Era começo de fevereiro, e, como o tempo frio e cheio de neve, parecia com o humor de algumas pessoas. Nico não entendia porquê, mas Emmie estava com um humor extremamente inconstante esses dias e não era TPM. Ele perguntou várias vezes, mas, ou ela dava as respostas atrevidas ou desconversava. Ele não sabia mais o que fazer, estava até com medo de que o problema fosse ele e o namoro estivesse em risco. Mas, não fazia sentido, eles tiveram um fim de ano ótimo, tinham até começado a programar passar um pedaço das férias com a família de Nico e outra com a de Emmie. Não fazia nem um pouco de sentido.
Ele então, resolveu fazer uma surpresa, comprou pudim que ela tanto amava e guaraná que ela sentia falta. Afinal, poderia ser só cansaço de provas e trabalhos, um lanche assim ajudaria muito. Batendo na porta do quarto dela, mais confiante do que esperava. Esperou pacientemente até ela abrir a porta.
Nico observou com atenção o rosto da namorada e franziu a testa. Os olhos estavam inchados e haviam olheiras que ele não tinha reparado antes.
— Oi- Emmie disse meia confusa.
— Eu trouxe pudim e guaraná - Nico mostrou, e Emmie deu um meio sorriso.
—Obrigado- disse pegando a comida e deixando a porta aberta, que Nico interpretou como um convite.
Nico observou o quarto e não havia nada fora do normal, apenas a velha e boa bagunça da sua namorada. A loira sentou-se na cama deixando o espaço para ele e no meio dos dois a comida.
— Não vai comer - perguntou Emm.
—Nop, tudo seu hoje. Você não anda comendo muito bem ultimamente.
— Não? - ela franziu o cenho.
— Não
Um momento de silêncio se seguiu enquanto Emmie comia. No fim, ela olhou pra ele diretamente a primeira vez em dias, e ele notou algo que ainda não tinha nos olhos que ele tanto amava, havia dor, uma dor que ele já virá antes.
— Você que dormir comigo hoje?- ela perguntou.
Nico preferiu nem responde, só retirou o que havia de sujo na cama e já começará a se acomodar. Eles faziam isso frequentemente agora, dormiam no quarto um do outro, as vezes sem convites ou permissões. E em sua grande maioria não estava ligado ao sexo, mas em sim em como era bom ter um ao outro nos braços a noite toda.

****

Luke procurou Thalia em todos os lugares da casa que ele achou ser possível ela esta, mas nada da namorada. Então, resolveu procurar no lugar que achou menos provável, atras da casa e num é que ele acertou. Só que estranhou muito, ela tava sentada no chão, em posição borbolete e parecia meditar. Luke ficou ponderando um pouco a cena antes de aproximar, roubando um beijo.

Thalia abriu os olhos elétricos.

— Que porra é essa?

— Um beijo maravilhoso, dado por um ser maravilhoso - Luke piscou.

— Você é ridículo, ainda não sei como aceitei namorar você - Thalia revirou os olhos.

— Porque você me ama, é claro - Luke disse, em tom convencido.

— Não acho - Thalia ponderou - Acho que era a falta de opção .

—Assim você me mata meu amor - Luke disse, ressentido, mas rindo em seguida - O que isso que tu ta fazendo?

— Eu vi em uma página no facebook, que meditar faz bem pra saúde, ajuda até a melhorar a qualidade do cabelo. Resolvi testar - Thalia disse aquilo seria.

Luke a encarou por um tempo, para logo depois caiu na risada.

— Tu ta falando serio? Serio mesmo? Eu pensei que ia morrer antes de te ver fazendo algo assim, meu Deus, eu vou morrer!

Luke continuou lá com riso histérico, enquanto Thalia o encarava sem achar um pingo de graça.

— Vai te catar Luke, aproveita e vai se catar na esquina e me deixa meditar em paz.

Luke atendeu o pedido dela, ainda morrendo de rir, voltou pra casa.

— O que foi Luke? - perguntou Percy.

Luke ainda abriu a boca pra contar a cena que vira ao amigo, mas parou e ponderou. Thalia ia bater muito nele? Resolveu não pagar pra ver.

— lembrei de uma piada muito engraçada.

— Opa, me conta também - pediu Percy.

— Contar o que? - perguntou Leo entrando na cozinha.

— Uma piada, que Luke disse quer muito engraçada.

— Opa, quero saber também - disse Leo.

— Èrr, você não têm que pegar a Annie na monitoria, Percy? - desconversou Luke.

— Nossa, é mesmo, quase esqueço, valeu cara - Percy saiu correndo, com um pacote de bolachas ainda na mão.

— Ainda quero saber da piada - Leo cruzou os braços e Luke revirou os olhos.

— Vai ficar só querendo mesmo, porque não vou contar.

— cadê a Thalia que vocês não tão grudados? - Leo que revirou os olhos agora - Aqui ta parecendo é Motel, casual grudado em todo canto.

— E tu só acha ruim porque não ta agarrado também - Luke revirou os olhos de novo.

— Claro né, eu não seguro nem mais vela, é praticamente um círio pascoal já - Leo disse, chateado.

Luke gargalhou.

— Muito bom cara - Luke deu um soco no braço dele - Muito bom.

***

— É serio que tu vai defender ela? - perguntou Piper enquanto esfregava guardanapo na blusa.

— Eu não to defendendo, tô falando que foi sem querer - Jason cruzou os braços - Eu vi.

— Ótimo, vá ficar com ela, eu me viro - Piper puxou os guardanapos da mão do namorada e saiu andando.

— Amor, fala serio? - Jason foi atras - Você sabe que ela tropeçou você nem conhece a garota, porque ela ia fazer isso?

— Como eu vou saber? - Piper tentou empurrar Jason do meio do caminho - Vá perguntar a ela.

Eles estavam em uma festa que Jason fora convidado, fazia mais de uma hora que eles estavam lá, quando uma garota que ambos nunca haviam visto, derramou tequila na blusa de Piper, agora ela estava muito mais irritada que antes.
— Eu tô ficando preocupado Pipes, você não é assim - Jason franziu o cenho - Parece que você tá descontando alguma coisa nos outros, procurando onde descarregar. Porque não me conta o que é?
Jason viu a namorada respirar fundo, meio trêmula e cobrir o rosto com as mãos.
— Hey, não chora, por favor - Jason a abraçou e ela encostou o rosto no seu ombro.
Ele se arrependeu de ter tido algo com ela no mesmo instante, mas talvez fosse até bom, ela ia descarregar tudo agora e ia ter ele pra consola-la. Eles continuaram ali, abraçados no meio do corredor com Jason fazendo cafuné em Piper, enquanto ela botava suas mágoas pra fora.
— Eu não gosto desse mês - ela sussurrou.
— Porque bebe - perguntou Jason, sem parar o cafuné.
— Eu não sei, desde pequena não gosto - Piper fungou - Acho que sua camisa também tá com cheiro de tequila agora.
— Eu não ligo - Jason segurou o rosto de Piper - Você sabe que pode me contar tudo né? Tudo q doi, que parece ruim ou estranho ou palhaçadas ou apontar as merdas que eu faço, não sabe?
— Sei, sei - Piper suspirou - Só que as vezes eu esqueço, não era assim antes.
— Mas agora é - Jason sorriu - E você tem que se acostumar com isso, moça, vou tá aqui pra ter fazer feliz sempre.
Piper sorriu pra ele e o abraçou.
— Eu te amo - ela surrou um tempo depois.
— Também te amo - Jason sussurrou de volta, beijando-lhe a testa - Mas acho melhor a gente ir embora e tirar essas roupas, se não vamos ficar bêbados só com o cheiro.