Lição de Amor escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 24
O cupido - Enzo




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Rupert olhou para Emma de uma certa distancia. Ele a observou atentamente tentando entender o que havia visto. No final de semana havia ido ate o cinema e deparou-se com Emma andando ao lado de Raoul com as faces avermelhadas. Ela não se parecia uma sobrinha e sim uma mulher apaixonada. Ele sentia que algo estava errado desde a primeira vez em que os viu juntos.

Emma não conseguia evitar um sorriso em sua face. O seu final de semana havia sido mais divertido do que esperava. Por mais incrível que parecesse, ela estava gostando da companhia de Raoul, pois começava a ver algo divertido nele.

–Emma? – Caroline a chamou pela terceira vez – onde esta com a cabeça? – indagou ao ver o semblante confuso de sua amiga. Elas estavam sentadas na sala de aula, uma de frente para a outra, a espera do professor chegar.

–Hã...

–O que aconteceu em seu final de semana? Me parece mais feliz que de costume.

–É impressão – mentiu sentindo suas faces ficarem rosadas. – apenas... Percebi que Raoul pode ser divertido quando deseja.

–Isso me interessou – disse sorrindo – o que houve?

–Nós fomos ao cinema e... foi divertido – admitiu ao lembrar-se do que aconteceu – mesmo me provocando e me intimidando, eu me diverti.

–Isso é muito bom, Emma – olhou para o lado e viu Rupert as olhando – Aconteceu algo entre você e o ruivo?

–Como?

–Ele não para de olhar para você.

–Depois do beijo.. Não nos falamos direito.

–Entendo – murmurou – talvez ele queira te chamar para sair. Não sei.

–Pode ser – deu de ombros. – e o que fez no final de semana?

–Não tive encontros com meu marido e nem nada parecido – sussurrou apenas para Emma ouvir, o que a fez sorrir. Continuaram conversando ate serem interrompidas pela chegada do professor.

O resto do dia passou tranquilamente. Emma resplandecia felicidade de uma forma que nem ela mesma entendia. Quando estava indo embora avistou um carro esportivo na cor vermelha em frente ao colégio. Estranhou, mas ao passar pelo lado escutou o seu nome ser chamado.

–Enzo? – disse surpresa ao vê-lo acenar para ela, a chamando para ir entrar no carro sem sair dele. – O que esta fazendo aqui? – perguntou assim que sentou-se, fechando a porta.

–Vim lhe buscar – falou sorrindo. Ligou o carro e não demorou para estarem andando em alta velocidade pelas ruas italianas. – Tenho certeza que amanhã será a garota mais popular deste colégio – disse divertido.

–Porque?

–Ora, Enzo Belinni veio lhe buscar – a olhou rapidamente – realmente essa juventude não sabe o quão popular eu sou. Preciso mudar isso, concorda?

Emma sorriu ao olhar para ele. Ela sentia-se bem ao lado dele mesmo ainda confusa com a surpresa que havia feito.

***
Raoul espreguiçou-se ao se levantar da cadeira onde trabalhava, incansavelmente, há horas de forma interrupta. Apesar de estar acostumado aquela rotina começava a sentir vontade de ficar em casa, olhando Emma, algo que o deixava desconcertado. Para ele aquela situação estava indo de mal a pior e não via a hora de divorciar-se dela.

–Raoul – uma voz feminina soou atrás de si, próxima a porta. Ele virou-se se deparando com Raquel, ela o olhava séria.

–Há quanto tempo.

–Nesse tempo, não me procurou ou ao menos me ligou. Como consegue ser tão frio? – indagou tentando controlar-se.

–Não acho que lhe devo explicações, entretanto não achei necessário e nem útil ir a sua procura.

–Eu poderia estar esperando um filho seu.

–E pelo visto não está – a encarou seriamente – Raquel, os momentos que passamos juntos foram ótimos, mas é melhor terminarmos de uma vez.

–És um hipócrita. Conseguiu o que queria e agora me larga. Sei muita coisa sobre você, tem certeza que quer continuar? – o ameaçou com um leve sorriso nos lábios. – o preço a pagar pode ser alto demais.

–E tem certeza que quer me ameaçar? – perguntou divertido – sou o seu chefe, não se esqueça disso.

–Posso conseguir emprego em outro lugar.

–Raquel – suspirou – você me diverte, mas me cansa. Agradeço se sair da minha sala. Tenho coisas a fazer.

–Te divirto, mas te canso – repetiu furiosa – muito bem, Sr Belinni, veremos quem irá se cansar de quem. – falou enigmática ao sair da sala.

Raoul suspirou ao vê-la ir embora e não demorou para ter uma ideia. Ele iria transferi-la. Percebeu que a sua presença poderia representar o seu divorcio se ela falasse algo a Emma.

***
Emma tentou não transparecer o seu nervosismo ao ver Enzo andar em sua direção segurando dois pratos. Sempre que olhava ao seu redor surpreendia-se pelo apartamento dele. Tudo era claro e os poucos moveis na sala demonstravam elegância e sutileza, algo que ela não esperava dele. Ela estava sentada na sala de jantar desde que haviam chegado. Sem dizer uma única palavra, a levou ate o seu apartamento afirmando ter algo importante a dizer.

–Enzo... – disse tímida – eu ainda tenho que trabalhar hoje.

–Não precisa se preocupar com nada – a assegurou ao depositar um prato em frente a ela – Sou amigo do gerente, já falei com ele. Fique tranquila.

–Disse que queria me falar algo...

–Sim – assentiu sorrindo sentando-se ao lado dela – é melhor comer, enquanto esta quente.

Emma olhou para o prato sentindo o seu estomago roncar em seguida. A comida possuía uma aparência deliciosa. Pegou o garfo e ao provar a comida, fechou os olhos a fim de sentir melhor o gosto.

–Isso está....

–Delicioso, eu sei – sorriu convencido ao ver a expressão de deslumbramento em seu rosto – seu cunhado tem muitos dons, uma pena que seu marido não perceba isso – deu de ombros ao olhar para ela – Tem um rosto muito doce, sabia?

–Doce?

–Sua expressão. Consegue ser bem doce.

–Obrigada, eu acho – murmurou com o rosto avermelhado.

–Deve estar curiosa sobre o que eu queria falar contigo, certo? – ao vê-la assentir prosseguiu – Soube o que houve em Toscana – falou vagamente esperando ver alguma reação, o que não demorou em aparecer.

–Toscana? – murmurou inquieta. Remexeu-se na cadeira tentando sorrir – e... O que soube?

–A verdade.

–Verdade?

–Sei sobre o que Enrico aprontou e sei também que não teve nada com Raoul. – segurou o riso ao vê-la empalidecer e suas faces avermelharem.

–Eu... posso explicar, quero dizer, não é nada demais certo? E ele nem sequer me perguntou sobre o que aconteceu e... – ela falava sem parar ate perceber o sorriso de zombaria dele. Parou ficando o encarando.

–Me desculpe – sussurrou tentando se controlar – mas você é tão fofa.

–Como?

–Enrico me contou o que houve. Na realidade foi ele quem despiu vocês depois que desabaram desacordados na cama. Ele quis fazer uma brincadeira para Raoul, mas não imaginou que você fosse... Ficar calada.

–Então... Fui enganada?

–Vocês dois.

–Ah entendo – murmurou tristemente. De alguma forma desejava que Raoul tivesse algo haver com a sua nudez. – “O que eu queria afinal? Eu queria que ele me visse nua?” pensou alarmada tendo seus pensamentos interrompidos pela voz de Enzo.

–Mas fiquei curioso com algo. Porque não disse a verdade a ele?

–como?

–Quando saiu do medico, já sabia a verdade, não é?

–Já – murmurou sem graça.

–Então porque não disse nada?

–É difícil dizer. Na verdade é complicado.

–Complicado? – repetiu – porque não diz a verdade, que você apenas ele mais próximo de você? Não acho que seja errado.

Emma sentiu as suas faces ficarem ainda mais avermelhadas. Não esperava que ele fosse tão direto ou que estivesse tão certo. Em seu intimo sabia que o motivo de não ter falado a verdade era exatamente aquele.

–Bem... Eu... Não tenho sentimentos por ele, apenas desejo que o ano em que passemos juntos seja repleto de lembranças. Não queria enganá-lo... Meu desejo era apenas que ele se aproximasse mais de mim.

–Tenho uma ideia melhor para ficarem mais tempo juntos – Enzo falou sorridente – só não poderá me contestar.

–Que ideia seria essa? – indagou após pensar um pouco. Ela não conseguia pensar em nada que pudesse lhe aproximar de Raoul.

–É segredo, deve apenas confiar em mim – falou enigmático.


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