Rin pov

O Sol é o maior inimigo dos preguiçosos.

Em plena Sexta e eu tinha que acordar cedo. Normal pra qualquer trabalhador, mas não pra mim, não hoje. Minha tão linda folga mensal.

Enfim, muito preguiçosamente, levantei-me da cama e fui até a cozinha.

Trim trim trim (tentativa fail de imitar um telefone)

– Quem é o FDP que está me ligando hoje logo cedo? Aposto que é o Obito! ALÔ?!

– Rin! Por que você não chegou até agora pra trabalhar? – era Tsunade e seu típico humor.

– Hoje é minha folga chefe... – disse eu esfregando os olhos.

– Ah é... – podia vê-la coçando a cabeça. – e então, já conseguiu a entrevista criatura?!

– Chefa, você mesma disse que era difícil conseguir uma entrevista com esse cara! – disse eu ligando a cafeteira.

– Eu disse? Eu disse! Mas, isso não significa que você deve cruzar os braços, a concorrente está a um passo de conseguir a exclusiva Nohara Rin!

– Okay chefa, vou ver o que posso fazer! – e desliguei. E como sabia que ela me ligaria novamente tirei o telefone do gancho.

Que se foda tudo, quer me tirar o emprego, a honra que seja! Mas, não me tire o dia de folga!

Tomei meu café tranquilamente e sai de casa. O problema era que sem meu trabalho eu não tinha mais nada.

Minha casa estava arrumada, eu não tinha animais de estimação, e nem um namorado, embora Obito sempre dissesse o quanto gostava de mim... Ele gostava mesmo da Shizune, melhor amiga e secretária da Tsunade. Enfim, sem a revista eu era sozinha... E isso me deixou melancólica.

Meu celular tocou e eu encarei um número estranho.

– PRIMA!

– Konan? – inquiri meio surpresa.

Konan era uma prima de consideração que tinha ido morar na Inglaterra havia cinco anos, tinha perdido o contato com ela, mas pelo visto ela não perdeu o meu.

– Riin! Eu estou no Japão cheguei ontem e estou onde você trabalha, mas me disseram que você tá de folga, você ainda mora no mesmo lugar?

– Ham... Prima, quer saber, vem pro endereço que vou te passar por sms! – disse e desliguei.

Minha prima conhecia a cidade então não teia que buscá-la. O que é um alívio.

Quando nos encontramos ficamos por, pelo menos, quinze minutos abraçadas, aquilo trouxe memórias de quando éramos crianças e nos abraçávamos assim quando eu ia passar férias na fazenda da família dela.

– O que está fazendo por aqui prima? – a azulada me perguntou.

– Prima, como você sabe eu trabalho numa revista, com uma chefa não muito facilitadora, enfim, minha “missão”, agora é entrevistar Hatake Kakashi. Não sei se você o conhece, mas o cara nunca deu uma entrevista na vida. Não sei como conseguir isso! – dizia eu voltando a me sentar num banco próximo.

– E como eu estou aqui vou te ajudar, como a prima maravilhosa que sou!

– Sério? – meus olhos brilhavam.

– Claro! Onde ele trabalha?

– Naquele prédio, ali! – apontei pro aranha-céu espelhado da “Hatake’s Company”.

– Hum... Podemos entrar pela porta da frente?

– Nope! Eu sou jornalista, figurinha carimbada, eles vão me ignorar ou me chutar de lá!

– Do jeito que somos sortudas, provavelmente a segunda opção!

– Tipo isso! – disse eu murchando novamente.

– Prima, não se aflija! Tive uma ideia revolucionária em disfarces!

– Sabe Konan, você me assusta! – disse eu a seguindo enquanto íamos atravessar a avenida.

***

Duas horas se passaram, Konan com seus contado e sua habilidade de hackear computadores entrou na rede da recepção da companhia e marcou um horário com o presidente Hatake Kakashi. Já disse que AMO minha prima?!

Ela prendeu os cabelos e colocou uma peruca peta estilo Justin Bieber e eu passei uma maquiagem pesada nos olhos e coloquei uma peruca ruiva, nós duas estávamos de Sobretudo, claro ela estava com um masculino, já que seria o homem da história.

Seriamos o Sr e Sra. Brown.

Entramos na recepção.

– Bom dia, gostaria de subir até a sala da presidência, temos um horário marcado. Brown.

– Claro, podem subir, é no último andar. – como esperado, pensei.

– Bem, a primeira parte funcionou. – Konan suspirou quando entramos no elevador. - Você trouxe o gravador? Depois podemos usar contra ele.

– Trouxe pro caso dele querer dar uma entrevista diante de tanta pressão! – disse eu me olhando no espelho do elevador.

– Corremos risco de ser presas e você não vai tirar proveito disso? Qual é Rin?!

– Konan eu sou só um pouco fora da lei! Eu sei que Tsunade quer me enganar com essa coisa de homens de sucesso, mas na verdade ela quer que eu investigue a empresa desse cara!

– Cuma?!

Não foi possível continuar a conversa por que a porta do elevador abriu-se e entrou um cara estranho.

– Qual andar? – Konan indagou com sua voz máscula, ou nem tanto.

– Cobertura. – o homem de postura altiva e viril disse. – desculpe se estou sendo inconveniente, mas, pra qual andar estão indo?

– Cobertura também. Temos uma reunião com o presidente, somos os Brown, queremos abrir uma rede de Hotéis no meio da floresta amazônica, no Brasil, enfim, Hatake é um homem visionário e possui todos os meios no ramo de construção civil... – disse eu, ainda bem que eu tinha ensaiado essa pequena mentira antes, o homem ao nosso lado parecia decifrar cada ação que fazíamos.

– Estranho o Sr. Hatake não ter comentado nada comigo... Estou indo pra lá, mas ele não tocou no assunto reunião. – eu tentei não demonstrar surpresa, por um momento eu pensei que tínhamos sido descobertas, mas ele parou de nos encarar.

– Verdade, deveras estranho... – Konan comentou só pra quebrar o clima. O que não resolveu muito.

Assim que saímos do elevador, o homem com estranhas cicatrizes pela face nos parou antes de adentrar a sala do presidente.

– A propósito, meu nome é Morino Ibiki. Senhoritas. – arregalei meus olhos.

Sabia que a voz de Konan não tinha sido convincente!

Não demorou muito e a secretária de Kakashi nos chamou.

...

Kakashi pov

Eu não sabia o que estava acontecendo comigo naquele dia!

Na maioria das vezes que eu parava de analisar os e-mails e os documentos aquele repórter me vinha na cabeça. E isso era péssimo.

Em minha cabeça dominava confusão e isso também era horrível. Onde já se viu?! Eu era Hatake Kakashi e era um grande e bem-sucedido empresário! Ficar pensando numa rélis jornalista não era certo, não era aceitável, ali era meu local de trabalho!

Mas, pensando por um lado, ela também estava fazendo o trabalho dela! Que pensando de certa forma iria ajudar na divulgação do meu...

Dar uma chance a ela seria bom! Não seria?

– Senhor Hatake o casal Brown chegou.

A voz na secretária eletrônica informou.

– Pode deixá-los entrar.

Quando os Brown entraram na minha sala eu me assustei. Da última vez que os vi o Sr. Era mais robusto e a senhora Brown também, resolvi ignorar o fato e iniciar uma conversa.

– Bom dia Sr e Sra. Brown.

– Bom dia Sr. Hatake! É um prazer revê-lo! – disse a mulher. – infelizmente meu marido está com um sério problema na garganta e não falará na reunião de hoje!

– É uma pena Sr! Lhe desejo melhoras!

O homem me sorriu. Desde quando esse cara sorria? E tinha dentes brancos? E era magro? Estranho... Muito estranho!

– Bem, vamos começar a falar de negócios? – eu disse. – foi-me informado que vocês queriam abrir uma nova rede de Hotéis, dessa vez no Brasil, isso confere? – eu dizia olhando no tablet posto na mesa.

– Confere! – a mulher disse com sua voz estranhamente familiar. – mais precisamente na região Nordeste. Viajamos pra lá no último verão Brasileiro e é realmente espetacular!

– Bom saber... – disse eu nem um pouco interessado em onde tinham passado o verão.

– Então, me conte sobre os planos que você tem pro nosso tipo de Hotel! Na verdade, me conte os seus planos!

– Bem, eu prensei numa construção clássica, porém, moderna, de preço acessível, voltada mais pra brasileiros que gostam de viajar do que para estrangeiros que querem visitar!

– Ótima colocação Sr. Hatake! – a Brown sorriu e levantou-se.

– Pode me chamar só de Kakashi.

– E algo voltado para casais que queiram passar lua-de-mel? Algum espaço romântico o que acha? Eu pensei nisso, mas tem as famílias, podemos pensar em resorts também, o que acha?

– Ótima colocação, mas eu havia imaginado que queriam uma coisa mais simples mesmo, podemos rever o projeto, temos algumas plantas... Tenho certeza que vão adorar!

– Quero que seja o primeiro a se hospedar em nosso Hotel, junto com sua namorada claro!

– Eu não tenho namorada – disse eu seco.

– Como assim? Um homem belo com você! Bem-sucedido! Inda não achou sua Kryptonita? Mas, vai encontrar, fique tranquilo, quando menos esperar vai estar apaixonado, assim como foi pra nós, não é querido? – ela virou-se pro marido e sorriu. – você pode mandar as plantas e projetos pro e-mail do meu marido, vamos dar uma olhada depois da viajem que temos pra China! Obrigada pelo seu tempo Sr. Hatake!

Ela disse sorrindo. Ambos apertaram minha mãe e saíram da sala.

***

Rin pov

– Gravou tudo Konan? – inquiri depois que saímos do prédio.

– Claro querida, você está falando com a mestra de várias coisas, inclusive de gravar conversas!

– Ótimo! Tenho metade da minha matéria! – sorri vitoriosa e saímos rumo a cafeteria mais próxima.