After Midnight escrita por Paloma Tsui


Capítulo 26
Perdidos e Achados


Notas iniciais do capítulo

Não, eu não errei o nome do cap. XD Eu demorei por que tenho estado vidrada em outra história que estou escrevendo e esqueço de postar as outras, então desculpe. E se tiver algum erro me desculpe também, essa fanfic tem dado tédio até em mim mesma, por isso não revisei mil vezes como costumo fazer, então vou entender a falta de comentários de vocês u.u Enjoy...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/435442/chapter/26

Fomos caminhando de mãos dadas pela estrada enlameada enquanto o Kurt reclama sobre a lama na calça e no sapato dele e eu torcia para não chover mais.

As galochas me acabaram sendo útil afinal, mas havia muita lama. A cada passo os nossos pés afundavam e ás vezes era difícil tira-los para dar o próximo passo fazendo um barulho de sucção esquisito. E quanto mais andávamos mais parecíamos estar próximos de lugar nenhum.

_ Eu vou ter que tomar um banho de três horas depois disso. Fora ter que jogar minha calça e meu tênis fora – Kurt reclamou. Enquanto tirava um pé de uma fenda que ele mesmo havia se enfiado e sacudia a lama.

_ Isso se conseguirmos voltar pra casa – eu brinquei, mas Kurt não pareceu achar nenhuma graça, apenas me fuzilou com o olhar.

_ Não acha que esta ficando mais frio? – A pergunta me pareceu retórica então eu não respondi. Mas não me parecia que estava ficando frio, mas o cheiro da chuva estava forte e eu só torcia para aquela nuvem carregada de água como uma esponja molhada passasse direto por onde estamos e fosse para muito longe.

Andamos mais um pouco até que enfim chegamos a um lugar, mas não era nada animador.

_ Kurt – chamei dando uma leve sacudida no braço dele. Já que ele não estava prestando atenção na estrada.

_ O que? – Ele se virou pra mim e eu acenei com a cabeça em direção ao que estava na nossa frente. Ele seguiu meu olhar e viu.

Um grande paredão de árvores. Não era exatamente um paredão, era apenas o fim da estrada. A estrada acabava e várias arvores se juntaram como num bolo de fofoca, deixando apenas uma pequena passagem como um corredor de uma porta pequena.

_ Parece uma trilha – observei olhando para os pequenos talos de madeira colocados no chão como arestas de uma escada.

_ Ah que droga... O que fazemos agora? De um lado tem árvore, do outro também e a nossa frente também. Vamos voltar para o carro. Seus Mauvais Dentes vão achar a gente. – Kurt tentou se virar, mas eu não soltei sua mão e o segurei.

_ Não seja estúpido. Se tiver uma trilha são para as pessoas passarem. Quão mais ferrados podemos ficar?

_ Podemos ficar muito mais ferrados, não duvide disso.

Ele tinha razão, mas depois de longas semanas presa em casa eu ansiava por um pouco de aventura, uma companhia diferente, sem meus Mauvais Dentes observando meus passos, pisar na terra e não ser a princesa por um tempo.

Não o esperei dizer mais nada e o puxei em direção a pequena passagem das árvores e o guiei pela trilha.

Era muito mais fácil andar por ali. A terra era dura. Nada de lama mole e escorregadia. E realmente havia uma trilha.

Primeiro ela subia uma ladeira preguiçosa não muito íngreme e depois não passava da floresta habitual, sem mais trilha, sem mais nada além de árvores.

_ Talvez devêssemos voltar. – Kurt não tirava essa idéia da cabeça.

_ Se conseguir achar o caminho de volta, boa sorte.

Não me prestei a olhar pra trás por que eu já sabia que havíamos saído do caminho da trilha, eu mesma me esforcei pra que isso acontecesse. Tudo que havia atrás da gente eram árvores, assim como todos os lados.

_ A gente se perdeu! – afirmando o óbvio mais uma vez. – Como isso foi acontecer?

_ Sei lá, Kurt. – revirei os olhos.

_ Espera... Você nos perdeu? – Ele me encarou com os olhos semicerrados.

_ Por que eu faria isso? – respondi com indiferença. – Mas tanto faz, o que importa é que estamos perdidos, temos que andar.

Ele fechou os olhos e respirou fundo, depois abriu os olhos e veio pro meu lado.

_ O que mais pode acontecer hoje?

Dessa vez eu respirei fundo e aquele cheiro ao mesmo tempo bom e um pouco assustador inundou minhas narinas, cheiro de chuva.

_ Vai chover. Logo.

Ele começou a olhar para o céu freneticamente.

_ Como você sabe? Não dá pra ver nada.

_ Só sei. Vamos logo. Temos que andar.

Continuamos andando pra nenhum lugar em especial, mas foi dito e feito, a chuva começou.

No começo uns pingos aleatórios caiam aqui e ali, era muito fraco para que nos molhasse, já que estávamos embaixo das copas das árvores, mas a coisa foi aumentando e rapidamente as arvores estavam encharcadas nos encharcando também.

Continuamos andando por que não podíamos ficar parados lá. Eu não precisava de uma pneumonia á essa altura.

Começou a trovejar e meu novo passatempo virou contar a distancia dos raios, eu estava indo muito bem até me interromper.

_ Vamos acabar eletrocutados.

_ Não seja estúpido, o campo não é aberto e... É só não encostar-se às árvores.

Olhei ao redor e me pareceu um pouco impossível não encostar-se às árvores, mas ignorei, por que do nada o lugar estava me parecendo familiar, não parecia apenas à mesma floresta. Não era um Déjà Vu eu conhecia aquele lugar. E como se acende uma lâmpada apenas apertando um interruptor eu lembrei.

_ Essa é a floresta depois do campo atrás da minha antiga casa! – Falei tão subitamente na esperança de que Kurt entendesse caso que por alguma coisa eu esquecesse.

_ Espera... O que? – Kurt me olhou como se não tivesse prestado a mínima atenção.

_ Eu morava em uma casa, que atrás dela havia um grande campo depois da cerca e depois do campo tinha a floresta. Essa floresta aqui. Devemos estar perto.

Olhei ao redor e vi uma árvore que me parecia mais familiar. Segurei na ao de Kurt e corri. A chuva nos acertava mais, mas não importava.

Fui me guiando pelo instinto de familirialidade, até que vi a árvore da qual eu havia passado muito tempo sentada com o Sam, conversando sobre nossas coisas favoritas e sobre coisas que detestávamos.

_ A grande árvore! – Dessa vez eu estava afirmando o óbvio.

Kurt avaliou a arvore e observou.

_ É grande mesmo, mas já vi maiores.

_ Tanto faz. – Revirei os olhos. – Ali esta a trilha e mais pra lá a entrada. Depois tem o campo e a minha casa, quero dizer, minha ex-casa. Sei lá. Vamos.

O puxei mais uma vez pela trilha com Kurt semicerrando os olhos para vê-la. Passamos pelas duas árvores e lá estava o campo.

_ Aquela era a sua casa?

_ Já nem me lembrava mais.

O puxei pelo campo bem mais rápido dessa vez e o forcei a passar pela cerca. Demos a volta e logo estávamos encostados a parede sendo protegidos pelo telhado.

_ Como pretende entrar? Quero dizer, você pretende entrar?

Era óbvio que Kurt estava louco para sair daquela chuva.

_ Espero que ainda esteja lá.

_ Estar lá o que?

Ignorei a pergunta e segui para a garagem. O vaso ainda estava lá. O derrubei no chão e olhei pra terra esparramada. Lá estava a chave.

_ Por que você fez isso? Vão achar que estávamos invadindo.

Levantei e sacudi as chaves na frente dele e sua expressão de alarme sumiu.

Fomos para a porta e finalmente entramos na casa.

Tentei acender a luz da sala, mas ela simplesmente não funcionou.

_ Acho que cortaram a luz do lugar ou todo mundo esta sem energia. – Informei.

_ E o que você pretende fazer?

_ Primeiramente: Tirar isso.

Desabotoei meu sobretudo e o deixei cair no chão, e automaticamente comecei a tremer, mas ficar com aquilo era incabível. Kurt me olhava com um olhar desconfiado.

_ Eu quis dizer sobre a luz. – Ele manteve o olhar desconfiado.

_No que você acha que meus poderes são baseados?

Ele revirou os olhos e começou a andar ao redor.

Abaixei-me para tirar minha galocha e lembrei que meu celular estava dentro do bolso. O peguei e tentei ligá-lo, mas a coisa não acendeu.

_ Meu celular morreu – informei, mas ele nem se prestou a olhar pra mim. – Você deveria tirar essa blusa, você vai ficar doente. – Ele me encarou meio confuso. – Mas primeiro, pode voltar lá na garagem e ver se ainda tem lenha?

...

Ainda tinha lenha, então conseguimos acender a lareira. O fogo dela causava um brilho rústico na casa.

Eu achei cobertores dentro dos baús das camas. Poucas coisas haviam sido levadas embora. Eu achei até café e açúcar e a velha cafeteira continuava lá.

E no final estávamos lá. Kurt e eu enrolados em cobertores, perto da lareira, tomando café na minha antiga casa.

Estava tentando por tudo fazer meu celular ligar, mas ele não funcionava.

_ Por que você não esquece esse celular um pouco? – Kurt declarou por fim.

_ Preciso ligar pros meus Mauvais Dentes, essa foi à gota d’água se alguém descobrir que eles me perderam mais uma vez, eles vão ser mortos.

_ A coisa parece séria.

_ É! Funcionou! – O celular finalmente ligou.

Disquei rapidamente o numero de Jason antes que a coisa desligasse de novo.

_ Senhora Blake! – o alivio na voz dele era evidente quando atendeu.

_ Estou na minha antiga casa. Aquela perto da floresta. – Ir direto ao ponto, para não perder tempo.

_ Ótimo. Não saia daí... E não faça muito barulho, por favor. – Sem perguntas? Que ótimo.

Desliguei o telefone.

_ Bem... E o que fazemos agora?

...

Fred e Jason demoraram pra chegar. Aparentemente eles estavam muito longe do caminho em que levamos. O carro deles acabou atolado, e eles descobriram que a buzina estava quebrada, quando conseguiram fazer a coisa andar, já nos tinham perdido de vista e acabaram pegando um caminho diferente do nosso.

Consegui ligar para o Sam e dizer que não poderíamos ir, por que muitas coisas aconteceram, e ele acabou reagindo maravilhosamente bem.

No final tudo não estava dando tão errado afinal.

A chuva não parava e não parecia uma boa idéia tentar ir pra casa, então permanecemos lá.

A noite chegou e o sono começou a bater e decidi que eu iria dormir. Eu sabia que meus Mauvais Dentes alternavam turnos de vigília enquanto eu dormia, mas nenhuma deles parecia disposto a isso naquela casa e como os dois ficariam acordados, tínhamos um quarto pra mim e um para o Kurt. Eu poderia dormir no do meu irmão e ele poderia dormir no meu, mas a idéia pareceu tão errada naquele momento.

_ Acho que vou dormir – informei.

_ É eu também estou com sono, mas... Vamos dormir aqui? – Eu não soube dizer se ele estava se referindo a sala ou a casa no geral.

_ Amanhã bem cedo nós vamos embora. Eu te prometo. E tem dois quartos, o meu antigo e o do meu irmão. – Segurei na mão do Kurt e continuei – Vamos dormir no do meu irmão.

Vamos, eu disse e não vou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não leve esse cap. para um lado pervertido u.u



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "After Midnight" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.