A Última Vez escrita por Miyuki Yagami


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Yo minna o//////////
Desculpem pela demora!!!! Eu escrevi nas férias (no caderno, pois no lugar onde fiquei nem computador tinha), mas acabei esquecendo onde havia o colocado, e só achei hoje, hehe.
Espero que gostem!
Boa leitura o/



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Deitei no pequeno telhado de divisória acima de alguns quartos e embaixo de outros, já que a cada andar do dormitório tem seu próprio telhado particular, por assim dizer, e comecei a olhar as estrelas. Todos deviam estar jantando na nova escola, A escola, como muitos gostam de pensar. Para mim, é apenas um empecilho, um desperdício de tempo, sendo A escola ou não.

Sentia meus ombros pesando, porém, não queria dormir. Estava observando as estrelas. Em alguns dos livros que leio, há alguns personagens que dizem que, como vivemos muito, as coisas cotidianas deixam de serem belas. Sou tecnicamente imortal, e mesmo assim, continuo apreciando as estrelas o mesmo tanto que as apreciava quando as conheci.

Comecei a planejar minhas investidas. Como falaria com ele? “Oi, vou te matar, até sua outra vida”? Será necessário falar? Acho que não, dessa vez, definitivamente, não vou me apaixonar por esse Kaito Shion, eu já fiz o suficiente me apaixonando pelos outros. Dessa vez, não vai ser igual. Dessa vez, eu vou assumir as rédeas. Ficarei apenas lendo e ninguém, em especial ele, vai me notar. Eu poderia ter evitado ainda mais o contato anterior, aplicando-o um golpe para que apagasse, mas na hora gelei.

O vento frio da noite bateu em minha pele e fez com que meus pelos se eriçassem. É claro que eu não estaria sozinha. Eles estão aqui, mais depressa do que o normal. Só que, ao contrario do que pensam, eles não vão obter a vitória. Eu os mato. Quantas vezes for necessário.

– Ei, o que você está fazendo aí? – perguntou uma voz. Segurei nas telhas para não cair com o susto. Falando no demônio...

– O que você está fazendo aí? – retruquei. Eu sabia que os nós dos meus dedos deveriam estar brancos com a força que estava exercendo.

Kaito ajeitou o cabelo e depois me encarou confuso, como se, de uma hora para outra, eu tivesse ficado mais falante. Extremamente falante.

– Aqui é o andar do meu quarto. Sétimo andar? – Ele esperou algum sinal de que eu lembrasse de nossa conversa. É claro que eu lembrava.

– Quarto sete? – Ele assentiu. A atmosfera ao meu redor ficou ainda mais pesada. Ele não podia ser burro a ponto de achar que eram só coincidências. Poderia?

Eu sabia que ele não perguntaria o que estava fazendo ali. No seu mundo interior, se você se depara com uma garota assassina que já o matou várias vezes deitada no telhado perto do seu quarto, simplesmente não lhe diz respeito o que ela faz ali.

– Não acha que está meio frio? – perguntou. Neguei. Não se aproxime, queria gritar, não se aproxime.

E é claro que ele não obedeceu.

– Eu vou pegar uma blusa de frio pra você. – Kaito saiu da janela antes que eu gritasse não. Pouco tempo depois, ele apareceu com uma blusa de frio. Senti meu rosto pegar fogo e desviei o olhar para que não visse. Apesar de não ser o Kaito que estou acostumada, na verdade, os Kaitos, ele ainda tem sua aparência e vestígios de bons modos. Resista.

– Espere aí, eu estou descendo para lhe entregar. – Ah, tem como ficar pior do que isso? Sentei e minha cabeça começou a latejar. A hora perfeita para matá-lo. É só esperar que ele pise no telhado e dar um empurrãzinho. Pronto. Quem vai suspeitar? Depois de alguns anos todos eles estarão mortos.

Kaito terminou de descer e me lembrei de uma pergunta crucial.

– O que está fazendo enquanto todos estão – Kaito se sentou meio distante de mim e me entregou a blusa. – jantando?

Não iria dizer obrigada. Não mesmo.

Kaito olhou para o céu, como se algo nele lhe chamasse atenção.

– Eu acho que tem algo muito errado nesta escola. – Ele suspirou.

– Como assim “errado”? – Eu não deveria estar me metendo. Coloquei a blusa de frio. Era muito bom.

– Você não iria acreditar. – Kaito riu baixinho. – Me acharia louco.

Eu não sei o motivo da existência da frase “Você não iria acreditar”. Eu convivo com seres que muitos duvidam que exista e que nem conseguem ver, então eu acreditaria sim.

– Experimente me contar. – Percebi que o casaco azul marinho era extremamente grande. Kaito deu um sorriso calmo.

– Eu – Estava estampado que ele não confiava nele, só que eu era tudo o que tinha. – acho que aqui acontecem coisas anormais.

– Que tipo? – Professores caducos? Provas sem parar?

– Do tipo coisas que não deveriam existir. – Senti meu corpo estremecer. – Coisas que eu juraria não pertencerem a lugar algum. E também...

Ele se calou.

– Também? – Estava adentrando em um campo minado.

– Eu também acho que estão me espionando. – sussurrou.

No dia seguinte comecei a procurar por câmeras, em todos os lugares possíveis. Eles sempre tinham costume de espionar, mas ninguém me garantiu se haviam se modernizado. E foi por isso que abandonei Kaito Shion no nosso pequeno precipício, sem dizer nada, e fui dormir.

Quanto mais perto chegasse dele, mais perigoso seria para ele.

– Miku, o que você está fazendo? – Rin perguntou. Ela estava com um vestido da cor branca e com flores. Seu cabelo dizia claramente que ela havia dormido demais, mas, por motivos diferentes dos meus, faltara aula.

– Nada. – murmurei e me soltei da corda que me pendia no teto. Nada de câmeras. Só olhos famintos.

– Posso dormir na sua cama? – perguntou.

– Sua cama está logo do lado. – Apontei para a cama mais desarrumada. Meiko e eu sempre arrumamos nossas camas em horários iguais, uma espécie de ritual ridícula, mas deixa os dias menos entediantes. A cama de Rin estava em um misto de bichinhos de pelúcia e cobertas.

– Mas está desarrumada. – reclamou.

Lancei a ela meu melhor olhar mortal.

– Durma na de Meiko.

– Ela vai me matar. Deixaaa! – realmente detestava aqueles gritos mais do que tudo.

– Tudo bem. – Eu disse. – Só que, se faltar aula de novo, eu permitirei que Meiko te dê uns tapas.

Rin pulou em minha cama e começou a dormir. Saí do quarto e depois saí do dormitório, e então comecei a vaguear. Não há nada de novo que eu possa aprender na escola, dito isto, ocuparei melhor meu tempo em proteger Kaito.

Eles não podem fazer o que eu preciso fazer.

De repente, me lembrei que havia o deixado sozinho e não tinha a menor ideia de onde poderia achá-lo. Corri em disparada pelo campus procurando desesperadamente a sala. Na minha sexta tentativa, avistei Kaito, o professor e os alunos. Só que eles não estavam sós, principalmente Kaito. Encontrara sua sala bem no momento em que um fantasma o enforcava.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?