""Era uma vez uma menina,

"Era uma vez uma menina,

que tinha um amigo que vivia nas sombras.

Ela lhe lembrava a sensação do sol tocando sua pele,

do ar entrando em seus pulmões.

E isso a fazia lembrar

que ainda estava viva."

Fazia muito tempo que eu não me sentia feliz. Meu mundo inteiro tinha acabado de um dia para o outro, e me senti incapaz de seguir em frente antes do sr. Steiner voltar. Ele parecia tão triste quanto eu. O único que entendia muito bem o que era ver seu mundo nas cinzas.

Ele me chamou para trabalhar com ele depois de tudo. Eu fui. Assim como ele me ajudava, eu o ajudava. Tentava ajudar no máximo possível.

Steiner nunca seria papai, mas era o mais próximo disso que eu tinha, era o único que conseguia conversar comigo sobre o que aconteceu, ele sabia a hora que a dor ficava insuportável. Ele não tentava me animar com palavras, seu silêncio e sorriso dolorido faziam melhor efeito.

Era um dia como qualquer outro, o céu estava limpo e por algum motivo eu senti que o dia seria ótimo.

Mas eu acabei me chateando, foi um dia perfeitamente normal, e a clientela era baixa.

Alex terminou de arrumar o tecido sobre o balcão e ficou um minuto em silêncio olhando para o chão. Eu sei exatamente o que ele estava pensando, então me aproximei e peguei o tecido.

-Deixe-me guardar isso.

Coloco a mão em seu ombro e ele sorri.

Vou até a estante no armário, um quartinho atrás do balcão.

— Há alguém aqui com o nome de Liesel Meminger? 

Deixo a caixa cair. Por um momento meu coração para.

Não acredito!

Não pode ser! Eu reconheceria essa voz rouca em qualquer lugar.

Tentei ir com Alex à procura de Max, mas não tivemos sucesso. Não o encontramos em lugar algum.

ELE NÃO ESTÁ MORTO!

— Sim, ela está lá nos fundos — disse Alex. — Posso perguntar quem a está procurando?

Saio do armário e lá, atrás do balcão, está o lutador judeu, Alto, cabelo de plumas e olhos azuis.

Pulo o balcão rapidamente e pulo para seus braços abertos. Não me lembro de quando comecei a chorar, mas sei que sua roupa já está úmida.

-Max. -Digo com alegria e entre as lágrimas. -Você está vivo!

Abraço ele mais forte.

-Liesel...

que ainda estava viva."Era uma vez uma menina,

que tinha um amigo que vivia nas sombras.

Ela lhe lembrava a sensação do sol tocando sua pele,

do ar entrando em seus pulmões.

E isso a fazia lembrar

que ainda estava viva."