Jogo da Morte escrita por Aryaah Niss


Capítulo 4
4º Dia


Notas iniciais do capítulo

Aqui está mais um capítulo...
E obrigada aos comentários, são um estímulo para continuar escrevendo!
Espero que gostem!



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O Sol bateu em meus olhos os quais estavam ardendo, além de sentir dores por todo o corpo.
Abro os olhos na esperança de estar na minha cama, mas já desconfiava que não estivesse. O vento em meu rosto me alertou que aquele estava longe de ser meu quarto. Pisquei os olhos com receio até que minha visão se adapte e vejo uma imensa bola avermelhada acima de mim, suponho ser o sol.
Levanto-me olhando ao redor... O que tinha acontecido? Onde eu estava? As perguntas já me perseguiam. Que tipo de lugar sombrio e avermelhado eu estava? Era uma cidade?
Eu estava no meio da rua. Como vim parar aqui? A cidade estava vermelha, e não era culpa apenas do sol, tinham marcas por todos os cantos vermelhas como... Sangue? Era sangue! Havia sangue por todos os cantos, nos carros, e até usado em frases e palavras agressivas ou pedidos de ajuda escritos nas paredes.
Aquele lugar me era familiar, era... O jogo! Estava dentro do jogo! E não sei como vim parar aqui.
Olhei para todos os lados em busca de algum resquício de vida quando encontro alguém, uma figura pequena com longos cabelos, não dava para ver a cor por conta da luz vermelha, mas me parecia familiar. Aproximei-me, investigando-a, estava de costas com um vestido pouco acima dos joelhos, parecia ser azul, mas estava manchado de vermelho como tudo naquele lugar, foi quando vi a adaga em sua mão.
Aproximei-me sem temê-la, mas algo me puxou, foi tão forte que não consegui parar, pulei em cima da garota descontrolado, queria parar, mas não conseguia, quando tomei consciência do que estava fazendo, a garota jazia no chão sem vida e uma adaga ensaguentada permaneceu em minha mão, comigo sem saber de onde ela veio. Mas fiquei sem movimento ao ver quem era a menina, sentindo lágrimas quentes descerem de meus olhos. O que eu tinha feito?
Era muito para mim, meu estômago estava embrulhado, meu ouvido estava com um zunido ensurdecedor. Liss estava ali sem vida por minha culpa. Senti algo tocar meu ombro e olho rapidamente...
Acordo sem fôlego e tremendo em minha cama. Tudo não passava de um sonho, ou pior, pesadelo!
Liss estava ali me chamando com um olhar preocupado, sentada ao meu lado tocando-me os ombros, e falando coisas que ainda não conseguia entender, a única coisa que consegui fazer, involuntariamente, foi passar meus braços por sobre ela e trazê-la para perto de mim através de um abraço. Ela não entendeu absolutamente nada, mas por mais que tivessem lágrimas em meus olhos, um sorriso se formou em meus lábios. Acho que nunca estive tão feliz em minha vida por um pesadelo não ser real.
–– C-cas-tiell... Nã-ão... Re-res-pi-rar –– olhei-a nos olhos, feliz por eles estarem abertos e afrouxei o abraço.
–– O que aconteceu?
–– Nada, só um pesadelo bobo –– esclareci.
–– Bobo?! Você estava chorando e tremendo! Sabia que nunca imaginei ver-lhe chorando, não é?! –– falou com cara de criança.
–– De qualquer forma, pesadelos não são reais e isso é o que importa! –– afirmei positivamente, puxando-a novamente para outro abraço.
–– Sonhos sempre querem dizer alguma coisa. –– falou desprendendo-se do abraço –– Com o que você sonhou?
–– Não falo! Nem sob tortura –– declarei –– E eu não acredito nisso.
–– Está bem... –– disse desanimada –– Mas pode ter sido por causa do que aconteceu ontem.
–– É, pode ser.
Seguimos a cozinha, e dessa vez me assustei com a hora, passava de meio dia. Como dormi tanto? Faltavam duas horas para irmos à casa de Lysandre, ele tinha uma música nova para nos mostrar e como era domingo e o final de nosso sábado foi em uma delegacia dando depoimentos sobre a morte de Charlotte, queríamos nos distrair, esquecer dos acontecimentos de ontem.
Terminamos de comer alguns congelados e fomos até a casa de Lysandre, dessa vez fomos andando, já que a casa dele ficava a apenas duas quadras de distância. Chegamos e encontramos Leigh, irmão de Lysandre, na porta.
–– Fala ai, Leigh. –– disse cumprimentando-o.
–– Oi, Leigh. Indo para a loja?
–– Como vão, meninos? –– perguntou –– É. Eu estou com um probleminha na loja, mas nada muito grave, só um funcionário que anda faltando, não tenho notícias dele a alguns dias, um amigo acima de tudo, mas já resolvo isso. A propósito Lysandre está esperando por vocês lá no sótão.
Dizendo isso, seguiu em direção ao carro, desejando-nos um bom ensaio. Fomos até as escadas que davam ao sótão, que atualmente era uma sala de ensaios cheia com nossos instrumentos, mas anteriormente não tinha nada, era um lugar empoeirado onde nós brincávamos de monstros e zumbis na nossa infância.
Chegando ao final da escada vimos Lysandre nos esperando, com o violão nas mãos sentado próximo a janela.
–– Estão atrasados vinte minutos. –– nos olhou em reprovação.
–– Foi mal Ly, acordamos um pouco tarde e o Castiel ficou enrolando. –– falou Liss implicante.
–– Claro! –– falei sarcástico.
–– Qual música você queria nos mostrar?
–– Essa daqui –– deu-nos um papel com a letra de uma música inédita.
–– Parece boa –– comentou Alice, indo em direção à guitarra preta com detalhes em azul.
–– Vamos tentar –– sugeri –– Mesmo não parecendo assim tão boa –– Impliquei, vendo Lysandre me olhar com desgosto.
–– Tanto faz. Só tenta não errar as notas. –– Agora foi a vez de ele implicar.
Depois de algumas horas tocando a nova música, que por mais que negasse, era boa, nos sentamos no chão para conversar sobre a semana cheia de acontecimentos estranhos.
–– Não dá para acreditar que tem um maníaco solto pela nossa cidade, é um pouco surreal, já que aqui é tão pacífico –– falou meu amigo referindo-se aos assassinatos recentes.
–– E pior, com pessoas próximas de nós. –– proferiu a baixinha.
–– Logo, logo irão prender o psicopata. O cara só pode ser idiota, vindo para uma cidade tão calma como a nossa, onde é bem fácil ele ser descoberto. –– citei.
Ambos concordaram, mas também concordaram que essa série de assassinatos não estava acontecendo apenas aqui, era pelo mundo todo. Mas como isso era possível? Ninguém tinha essa explicação.
Voltamos ao ensaio e quando notamos já eram sete horas. Guardamos os instrumentos e seguimos em direção a escada. Ao chegar à sala Leigh já havia voltado e estava com uma cara preocupada com o celular na mão.
–– Aconteceu alguma coisa? –– perguntou Liss olhando os olhos tristonhos dele.
–– Lembra do probleminha com um funcionário que estava faltando? –– perguntou com receio na voz.
–– Claro. –– Falamos em uníssono.
–– Está morto. –– prosseguiu –– Ele foi encontrado sozinho em casa morto.
–– Morto? O que aconteceu? –– Perguntou Lysandre.
–– Ele foi assassinado.


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Notas finais do capítulo

Eu sinto pena de alguns personagens, posso até acreditar em minha insanidade por ser tão apegada a eles.
Enfim... Que acharam do jeitinho cético do nosso ruivinho?
Comentem, amo quando tem comentários!
Até ;3