Lição de Amor escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 25
A dupla




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A semana passou rapidamente e logo a sexta-feira deu o ar da graça. Os alunos do colégio estavam animados com o final de semana e com a viagem escolar que estava próxima. Emma encontrava-se sentada embaixo de uma arvore no pátio, olhando para o celular que Raoul havia lhe dado, pensativa.

–Emma – uma voz a chamou, despertando-a de seus devaneios.

–Rupert – o saudou sorridente – como está?

–Bem – disse sentando-se ao lado dela no banco. Olhou em volta e sorriu ao perceber que estavam sozinhos – desde aquele dia não nos falamos, não é? – ela assentiu com a cabeça baixa envergonha pelo seu comportamento da outra vez – Eu... Queria saber se fará algo este final de semana?

–Não – negou pensativa – por quê?

–Ganhei ingressos para um filme e imaginei se gostaria de ir comigo.

Emma o encarou sem reação. Ela havia sonhado inúmeras vezes com aquele momento, mas algo não se encaixava. Tentou sorrir e assentiu por fim.

–Ótimo – falou alegre – podemos nos encontrar as três da tarde em frente a Fontana di Trevi, tudo bem?

–Certo – concordou sem muito entusiasmo, apertou com força o celular em suas mãos ao ver o olhar de Rupert.

–Oh vejo que comprou um aparelho.

–Foi um presente na verdade – ao perceber o que havia dito levou a mão aos lábios – foi Raoul... digo, meu tio que me deu.

–Ele tem um bom gosto – murmurou olhando para o celular – a relação de vocês parece ser bem próxima, não é?

–Um pouco – murmurou.

–Eu os vi no cinema outro dia – confidenciou observando a reação dela. Emma sorriu sem graça ficando nervosa como se tivesse cometido algum crime – vocês pareciam namorados – comentou sorrindo de seu pensamento.

–Namorados? – repetiu nervosa colocando a mecha de seu cabelo para atrás da orelha – como pode imaginar isso? – perguntou sorrindo nervosamente. – “Estou agindo como uma criminosa. Patético” pensou angustiada.

–Realmente não tem cabimento – falou levantando-se – vou colocar o meu numero no seu celular e pode me ligar se acontecer alguma coisa se não puder ir amanhã – pegou o aparelho das mãos de Emma, colocou o seu numero na agenda e estranhou que o único contato dela fosse Raoul, o seu tio. – Vou indo, ate amanhã.

Emma suspirou aliviada ao ver Rupert se afastar, mas indagava-se sobre o seu comportamento. Ela sabia que não havia feito nada demais, nada que fosse considerado um erro, mas o seu comportamento dizia o inverso.

–O que há comigo afinal? Não posso sustentar uma vida dupla? – se perguntou.

***
Raoul sorriu diante de um comentário do executivo a sua frente. Ele encontrava-se em um restaurante de luxo almoçando com três homens e duas mulheres, todos executivos do mais alto escalão.

–Devo parabenizar o senhor por ter conseguido a empresa após a morte da sua avó – um homem com sorriso débil disse olhando para Raoul – deve ser muito bom ser tão jovem e dono de um império desses.

–Não estou fazendo nada que eu não fizesse antes – tornou sério – alem do mais o único capacitado para esta função era eu na família. Foi uma escolha natural.

–Oh. Aposto que muitas mulheres estão atrás do senhor – uma ruiva comentou sorridente. Ela possuía olhos verdes, corpo bem harmônico e um belo sorriso – ouvi dizer que antes do anuncio já era considerado um partido excelente imagine como deve estas agora.

Raoul levou a taça de vinho aos lábios antes de sorrir para a mulher a sua frente. Não era preciso ser um gênio para perceber que ela estava dando em cima dele descaradamente.

Vania Spoletto, uma das maiores acionistas de uma empresa de cosméticos. Sucedida, bonita, elegante. Ótima para se ter um caso” pensou.

–As mulheres sempre irão correr atrás de um homem com dinheiro não importando a sua beleza ou status.

–Então isso não lhe atinge?

–Se eu dissesse que desgosto, seria um tremendo mentiroso – disse sorrindo. Vania sorriu abertamente. Olhou para ele com desejo nos olhos e desejou, ardentemente, que no fim do almoço eles saíssem juntos dali.

***
–Obrigada pela carona. Esses carros de hoje em dia vivem dando problema – Vania disse ao colocar o cinto de segurança. Ela não conseguia esconder o sorriso ao olhar de soslaio para Raoul, o qual mantinha-se impassível. Aquela não era a primeira vez que usavam um truque tão velho com ele e não seria a ultima. – espero que não se incomode em estar indo na direção oposta ao seu trabalho.

–Não tem problema – olhou para ela sorrindo – tenho certeza que a viagem será muito bem recompensada em nosso jantar.

–Jantar?

–Sim – sorriu – hoje a noite. Passarei para lhe pegar.

Vania sorriu vitoriosa. Ela já havia ouvido falar do jeito mulherengo dele, mas não imaginou que fosse tão fácil.

***
Assim que abriu a porta do apartamento, Emma jogou-se no sofá a sua frente sem importar-se com nada. Ela estava cansada, esgotada e louca para ficar parada sem fazer nada. Sempre imaginara que trabalhar de meio período fosse fácil, mas enganara-se. Era extremamente difícil conciliar o trabalho com o ensino puxado de sua escola. Olhou ao redor estranhando a quietude do lugar, viu o relógio apontar quase onze da noite.

–Ele ainda não chegou? – se perguntou ao se erguer. Caminhou pelo apartamento vazio, abriu a porta do quarto dele e pela primeira vez observou o lugar com calma. O quarto conseguia ser mais frio do que o próprio dono. Não havia nenhuma foto em todo o quarto ou qualquer outra coisa que identificasse Raoul. Havia apenas o vazio e o silencio. – Queria mudar isso – disse inconsciente do quanto aquelas palavras significavam. Saiu do quarto indo em direção ao seu com a mente em seu marido frio.

***
Raoul colocou a sua calça calmamente antes de olhar para a mulher deitada de forma sensual na cama.

–O nosso jantar fora esplendido – Raoul disse ao vestir-se.

–Que tal repetir? – Vania indagou sensual. Eles haviam jantado em um restaurante exclusivo e em seguida foram para a casa dela onde se amaram por horas.

–Ligarei para você – piscou para ela saindo em seguida. Ele havia gostado da companhia dela e indagava-se sobre vê-la novamente, o impacto que isto teria em sua vida.

Chegou em seu apartamento tarde da noite. Assim que ligou a luz de seu quarto sentiu um cheiro familiar. Percebeu ser um perfume feminino.

–Será que... Ela entrou aqui? – perguntou-se confuso ao retirar o seu paletó. Sentou-se na cama, fechou os olhos e imaginou Emma em seu quarto, sorrindo para ele. – Estou ficando louco. Definitivamente devo sair com ela mais uma vez. – percebeu após suspirar.

****
Emma acordou sentindo-se revigorada. Saiu do quarto após tomar um banho e arrumar-se. Encontrou com Raoul sentado na cozinha, lendo um jornal, tomando suco calmamente. Acabou sorrindo sem perceber ao vê-lo.

–Bom dia – disse sorridente.

Raoul desviou a sua atenção do jornal, encarando a jovem a sua frente. Ela trajava um short jeans curto, uma blusa comprida cor de rosa clara, um cinto marcando a sua cintura e seus cabelos encontravam-se soltos enfeitados com uma tiara.

–Pelo horário é boa tarde – disse ao olhar para o relógio em seu pulso - Vai sair? – perguntou arrependendo-se em seguida. Para Raoul aquilo era algo novo. Ele não sabia se estava vendo-a como uma intrusa, uma filha ou mulher.

–Vou – assentiu sentindo a sua face avermelhar. – “Porque não consigo ficar normal? Devo estar ansiosa por sair com ele” pensou.

Raoul voltou sua atenção para o jornal ignorando Emma, a qual apenas tomou a sua atitude como se estivesse desagradando a ele com sua conversa. Suspirou resignada ao pegar algo para comer saindo da cozinha em seguida.

–Hoje irei tirar minhas duvidas da cabeça. Vou me divertir com a pessoa que amo – sussurrou para si mesma animada.

***
Enzo olhava inquieto para as pessoas que desembarcavam. Ele odiava ficar esperando as pessoas no aeroporto, por algum motivo sentia-se sufocado. Já estava ficando sem paciência quando escutou a chamada para o voo que esperava. Sorrindo foi ate a área onde os passageiros saiam olhando em volta a procura de seus entes queridos.

–Enzo – um homem charmoso esbanjando beleza gritou no meio do aeroporto.

–Enrico como sempre escandaloso – fingiu desagrado, mas logo sorriu abraçando o seu primo. – há quanto tempo.

–Verdade. A ultima vez foi na reunião em que todos esperavam para se matar – comentou sorrindo.

–Todas são assim por isso que não vou.

–É o mais certo.

–Eu sei – olhou para a pouca bagagem e estranhou – vai ficar por quanto tempo? Uma semana?

–Não sei, estava pensando em um mês no Maximo.

–E suas coisas?

–Comprarei novas – deu de ombros – tive que sair rapidamente na verdade. Maridos ciumentos são um problema. Nunca vou entender o motivo de belas mulheres serem comprometidas.

–Eu imagino – sorriu. Era bom ter alguém como ele por perto – está pronto para deixar Raoul de cabelos brancos?

–Pensei que nunca ia me perguntar. Vim pronto para a diversão – sorriu ao saírem em direção ao estacionamento.


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