– Decidiram onde vão passar o natal? – perguntou Reyna na hora do jantar.

– Jingle Bell, Jingle Bell – cantarolou Emmie.
– Obrigado cantora – disse Leo com sarcasmos.
– Aqui mesmo – disse Annabeth – Todos concordam?
Todos acenaram em concordância, menos Piper, que tinha o cenho franzido.
– O que vocês achariam de passar o natal em um orfanato? – perguntou enrolando uma mecha de cabelo no dedo.
– No seu orfanato? – Luke olhava ao redor surpreso.
– É que quando se esta lá receber visita de pessoas legais e divertidas principalmente no natal torna tudo mais incrível.
– Eu vou com você mesmo que ninguém queira ir – Jason disse antes de dar um beijo rápido na namorada.
– Ei é impressão minha ou a minha cunhadinha quis dizer através dessas palavras embutidas que somos legais – Thalia fingiu uma expressão de assustada no rosto.
–Você é uma palhaça Thalia – riu Piper –Estava muito claro que eu estava os chamando de legais inclusive a mim.
– Onnw que cunhada legal você me arranjou Jason – Thalia bateu palmas – Ela é mais legal que você!
– Seu amor por mim é impressionante – brincou Jason.
– Okay, o que acham da minha ideia?
E todos começaram a falar ao mesmo tempo, fazendo parecer um enxame de abelhas. Thalia falava coisas sem sentido com a conversa e os outros sequer percebiam.
– Silencio – gritou Reyna.
Foram se silenciando aos poucos e só se ouviu Thalia divagando.
–... E a Avril Lavigne parece uma bruxa cheia de elixir da juventude, já que ela não envelhece nunca e ela ate poderia compartilhar a formula com o resto do mundo ou vender. Quanto egoísmo...
– Oi? – Annabeth a olhou divertida.
– E pior que é verdade – concordou Leo.
– Ela poderia dividir um desses comigo – riu Reyna.
– Ela é uma gata – disse Percy, mas percebeu o olhar da namorada – Porém a minha namorada é mais.
– E este é o famoso pino meus amigos, que foi feito para ser batido – Luke apertou o ombro de Percy que bateu nele para que tirasse a mão – Sem agressividade companheiro.
– Você é ironia demais para mim – disse Percy se afastando de Luke – Vai que é contagiante.
– Ironia é o remédio para se viver muito meu caro – retrucou Luke.
– Quem disse isso? – perguntou Annabeth de braços cruzados.
– Eu estou dizendo – riu Luke.
– Boa – Leo bateu palmas.
– Enfim – Emmie os olhou seria – Só quem pode divagar aqui sou então, voltemos ao assunto inicial.
– Você não presta – Leo jogou um pouco de arroz em Emmie que ficou indignada.
– Vou mandar Sven morder sua canela – ameaçou Emmie.
– Pode mandar, ele mal tem dentes mesmo – riu Leo.
– Mas daqui a alguns messes ele terá – Thalia sorriu, sonhadora – Uau não tinha me ligado que esse cachorro vai servir ao menos para morder as pessoas, de preferencia quem eu não gosto.
– Que horror – Emmie cobriu o rosto com as mãos.
A cozinha se encheu de mil e um comentários novamente e o natal foi esquecido por aqueles momentos...

***
– Você tinha mesmo que colocar o gorro? – perguntou Nico a namorada.
– Claro – Emmie sorriu animada – O gorro é muito importante. O Percy, Luke, Piper e Leo adoraram também.
– Claro, eles cinco são estranhos também – resmungou Thalia soltando os cabelos e se esticando – Odeio viajar.
– Eu adoro – Emmie comentou – E não sou estranha sua chata.
– Okay crianças queridas – interviu Annabeth – Vamos conhecer muitas outras crianças agora, por tanto se comportem.
Thalia e Emmie mostraram a língua quando Annabeth se virou. Eles estavam no "orfanato de Piper" para passar a noite de Natal. A senhora Marlene que cuidava do lugar a anos, os recebeu tão bem quanto imaginavam. No fim das contas se divertiram com as crianças mais do que esperavam, a comida foi uma das melhores que comeram em anos e interagir com as crianças foi interessante para todos, apesar dos contratempos.
– Você gosta de Natal? – Lucy, uma garotinha de cabelos castanhos claros e olhos verdes perguntou a Thalia.
Thalia ponderou por um tempo, pensando no que dizer.
– Bom, depende do meu humor no dia de Natal.
– Do seu humor? Por quê? – Lucy franziu a sobrancelha confusa.
– É você sabe, nem sempre nos acordamos felizes – Thalia respondeu, pensando que as perguntas chegariam ao fim.
– Por quê? – perguntou Lucy novamente.
– Por quê? – Thalia agora estava perdida – Porque sim?
– Porque sim?
Thalia e Lucy se encaram uma desconfiada da outra.
– Quantos anos você tem? – Luke que observava a conversa segurando o riso, foi ajudar a morena.
– Eu tenho assim – Lucy mostrou nas mãos que tinha seis anos.
– Ah, essa ainda é a fase do por que.
– Fase do por quê?
– Você sabe o tempo em que as crianças querem saber o porquê de tudo – Luke riu.
Lucy cruzou os bracinhos chateada.
– Não sou criança.
Luke e Thalia riram.
– Não é mesmo – concordou Thalia.
– Não gosto de adultos – Lucy virou o rosto.
– Nem eu – concordou Thalia.
– Mas você é grande.
– Não sou não
– É sim
– Eu nã...
– O que você acha de ir pedir a Piper para dar os presentes agora – interviu Luke.
– Eu gosto da Piper – Lucy sussurrou – Ela é uma adulta legal.
– Ela não é uma adu...
– É ela é – Luke interviu novamente – Ela esta ali com o Jason, porque não vai lá?
– Tudo bem – Lucy saiu saltitante na direção de Piper e Jason.
Thalia fingiu atirar em Luke.
– Bang, bang, bang Castellan.
– Eu acabei de te salvar de passar um momento vergonhoso na frente de uma garotinha de seis anos.
– Não pedi pra você se intrometer.
Thalia deixou Luke sozinho.
– Serio que você também torce pelos Likes? – Emmie dizia a um garoto de oito anos chamado Max, que usava camisa do time de basquete. Ele balançou a cabeça em concordância freneticamente – Isso é muito legal, não acha?
– Nunca conheci uma garota que gostasse de basquete – o garotinho olhava para Emmie como se ela fosse de outro mundo – Isso é demais
– É, até o time de futebol que ela torce, por exemplo, for campeão de alguma coisa como este ano – disse Nico – Os vizinhos vieram perguntar se estávamos matando ela, por conta dos gritos.
– Mesmo? Você gosta de futebol também? E porque você tava gritando?
– Não gosto, amo. E qual a graça de assistir um jogo e não comemorar os lances mais legais? Você não comemora quando os Likes fazem cestas?
– Muito, na verdade ninguém gosta quando assisto aos jogos deles – Max fez uma cara triste.
– Pois iremos te levar um dia – disse Nico.
– Mesmo? – perguntou o garotinho, com os olhos brilhando.
– Eu juro – disse Emmie – Por ele e por mim.
– Hora dos presentes – anunciou Piper, um bom tempo depois.
– Eeeh adoro presentes – Thalia fingiu animação e Annabeth a olhou feio – Adoro mesmo de verdade, sem a menor ironia.
– Enfim – Piper franziu o cenho – Vamos aos presentes!
Percy, Emmie, Piper, Leo e Nico entregaram os presentes, enquanto os outros ajudavam as crianças a abrirem e entenderem os brinquedos, havia alguns criados por Leo, o que deixou-as loucas de felicidades. Vendo o quanto deixaram aquelas crianças felizes no natal, fez a velar a pena a demora em escolher, comprar e embrulhar todos os presente e as crianças não sentirá falta de uma família no natal pela primeira vez.
***
–Bu! – gritou Emmie no ouvido de Luke.
O loiro gritou alto e como uma garotinha.
–Qual o seu problema?
–Muitos – Emmie parou de rir e ficou serio – Diversos.
– Haha vou fingir que acredito – Luke apontou o martelo para ela – Isso aqui poderia te ajudar? Porque o que eu estou pensando em fazer com ele agora me ajudaria bastante a relaxar.
– Como você é estressado, foi só uma brincadeirinha para distrair. Annabeth disse que já estavam saindo.
– Porque eu não acredito quando vocês garotas dizem que já vão sair? – Luke estreitou os olhos.
– Porque vocês garotos nunca falam a verdade quando dizem que estão vindo? Ai você tira por ai.
– Eu sempre estou pronto quando digo que estou.
Emmie revirou os olhos.
– Vou fingir que acredito – ironizou Emmie.
Eles se sentaram no quintal atrás da casa e ficaram jogando conversa fora. Luke desde que acordara naquele ultimo dia do ano, pensava que ia morrer de ansiedade. Aquele era o Dia D, seria agora ou nunca. Thalia o aceitava ou nunca mais olharia na cara dele, estava ciente disso.
– Faz quantos minutos que estamos aqui? – Luke comentou irritado – Vinte? Depois diz que eu estou errado.
– Eu vou falar para elas se apressarem – Emmie se levantou – Só cuidado para ter um ataque cardíaco antes.
Luke ainda resmungou alguns palavrões que Emmie se esforçou para não ouvir. Encontrou Annabeth e aos sussurros disse para a amiga se apressar, pois não sabia onde Thalia estava e não queria estragar nada.
– Nos já vamos, vou la em cima apressar ela – Annabeth disse.
Thalia e Annabeth iriam passar a tarde e parte da noite na casa da loira antes da virada de ano, já havia sido cominado há uns dias, mas acabou sendo uma ótima desculpa. Os pais de Annabeth também queriam que Jason e Percy fossem, mas eles seriam mais necessários ali.
Quinze minutos depois Emmie, Reyna e Percy acenavam para as duas garotas que estavam no carro, indo para outra parte da Califórnia. O Percy e Reyna logo entraram no carro de Jason para ir pegar o jantar encomendado, não só por causa da tal surpresa, mas para ser a última refeição do ano.
– Mãos a obra – gritou Leo, ao chegar no quintal atrás da casa.
A arrumação durou horas. Em meio a brigas, xingamentos, momentos constrangedores,brincadeiras e tudo acabou levando mais tempo do que deveria, mas no fim das contas tudo estava pronto e Luke uma pilha de nervos.
– Cara, você precisa respirar – disse Jason.
– Você tá meio verde – comentou Emmie.
– Vai da tudo certo Luke, só respire fundo, tente não gaguejar e estragar tudo – Leo brincou e Luke ficou ainda mais pálido.
– Não ligue pra eles – Piper entregou ao garoto um copo de suco de maracujá – Vai dar tudo certo só fazer como o combinado.
– É eu vou estar bem ali – Leo apontou para onde o carro de Jason terá de ficar quando Percy e Reyna chegar – Bom, minha camuflagem não tá ali, mas da pra ter uma idéia.
– E eu vou ficar de vigia – Emmie disse seria.
– E eu vou ficar com ela pra que tudo saia certo – disse Nico – Pode voltar a respirar.
Emmie mostrou a língua e Luke respirou aliviado.
– Valeu cara.
– Vocês se passam, vou me arrumar – Emmie saiu pisando duro.
– Bom, vou acender todas as velas quando a Emmie der o sinal – Piper franziu a testa – Acho que vai ser melhor ela mandar uma mensagem.
– Pode deixar – Nico fez sinal de positivo.
– Certo, então vá se arrumar Luke, nos ajeitaremos toda essa bagunça.
Se olhando no espelho Luke teve certeza que tudo que os amigos disseram era verdade e mais um pouco; ele estava pálido, respira tava difícil, suava frio e a cada segubdo seu coração batia mais forte.
Ele ouviu quando o carro de Annabeth parou na frente da casa, quando elas subiram as escadas com rapidez e falando alto. Descer as escadas quinze minutos depois foi aliviante. Faltava pouco agora. Luke seria o cara mais feliz da virada de ano ou o mais triste e que mais beberia.
– Ficou tudo incrível la fora – comentou Percy – Impressionante.
– É – o loiro concordou, não conseguia falar mais que aquilo.
– A Piper já esta la fora – disse Jason – Vou ficar la com ela, não vai conseguir ascender todas aquelas velas sozinhas.
Percy assentiu.
– Verdade cara.
Luke engoliu em seco.
– Vai da tudo certo, só não esquece de respirar – Jason sorriu antes de ir ficar com a namorada.
– Emmie disse que no máximo em quinze minutos – Nico disse ao pé da escada – Todos a posto.
Luke pensou que o coração não pudesse bater mais rápido, porém estava redondamente enganado.
Dez minutos depois o celular do loiro tocou, era uma mensagem que dizia: ela esta prestes a descer já estou indo, operação casal vinte vai entrar em ação.
– Emmie me surpreende toda hora – Nico balançou o cabaça– Operação casal vinte.
– O que vocês estão esperando, vamos logo – Reyna os apressou o mais alto que pode – Vamos Percy, Nico.
– Vou esperar a Emmie – respondeu Nico.
– Você fala da Emm, mas não viveria sem ela ultimamente – observou Luke.
– Acho qus isso é amar, certo?
– É, acho que é.
Os dois ficaram em silencio ate ouvir os passos apressados do salto de Emmie contra os degraus.
– Vamos, vamos porra – Emmie puxou Nico – Boa sorte Luke, operação casal vinte iniciada.
Depois que o furacão Emmie passou Luke começou a sentir as mãos tremerem, do faltava gaguejar na hora.
– O que vocês estão aprontando? – Thalia assustou Luke que estava tão concentrado em parar de tremer e não gaguejar que não percebera ela chegar.
O loiro prendeu a respiração. Thalia usava um vestido branco, ele nunca a tinha visto de branco. O rosto dela parecia ainda mais destacado e bonito, o cabelo preso em uma trança, lábios vermelhos e olhos azuis eletrizantes de sempre.
– Hum, nada, só querem que você vá la fora – Luke apontou para a porta da cozinha.
– Porque la atrás? – Thalia cruzou os braços desconfiada.
– Porque sim – respondeu o garoto – Ta parecendo a Lucy.
Thalia fez um som estalado com a boca.
– Tudo bem, só espero não perder meus últimos minutos desse ano por uma besteira.
Eu também espero não perder meus últimos minutos dos ano, pensou Luke.
Thalia estava morta de curiosidade, percebeu que estavam aprontando alguma coisa quando Emmie e Annabeth não pararam de trocar olhares e Emmie não parava de mandar mensagens. Abriu a porta da cozinha e olhou em volta, não resperou em nada, estava prestes a se virar e xingar Luke quando de repente um cortina caiu no chão e ela notou uma espécie de palco improvisado com caixotes de madeira, no qual Piper estava em cima e começava a cantar uma musica no microfone.

"When I was younger I saw
My daddy cry and curse at the wind
He broke his own heart and I watched"

Thalia respirou fundo. Só podia ser brincadeira, havia velas formando um coração e no meio dele mais velas formando a frase eu amo você.

Piper continuava a cantar.

"But, darling, you are the only exception
Well, you are the only exception
Well, you are the only exception
Well, you are the only exception"

Luke olhou para Thalia, que não sabia se ria ou chorava no momento.
– Esse seria o momento em eu posso você em namoro e você diz sim, segundo meu plano.
– Planos são estúpidos – Thalia soltou o ar que prenderá.
– Você não gostou? – Luke disse inseguro.
– Foi tão lindo quanto meu primeiro show do Green Day – Thalia suspirou.
– Então você aceita? – os olhos azuis de Luke brilharam em expectativa.
– Eu... Eu não posso.
– Como não? Você não namora ninguém nem eu, qual o problema.
– Namoros nunca acabam bem – a morena resmungou olhando as ondas quebrarem.
– Thalia não é porque um namoro não deu certo não quer dizer que outros não vão dar – Luke sabia que no fim das contas

"Maybe I know somewhere
Deep in my soul that love never lasts
And we've got to find other ways
To make it alone or keep a straight face
And I've always lived like this
Keeping a comfortable distance
And up until now I had sworn to myself that I'm content with loneliness
Because none of it was ever worth the risk"

– E se não der certo? – Thalia sussurrou, pela primeira vez parecia uma garota frágil pra ele e Luke não gostou daquilo.
– Nos vamos ter tentado e é isso que importa – Luke segurou as mãos de Thalia – Eu acredito que estamos aqui nesse mundo por um tempo limitado, mas para ser um tempo único, inesquecível, do qual sempre que podermos nos arriscar, que nos arrisquemos, melhor tentar e errar do que nunca ter tentado e saber se teria dado certo ou não.
– Isso foi bonito – Thalia sorriu.
– Eu sei, fiz esse discurso em frente ao espelho, pareci incrível – brincou o loiro.
– Você é tao humilde quanto eu – sussurrou Thalia.
Então, eles estavam se beijando. Foi um primeiro beijo apaixonado, intenso, como ambos são, um primeiro beijo com trilha sonora.
– Isso é um sim? – perguntou Luke depois que se separam, arfantes.
– O que você acha? – Thalia sorriu com o batom borrado – Sim, sim!
Luke sorriu antes de voltar a beijar a namorada, Leo finalmente lembrou de sua função que era soltar os fogos de artifício, que se quer atrapalharam o jovem casal que mal notava que Piper havia acabado a musica e agora segurava as lagrimas abraçada ao namorado, que Leo fazia comentários engraçados para Reyna, que por mais ridículo que fosse o comentário não conseguia tira o sorriso bobo do rosto. Annabeth sorria feliz pela alegria da amiga de infância enquanto Percy ao seu lado comia um pedaço de bolo azul. Emmie e Nico brincavam com Sven a pouca distância dos amigos, rindo e trocando beijos vez ou outro.
No fim aquele primeiro ano em um lugar novo, como pessoas novas, vida nova, foi um dos melhores e surpreendentes anos que já viveram e os próximos prometiam muito mais.