Como Se Houvesse Ninguém Ao Redor escrita por Rindo com Big Time Rush


Capítulo 3
Volta aos antigos hábitos


Notas iniciais do capítulo

Dica de música: Me and my girls (fifth harmony)



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- Filha, que bom ouvir a sua voz – eu podia ouvir a voz dele abafada do outro lado da ligação – Senti a sua falta.

Minha relação com meu pai enfraqueceu depois do incidente com mamãe, foi à dois meses atrás que voltamos verdadeiramente a nos falar e a mudança na personalidade dele é evidente até para uma pessoa que não convivia frequentemente com nossa família. Os telefonemas ficaram mais frequentes e principalmente o comportamento dele relacionado a mim, que ficou bem mais carinhoso.

- Eu também senti – voltei a me abaixar para continuar procurando a chave.

- A senhorita já está na Califórnia? Por que ninguém me avisa nada, sabe...

-Cheguei ontem pai. Aliás o sol da Califórnia está mais insuportável do que nunca – pude ouvir o riso rouco do outro lado da linha.

-Não acredito que depois de cinco anos minha filha mais velha esta morando perto de mim. Sua irmã mal pode esperar para te conhecer.

Admito que essa parte foi realmente pulada, mas nada que algumas palavras não resolvam. Um tempo depois que eu e minha mãe nos mudamos, meu pai assumiu o seu relacionamento com Kristen, os dois realizaram uma cerimônia grandiosa (evento que eu não compareci por ainda não ter perdoado ele), convidando artistas famosos de Hollywood, os dois pombinhos saíram até na capa da revista people. Três meses após, minha madrasta revelou para mídia que estava grávida de seu primeiro bebê, uma menina loirinha com olhos azuis incrivelmente brilhantes. Hoje Jenna, minha irmãsinha caçula, esta com quase cinco anos.

- Então Kristen estava pedindo para eu te chamar para um jantar na quinta. Tenho um jantar com meus clientes antes – produtor, ele era um dos melhores em Los Angeles – mas logo depois, acho que seria uma ótima ideia. Então?

- Pai... – temi, minha relação com ela não era das melhores – a ultima vez que marcamos um encontro assim, não deu muito certo.

- Acho só algumas vezes, não vai ter problemas. Certo?

- Espero – morri os lábios, duvidando.

- Aliás, estou te mandando um cartão de crédito, como prometi a sua mãe. Mas não vá gastar com coisas desnecessárias – pediu papai – o restaurante é sofisticado, portanto se não tiver roupa adequado, providencie. Na quinta de manhã ligo para mais informações, tenho que desligar.

E simplesmente desligou.

- Tchau para você também – murmurei para o celular já desligado na minha mão.

O resto da manhã não foi muito proveitoso, apenas vasculhei os antigos cômodos da casa. Com uma preguiça enorme de fazer o almoço, troquei de roupa, peguei minha bolsa e as chaves do meu carro novo e sai de casa. Foram apenas poucos metros até encontrar um restaurante agradável, tinha mesas forradas com toalhas brancas e apenas alguns clientes (não gosto de lugares lotados demais). Logo que me sentei à mesa perto da primeira a garçonete se aproximou de mim, jogou o cardápio e com uma voz fina perguntou o que eu queria, depois de alguns minutos optei por uma lasanha de frango. Enquanto esperava o pedido, tirei da minha bolsa, um livro que eu estava lendo desde semana passada devido a insuficiência de tempo com a mudança.

- NÃO ACREDITO – ouvi alguém falando enquanto procurava a página em que parei – me esperava no carro mãe, já to indo!

Só li a primeira frase por que depois senti uma movimentação brusca, uma pessoa havia se sentado a minha frente.

-Mas o que você pensa que tá... – comecei a frase, mas logo parei – MENTIRA!

Levantei de maneira brusca para abraçar a pessoa que estava na minha frente, ela levantou-se também, logo após de chamar atenção do restaurante inteiro voltamos aos nossos lugares.

- O que você esta fazendo aqui sua maluca? – Annie perguntou com um sorriso se formando.

Sabe aquela amiga, que faz de tudo por você? Ou aquela que faz tudo para ver um sorriso em teu rosto, e te apoia em todas as suas babaquices ? Eu e Annie. Nossas mães trabalham juntas então nos víamos quase todos os dias. Continuamos a se comunicar depois que me mudei, mas nunca foi a mesma coisa, como quando no meio da noite eu a ligava e ela vinha correndo aguentar a noite inteira minhas idiotices, porém por ocupações nos deixamos de se falar.

- Cheguei ontem, vou cursar direito na Universidade da Califórnia, começo próxima semana– respondi de forma calma.
           - Continua a mais inteligente da turma não é boba!
        - Boba, maluca... Tenho até medo de qual adjetivo possa vir – brinquei como desculpa para fugir do quesito inteligência.
          - Tema mesmo, só to tão simpática assim porque é primeira vez que estou te vendo – rimos juntas- nem dá para acreditar que já fazem cinco anos!

De aparência nada agradável a garçonete volta a minha mesa, desta vez com um prato de lasanha.

- Vai querer alguma coisa para beber? – perguntou depois de pôr o prato sobre a mesa.

- Um suco de laranja, por favor – falei.

A garçonete virou e andou até o balcão, onde pós o corpo sobre o balcão deixando a mostra o começinho de sua bunda.

- Ai meu deus, algumas pessoas não tem senso de estilo – Falou Annie, quando virei o rosto a peguei observando a cena anterior boquiaberta – já vou indo para você poder queimar, porém não saio daqui até que a senhorita coloque o seu novo número do celular em meu telefone. Aliás, você está morando na antiga casa? Sozinha?

- Sim - Então ela pós um celular em minhas mãos, digitei rápido – não sou mais a criançinha de oito anos com medo dos bonecos ganharem vida. Pois já cuidei de jogar todos eles no latão de lixo.

Sorrindo, Annie pegou o celular de minhas mãos e logo após de um beijo em uma das minhas bochechas ela correu para o carro onde sua mãe estava esperando. A garçonete voltou a mesa e colocou o refrigerante perto do prato de forma brutal.

“Que delicadeza.” Sussurrei.

- TÁ FALANDO O QUE AI EM MENINA? – perguntou “Peiton”, segundo o crachá perto ao seu seio.

De relance, olhei para cima e respondi:

- Só comentei o quão delicioso deve estar essa lasanha.


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