Lição de Amor escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 40
Caindo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/435717/chapter/40

A cafeteira já estava prestes a fechar restando em seu interior alguns funcionários e um cliente familiar a todos. Enzo encontrava-se sentado em uma mesa no canto a espera de Emma, a qual encontrava-se no banheiro, se trocando para ir conversar com ele. Em seu intimo Emma estava perturbada com os olhares que Enzo lhe lançava, pois a sensação que lhe vinha em mente era que ela era um copo de água em meio ao deserto do Saara. Assim que se arrumou saiu indo em busca de Enzo, o qual continuava no mesmo lugar de antes a sua espera. Ela se aproximou tentando não ruborizar com o olhar dele.

–Você está linda.. – Enzo disse olhando-a de cima a baixo assim que ela parou ao seu lado sentando-se em seguida. Ela trajava um short na cor vermelha e uma bata branca.

–Obrigada, desculpe ter lhe feito vir ate aqui e ainda me esperar. Hoje o dia foi um pouco cheio.

–Não tem problema. Costumo ter muito tempo livre – sorriu piscando travesso para ela – mas diga-me como posso te ajudar?

–Bem... Meus colegas estão querendo fazer uma festa para a nossa formatura e.. Não temos uma banda para tocar. Como trabalha na área de marketing... imaginei que pudesse conhecer alguém que pudesse nos ajudar.

–Hum... Entendi – murmurou pensativo – tem preferência por alguma banda?

–Não – negou envergonhada. Após a ilha aquela era a primeira vez em que se viam e nada pareceu ter mudado entre eles.

–Posso dar uns telefonemas e falar contigo amanhã, que tal?

–Seria ótimo – sorriu entusiasmada – na realidade...estava imaginando que poderia demorar algumas semanas.

–Bobagem, isso é coisa de cinco minutos.

Emma sorriu agradecida. Levantou-se pegou um copo com café e entregou a ele.

–Café com creme. O seu preferido.

Enzo sorriu ao tomar o primeiro gole. Aquilo era um filete de esperança, pois significava que ela prestava atenção nele.

Raoul parou sem reação ao ver o casal sentado em frente a grande janela cafeteria. Ele havia ido buscar Emma, mas assim que se aproximou do café a viu conversando com alguém e não demorou para ver a outra pessoa: Enzo, seu primo. Fechou o punho com força e respirou profundamente ao vê-los conversarem e rirem de algo. Nada passou despercebido para ele. Todos os olhares, os sorrisos e o desejo no olhar de Enzo foram perceptíveis.

–Se assim que desejam... Farei do modo mais difícil – Raoul comentou com si próprio ao virar de costas e ir embora.

Emma olhou pela janela sentindo-se observada, mas não viu ninguém. Ficou alguns segundos parada, apenas olhando para o lado de fora com a sensação de que a qualquer momento seria surpreendida.

Porque estou com a sensação de alguém estava me olhando há alguns minutos?” pensou.

****
Apesar de estarem morando juntos, os horários de Emma e Raoul não coincidiam ou pelo menos ele assim quis. Para Raoul o que importava naquele momento era não perder a empresa e para isso estava pronto para tudo, incluindo jogar um jogo ainda mais perigoso com sua esposa.

Caroline abraçou Emma com força assim que ela deu a noticia de quem Enzo havia conseguido para tocar na formatura. Nenhuma delas conseguia acreditar na sorte que haviam dito.

–Ainda não acredito que Zero Assoluto irá tocar para nós e de graça - Caroline comentou sorridente.

–Nem eu – concordou pensativa.

–Quem será que virá lhe entregar o buque de flores? – Caroline perguntou a Emma, pois era uma tradição do colégio as alunas receberem flores na formatura a partir do primeiro ano colegial.

–Provavelmente ninguém – sorriu levemente. – não estou namorando ninguém e... Meu pai, bem..você sabe – disse triste.

–Eu posso te dar um... Ninguém disse que as amigas não podem se presentear – sorriu tentando animar Emma.

***
Giovanni sentou-se na sala de reunião da seguradora e sorriu ao ver Raoul entrar pela porta, imponente.

–Faz um tempo. Como está? – Giovanni o cumprimentou sorridente – soube que sua esposa é muito popular com os Belinni.

–O que deseja? Não me lembro de ter marcado nenhuma reunião contigo para que aparecesse aqui do nada e me forçasse a vê-lo.

–Sempre é tão frio comigo que já nem me importo com suas grosserias – sorriu levantando-se – mas não acho que sua esposa iria gostar deste tipo de comportamento.

–Sobre o que está falando? – indagou calmamente o avaliando.

–Ora nós dois sabemos que esse casamento é falso. Está apenas esperando dar o prazo de um ano para se separar dela.

–Veio propor algum acordo, por acaso? – ironizou.

–Na verdade sim. – colocou alguns papeis em cima da mesa – leia com calma e verá que é uma ótima oportunidade de se ver livre dessa mentira. Não estou querendo 100% da empresa, longe disso. Vim negociar e espero que aceite a proposta que estou lhe oferecendo.

–Sabe que não vou aceitar.

–As pessoas mudam de ideia ainda mais quando tudo pelo que tanto lutou pode ruir facilmente.

–Ruir facilmente? – sorriu – creio que está enganado, tio, afinal meu casamento é bem solido e dificilmente iremos nos separar.

–É? Interessante, mas eu não esperaria tanto de uma jovem que pode ser iludida com facilidade. Sem contar que Enzo é um belo homem.

–Esta insinuando alguma coisa ou é impressão minha? – indagou sério na defensiva – se isso é alguma espécie de ameaça saiba que não irá funcionar. Esta empresa é minha por direito e assim continuará sendo.

–Não pensa no quão imprudente esta sendo? Esta enganando e usando uma criança, provavelmente.

–Não estou usando ninguém – sorriu – apenas estou casado com a mulher que eu amo. Que mal há nisso?

–Continue desse jeito que acabará onde eu desejo. Na ruína – tornou ao ir em direção a porta – não espere que Enzo ou essa jovem sejam condescendentes com sua ambição. Aconselho a assinar esse documento e viver a sua vida de forma mais cômoda.

Raoul fechou o seu punho com força ao vê-lo ir embora, respirou fundo antes de pegar os papeis e ler superficialmente.

–Ele acha mesmo que eu darei 60% da empresa a ele? – jogou em cima da mesa com raiva – patético. Prefiro ficar preso aquela jovem para sempre do que isso.

***
Um vento frio passou pelo corpo de Emma fazendo-a se arrepiar. Ela não sabia, mas sua vida estava prestes a ficar ainda mais confusa.

***
Rupert olhou com tristeza para uma jovem loira que encontrava-se sentada com Caroline decidindo os detalhes da festa, a qual iria acontecer em menos de um mês. Ele ainda ressentia-se pelo que havia falado com seu amigo e a levado ate a festa. Apesar de tudo e da brincadeira que havia feito, ele começara a gostar dela aos poucos.

–Talvez um dia ela me perdoe e veja o quanto infantil foi – murmurou consigo mesmo ao observá-la de longe. Sentiu uma mão sobre o seu ombro e olhou para o jovem ao seu lado sem animo.

–Ainda apaixonado? – o jovem indagou ao olhar para Emma.

–Ela nunca irá sair de meu coração – disse lamurioso.

–Não seja tão dramático, veja – apontou para onde elas estavam – a menina ao lado de Emma é muito bela e inteligente. Porque não tenta algo com ela?

–Porque eu gosto de Emma.

–Desde quando? Não me lembro de vê-los juntos.

–Desde que a vi sozinha no corredor desprotegida. Eu a ajudei com os livros e no mesmo instante meu coração foi capturado pelo olhar dela.

–Se gosta tanto dela... Converse com ela. Se ela gostar de você tanto quanto gosta dela tenho certeza que tudo dará certo – o incentivou.

–Talvez – murmurou incerto.

***

(Recomendo ler com esta musica: http://www.youtube.com/watch?v=E4rvGGFt7LU )
Emma fechou a porta do apartamento e caminhou silenciosamente sentindo uma dor latente em suas costas. Ela ainda não havia se acostumado em ficar a tarde toda em pé atendendo clientes e temia nunca se acostumar. Levou a mão em seu ombro, o acariciando sem perceber a presença de Raoul na sala, o qual encontrava-se sentado com um copo de uísque nas mãos, pensativo.

–Cansada? – perguntou atraindo a atenção dela, dando-lhe um pequeno susto.

–Boa.. Boa noite – falou olhando em sua direção ficando paralisada ao vê-lo – “Ele está irradiando perigo e paixão ou sou eu que estou desejando isto dele?”.

–Fiz o jantar. Vá se arrumar, daqui a quarenta minutos estará pronto.

Emma sabia que ele não estava dando brecha para ser questionado naquele instante. Em silencio, assentiu e foi em direção ao seu quarto onde tomou banho e se arrumou rapidamente. Optou por trajar um vestido branco com flores em rosa na cor clara de alças destacando o seu busto. Deixou os cabelos soltos dando-lhe um ar mais angelical. Ao chegar na sala sentiu um delicioso aroma preencher as suas narinas. Avistou Raoul sentado na mesa a sua espera.

–O cheiro esta muito bom – ela disse sorrindo levemente ao se sentar em frente a ele.

–Espero que goste do que preparei – sua voz enigmática a deixou curiosa e animada. Olhou para a mesa arrumada não conseguindo evitar um sorriso ao ver algumas rosas no centro da mesa. – Está tudo lindo..

Raoul sorriu vitorioso ao levantar-se e servir a jovem a sua frente. Ele não era adepto de cozinhar, mas o fazia muito bem.

Giovanni está certo. Não posso confiar apenas em meus instintos. Ela é uma jovem, é vulnerável e não posso deixá-la livre. Ela tem que sucumbir a mim. Tenho que tê-la junto a mim durante mais alguns meses. Apenas isso” pensou ao servir capeleti á siciliana.

–Não sabia que cozinhava – comentou surpresa ao provar o capeleti. Na primeira garfada fechou os olhos a fim de sentir a sensação e o gosto. Ela nunca havia provado algo tão maravilhoso quanto aquilo – Uau... Isso está.. incrível.

–Obrigado – sorriu sincero ao ver o brilho em seu olhar ao encará-lo. Raoul ficou vendo-a se deliciar. Observou cada movimento seu, cada mastigação, observou o modo como seus olhos brilhavam a cada mordida e ficou inebriado ao vê-la mordiscar os seus lábios. – Isso é uma tortura – murmurou consigo mesmo. Voltou a sua atenção para a comida a sua frente sem conseguir concentrar-se ou sentir fome. – “ Isso não está certo... mas desde quando faço o que é correto?”se questionou ao erguer-se abruptamente da mesa, chamando a atenção de Emma, a qual o olhou com curiosidade. Caminhou ate ela sem desviar o seus olhos dos dela, parou ao seu lado, segurou em seu braço forçando-a se levantar – Apenas.. Se entregue – disse com voz apaixonante ao puxá-la de encontro ao seu corpo. A sentiu ficar tensa, mas não se importou. Ele tomou seus lábios segurando em sua nuca ficando extasiado ao senti-la retribuir o seu beijo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lição de Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.