– Aah! – Gritou Jack, após se materializar ao lado de uma lápide no cemitério da cidade – Um baita mosquito, não?

Chris riu. Jack estava se acostumando com os sorrisos dela. Pareciam menos... Anormais. Jack se lembrava daquele lugar. Costumava visitar seus pais nos domingos. Na lápide ao lado, estava escrito:

“ Descansem em paz, Melissa e David Irish.”

Uma lágrima laranja brotou do buraco ocular de Jack.

– Tenham cuidado – Disse o doutor com sua voz mecanizada pelo aparelho comunicador

Próximo a eles, havia uma mulher, chorando sobre uma lápide e com uma flor nas mãos. Jack se aproximou e disse:

– Sinto muito, mas ele foi para um lugar melhor.

– Obrigado - disse a mulher, virando-se para ele – por se preocu...

Ela soltou um grito tão alto que quase os ensurdeceu. Chris levou as mãos às orelhas e Jack ao lado de sua abóbora. A mulher saiu correndo berrando palavras que os dois semi-surdos não entenderam muito bem. Algo sobre ser atacada por monstros.

Os dois se entreolharam. Mal chegaram à cidade e já causaram confusão.

– Ah, quase me esqueci, - disse o doutor - deixei duas máscaras de pele no bolso de Jack, uma de homem e uma de mulher. Para que vocês passem despercebidos.

Jack estava feliz. Entregou uma máscara para Chris e pôs a outra no rosto.

– Dessa vez, eu que vou te levar para sair – disse ele, sorrindo – Para lhe mostrar a cidade.

Chris riu, e depois disse:

– Tá bom, mas antes, você pôs a máscara errada.

Jack destrocou as máscaras e riu também. Ficaram uns minutos rindo da situação. Chris achou que conhecesse o lugar, mas as lembranças eram muito vagas. Afinal, o cérebro dela era de uma mulher morta... E esse cérebro demanda um coração. Mas... Para o infortúnio de Jack, tinha que ser de uma mulher viva...