Meu querido diário, não conte isso a ninguém escrita por Ninha


Capítulo 1
Não senhor... Eu não moro na lua e a culpa foi sua




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— Carlinhos me da sansão. Gritou Monique, se debatendo no piso do corredor.

— Vem pegar. Provavelmente Carlinhos estava dando nó no coelhinho de pelúcia dela.

O mais incrível disso tudo é que sempre, sempre e sempre acontece de 6:30 da manhã, perto deles, o meu caro despertador é inútil.

Sou a mais velha, tenho 16 anos e tenho o mesmo nome da minha mãe, cabelo desfiado nas pontas, pálida, estatura mediana e olhos vivos igual ao dela. Monique e Carlinhos são gêmeos não-idênticos de 10 anos, Carlinhos tem dislalia, mas parece mais comigo e mamãe, a mocinha parece com meu pai tirando seu ego. Arranjei a mínima coragem que tinha e fui ao banheiro, lavei meu rosto, tomei banho e vesti a roupa e me toquei o que faltava:

Faltava meu material escolar e o meu inseparável diário cor-de-rosa, onde eu enchia de anotações sobre meu dia e sobre meus sentimentos unilaterais pelo irmão da minha melhor amiga... Pra não pirar em algum momento do dia, eu preciso ficar com ele! 

— Crianças, desçam para comer, eu não quero me atrasar! Ouvi os gritos de minha mãe.

— Tô indo mãe. Abri a porta do quarto e carlinhos havia batido a cabeça.

— Ai.

Quando me dei conta que machuquei meu pobre irmãozinho.

— Me Desculpe, Carlinhos. Quando fui tentar levanta-lo, ele me olhou com raiva.

— Fique com isso, eu odeio vocês. Jogou sansão no chão e saiu massageando o machucado, minha irmã estava com um risinho no rosto, ela é inegavelmente filha de Cebola, só ri de desgraça. Desci com Monique para o café da manhã.

— Tô aqui mãe. Ela me beijou e sinalizou o prato na mesa – Cadê o papai?

— Morto de sono, trabalhou até tarde ontem, isso é que da ser engenheiro, essa construção no metro está acabando com ele.

— Não acredito que os meninos nem conseguiram acorda-lo. Enquanto mordia a maça

— Como eu disse, está morto. Ela esbanjou seu sorriso. — Comam rápido, não quero que se atrasem para a escola.

— Não precisa, me deixa na casa de Mel, vou para a escola de lá.

Minha mãe me deixou em frente a casa de melanina, minha melhor amiga, de longos cabelos castanhos claros, magrinha e muito bonita, assim como... O irmão dela, meu amado Quentin, embora ele tenha lindos cabelos negros e tem o mais lindo sorriso! mas ele me vê como "a melhor amiga pirralha da irmã dele". Aquela a quem "Ele nunca dará chance".

— Tchau mãe. Acenei já fora do carro.

— Tchau filhinha. Mãe, na rua não... — Quer que eu te pegue na volta?

— Qualquer coisa eu ligo, tchau meninos.

— Tchau irmã. falaram em coro

Voltei-me para a casa de Melanina e no mesmo instante ela abriu, e uma garota com a boca suja de bolo e com um outro pedaço na mão surgiu.

— Por que não entrou? Melanina sorriu

— Porque é nojento ver você comendo.

— Blehhh. Disse ela com a língua cheia de pedaço de bolo mastigado.

— Engole isso. Voei em cima dela fechando sua boca.

— Esperem. Gritou minha outra amiga, Laika é uma garota de língua afiada, sempre com piadas de péssimo gosto, usava um totó de lado, estava com Franny, garota de sensibilidade acentuada, apaixonada por desenho. Elas se aproximaram.

— Que nojo Mel. Falou enquanto me agarrava. - Como vai você? Ogro do mato.

— Melhor se você não tivesse aparecido. Me sufocou num segundo abraço.

— Isso machuca meu coração, sabe que eu te amo.

— Seu amor está me matando! Reclamei e percebi que Franny e Mel, apenas riam da situação.

— Pelo amor de Deus, calem a boca, olhem a hora. Falou um vizinho do primeiro andar de uma casa aleatória.

— Seu pervertido! Pare de nos assediar. Gritou Laika a ponto de chamar atenção das pessoas que passavam na rua. – Somos pobres colegiais sexys, com exceção dela. Apontou pra mel suja de chocolate.

O homem se assustou com o cinismo dela, enquanto as pessoas passavam olhando para o homem rindo, que fechou rápido as janelas. Laika ria com maldade e Franny se distraiu e derrubou seu caderno com desenhos.

— Ahh. Disse Franny em pânico. – Meus desenhos... Quando pensei em acalma-la, Melanie assumiu sua outra face, aquela calma e controlada.

— Tudo bem. Disse melanina sorrindo. — Mônica você pode pegar os que estão distante?

Fiz que sim com a cabeça e fui pegar os mais distantes.

O último escapou de mim, quase dobrando a esquina.

— N-nã-nã-não. Fui correndo estendendo minha mão. – Ai. Me esbarrei em alguém, mas por sorte, cai em algo macio.

— Minha cabeça, puta que pariu, garota. É-é um garoto. Meu material estava todo espalhado no chão, misturado com os dele.

Meu segundo susto, foi quando percebi que eu estava no seu... Colo. Dei um salto assustada.

— Desculpa, você está bem? quando ia tocar no rapaz ele bateu na minha mão

— Quando uma pessoa dobra a rua como uma louca, ela pelo menos olha. Segurou meu queixo com olhos extremamente agressivos. - Em que mundo você vive? Sua lunática! Por fim me soltou.

— Foi um acidente, eu estava atrás do desenho da minha amiga, e...

Quando procurei o desenho, ele estava passeando no horizonte do céu.

— Acha que me importo? Pegou todo o material cego de raiva e eu olhava seu rosto tentando marca-lo para odiar, mas... Era tão lindo. Foi em direção a escola parecendo estar com muita raiva.

— Sujeito esquisito. Disse Melanina chegando perto de mim. — Está tudo bem?

— Tudo bem, ele já foi. Comecei a recolher meus livros, embora estivesse sentindo falta de algo.

— Que gato. Laika se aproximou de mim, determinada. — Você tem namorada? Gritou.

Eu acho que ele escutou, porque ele apontou o dedo do meio para ela.

— Isso foi um não? Ainda insistia em falar com ele, Franny pegou os desenhos que eu havia espalhado de novo sem querer.

— Franny, não consegui pegar todos desculpa. Toquei-a nervosa, ela apenas sorriu com um sinal de "tudo bem" e as meninas me entregaram o meu material, finalmente, notei o que estava faltando.

MEU DIÁRIO!

— Vocês viram um caderninho rosa? Falei com um estranho sorriso no rosto.  —  Viram né? E meu sorriso virou careta. 

— Aquele diário velho? Você não trouxe, pelo menos eu não vi.

— Sim, eu trouxe! Eu... AH NÃO. Aquele cara. 

Fiquei nervosa e corri para dentro da escola, procurei pelo ginásio, pelas salas, corredores, ele tinha sumido. Assim que pensei em ir para o outro bloco, o sino toca,

Droga! Tive que ir pra aula, as meninas me olharam com mil perguntas em seus rostos e Franny disse que a culpa era dela, mas não era, eu que fui idiota levando o diário.

Depois de tanto tempo pedi ao professor para ir ao banheiro.

Fui me sentindo perseguida e uma mão me empurrou contra a parede.

Uma sala e uma pessoa... 

O ladrãozinho!

Era o rapaz alto que havia encontrado antes, o que ele está fazendo? Por que está tão em cima de mim?

Eu tentei escapar, mas ele prendeu meus pulsos com sua mão na parede, reparei um pouco mais no seu rosto, olheira imensas, cabelos negros caídos na testa e pele extremamente branca. Sorriu de maneira sádica, parecia gosta de me ver tentar escapar.

Soltou um dos braços, abriu sua bolsa no chão me mostrando o meu precioso diário.

— Isso pertence a você?


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