A mulher que fugiu deixou cair as chaves do carro, estacionado em frete ao cemitério. Ela estava assustada demais para lembrar que tinha um carro. Jack pegou as chaves do chão e andou até o carro. Lembrava bem como dirigir. Acenou para Chris entrar. Ela estava seguindo uma borboleta a voar. Ela levou a mão direita perto do rosto e esperou que a borboleta pousasse em sua mão. Assim que o inseto pousou, ela ficou admirando-o. Jack pensou: “Nossa, monstros também tem sentimentos. Que fof...”

Antes que Jack pudesse finalizar seu pensamento, Chris abriu sua boca e abocanhou a borboleta inteira de uma vez. Olhou para Jack e sorriu.

– Tá bom... – disse ele – Vamos logo para casa...

Quando ligou o carro, fez questão de ver no espelho se sua máscara tinha se encaixado. Para sua surpresa, a cabeça que antes era oval, estava como uma cabeça normal. Chegando a sua antiga casa, viu que ela parecia abandonada há meses... O tempo passa mais devagar no limbo.

Depois de semiarrumar a casa, deixou Chris descansando e saiu em busca de um coração para ela. Enquanto dirigia, abaixou o espelho novamente e ficou admiranda novamente a criação do doutor. Perdeu a atenção na rua e, após ouvir a buzina de um carro que vinha na direção oposta, percebeu que estava na faixa errada.

– Maldita rua de mão dupla... – murmurou.

Pensou em quando era vivo, quando as confusões no transito eram constantes. Sentiu saudades.

Quando olhou para a estrada novamente, enterrou o pé no freio para não atropelar uma figura em uma capa de chuva. Não estava chovendo.

Jack saiu do carro para ver se a moça estava bem. Ela era bonita, branca, bem clara, cabelos negros caindo em volta do rosto. Ela disse que o irmão iria buscá-la, mas ocorreu um imprevisto e ele não pode ir. Jack ofereceu carona e ela aceitou.