Lição de Amor escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 28
Surpresas nada agradaveis




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Emma limpou a mesa do café pensativa. Já haviam passado dois dias depois do beijo que havia trocado com Raoul e como sempre ele mantinha-se distante. Como se tivesse medo de encará-la. Por mais que tentasse esquecer, o beijo de Raoul invadia a sua mente. Já estava ficando sem animo quando avistou uma jovem ruiva com quem trabalhava. Sorriu para ela ao vê-la se aproximar.

–Emma, você está com o semblante tão preocupado – a ruiva falou sorrindo. Desde a primeira vez em que havia visto Emma simpatizou-se com a mesma.

–Oi Eliza – a cumprimentou – eu.. Só estou meio confusa – disse vagamente.

–Confusa? Se o assunto for homem posso te ajudar – brincou ao olhar em volta observando os clientes.

Emma não se sentia confortável, mas seus sentimentos a estavam deixando confusa demais. Olhou para a garota a sua frente sem saber se estava fazendo o certo.

–Eliza podemos nos apaixonar por duas pessoas ao mesmo tempo? – indagou lentamente.

Eliza olhou para Emma e sorriu de forma afetuosa.

–Bem... Acho que tudo é possível.

–Mas... Não é o certo. Quero dizer como alguém pode gostar de duas pessoas tão diferentes entre si?

–Talvez sinta atração por um e paixão por outro.

–Atração?

–Sim. Isso é muito comum em sua idade. – disse acenando para o gerente do café que a chamava – pense bem e divirta-se. Está muito jovem para se preocupar tanto – falou sorridente ao se afastar.

Emma ficou parada tentando se entender, mas suspirou frustrada ao perceber que não sabia o que estava sentindo.

Se amo Rupert então sinto apenas atração por Raoul? Isso é muito confuso” pensou ao suspirar.

Enzo entrou no café olhando em volta a procura de Emma e não demorou para vê-la. Ela estava em pé arrumando algumas coisas próximas de uma mesa, a mais afastada. Ele se aproximou sorrateiro e com cuidado passou os braços envolta da cintura dela.

O corpo da jovem ficou rígido e por um instante assimilou aquela sensação a mesma quando estava nos braços de Raoul. Já ia se virar com um sorriso no rosto, mas deparou-se com Enzo sorrindo.

–Enzo – murmurou decepcionada.

–Esperava alguém?

–Hã? Não – respondeu sem graça afastando-se dele – quer o mesmo de sempre?

–Sim e preciso falar com você.

Ela assentiu ao se afastar trazendo o seu pedido em seguida. O movimento no fim da tarde era pouco o que permitiu que ela se sentasse na mesa dele.

–Aconteceu algo?

–Mais ou menos, cunhadinha – Enzo falou sorrindo ao depositar o seu café sobre a mesa – Raoul veio com uma conversa estranha hoje e preciso saber algo de você antes de responder a ele.

–Não estou entendendo.

–Tudo bem, mas... Sente algo pelo Raoul? – observou o olhar espantado dela seguido por um avermelhamento em sua face. – isso é um sim?

–Eu...Eu não.. Não sei – admitiu.

–Como não sabe?

–Quando estou ao lado dele me sinto estranha. Ele é frio, cruel, irritante e consegue ser mal educado, mas.. Há certas vezes que me sinto estranhamente bem ao seu lado.

–Hum. – Enzo olhou para ela e naquele instante teve certeza do que deveria fazer, mas precisava tirar a limpo algumas questões – Eu entendo e tem algum namorado no colégio?

–N...Não – gaguejou.

–Não sabe se está apaixonada por Raoul, mas também não tem nenhum namorado – murmurou pensativo. Demorou alguns segundos pensando até sorrir para Emma – Isso deve ser o suficiente.

–Para que?

–Para fazer com que eu me divirta – disse ao levantar-se – até mais cunhadinha. Ah quando sair me espere, porque iremos sair. – falou saindo do café.

Emma ficou o olhando ir embora com um leve sorriso nos lábios. Por mais que tentasse não conseguia se preocupar quando Enzo falava algo a ela. Ela já sentia um carinho por ele.

***
Raoul ajeitou a gravata e sorriu ao ver Vania entrar em sua sala. Ela trajava uma saia de corte reto vermelha com uma blusa de seda branca. Ele sorriu ao vê-la arrumar o cabelo de forma sensual.

–Fiquei surpreso ao vê-la aqui – Raoul disse indo em direção a ela.

–Estava passando e imaginei que poderíamos jantar juntos. O que acha? – Vania sorriu sincera. Ela desejava Raoul mais do que há qualquer homem naquele instante. Sem saber o porquê sentia uma necessidade de tê-lo para si.

Raoul sorriu levemente ao caminhar em direção a ela. A segurou pela cintura e com calma, olhou em seus olhos antes de beijá-la.

***
Enzo sorriu ao segurar na mão de Emma levando-a pelo corredor da seguradora. Assim que ela saiu do trabalho, ele passou para pegá-la. O seu plano era deixá-la o mais próxima de Raoul enquanto Enrico iria tentar deixá-lo com ciúmes. Para Enzo era o plano perfeito. Como sempre abriu a porta da sala de Raoul sem bater e o seu sorriso logo transformou-se em perplexidade. Ele olhou para Emma, a qual não demonstrava nenhuma expressão em seu semblante.

Emma sem perceber apertou a mão do homem ao seu lado buscando um porto seguro. Virou o rosto para Enzo, a fim de não ver o seu marido beijando outra mulher de forma apaixonada. Enzo passou o braço pelos ombros dela, a trazendo para perto de si.

–Melhor irmos – falou alto o suficiente para que Raoul o escutasse. O viu se afastar da mulher e olhar sem expressão para eles. Levou Emma consigo e fechou a porta sem dizer uma única palavra. Assim que chegaram ao elevador e as portas se fecharam, ele suspirou sem saber o que dizer. Olhou para Emma ansiosa, mas apenas a viu olhar para os botões em silencio. Seus pensamentos estavam longe. – Desculpe... Não sabia que... Que ele...

–Porque me trouxe aqui? – Emma indagou ao olhar para ele. Ela se sentiu ferida quando viu Raoul com outra mulher, mas sentiu-se ainda mais por Enzo ter a levado.

–Eu... Não era para ser assim – disse confuso – eu não sabia que ele..

–Não importa – o interrompeu séria. – Não sei e não desejo saber o motivo de ter me trazido aqui, mas se queria jogar em minha cara que não sou importante e que sou temporária para os Belinni, isso não era necessário. Eu já sabia – o fitou ao escutar o barulho do elevador. As portas se abriram e ela sorriu friamente segurando as lagrimas – Eu pensei que éramos amigos – disse antes de sair deixando as lagrimas fluírem pelo seu rosto sem que ele visse. Enzo permaneceu estagnado dentro do elevador. Olhou a jovem ir embora e sentiu-se mal por ela.

–Aquele cretino – murmurou ao apertar o botão do elevador. Ele estava disposto a transmitir a mesma dor a Raoul. A dor que Emma sentia, ele iria sentir de outra forma.

Raoul ficou inquieto quando viu Emma ir embora com Enzo. Vania olhava para ele sem entender nada. Logo que eles saíram, Raoul se afastou de Vania como se tivesse cometido um pecado.

–Raoul, o que houve? – Vania indagou surpresa com sua atitude. Ele nada disse, apenas pensava do que seria dele se ela pedisse o divorcio e levasse o dinheiro consigo. Pegou as suas coisas e caminhou ate a porta. Assim que a abriu, viu Enzo parado com raiva no olhar. – Enzo, o que...

Antes que pudesse terminar de falar, Enzo lhe deu um soco fazendo-o cambalear para trás.

–Você não cansa de ser um cretino frio, arrogante e mulherengo? – falou com raiva. Olhou para Vania sorrindo com escárnio – ele é casado. Não tenha muita esperança e de qualquer forma, será apenas mais uma em sua cama. – olhou para Raoul, o qual passava a mão no queijo avermelhado, e deu as costas indo embora.

–Raoul... Do que ele estava falando? – Vania perguntou confusa – desde quando você é casado? E o que está acontecendo afinal?

O sorriso que apareceu no rosto de Raoul era de ironia e crueldade, mas no fundo possuía um pouco de esperança.

–Sou casado há alguns meses e a garota que estava aqui era a minha esposa – disse sem imaginar o quanto essas palavras mudariam a sua vida.


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