But I'm a Slave escrita por Lu Sweet Girl


Capítulo 1
Prólogo.


Notas iniciais do capítulo

Bom, minha primeira fic sobre les mis, essa é apenas a ideia inicial. Espero que gostem e boa leitura.



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Ela ainda chorava pela manhã, dona Marta entrou no seu minúsculo quarto para tratar de seus ferimentos, mas de uma coisa Éponine tinha certeza: as feridas de seu corpo poderiam sarar, mas sua alma estaria marcada para sempre.

Era a terceira vez em nove anos que ela passava pela mesma coisa. Nove anos desde que se tornara prisioneira de guerra, uma escrava.

Nove anos de humilhações, torturas, chibatadas, abusos e violência. E ela ainda lembrava-se de tudo, afinal, como poderia esquecer as circunstâncias que a tornaram o que ela é hoje: uma escrava.

Éponine brincava pelo vilarejo com as outras crianças e com seu irmão Gavroche. Seu pai estava trabalhando e sua mãe como uma boa dona de casa cuidando da mesma e do jantar. Era uma vida perfeita. O que havia de errado em morar em uma simples casinha num vilarejo e levar uma vida humilde?

Nada aparentemente, mas para ele havia, seu reino estava em expansão, cada vez conseguia mais territórios, queria todos aos seus pés, ele não precisava daquela cidadezinha, mas ela era contra o seu governo, o desafiava e despertava o seu ódio. Como exemplo para seus inimigos resolveu mostrar o quão poderoso era, e que alvo melhor senão o seu minúsculo desafeto?

Era noite e todos dormiam em sono profundo, sono de quem trabalhou o dia inteiro para sustentar a família, ou de quem estava muito cansado de tanto brincar como a pequena Éponine. E o que foi capaz de romper o descanso da inocente criança? Um pesadelo talvez, mas o pesadelo que começou naquela noite nunca mais teve fim.

Todos corriam apavorados para fora de suas casas, a vila estava em chamas, corpos estavam em chamas. Os soldados do novo rei atacavam a todos sem piedade e sem nem ao menos segregar as crianças. Aos dez anos de idade Éponine viu seu pai ser morto de maneira cruel e violenta. As mulheres choravam descontroladamente ao lado dos corpos de seus maridos e filhos até serem traiçoeiramente apunhaladas pelas costas e perderem suas vidas também.

Éponine chorava abraçada ao corpo do pai até sentir dois braços a tirando dali. Virou-se e pôde enxergar o rosto de sua mãe inundado de lágrimas, procurou por seu irmão mais novo, mas não o viu, esse também tinha perdido a vida.

Saíram as duas fugindo por entre as matas no meio da madrugada na esperança de se salvarem e algum dia poderem reconstruir suas vidas, mas foi em vão, ambas foram capturadas e feitas prisioneiras desde então.

Sua mãe sobreviveu por mais dois anos, cuidando e defendendo a filha como podia, mas era uma escrava e tinha que servir aos seus senhores, no caso os soldados, homens de confiança do rei, era um triste destino.

Acabou engravidando e teve o destino de todas as outras mulheres em sua situação: o aborto forçado. Foi espancada até perder a criança, mas não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo deixando pra trás sua filha de doze anos sozinha e desprotegida num mundo cruel.

A única que se compadeceu da garota foi dona Marta, a defendeu até onde pôde, mas ela também teve que abranger os seus serviços como a sua mãe, no entanto diferente dela conseguiu sobreviver aos ferimentos de dois abortos.

Dona Marta tinha que cuidar de seus machucados quase diariamente, pois ela não aceitava a vida que tinha e estava a todo o momento desobedecendo, respondendo e desafiando os seus senhores, o que resultava em muita punição física, já tinha perdido as contas de quantas vezes viu Éponine chegar desmaiada das salas de tortura ou do tronco. Ela já tinha desistido de aconselhar a jovem a obedecer porque ela só obedecia a uma ordem depois de alguma agressão.

– Não se preocupe Éponine, você vai sobreviver... Assim como nas últimas duas vezes. Esses ferimentos não vão matar você.

– Não se pode matar quem já está morto dona Marta. – Murmurou com lágrimas escorrendo de seus olhos, mas sem nenhuma expressão facial.


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Notas finais do capítulo

Então, devo continuar? Se leu comente pra mim saber o que estão achando. Até breve. Bjs.



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