
Prontos para descobrirem mais sobre Mason Evans e Erin?
Quero Reviews.
Beijos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/436066/chapter/8

“ 1 de Junho de 2007

Sammy e Mason estão brincando na beira d’água enquanto estou sentada escrevendo e os assistindo. Faz quase dois anos desde que deixamos Santa Monica no dia 13 de novembro de 2005. Desde a data do casamento de minha irmã e Derek Campbell, Sammy meu São Bernardo e eu viajamos pelo mundo como nômades. Não temos moradia fixa ou até mesmo um plano. Já estivemos na França, Itália, Alemanha, Egito, Japão, Grécia, Canada, Escócia, Irlanda, Inglaterra e muitos outros lugares bizarros, agora nos deliciávamos com o calor do Havaí. Mason muitas vezes aparece para nos visitar como fez ontem, apenas veio até aqui. A carreira dele como cantor estava finalmente engrenando, estou tão feliz por meu amigo, pelo menos um de nós esta feliz. Não que eu não fosse de fato feliz, eu tenho Sam, Mason, varias viajens carimbadas em meu passaporte e muitas histórias para contar.Contar a quem? A quase dois anos não vejo minha família, durante todo esse tempo me torturo por um maldito erro. Eu amara Derek em silencio o cobiçara por meses, e quando finalmente o tive fora apenas por conta de um momento onde ambos estávamos elevados pelo álcool. Desde aquele dia eu me odeio e me culpo por ser estupidamente fraca. No decorrer de minhas viagens, sempre mando cartões postais para meus pais, apenas para que saibam que estou bem. Sempre os mando quando estou deixando o destino do cartão.

13 de novembro de 2005 não fora a ultima vez em que vi Derek Campbell. A três meses cometi o erro de mandar um cartão para casa, tive alguns problemas e precisei ficar na Irlanda por mais tempo do que pretendia, tempo suficiente para que ele viesse até mim.

Estava tomando uísque em um Pub* em frente a pousada que estava hospedada em Waterford quando Derek me encontrou. O choque de vê-lo foi tão grande quanto doloroso. Ele continuava lindo, seus cabelos louros-escuros estavam mais curtos, ele ainda parecia o garoto que derrubei café, o mesmo por quem me apaixonei dois anos atrás e venho amando desde então. Aceitei conversar com ele, então nos sentamos em uma mesa. Me lembro da maneira com que ele falava, tão nervoso quanto eu, também via a dor em suas palavras. Ele disse que tentou parar o casamento quando acordou na manhã do dia 13, então soube que eu havia partido e acreditou que não o amava, que tinha percebido o erro que cometera.

Derek estava certo, eu fugira e continuo fugindo. Por um breve momento o tive perto de mim, conversamos sobre tudo e sobre nada. Ele relaxou após alguns minutos e então pude ver novamente o brilho em seus olhos cor de âmbar. O homem a minha frente não fazia ideia do quanto doía ter de vê-lo, falar com ele, e muito menos conhecia a dor que me acompanhava todos os dias por estar longe dele.

Deixamos o Pub e caminhamos algumas quadras até uma praça. Chuviscava um pouco, mas não nos importávamos. O uísque me aquecia e dava certa coragem para tomar a mão dele na minha. Sentamos em um banco em frente à fonte que se encontrava no meio da praça. Descansei aninhada em seu peito enquanto a chuva aumentava. Sempre amei tempestades, chuvas, neve e geadas, tudo o que era frio me confortava. Um soluço escapou enquanto pensava no que diria, no que devia ter feito desde o dia em que nos beijamos pela primeira vez. Levantei a cabeça para olha-lo nos olhos e disse o que devia ser dito. Disse que o amava mais que assim como a chuva eu precisava seguir meu rumo, cair em outro lugar, desapegar-me daquilo que nunca fora meu. Derek derramava algumas lágrimas silenciosas, mas nada dizia. Segurei seu rosto entre minhas mãos e mais uma vez falei que gostaria que ele nunca me procurasse novamente, que voltasse para casa, para Blair, que a amasse e que a fizesse feliz. O beijei a testa me levantei e em meio a tempestade que se formara a nossa volta, parti sem olhar para trás. Mais uma vez deixei o único homem que amei.

2 de junho de 2007

Ontem após deixarmos a praia, e passarmos no hotel para um banho, Mason e eu fomos a um bar onde tomamos muitos Blue Hawaii e jantamos. Não estava preparada para o que aconteceu, nunca esperei por isso ou algo parecido, Mason Evans o garoto pálido de aura brilhante, o cara que me levou a todos os nossos bailes estudantis porque nenhum garoto ousava me convidar, o garoto de olhos e cabelos escuros, muito alto para as outras garotas, meu melhor amigo e filho de minha antiga governanta me beijou. Acredito que não possa culpar as bebidas, Mason deixou muito claro que pretendia fazer aquilo a muito tempo. Chegamos tarde ao nosso quarto, afinal tinha uma suíte só para mim, não me importava de dormir com Mason, já o tínhamos feito muitas vezes, inocentemente é claro. Tomei um banho e como sempre esqueci a maldita toalha, gritei para que ele a trouxesse e não obtive resposta. Lembrei que Mason estava assistindo tv na sala, era quase impossível que ele me ouvisse. Cuidadosamente espiei pela porta, não havia ninguém no quarto, deixei o banheiro e caminhei até o closet quando a porta deste se abriu e colidi com meu melhor amigo. Ele me segurou e desabamos, o impacto de seu corpo no chão amorteceu o meu impedindo que me machucasse. Abri os olhos encarando Mason que não esboçava reação alguma, eu provavelmente estava vermelha como um pimentão. Não pude evitar e comecei a rir, histericamente, ele me acompanhou. Ainda em cima dele eu ria como não fazia a muito tempo, inconscientemente toquei o seu rosto e ele deixou seu riso morrer, parei também achando que estava o sufocando ou algo do tipo. Mason apenas me olhava como se uma batalha interna estivesse sendo travada em seu interior. Então gentilmente ele me levantou, por um momento havia esquecido que estava nua. Quando o vi ficar levemente vermelho e quando notei a protuberância em sua calça, corei também. Tentei dizer alguma coisa mais Mason repousou um dedo em meus lábios, antes de se aproximar e sela-los com um beijo suave. Minha reação foi afasta-lo e estapeá-lo por sua ousadia, então seus lábios estavam lá, avermelhados pelo beijo, tão carnudos e convidativos que por impulso o beijei desesperadamente. Suas mãos estavam em mim e eu amava aquilo, queria mais, muito mais, entendendo isso por meio de meus gemidos que ficavam cada vez mais desesperados, Mason me levantou, enlacei minhas pernas em volta dele e agora me encontro em sua cama, escrevendo em meu diário estupido as 5 da manhã, recordando uma noite tão recente quanto maravilhosa. Sim era estupidez ter dormido com meu melhor amigo, mas cansara de estar sempre sozinha, sempre no escuro, no frio, remoendo algo que só machucava, guardando em mim uma dor que nunca passava.

11 de julho

Estava tão feliz ultimamente que não saberia como descrever em palavras o quanto Mason Evans era maravilhoso. Comemoramos o nosso 4 de Julho aqui mesmo no Havai, decidimos ficar aqui por mais alguns dias, o que se tornou um mês. Todos os dias íamos a praia, nadávamos, surfávamos e fazíamos muitas outras loucuras. Todas as noites ele cantava para mim e eu para ele e então cantávamos juntos, criamos um caderninho de canções da Bu e do Mason.Tudo estava tão perfeito que eu esperava a tempestade que seguia a calmaria. Ainda doía, ainda sentia a falta de Derek, daquilo que nunca tive, mas o que estava experimentando e vivenciando com Mason era bom, eu precisava do bom, do correto.”

Devo ter adormecido, olhei o relógio ao lado da cama que marcava 5:00 am. Sabia que não conseguiria dormir então fui até o piano, ontem havia notado um caderno azul na mão de Claire, o “caderno de canções da Bu e do Mason”. Silenciosamente fui até a sala onde o piano estava, aproximei-me dele quando a voz dele soou atrás de mim.

– Procurando por isso?

Mason estava sentado na poltrona de couro no lado oposto da sala, segurando o caderno. Não pude deixar de notar que ele estava sem camisa e usava apenas um moletom.

– Precisamos conversar só Blair. O que acha de irmos até a praia?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pub* Bares irlandeses.
Bu - Apelido que Mason usa com Claire e Erin.