Mirrors escrita por Aeikin


Capítulo 1
Eins


Notas iniciais do capítulo

Tô sumida, descurpa-me! heuaeahueaheuhe Não sei se postar fics assim é possível aqui, mas eu vou postar memo SPOAKASPOSKAPOASK
A fic é baseada em Mirrors (http://www.youtube.com/watch?v=uuZE_IRwLNI) e também na comic Zed X Syndra (http://imgur.com/a/8ltAH) em inglês. Os personagens não são de minha autoria, e não há nada relacionado com a história original do comic, só estou utilizando Seryuha (Se ele for mesmo o nome dela, pois como é traduzido, não sei se do coreano ou do chinês, pode ser também 'Shurelya', tendo as mesmas letras que o item de League of Legends). Essa história não é uma continuação do comic, ou spoilers dele.
Vai ser uma short-fic, não vou alongar muito. Era pra ser uma one-shot de uma tentativa de projeto masss... x:
Fiquei bem orgulhosa em escrever em primeira pessoa, deu certo dessa vez, pelo menos eu acho.
Eu mudei meu nome pois achei melhor deixar o nome de invocador do LoL igual. ^^'
E a respeito de A Dominação De Lâminas, não abandonei... Os caps já estão aqui prontos para serem passados pro word!
Obrigada e se deliciem com Zed e Syndra!



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Mirrors

Meus olhos foram abertos devido à claridade. Desde quando ela não me cegava? Desde quando era tão confortante, tão... leve?

Ah... Desde que Zed aparecera.

Zed...

Fitei o ambiente tentando encontrá-lo.

Aren’t you somethin’ to admire

Percebi ao acordar. Desde quando tudo acontecera tão rapidamente? Mas foi assim tão rápido ou era apenas um truque de minha cabeça?

Foi lento.

Ainda estou sozinha na minha cama.

Estava devagar... Mas parecia tão rápido! Ah é, existe aquela frase que diz que não se percebe o movimento pois se está nele, como ver as águas passando quando se está dentro de um barco.

Não me importo.

Nós temos todo o tempo necessário.

Cause your shine is somethin’ like a mirror

Zed…

Eu estou com medo nessa cama, me encolhi porque sou tão pequenininha. Não há grandeza em ser presa por mim mesma nesse templo.

Queria te ver.

Por que você não vem?

Mesmo que eu perceba o movimento do algo entre nós, não consigo saber o que é.

Mas, dói!

Em minhas entranhas existe algo que não consigo dar nome. O que seria o ser sem as palavras? Há liberdade nas palavras...

Liberdade...

Consegui me levantar e observei a paisagem. Ionia me surpreende a cada florada. Não resisti em descer do templo e ir até a floresta, me sentando de baixo do pé de cerejeira.

Aquela árvore...

Por que não consigo ir mais longe dessa floresta? Porque não consigo sair do templo? Isso aqui ainda é templo.

Eu ainda me lembro.

Já se faz alguns anos desde aquele acontecimento. Por que ainda continuo aqui? Sou fraca ao ponto de não conseguir por o pé pra fora, por não lembrar de como é Ionia! A Ionia que Seryuha me contara.

Ionia que li nos livros.

Ionia que Zed me contara.

Olhei para meus pés, quando Zed me resgataria de mim?

And I can’t help but notice...

Era um sentimento, não era?

Aquilo que eu sentia por Seryuha... Eu a amava. Era como uma mãe.

Mamãe...

Amava?

Quando Zed disse que partiria, houve o mesmo aperto no coração, a mesma falta de ar, incapacidade de falar, de olhar... De fugir. De querer estar em um vácuo onde a dor fosse nula. Mas Seryuha era uma serva do ancião Ulkan. Ela era tão poderosa, controlava seu poder tão bem...

Seryuha.

You reflect in this heart of mine

A única pessoa que eu amei.

Até agora.

Seryuha.

Por que o destino foi tão cruel conosco? Por que não tive forças para me controlar? Eu queria seu bem. Eu queria estar com você pra sempre. Queria dominar o meu poder e por ir ver Ionia.

Ir ver Ionia com você.

Lembro de quando o templo ainda ficava no chão. Lembro das nossas tardes sentadas de baixo dessa árvore. Ela tem história, não? Foi aqui que eu vi seu sorriso pela ultima vez. Foi aqui que eu pude sentir o calor do seu abraço pela ultima vez.

Dói lembrar.

Mas o que é o ser humano sem lembranças boas e dores vindas dela? Por isso são tão belas, pois não podemos mudá-las. O que está feito, está feito. Apenas temos que arcar com tudo o que está imposto. O que nos foi imposto? O que é algo a ser imposto a mim?

A Soberana Sombria.

Duas partes de um todo. Duas faces da mesma moeda. Duas almas em um só corpo.

Por que eu?

Eu me perguntava tanto isso em minha infância, até Seryuha aparecer e me livrar do peso.

Ah... o peso.

Me sinto tão leve nesse momento.

A gravidade não pesa. Nem mesmo respirar pesa. Posso conviver com a minha dor sem Seryuha aqui. Posso conviver com a minha dor sem disfarces desde que Zed esteja aqui.

Comigo.

Isso é apenas uma nova prisão.

Mas não consigo sair, não consigo ir atrás dele. Quero me libertar dessa prisão imposta por mim mesma. Não existe limites a mim mesma quando se trata de meu luto.

Meu luto.

Eu o eternizaria. Mas é algo tão efêmero que prefiro apenas ignorar ao olhar as pétalas da cerejeira que caem. Essa florada é a melhor até agora.

If you ever feel alone

Zed.

Como posso arrancar essa barreira em torno de mim? A barreira que Seryuha colocou, que Ulkan colocou! Como me livrar do templo? Estou acorrentada aqui. As lembranças fazem com que eu seja uma ameaça para o povo. Não há controle sobre o meu poder fora daqui. Eu estou fraca. Preciso me mover, mas estou aqui sentava observando as pétalas rosas deslizando pelo ar, tão leves. Desde quando escondiam o meu sol?

Mas quando eu comecei a apreciar essa fonte de calor?

Uma sombra me tirou das sombras.

Mas continuo nelas.

The glare makes me hard to find

Esse sol é quente como o abraço de Zed. É quente como minha temperatura ao ficar perto de Zed. Ilumina, arranca-me das sombras. Mas consigo sair do templo?

Zed...

Sinto saudade do seu cheiro, da sua voz, do seu rosto que se tornou tão familiar, dos seus olhos, da sua face marcada pelas cicatrizes. Mas o que eu posso fazer? Estou confinada à eternidade nesse labirinto em minha mente, corro, mas não vejo a saída. Dou de cara com a parede, sento, sinto as lágrimas rolarem o meu rosto. Mesmo estando parada aqui.

As ilusões que estão em minha cabeça são apenas o reflexo daquilo que eu sou, daquilo que eu criei ao me manifestar em busca de uma liberdade.

Liberdade?

Liberdade efêmera.

Continuo presa.

Just know that I’m always

Parallel on the other side

Posso eu quebrar as correntes que me prendem aqui? Tenho certeza que sim. Com a ajuda de Zed. Sem ele não há mudança.

Eu quero te ver, Zed.

Brigo comigo mesma porque não suporto a forma com que você se foi. Então, me lembrei daquele dia.

– Preciso partir. – Essas palavras fizeram meu coração quase sair pela boca. Ele batia tão descontroladamente e me dava uma sensação de agonia, uma vontade de sentar e ficar chorando até que você voltasse. Como se não houvesse intervalo de tempos em tempos.

– Eu não quero, mas é necessário. – Necessário? Necessário como? Por causa dos seguidores de Zed? Sei que é egoísmo, mas a dor que bate é insuportável, é magnífica, porém não parece acabar. Passaram-se dias... Sem nenhuma noticia de Zed.

Eu, que não tinha nada de bom para oferecer, me virei para Zed. A minha simples e inútil existência... para Zed. Apenas o vi desaparecer na escuridão dessa floresta do mesmo modo que ele aparecera.

Aren’t you somethin’, an original

Estava noite, a escuridão na mata fora do templo sempre havia me causado arrepios. Aqueles medinhos que Seryuha colocou em minha cabeça para não fugir. Mas naquela noite, eu estava entediada! Havia resolvido caminhar pelo breu que sempre tive medo.

Era isso que chamavam de destino?

O Destino me trouxe o Zed? Apenas quis enfrentar o meu medo, mas sentada de baixo dessa árvore agora enfrento a saudade de Zed.

O encontrei encostado nela. Na mesma árvore que Seryuha morrera. Ele estava com feridas e febre alta. Não que eu soubesse o que fazer. Não que eu conseguisse fazer algo.

Ele era bonito.

O primeiro contato com um homem. Ele usava uma armadura e havia armas esquisitas, que eu nunca havia visto. Disse-me que se chamavam shurikens. Eram engraçadas.

Depois ele me ensinou a usá-las.

Me disse seu nome: Zed. Mas nunca consegui pronunciá-lo. Fica apenas em meu pensamento... Que saudade dos dias que passei o encarando até que ele acordasse. Era tão sereno, tão...

Apaixonante?

Desde quando havia aquela palavra em meu vocabulário?

Cause it doesn’t seem really as simple

Quando ele acordou eu pude ver as pupilas negras tão indiferentes. Eu não entendia! Como ele parou perto de um templo que flutuava? Por que eu havia descido de minha fortaleza?

Por que toquei meus pés no chão?

Encontrei Zed na floresta e o trouxe para mim, para meu colo como se fosse a minha cria. Ficamos dias e dias como dois estranhos completos, porém quando eu falei, ele também falou. Não consegui não rir. Era o primeiro homem fora do templo que eu via. Era meu primeiro e único hóspede. Acabei mostrando o templo inteiro para ele. Mas, em uma sala eu cai, me senti fraca.

Eu ficava presa ali.

E quando Zed percebeu, eu tive o primeiro toque de um homem. Senti um calor que nunca havia compartilhado antes: um abraço.

Fiquei um bom tempo molhando a blusa que ele vestia com as minhas lágrimas, mas sentia as mãos grandes acariciando meus cabelos platinados.

Era tão confortante.

No dia seguinte, consegui ficar mais tempo no sol, acordava com a claridade e um sorriso sempre nascera em meus lábios ao vê-lo.

I can’t help but stare, cause

I see truth somewhere in your eyes.

Sentada de baixo dessa cerejeira, eu pude sentir as lágrimas rolando pela minha face novamente.

Zed...

Sinto sua falta!

Vou te deixar ir assim? Sem te tocar? Sem te abraçar? Sem sentir novamente seu cheiro? Os lençóis que você usou ainda estão ali. Gosto de deitar e drenar seu cheiro. Eu nunca mais o sentiria?

Não sei em qual momento eu perdi minha sanidade.

Não sei em qual momento eu subi para o templo.

Não sei em qual momento eu já estava de armadura.

Só me lembro de ter saído do templo com os meus pés no chão.


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