A manhã daquele domingo estava mais fria que o normal, Arthorios acordou antes do amanhecer para poder caçar, abriu um velho caixote feito de madeira no qual continha as suas poucas roupas, vestiu um casaco surrado e uma calça preta, colocou um cinto com fivela prateada que pertencera a seu pai e calçou botas feitas com pele de cervo, em seguida foi à cozinha, bebeu uma caneca de chá e saiu para mais uma caçada.

Poderia ter sido um domingo de caça como todos os outros, normal, mas durante a sua vasta procura por animas, Arthorios encontrou algo, uma adaga, aparentemente velha e enferrujada, com certeza não teria sido um animal que a deixou ali, e ninguém mais entrava naquela floresta, ninguém que ele soubesse.

O jovem decidiu ficar com ela pra si, alias poderia ser muito útil, ao tocar na velha adaga aconteceu o que ele sem dúvidas não esperava, um forte brilho vermelho correu por toda a sua lâmina até chegar ao punhal no qual estava escrito "Heligan", Arthorios logo percebeu que a adaga era uma peça rara, isto é, se não fosse única, decidiu então levá-la imediatamente para casa e a esconder, para que ninguém soubesse de sua existência.

Chegando em casa ele a encontra toda revirada, os ceifadores com certeza tinham passado por lá, aparentemente a procura de algo ou alguém, Arthorios correu desesperadamente pela casa a procura de Sophie, procurou nas redondezas e sem sinal de sua jovem amada, ele gritava o seu nome com toda a força que tinha, sem sucesso. Ele não podia acreditar, mais uma pessoa que ele amava tinha partido, ele não sabia se ela ainda estava viva, não sabia se estava bem e muito menos onde ela poderia estar.

O garoto já estava em prantos quando a adaga começou a brilhar em seu bolso ele a pegou e viu o rosto da sua doce Sophie, ela implorava por socorro e o garoto logo reconheceu onde ela se encontrara, era o calabouço do rei, poucas pessoas que já estiveram lá voltaram, e as que voltaram ficaram completamente loucas, era provavelmente o lugar mais sombrio de toda a Terra de Elides, ratos transitavam livremente por todo o local, pessoas loucas gritavam pedindo pela morte, e a pobre Sophie, sentada encolhida em um canto de uma das celas chorando desesperadamente.

Após ver onde Sophie se encontrara Arthorios saiu em busca dela, foi o mais rápido possível para o castelo do rei, embora soubesse lá no fundo que não importa o quanto insistisse, chorasse e implorasse, o rei Helmet era cruel demais para libertar alguém. Mas o garoto não iria desistir de sua amada assim, era a única pessoa na qual ele podia confiar, e acima de tudo, a pessoa que ele mais amava.