Dear Diamonds escrita por Mia Lovegood, Apaixonada por palavras


Capítulo 10
Escolhas


Notas iniciais do capítulo

Hey! Nunca ouvi tanto a palavra vestibular quanto nos últimos dias. Começo de ano complicado na escola... Vou tentar escrever mais no feriado, mas não dá pra prometer nada... Espero que gostem! (Era a Mia)



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Katherine Grey

A enfermeira do palácio que estava me atendendo parecia estar apressada. Limpava meus ferimentos com cautela, mas o mais depressa possível. Suas mãos tremiam um pouco ao pegar seus instrumentos de trabalho.

Resolvi não perguntar a razão, mas achei um pouco antiprofissional de sua parte. Enfermeiros tem que ser calmos e suaves, o trabalho deles é muito complicado e perigoso. Eles lidam com vidas.

Talvez fosse por isso mesmo que ela estava com pressa, eles lidavam com vidas, e era possível que algumas estivessem em risco naquele instante. Muitas pessoal pareciam feridas e o número de enfermeiros era limitado.

– A senhorita sente-se bem? - perguntou-me.

Antes que pudesse responder, uma outra criada aproximou-se de nós. Ela usava um avental que estava sujo de sangue e seus cabelos pretos estavam presos em um rabo alto. Parecia cansada.

– Com licença - ela pede, olhando para mim.

Assinto levemente quando percebo que ela pediu minha licença e eu precisa dar uma resposta.

A criada se ajoelha ao lado da enfermeira que estava cuidando de mim e fala baixinho:

–Você ainda tem aquela pinça reserva?

–Sim, por que?

–Preciso emprestada. Duas Selecionadas estão muito feridas e não consigo retirar alguns cacos de vidro de sua pele.

A enfermeira assente, como se falasse que entendeu e diz:

– Claro, pode pegar. Está naquela maletinha.

– Obrigada.

A criada vai para o meu lado direito, onde a caixinha de primeiros socorros da enfermeira está. Abre-a e começa a procurar pela pinça.

A enfermeira volta a passar o algodão pela minha pele. Sinto uma leve ardência, mas não reclamo.

– Quais selecionadas estão feridas?- pergunto, olhando diretamente para a criada.

Ela levanta a cabeça e responde rapidamente:

– Anna Luiza Cremonezi e Alícia Swan.

Forço minha memória tentando me lembrar. Alícia, loira de cabelo cacheados. Consigo lembrar-me e Anna Luiza... Hahaha... é menina barraqueira, não tem como não se lembrar dela. Cabelos pretos na cintura, extremamente alta. E, por algum motivo, sinto que ela atraiu a atenção de Adam.

– Como elas estão? - estou apenas curiosa, até porque não sou muito amiga delas.

– Irão sobreviver, mas estão completamente feridas. Elas conseguiram sair do salão só depois que o tiroteio começou. Foram resgatadas pelo príncipe e seu primo, Jared.

Meus olhos se arregalaram levemente. Não conseguia acreditar. Como uma coisa dessas poderia acontecer dentro do palácio?

O palácio era para ser o lugar mais seguro de Illéa.

Isso significa que não existe um lugar seguro? Que nunca estaremos a salvo?

Nem aqui dentro?

*****

Demoraram dois dias para o salão ser arrumado.

Dois dias sem comentar sobre o assunto. Dois dias em que não falaram nada sobre isso no Jornal Oficial. Dois dias que todos nos entreolhávamos querendo falar sobre. Dois dias nos quais fingimos que nada aconteceu.

Isso me angustiava, me deixava nervosa. Quer dizer, o quão ruim a situação estava sem o povo nem saber? O quanto a família real nos enganou com as suas mentiras? O quanto do que eles falam é verdade?

E todas essas perguntas me levam a uma maior: Eu deveria estar aqui?

Enquanto todos esses pensamentos corriam soltos pela minha cabeça, eu desenhava. Traços e mais traços sem sentido, que logo formariam alguma coisa. Quando a raiva começou a dominar-me, pressionei o lápis com tanta força no papel, que sua ponta se partiu.

Suspirei de frustação.

– Problemas no paraíso? - ouvi alguém dizer.

Reconhecia aquela voz mesmo estando de olhos fechados. Illéa toda reconheceria . Era Adam.

Virei minha cabeça e o observei. Calça social, sapatos pretos e uma blusa de botões. O que realmente me surpreendeu foi o fato de seu cabelo estar levemente desarrumado.

–Problemas no inferno, na verdade - retruco.

Ele parece ficar meio chocado com minha resposta, mas dá risada. Chega um passo mais perto e pergunta:

– Posso sentar-me?

Sorrio educadamente.

– Claro.

Ele se senta, tomando cuidado para não cair.

Penso que esse, na realidade, é o nosso primeiro encontro - se é que posso chamar uma conversa na grama de encontro.

– Katherine, certo?

Confirmo com a cabeça. Claro que ele não tem certeza do meu nome, Adam não conversou com muitas meninas ainda. Eu sei disso porque nós, selecionadas, conversamos muito ntre nós. Claro que existe uma maioria que mente para tirar vantagem, mas ainda dá para ter uma ideia.

O rei, a rainha e o príncipe parecem estar tão ocupados ultimamente que penso que mais alguma coisa está acontecendo. Alguma coisa que eles não tem coragem de contar-nos. O último ataque rebelde que sofremos só me fez pensar ainda mais nessa possibilidade.

–Então, Katherine...de que casta você veio?

Dou uma risada e respondo:

–Alteza, sinto muito, mas eu acho que esse é um modo horrível de tentar puxar assunto.

Ele ri e levanta uma sobrancelha.

– Por que?

– A sua casta diz pouco sobre quem você é na verdade. É um jeito de generalizar as pessoas, não dá para conhecer nada generalizando.

–É um bom argumento, Katherine.

Percebo que ele é um pouco informal comigo. Me pergunto a razão.

–Então... gosta de desenhar? -pergunta ele.

Olho para o caderno no meu colo.

–Sim, gosto de desenhar roupas.

–Você desenha as suas próprias?

–Algumas, mas poucas. Acho as minhas criadas muito melhores nisso do que eu - dou uma risadinha, ele me acompanha - É mais um hobby. E você, algum hobby?

Ele parece pensar por alguns segundos. Depois de um tempo, responde:

–Alguns, mas não tenho muito tempo livre. Gosto muito de fotografar e adoro música. São talentos que herdei dos meus pais.

– A rainha canta muito bem - comento, lembrando de quando a vi num programa na televisão que mostrava-a numa apresentação quando ainda era cinco.

Ele sorri com o meu comentário.

–Sim, ela canta.

Ficamos um tempo em silêncio, apenas olhando e pensando para o nada. Um silêncio um tanto quanto motivador.

– Vai fazer alguma coisa mais tarde?- pergunto a ele.

– Não sou eu quem deveria te perguntar isso?

– Olha o machismo...

Adam ri.

–Quer assistir um filme lá pelas 18? - pergunta-me.

– Claro - respondo.

POV Adam Schereave

Katherine me pareceu uma menina, no mínimo, interessante. Até agora foi uma das poucas que não tentou paparicar-me e apenas mostrar o seu melhor. Pergunto-me o porque de nunca ter conversado bem com ela. Jurava já ter falado com todas as garotas.

Na última semana - principalmente depois do ataque, venho tentando prestar atenção nas meninas e achar características positivas em cada uma.

Daqui alguns minutos devo passar no quarto de Katherine, então termino de arrumar o cabelo - o que só faço para evitar broncas de minha mãe, já que não tenho problemas em deixa-lo bagunçado.

–----------------

Kathy - que é como chamo Katherine agora - e eu nos divertimos muito em nosso encontro. Vimos dois filmes, já que não conseguíamos decidir o melhor e teríamos visto outros, se não fosse o fato de minha mãe ter me chamado para jantar.

E foi aí que meu dia foi estragado.

Várias organizações de rebeldes foram sinalizadas desde o último ataque, há dois dias. Meus pais já não sabem o que fazer. O senso calcula que são cerca de quarenta pessoas, filhos de rebeldes sulistas que invadiram o castelo quando a seleção de meu pai estava prestes a terminar.

Meu jantar foi arruinado quando vossa majestade - vulgo meu pai, resolveu chamar conselheiros para jantar conosco.

Quase todos eles acreditam que devemos colocar fogo nos acampamentos dele, assim "cortamos o mal pela raiz". Minha família e eu não concordamos. Podem haver crianças entre essas pessoas. Tem que existir alguma solução melhor.

Os poucos que não acreditam que incendiar seja a melhor resposta, creem que eu terminar a seleção logo pode ajudar.

Com a seleção, o castelo fica com menos guardas, que precisam proteger bem mais gente, pois alguns foram enviados pra proteger a família das meninas - uma medida preventiva exigida por minha mãe, que não quer que casos como ocorreram na seleção dela, quando uma parente de Natalie, uma das selecionadas, foi assassinada. Além disso, segundo eles o governo fica mais estável quando a seleção acabar e poderemos focar mais no problema dos rebeldes.

No final ficou decidido que eu teria dez dias.

Em dez dias eu teria que ficar noivo. Noivo.

Depois desse conturbado jantar, fui para meu quarto.

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Já passa da meia noite e nada do sono vir.

Vir ele até veio, mas acho que a preocupação não está deixando-me ormir.

Clique aqui ouvir enquanto lê

Shine a light on her (eh, eh, eh)

Shine a light on her (eh, eh)

If anybody sees her

Nos últimos dias, a música tem sido meu conforto. Mais que a fotografia, mais que tudo.

É certo deixar essas meninas aqui, correndo perigo?

Evidente que não, mas é certo me obrigarem a casar tão rápido, a escolher tão rápido?

Ser príncipe nem sempre um mar de rosas.

Tell me can you hear my voice

Loud and clear above the noise

Even if I had the choice

I would not give up

Where can I find her

Eu tenho uma escolha a fazer. E, se é para fazer rápido, quanto mais rápido melhor.

Levanto-me rapidamente e procuro as fichas das selecionadas. Fico quase uma hora analisando-as e, no final, tenho apenas seis na mão.

Amanhã será um grande dia.


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Notas finais do capítulo

Sim, eu sou GD. Ninguém reclamou sobre a música no capítulo passado, espero que tenham gostado. Comentem dizendo o que estão achando, ajuda a deixar a história melhor e eu amo responder e ler (: O que acharam? Espero que tenham gostado. Beijos, Mia.

Oie galera.Como vão vocês,aqui estou eu!
Quero avisar que teremos apenas, no máximo, mais 10 capítulos. Mas acho que o final vai ficar muito bom.
Beijinhoos