War Z - interativa escrita por Gio Boni


Capítulo 5
Lua Minguante - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

A parte 3 já esta sendo escrita,eu tinha prometido ser rápida,mas realmente não deu G.G
Ah,e o horário do momento que acontece as coisas podem ser diferentes...por estarem separados,as situações ocorrem em horários diferentes,ok? Espero que tenham entendido.



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Dia: 17 de Fevereiro de 2015

Horário: 13:40 P.M

– Presta atenção no percurso. – exclamava uma jovem, estapeando o rapaz mais próximo do motorista. Que pela aparência infantil, deveria ter cerca de 16 a 17 anos. – Pare de incomodar.

– Relaxa Charlottie, não é como se fosse possível acontecer um acidente,ou pegarmos um transito dos infernos. – Zombou o garoto, franzindo a testa.

Charlottie ignorou a zombaria dedicada a si e meneou a cabeça, para observar os outros ocupantes dos bancos de trás da vã. Os cabelos avermelhados brilhavam contra o sol,pareciam em chamas,os olhos esverdeados e delineados por uma grossa linha negra de lápis. Após concordar consigo mesmo que todos estavam devidamente armados, voltou-se para frente.E encostou o rosto sobre a janela, mexendo os lábios em um cantarolar cheio de lastima.

O adolescente que incomodava o motorista distraiu-se ouvindo sua canção, encostou a cabeça para trás e deixou-se suspirar pesadamente, suas mãos agarradas a uma mochila amassada sobre seu colo. Seu nome era Jefferson, mas fora apelidado de Red. O motivo do apelido encontrava-se na coloração de seu cabelo, não tão vermelho quanto o de Charlottie – que por sinal não era um vermelho natural -, mas num puxado para o alaranjado.

– Falta muito Jeoffrey? – A ruiva questionou, com a voz ainda baixa e seca. O motorista lançou-lhe um sorriso complacente e negou.

– Esta com pressa? – Questionou outro homem, enquanto observava sem piscar sua nova arma. Os olhos castanhos piscavam como se estivesse emocionado, o cabelo escuro e enrolado lhe davam um charme que,quando posto a prova,não existia. A farda mesclada de verde escuro e verde musgo indicavam sua relação com o exercito. Então,percebendo que a ruiva que se juntara ao comboio a pouco tempo não respondera,encarou-a curioso. – Não esta tensa em ir só buscar comida, esta Charlize?

– É Charlottie. – Confirmou a ruiva, incomodada com aquilo. Não podiam simplesmente ir ate a conveniência a beira estrada em silencio? Pensava Charlottie, sentindo um tumulto em seu interior. Com toda certeza aquilo era nervosismo. O homem deu de ombros e sorriu.

– Não comece Guilherme. - Pediu o ultimo integrante do grupo,comovido pelo desconforto da “novata”. Mechas grisalhas entre fios castanhos indicavam seu estagio da vida, os olhos castanhos claros e caídos demonstravam cansaço e as rugas extremamente marcadas em seu rosto indicavam seu estado de nervos. Para um homem com 50 anos, aquilo era um exagero. Agora acreditava quando diziam que se um sujeito se estressar muito, rugas viriam aos montes, não importava a idade. - Não vê que ela só quer silencio?

– Obrigado Arthur. – A garota, possuidora do sobrenome Helsen, gracejou hesitante.

– “Obrigado Arthur”. – imitou Guilherme em voz baixa, sendo acompanhado pelos orbes verdes da ruiva.

– Não a de que. – Respondeu o velho senhor, ignorando ao mais jovem e implicante rapaz ao seu lado. Red mexeu-se desconfortavelmente sobre o banco e franziu a testa para Jeoffrey, que se mantinha atento ao caminho.

– Porque aquele velhote do senhor Hunderson deu armas apenas para vocês? – Questionou, fixando sua atenção sobre a espingarda que,pelo o que Guilherme murmurava, seria uma Mossberg.

– Porque ele acha que vocês são jovens demais para se responsabilizarem por armas. – Guilherme confessou sinceramente, divertido com o franzir de testa de Charlottie e Red.- E achou melhor estar controlando, segundo ele vocês podem morrer mais facilmente por serem frágeis e então...

– Chega Guilherme. - Jeoffrey virou-se para trás,irritado com o falatório do rapaz. Charlottie ouvira a tudo em completo silencio não se sentia a vontade para colocar sua opinião sobre a questão, mas sabia o quão machista e o quão arrogante era aquela afirmação. Ela não era frágil e não morreria assim tão rápido. Os olhos escuros do motorista fixaram-se sobre as duas vitimas d falatório de Guilherme. – Não se preocupem... Temos armas o suficiente para conseguirmos a comida e irmos embora. O senhor Hunderson pensou na proteção do acampamento e em estoque de armas...

– Não tente encorajá-los a acreditar nisso, Jeoffrey. – Comentou Guilherme, cerrando os orbes na direção de Red e de Charlottie.

– Quero que pense um pouco sobre o que esta falando... - pediu Jeoffrey, respirando fundo.

– Jeoffrey. – Murmurou Arthur, cerrando os olhos para frente, a diante no caminho. Assim que o chamara, Jeoffrey percebera que havia algo de errado, virou-se para frente, ouvindo o rosnado de Charlottie e o resmungo de Red.

Abriu os olhos assustado, pisou no freio para que a vã parasse sem fazer barulho. A poucos metros da vã surgia uma multidão unida de mordedores,todos com as bocas enegrecidas escancaradas, com seus grunhidos e os orbes esbranquiçados. Suas feridas nauseantes e abertas, expostas para quem quer que quisesse ver.

– Porra! – Deixou-se praguejar o policial, em tom de surpresa e horror. – Eles...

– Estão vindo para cá. – Confirmou Arthur, já sabendo o que Jeoffrey iria falar. Charlottie entreabriu os lábios, enquanto observava o quão rápido os mordedores vinham para cima da vã. Estremeceu e lançou um olhar seco para Guilherme.

– Agora é bom usar sua arma, já que não é “frágil.” – E ele deu de ombros, arrogantemente. Embora a ruiva pudesse perceber seu medo.

– Com prazer, madame. – Ele confirmou.

– Quietos. – Sussurrou Red, erguendo sua mão. Assim fora obedecido por todos os membros da vã. Jeoffrey respirou fundo e virou-se para trás. - É melhor contornarmos. – Girou a chave na ignição e tentou manobrar a vã para trás, não escondeu sua surpresa ao sentir os baques altos e nojentos vindos de trás. A vã então parara.

– Acho que estamos... - Um grunhido alto chamou a atenção de Red, que assustado, empurra a si mesmo sobre o banco, a fim de se afastar da janela aberta. O mordedor estava enfiando suas mãos por entre a janela,tentando alcançar as pernas do jovem ruivo. - Tire isso daqui. – Gritou assustado, Jeoffrey apressou-se em pegar sua espingarda e mirar por entre os olhos do infectado. Mas não tão rápido, pois o mordedor fora atingido sobre a mira de Guilherme e seu corpo tombava para fora. Em questão de segundos, novas mãos tentavam alcançar Red.

– Temos que sair daqui. – Gritava Charlottie, atormentada com as lembranças dos dias em que andara sozinha. – Vai Jeoffrey...

O negro apenas acenou positivamente, enquanto voltava a manobrar a vã para trás, ignorando os mordedores que batiam e eram atropelados por estarem atrás. Red sentava-se normal agora, olhando para todas as janelas rodeadas pela horda.

– Não vamos conseguir... - ele dizia nervosamente, levando um tapa forte na nuca. Forte o suficiente para fazê-lo gritar.

Era Guilherme, com o cenho franzido.

– Cale a boca moleque. – Grunhiu com a Mossberg a posta para qualquer intruso que ousasse tentar ultrapassar as janelas. Red apressou-se em chutar o infectado que insistia em continuar na janela, o rosto quase completamente para dentro da janela, os braços já alcançavam os pés do ruivo.

– Que droga. – Murmurava Charlottie, enquanto sentia os chacoalhões devido a quantidade de mordedores ao redor da vã. – Jeoffrey...

– Acalme-se querida. - Pediu Arthur, mas a garota podia ver que não era só ela que estava desesperada. A testa daquele homem estava brilhante, suada demais. Respirava com dificuldade, como se não tivesse oxigênio suficiente na vã para si.

– Arthur... - Chamou-o tensamente.

– Eu estou bem.

Der repente a vã foi parada novamente, Jeoffrey pisou fundo no acelerador e fechou os dedos com força sobre o volante. Haviam atolado em montes de corpos de infectados.

– O que...? – Guilherme subiu as sobrancelhas, com descrença. -... Vamos descer.

– Descer? – Sussurrou Red, temeroso.

– Viu moleque? Porque se voluntariou a vir? – Grunhia Guilherme, com sarcasmo na ponta da língua. – Agora vamos usá-lo como isca.

– Guilherme, prepara-se. – Pediu Jeoffrey, respirando fundo. – Temos que sair de uma vez, entenderam? E estejam prontos, Charlottie... - chamou-a, e retirando uma machadinha da lateral da porta da vã, estendeu para a ruiva. -... tome.

– Eu...- ela murmurou,segurando o cabo de madeira com temor.

– E Red, fique perto. – Pediu Jeoffrey. Pelo o que parecia, haveria cooperação naquela fuga.

As batidas contra a vã vinda dos mordedores tornavam-se ensurdecedoras, além dos grunhidos. Assim que todos respiraram fundo, Jeoffrey acenou positivamente,e abriu a porta,ao mesmo tempo em que a porta de correr dos bancos de trás abria-se e os membros do grupo saltavam para fora,lutando para sobreviver a aquela horda.

Localização: Saída de Atlanta

Horário: 12: 31 A.M

Fazia alguns minutos que Adam estacionara o furgão diante do muro alto que, com placas de avisos, exigia distancia de pessoas não autorizadas. Ali, com casas idênticas de todos os lados, era uma reserva natural. Algo como reflorestamento. Talvez conseguissem pular o muro, se tivessem sorte. O pior é que o automóvel ficaria para trás.

– Tem certeza que deixar o furgão aqui é uma boa ideia tio? – Questionou Hector insatisfeito. Adam encarou-o, franzindo a testa.

– Como pensa em sair daqui? Por acaso pensa em voltar para a estrada? Como? Não a como sair com o furgão, conseguiremos outro carro Hector. – Dizia com um “que” de irritação.

Elliot engoliu a seco, segurando Pelota pela coleira de coro desgastada, a fim de pensar se era uma boa ideia sair dali. Adam apenas ignorou o estado do garoto e começou a encher as mochilas com os poucos mantimentos que tinha, guardados nos bancos traseiros.

– Tudo bem tio. – Hector aceitou de mal grado aquela sugestão, então voltou a observar o local, atrás de algum mordedor que viesse a interromper os planos dos três.

O silencio era interrompido pelos resmungos de Adam, que continuava a guardar as coisas na mochila, e a respiração de Pelota. Elliot bem que gostaria que ela fosse mais silenciosa, porem sabia que isso era pedir demais.

– Uma hora ou outra essa cadela vai nos atrapalhar. – Disse Adam, desconfortável com o barulho alto da respiração da cachorra.

– Não vai, ela é responsabilidade minha. – Anunciou Elliot com a voz firme, os orbes cerrados devido as palavras do homem mais velho com aparência de rockeiro.

– Sei não. – Murmurou Adam, agora puxando o zíper para poder fechar a mochila e logo em seguida jogá-la sobre um ombro. – Agora, temos que subir no teto do furgão e saltar sobre o muro.

– Mas e a Pelota?

Hector respirou fundo, sendo o primeiro a subir no teto do automóvel alto e robusto. Então cerrou os olhos sobre a região desabitada em que estavam.

– Pularei primeiro tio, e ai Elliot, você passa o animal para mim. – Ofereceu, aproximando-se do muro e percebendo que não era tão alto quanto pensava. Sem ouvir a resposta do tio ou do sobrevivente que haviam encontrado, impulsionou o corpo para cima, com os braços sobre o muro e conseguiu pousar sobre o topo do muro.

Sentou e olhou para o outro lado, da onde diversas arvores obscureciam a região reflorestada.Não havia nada,nem grunhidos,muito menos um mordedor. Sem tempo para piscar, saltou para o chão, sentindo os pés doerem com o impacto no chão. Deveria ter uns bons três metros e pouco. Olhou para entre as arvores e não viu nada, suspirou e colocou a pistola no chão. Avistou Elliot com sua cadela no colo.

– Pode jogá-la. – Disse em alto tom, esticando os braços para segura-la. Elliot hesitou porem soltou-a.

E como pensado, Pelota caíra diretamente sobre o colo de Hector, que afagando seu focinho, afastou-se para que Adam saltasse.

Minutos depois, com as reclamações de Elliot de que aquele pulo o machucara, Adam guiou-os floresta a dentro.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado,logo postarei a 3 parte de Lua Minguante.
Rewiens? Sugestões? Me mostrem se estão gostando dos capítulos,apreciarei de bom grado.
Beijos Sweet's



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