Himitsu escrita por Casty Maat


Capítulo 4
O guardião que se esconde


Notas iniciais do capítulo

Hoje to boazinha
—sqn
Agradeçam ao sorteio que fiz ao meu namorado hahahahaha

Só digo uma coisa... as coisas caminharão pra tretas graças a esse capitulo =3



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4 - O guardião que se esconde

Depois de se recuperar, Emanuel foi viver na terceira casa, junto de Frida, que decidiu abandonar de vez o mundo mortal comum. Afonso novamente se dividia entre o Santuário, a Fundação e a faculdade, mas deixou ordenado que algumas servas ajudassem Frida no cuidado do pequeno bebê.

Era verdade que a amazona precisava recuperar o físico e resistência que os anos ocultando sua identidade lhe impediram de ter. Frida tinha um cosmo poderosíssimo, mas um corpo muito frágil perto dos demais dourados. Sua compleição delicada tornava-a uma guerreira rápida. Não demorou muito para que, atingindo todo o seu potencial físico, se tornasse a mais temida guerreira, sobrepujando finalmente as fofocas sobre seu antigo relacionamento com o homem que era reencarnação de Atena.

Durante meses, algumas servas sentiam tonturas, que foram atribuídas ao calor excessivo que faziam naqueles meses e Emanuel milagrosamente escapava.

Era a serenidade em pessoa.

Noah notava novamente os estranhos ferimentos que surgiam em Afonso e causavam pequeno rebuliço quando algumas gostas manchavam os cadernos.

Os amantes seguiam suas vidas separados, mas sem saberem, continuavam unidos. Custou para Kiki conseguir afastar o grande carinho de Afonso para com Emanuel e que ele direcionasse mais aos demais seres humanos. Frida se sentiu aliviada, pois cada visita era um tormento para sua própria promessa.

Com esses sentimentos esmagados, o tempo foi passado. Afonso formou-se na faculdade e podia se dividir com mais facilidade entre o Afonso e a Atena, tornou-se uma pessoa mais madura e resposável. Quem o via jamais imaginou que ele viveu os amargos anos de tristeza por amor. O mesmo para Frida, que era a amazona mais temida, leal e bela do Santuário. O clima tenso que os dois velhos amigos deixavam por conta do passado fora superado, e eles se encaravam apenas como deus e serva. Sabiam que pender para uma nova amizade criaria uma situação desastrosa com fofocas. Amizade tão desejada por Afonso, que acabou por encontrar um amigo sincero em Tsubasa de Pégaso.

Assim como o cosmo do cavaleiro de bronze cada dia mais parecia aumentar, como suas encarnações anteriores, como seu dom místico como herdeiro de um templo em sua terra natal.

Ele assim como Afonso, era um dos responsáveis pela barreira que protegia o Santuário de ataques que ocorriam desde que Emanuel fora viver no local. A mistura de cosmo divino e do poder espiritual do bronzeado fornecia uma proteção eficiente.

Mas cavaleiros pelo mundo vinham sendo atacados e o inimigo não se mostrava. Foi quando um cavaleiro de prata não resistiu e morreu que Afonso decidiu enviar um cavaleiro para investigar.

–Chamem Kalisto. - foi a escolha do jovem deus.

Quando uma serva do Salão do Grande Mestre foi chamar pelo guardião da casa de Peixes, tudo o que recebeu de resposta foi que Kalisto se trancara no quarto, adoentado. Sua rotina era a cama e o banheiro e não permitia que nem suas servas o acudissem. Ele dizia que as rosas pareceram afetar o corpo que se ajustava a uma provavel mutação do veneno e ele temia que alguma delas fosse atingida.

Desde que Frida rejeitara Afonso, Kalisto passou pouco a pouco a se afastar dele. Isso tornou Kalisto um desconhecido devagar ao longo dos 6 anos que se passaram desde que Emanuel aparecera no lar dos santos de Atena. Saber que uma pessoa muito querida para si estava num estado mais frágil preocupou Afonso.

Mas ele não podia demonstrar. E a princípio apenas desejou melhoras ao guerreiro e enviou Corinto de Câncer para a missão.

Todo dia pedia por notícias de Peixes, mas as respostas eram sempre as mesmas.

–Eu vou descer e visitar Kalisto.

–Não deveria fazer isso. Ou quer que falem igual fizeram com você e a senhorita Frida? - suspirou Kiki.

–Não tem o que se preocupar. Afinal Kalisto...

Afonso se interrompeu. Ele sabia que Kalisto não era homem... E também não era mulher. Mas pelo fato de não usar máscara, era claro que ele se fazia passar por homem para efeitos gerais. Apenas Afonso sabia do segredo da maldição de Kalisto que Afrodite aprontou.

–Kalisto o que? - indagou Kiki, quando notou que o deus se interrompeu.

–Nada, nada demais... Só que ele deveria ser imune ao veneno. - o rapaz se levantou da cadeira onde estava sentado, lendo um livro.

Afonso decidiu descer enfim. vestia-se com as túnicas que usava quando era "Atena", mas não estava com Niké em mãos. Quando entrou no local, as servas quase choraram de alegria. Quem sabe Atena poderia desentocar o senhor daquele local.

Afonso bateu na porta.

–Kalisto. Sou eu, Afonso. Me deixe entrar, por favor...

Não houve resposta e ele bateu novamente e uma pequena fresta foi aberta. A expressão de Kalisto era confusa, receosa, mas ele permitiu que Afonso adentrasse e tão logo o rapaz entrou e Peixes trancou o quarto.

O aspecto do quarto estava um caos: a cama revirada, a porta do banheiro privativo aberta e até tudo parecia revirado lá dentro.

Kalisto também se vestia de forma displicente e estranha para aquele calor infernal que fazia na Grécia: usava uma capa que cobria-o até a cintura. A túnica que vestia estava amassada, amarelada pela falta de lavagem e... marcas de sangue?

Kalisto estava de costas, parecia não querer encarar Afonso.

–O que está acontecendo? Por que se trancou aqui?

–Da mesma forma que você guardou o segredo da minha maldição. - sua voz parecia mais aveludada e suave que o normal. - Eu te imploro, não deixe que mais isto se revele!

Afonso se aproximou e tocou de leve os ombros do guerreiro e isso sem querer derrubou a capa ao chão. E olhando mais a baixo ele pôde notar o que Kalisto escondia: seios.

Ele se afastou um pouco. Então finalmente ocorrera: Kalisto se apaixonara e por um homem, finalizando a maldição. E entendeu o que era as manchas vermelhas na roupa da agora amazona.

–Vou... ter que usar máscara agora?

–Não... iriam te repudiar. Não é o mesmo caso da Frida e...

Ele se calou. Não era preciso lembrar o terrivel desfecho do amor entre ele e Frida.

–Sou o único que conhece essa maldição e sou o único que pode proteger você de qualquer humilhação que venha disso. Pelos calculos, desde que você "adoeceu" já deve ter dado os dias da menstruação. Mas por que não saiu?

–As servas fofocariam.

–Troque de roupa, vou ajudar você com as manchas. E vou providenciar ajuda quanto...

–Eu não posso ficar sangrando assim! Uma hora irão descobrir! - Kalisto socou a parede, criando rachaduras.

–Eu vou levar você em um médico e veremos o que pode ser feito. - e ao notar que Peixes ia reagir a fala, Afonso completou. - Não se preocupe, os médicos tem um código a seguir e serão médicos da Fundação. Tomarei conta disso.

Afonso ajudou a recolher as roupas de cama e pessoais de Kalisto manchadas e fez um bolo em um dos cantos do quarto. buscou num pequeno armario um kit de primeiros socorros que cada guerreiro tinha em sua casa e procurou por faixas mais largas.

Pediu que Kalisto tirasse suas roupas e começou a envolver o corpo da guerreira a fim de disfarçar os seios. Tinha de agradecer que eles não tivessem ficado grandes o bastante para ser impossível escondê-los. Claro que o guardião de peixes quando era apenas uma pessoa de pura androgenia e ausência de genitais já era encantador, mas agora naquela nova forma, se sentiu atraído. Fazia anos que não se envolvia com ninguém por conta de sua posição.

–Aliás, por quem você se apaixonou? Espero que seja um bom homem e que você possa um dia revelar a verdade a ele.

Kalisto permanecia em silêncio. Afonso terminou de envolver o peito.

–Use uma túnica larga. Você tem roupas informais do mundo de fora?

–Não.

–Irei emprestar para que você possa ir ao médico. Ver o que já podemos fazer.

Kalisto se ajoelhou.

–Obrigado pela ajuda, Atena.

Afonso sorriu com doçura. Ele tocou a cabeça de Kalisto e fez carinho.

–Vou preparar tudo e comprar uma camisas que umas colegas que faziam cosplay masculino usavam para ocultar os seios. Se não puder disfarçar, saia apenas com sua armadura. A armadura Gêmeos não se adaptou a Frida nesse aspecto.

Afonso abriu a porta e saiu, em paz por ter ajudado.


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