Love And Death escrita por Baabe


Capítulo 21
Você é tudo que eu sou


Notas iniciais do capítulo

Primeiro: Desculpe meninas se eu as decepcionei matando o Bill, eu sei que teve gnt que não gostou mas eu posso garantir que ele ainda vai aparecer e MUITO nessa história e que a fic ainda reserva muitas surpresas.

Segundo: Esse cap. é MUITO especial para mim. Escrevi a fic inteira anciosa para que ele chegasse. Sinceramente não sei se ficou tão bom mas, ele é importante e eu gostaria muito que vocês comentassem dizendo a parte q vcs mais gostaram.

Terceiro: A música minhas queridas, encaixa-se
perfeitamente e é especialmente do Bill pro Tom, então n preciso falar nada né?! :x

Quarto: Eu vou colocar o link de uma musiquinha para que vcs ouçam na parte do 'momento de despedida dos Kaulitz', eu escrevi enquanto ouvia essa musiquinha e ela ajudou muito para q eu me emocionasse MAIS AINDA.

Bom, espero que gostem. A intensao é justamente fazer vcs se emocionarem...
*-*

Boa Leitura!



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link da musiquinha para 'momento de despedida dos Kaulitz':

http://www.youtube.com/watch?v=zQME-ChSwNM

 

 

Tokio Hotel - In die Nacht

Aos poucos eu fico mais frio
Durante quanto tempo podemos ficar aqui?
Fica aqui
As sombras querem me pegar
Mas mesmo que fiquemos
Só vamos ficar um segundo
Você é tudo o que eu sou
E tudo o que corre em minhas veias
Não interessa aonde vamos
Não interessa o quão profundo


Eu não quero ficar aqui sozinho
Vamos ficar juntos...

Me abraça, senão fico sozinho na noite
Me leva com você e me abraça
Senão fico sozinho à noite

Eu ouço quando você grita silenciosamente
Respiro cada fôlego seu
E mesmo que o destino nos separe
Não interessa o que venha, vamos partilhá-lo...

Você é tudo o que eu sou
E tudo o que corre em minhas veias.

 

 


A tristeza e o sentimento de perda percorriam os cômodos do Hospital, todos - inclusive as enfermeiras e os próprios médicos - comoviam-se ao ver o estado em que Tom encontrava-se. Aquele abraço de consolo entre os meninos do Tokio Hotel, de certa forma, doeu mais do que confortou. Aquele foi o primeiro abraço entre a banda em que Bill não estava presente. Nunca desejaram tanto ter aqueles braços magros entrelaçados ao deles. A ausência de uma pessoa tão marcante doía, doía muito.


Melissa assistia a tudo ainda em silêncio. Dentro dela o pensamento gritante torturava.
“Você é a culpada, você!”
Apenas uma coisa a acalmaria, o perdão de Tom e de Cléo já que Bill não estava mais presente.
Ela custou a levantar-se do sofá, Tom a seguiu com os olhos enquanto ela caminhava em sua direção. O coração dele parecia ser esmagado a cada passo que ela dava.

- Tom, me desculpe, por favor! – Melissa caiu de joelhos à frente dele.

- O que? – Ele a encarava com desprezo.

- Estou me sentindo tão horrível. Parece que estão sapateando em meu peito. – chorava em prantos.

- Seu coração fundiu? Quer o que? Que eu troque o óleo? – seu rosto encharcado deformou-se em um tom gozador.

- Será que da para você parar de comparar meu coração a uma máquina?! Será que dá pra você olhar no fundo dos meus olhos pelo menos uma vez na vida com compreensão, com respeito e com... – ela deu uma pequena pausa parecendo pensar bem no que diria – com amor?!

- Com o que? – ele indignou-se – Com amor? O que você quer afinal? Se arranjar para o meu lado agora que não tem mais meu irmão para sustentar os seus luxos supérfluos? – Tom exaltava a voz despertando atenção de todos.

- Já que não posso ter o perdão de Bill, quero ter o seu. Diga-me apenas que você me perdoa por tudo de horrivel que eu fiz a vocês. Eu preciso disso para continuar vivendo... - ela agarrou-se as pernas dele.

- Eu não consigo Melissa – a apanhou pelos braços com força trazendo-a para junto dele - simplesmente não posso te perdoar. Apesar de toda minha implicancia em relação a você, eu sempre te protegi, te defendia cada vez que Bill jogava em sua cara que não te amava. Tantas foram as vezes que eu te amparei, tantas lágrimas eu evitei que caíssem do seu rosto... Eu gostava de você, mesmo você sendo tão chata, implicante e insuportável ainda assim eu conseguia enxergar dentro de ti a garota linda e frágil que você era. Mas você... – Tom penetrou em seus olhos, acariciando o rosto dela – Você conseguiu me matar quando matou o Bill e o que eu mais desejo agora é enterrar todo sentimento que eu tinha por você junto com o meu irmão. – ele a jogou para longe bruscamente fazendo-a cair no chão.

Melissa machucou-se ao ser lançada tão brutalmente por ele. Começou a chorar arrasada no chão enquanto via a imagem de Tom afastando-se cada vez mais dela. Os olhos dele carregados de ódio e repulsa a queimavam por dentro.


- Tom, me perdoa, por favor! – ela gritava enquanto ia engatinhando pelo piso gelado – Eu...Eu te amo, foi você quem eu sempre amei.


" Eu...Eu te amo, foi você quem eu sempre amei." Aquilo ecoou pela mente de Tom durante muito tempo. Ele respirou fundo e seguiu em frente dando as costas a qualquer coisa que viesse de Melissa. Quanto mais ele se afastava mais intensa era a dor, como se estivesse deixando para trás partes de seu próprio corpo.
Esperou por tanto tempo ouvir estas palavras de Melissa e ela foi apenas as pronunciar agora, no momento mais inoportuno e dificil de sua vida. Era tarde demais para voltar atrás e se redimir. Foi ela, justamente ela que havia sido responsável indiretamente pela morte da pessoa mais importante e significativa para ele.
Era inevitavel não chorar, Tom perdeu simplesmente tudo em um único dia, principalmente a vontade de viver.


Depois que aquela conversa tão dificil com Melissa havia sido finalizada, Tom lembrou-se de algo que o fez sorrir de leve.

- Preciso dizer uma coisa a Dulce, onde ela está? – ele perguntava correndo os olhos pela sala de espera.

- Ela foi ver Cléo na UTI. – David Jost respondia cabisbaixo.

- Tenho uma noticia boa para dar a ela. Pelo menos uma noticia boa neste dia horrível.

Tom pediu para ser encaminhado até a UTI. Os médicos rapidamente o guiaram até lá. Ele seguiu pelo corredor com certa ansiedade em estar logo com Dulce. Ao chegar a porta do quarto de UTI onde Cléo encontrava-se, deparou-se com mais uma cena comovente. Viu Dulce totalmente debruçada sobre o corpo da filha chorando para que ela despertasse logo daquele coma.

- Filha não me deixe, por favor. Não me deixe, não me deixe...

- Ela não vai te deixar. Tom adentrou ao quarto interrompendo o momento.

- Eu queria ser forte o bastante para acreditar nisto. - Dulce disse virando-se a ele. - Mas, agora que Bill faleceu, sinto que Cléo pode partir a qualquer momento também.

- Eu posso te garantir que Cléo irá despertar deste coma. - segurou as mãos de Dulce com força - Antes de morrer, Bill me chamou no quarto e me disse assim:



Momento da despedida dos Kaulitz narrado por Tom (ouçam a musiquinha)

- Tom, meu irmão venha cá. - Bill falava com muita dificuldade.

- Bill, como se sente? – eu me aproximei dele tentando inutilmente agir com naturalidade.

- Não tenho muito tempo...Eu preciso te dizer algumas coisas. - ele fazia força para manter os olhos abertos.

- Eu estou aqui, pode falar. - eu me agarrei as mãos suaves dele como uma criança.

- Antes de mais nada Tom, eu preciso que você me perdoe por ter te machucado. Eu não queria ter dito aquelas coisas horriveis a você, eu simplesmente não posso negar que você é uma parte de mim, álias, você é a parte que eu mais amo em mim. - ele sorriu de canto ao mesmo tempo que uma lágrima escorreu de seus olhos pesados.

- Sou eu que tenho que te pedir perdão Bill. Perdão por nunca ter te dito todos os dias que eu te amo. - eu colei meu rosto nas mãos dele e comecei a chorar. - E me perdoe também por eu ter escondido algo de você durante muito tempo...

- É seu segredo não é? Chegou a hora de me contar não acha?! - ele abriu um sorriso que me desmontou.

- Eu, eu...Eu amo a Melissa. - disse gaguejando a ele com medo da reação que ele teria.

- Eu já desconfiava. - meu irmão apenas sorria para mim.

- Mas Bill... Para falar a verdade, eu não sei se a amo mais. Depois de tudo que ela fez a você e a Cléo...Eu realmente não sei se ainda sinto algo...

- Tom não se preocupe com o que ela fez, Melissa não teve culpa, o que aconteceu estava escrito, era para ser.

- Eu não sei, não sei...

- Tom preste atenção no que eu vou falar agora. - Bill teve do nada uma crise da falta de ar, começou a inspirar forte me desesperando.

- Bill não precisa falar mais nada, não faz muita força por favor. - eu me levantei ajeitando o travesseiro em que ele estava apoiado o fazendo ficar numa posição melhor.

- Não Tom...Eu preciso te pedir uma coisa, este será o pedido mais importante de todos que eu já te fiz. - ele me lançou um olhar sério.

- Pessa o que você quiser Bill, eu faço qualquer coisa.

- Quero doar meu coração a Cléo. – Bill apertou meu braço com tanta força ao me pedir isto, que chegou a doer.

- Vai doar seu coração a Cléo? – aquilo realmente me emocionou, abaixei minha cabeça para chorar. Meu irmão era um ser humano incrível.

- Sim, eu disse que podia salva-la, não disse? – Bill sorriu, estava tremendo muito, sua voz era fraca e seus olhos já queriam se fechar.

- É, você disse. - eu acariciei o rosto dele com meus olhos fartos de lágrimas e orgulho.

- Mas tem uma coisa que eu quero que façam também...Eu quero que transplantem o coração de Cléo em meu peito.

- O que? - eu o encarei sem entender absolutamente nada. - O que você quer que façam? - fiz ele repetir a pergunta.

- Quero trocar meu coração com ela. Quero ir embora levando todas as tristezas e as dores de Cléo comigo, e também quero morrer com a sensação de que ela permanecerá em mim pra sempre assim como eu permanecerei nela para sempre. - vi as lágrimas escorrerem pela face pálida dele. Era só tocar no nome de Cléo para que Bill simplesmente se desmanchasse.

- Uma troca de corações? Como pode ser tão romântico assim hein?! – eu o questionei sorrindo desacreditado para meu irmão

- Eu sou assim, isto nasceu comigo. - ele respirou fundo novamente, observei o movimento de seu peito magro buscando por ar.

- Eu farei o que você está me pedindo, autorizarei a doação de seu coração a Cléo. E verei o que posso fazer em relação ao coração dela passar a ser seu. - permanecemos em silêncio por alguns segundos, eu não podia deixar de fitar o rosto dele, cada vez que Bill fechava os olhos um desespero tomava conta de mim, mas eu respirava fundo e o chamava calmamente "de volta a vida". - Bill, fala alguma coisa...Eu ainda estou aqui!

- Eu te amo tanto. - ele quebrou nosso silêncio - Nunca se esqueça... - neste momento ele juntou as forças que tinha e cantou baixinho para mim: “Du bist alles was ich bin, und alles was durch meine aderne fliesst.”. (Você é tudo que eu sou, e tudo que corre em minhas veias). – então eu não pude mais conter a minha emoção, a minha dor. Comecei a chorar intensamente com a minha cabeça encostada na dele.

- Eu também te amo Bill, você foi a pessoa que eu mais amei nessa vida.– beijei a testa dele, nossas mãos permaneciam fortes e unidas.

- E você foi a minha vida Tom... Eu não consigo mais me manter acordado, se estou com os olhos abertos ainda é por sua causa, mas isto machuca. O ar entra cortando os meus pulmões, respirar é torturante...

- Bill você não precisa mais sentir dor, feche os olhos e durma, eu vou estar aqui do seu lado cuidando de você.

- Fica aqui comigo Tom, não me deixa sozinho. Eu estou com medo...- as lágrimas escorriam pelos olhos dele me aniquilando por dentro. Meu irmão estava com medo e eu não podia fazer nada para conter isso, eu não podia impedir o que estava por vir.

- Eu não vou a lugar algum Bill, nunca te deixarei. Sempre foi eu e você, lembra?! - meus olhos estavam tão comprimidos que jorravam as lágrimas que a minha dor impulsionava.


- Diga...Diga a nossa mãe que eu a amo e que ela foi a minha maior inspiração...E diga a Cléo que eu estou feliz por ter finalmente encontrado alguém para entregar o meu coração – naquele momento as mãos de Bill foram se soltando aos poucos das minhas.

- Eu direi, eu direi. – percebendo que Bill não conseguia mais se manter acordado, entrei em transe, comecei a chamar por ele enquanto o chacoalhava. Num ato de desespero subi na cama e me deitei ao lado dele, encostei minha cabeça em seu ombro e chorei. Senti um frio congelante percorrer meu corpo, depois daquilo, já sabia que ele havia morrido...




...- Este foi o nosso último momento juntos, a última vez que senti meu irmão e a última vez que me senti uma pessoa completa. Nada vai preencher este vazio, nada pode ocupar o espaço do Bill em minha vida. – Tom caiu no choro.

Dulce chorava também completamente comovida. Não sabia se chorava pela dor de Tom ou pela alegria de ter recebido a boa noticia de que finalmente havia surgido um doador de coração para a sua filha, e este doador era ninguém mais ninguém menos que Bill Kaulitz, o grande amor da vida de Cléo. Dulce acolheu Tom em seus braços novamente.

- Seu irmão foi de longe a melhor pessoa que conheci em minha vida. E quanto a você, também é um menino maravilhoso, tem uma vida inteira pela frente. Obrigada por tudo.

- E você permite que o coração de Cléo vá para Bill? – Tom a interrompeu com certa empolgação.

- Esta idéia é um tanto fora do comum, mas, acho que Cléo adoraria saber que Bill partiu levando uma parte dela com ele. Eu irei permitir sim. – Dulce sorriu amorosa.

Tom pediu licença a Dulce e aproximou-se do leito de Cléo. Ao ver a garota adormecida na cama com a feição de um anjo recordou-se de Bill e de como ele havia se apaixonado tão rápido por ela.

- Cléo, eu prometo que vai ficar tudo bem. - Tom dizia enquanto acariciava o rosto suave da garota - Eu não sei se você pode me escutar agora, mas, mesmo assim eu quero te dizer que, você é uma menina de sorte. Você vai precisar ser forte quando acordar e ver que Bill não está mais aqui, mas vai bastar você fechar os olhos e olhar para dentro de si mesma que você perceberá que ele está ai, dentro de você, em cada batida de seu coração. Isso é incrivel não é? Uma vida ressurgindo em outra...O coração do meu irmão batendo dentro de você. Nossa eu não vejo a hora de você acordar sabia?! Bem...Acho que é isso. Tenha bons sonhos! - Tom a beijou carinhosamente na testa e depois retirou-se do quarto abraçado a Dulce que encontrava-se visivelmente emocionada.

Simone, a mãe dos Kaulitz havia chego ao Hospital já sabendo que Bill havia falecido e pedido para ter o coração trocado com o de Cléo. Ela então permaneceu o tempo todo ao lado de Tom, não conseguia desgarrar do seu filho único. Filho único? Para ela aquilo soava tão estranho.

- É tão assustador olhar para você, enxergar Bill em seus traços e saber que agora só há um de vocês. Eu não sei se conseguirei me acostumar, não sei. Você está tão parecido com seu irmão hoje. - Simone encontrava-se em certo estado de transe, Tom tentava acalma-la, mas não conseguia, comovia-se demais com o estado da mãe.

"Diga a nossa mãe que eu a amo e que ela foi a minha maior inspiração."

O choro dela podia ser ouvido a quilometros dali, nenhum grito era mais desesperador, nenhuma voz saia mais expressiva e carregada de dor do que a daquela mãe.

 

A hora do transplante havia chego. Tom fez questão que Bill e Cléo ficassem na mesma sala cirurgica. O coração de ambos foi retirado na mesma hora, e transplantado um no outro no mesmo instante.

O coração de Bill encaixou-se perfeitamente ao peito de Cléo como se fosse feito sob medida para ela, agora o que restava a ela era acostumar-se com aquele "orgão estranho" e despertar de volta a nova vida que teria daqui pra frente.

A imprensa agora anunciava:

“Bill Kaulitz antes de morrer fez um último pedido a seu irmão gêmeo, ele pediu para trocar de coração com a sua fã que se encontra neste momento em estado de coma, mas que não corre riscos de vida."

Todos os noticiários se voltavam ao ocorrido. O choro de tristeza misturava-se ao de alivio. O país inteiro assistia ao amor de Bill por Cléo enquanto chorava a morte do ídolo.

 



 

 

 



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Notas finais do capítulo

Bill havia partido mas uma parte dele havia ficado. Cléo recebeu o coração do grande amor de sua vida e já não corria mais riscos de vida. Mas qual será a reação dela ao se deparar com uma vida sem Bill Kaulitz?
Como as fãs de todo mundo conseguirão dizer adeus ao seu maior ídolo?
E quanto a Tom?

Prepare seu coração para o próximo cap. desta história!