Meu Querido Chefe escrita por Callie Adraude


Capítulo 27
Vinte e Sete


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas. Estou de volta, e sei que demorei muito não é? Bem, havia explicado a algumas leitoras que meu computador quebrou e só Deus sabe quando irei consertar já que a minha casa está em reforma e minha mãe disse que não vai se preocupar com isso agora. Foi triste o meu fim. Mas como eu havia escrito este capitulo em meu caderno, estou na casa da minha vizinha e digitei-o. Agora estou postando. Não sei quando postarei o próximo, mesmo se eu demorar não se desesperem, por que não vou abandonar a fic. Sem mais delongas aproveitem o capítulo. Simmm, não sei se vocês irão gostar do que vai acontecer. Ahhhhh e sejam bem vinda as novatas.



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Não queria acreditar no que via. Aquilo não podia ser real. Ele estava beijando-a. Sem o menor pudor ou receio do que aquele ato poderia lhe ocorrer. Fiquei parada com a porta aberta como uma tonta olhando. Mas apenas fiz isso para lembrar-me o quanto de azar tenho na vida. Depois de um súbito de consciência, me veio a mente a coisa mais racional.

Saí daquele local sem me preocupar em fechar a porta. Eles não perceberam que eu me encontrava ali. Andei, bem, na verdade corri o mais rápido que os meus saltos permitiam, segurando as lágrimas que custavam em descer. Minha vida acabou de vez. Não posso continuar trabalhando para o John e vê-lo novamente com a Morgana depois do que houve entre nós. Isso é demais para mim.

Viro-me para ir em direção as escadas e ouço Kyle gritar meu nome. Não quero parar e não vou parar. Meu cérebro não está com muita paciência para escutar besteiras de galanteador barato. Meu coração acelera as batidas quando John grita por mim. Ouço o som do elevador e por incrível que pareça, impressionando até eu mesma, entrei na caixa de metal e apertei o botão para o térreo. John corre rápido entre os outros detetives e funcionários tentando me alcançar, contudo não é rápido o bastante para conseguir entrar no elevador.

Respiro fundo quando me vejo sozinha naquele cubículo, não me importando que aquela porcaria segurada por cabos me afetava. Solto um soluço sentindo as lágrimas quentes descerem pelas minhas bochechas. Sei que elas não vão parar nem tão cedo. Me sentia tão magoada. Traída. Eu fui traída. Mesmo que nós não tínhamos nada concreto, é uma traição, não é?

Pego meu celular na bolsa e ligo para o Demitri. Sei que em qualquer situação ele irá me ajudar.

– Claire! Pensei que só teria notícias suas amanhã ou semana que vem. Por que você e John estariam no maior... O que aconteceu? - muda de assunto quando ouve o meu soluço.

– Foi uma merda. - despejo gaguejando por causa do choro. - Ele estava beijando ela.

– Ela quem? - Demitri pergunta exasperado. - Me diz o nome dessa vagaba que eu vou quebrar a cara dela.

– Aquela loura azeda da Morgana.

– Venha para casa. - ele disse calmamente, mas senti a tristeza e o consolo em seu tom. - Vamos conversar um pouco. Estou te esperando com sorvete e chocolate.

– Está bem. Te vejo daqui a pouco.

Desligo e volto a chorar compulsivamente. Eu sou uma droga mesmo. Uma idiota de achar que as coisas dariam certo entre o John e eu. Ele não é um cara de relacionamentos. E eu tinha razão, ele prefere as louras e não uma morena baixinha como eu. Que nunca me dei bem em nenhum relacionamento em toda a minha vida. O sexo comigo não deve ter sido um por cento do que é com as suas mulheres preferidas.

A porta do elevador abre e corro mais ainda para a saída. Peço um táxi desesperadamente ao chegar na calçada. John aparece na porta pingando em suor. Deve ter descido as escadas correndo como um flash. Não sei o que deu em mim. Ou foi minha total falta de controle sobre minhas pernas em querer atravessar para o outro lado da rua. Simplesmente corri para pista, entre os carros.

Meu corpo foi para longe em um impacto forte. Minha cabeça bate pesadamente no asfalto. Sinto todo o meu corpo doído, mas principalmente a cabeça. Minha respiração estava lenta, aquilo me preocupava. Mas a dor me consumia e não estava conseguindo ficar consciente. Sinto meu rosto ser acariciado e gotas quentes caírem no meu nariz e bochechas. Vejo tudo borrado, entretanto, consigo ver duas esmeraldas brilhando.

– Estou no paraíso? - pergunto.

– Bem longe disto. - uma voz grossa e arrebatadora responde. - Está em uma merda de uma enrascada.

– Me ajuda sair dela?

– Sempre nos ajudamos, Claire. - diz soluçando. - Sabe disto.

***************

Sinto o ar gelado e o cheiro horrível que reconheço ser de hospital. Ainda sinto minhas palpebras pesadas. Estou com preguiça de fazer força para abri-las. Aspiro forte, mesmo não sendo um cheiro agradável precisava de ar. O silêncio dominava o recinto, que deveria ser o meu quarto no hospital.

Tomo coragem mais uma vez na minha vida e abro os olhos. Protejo minha visão da claridão com a mão. Pisco várias vezes os olhos para me acostumar com a brancuridade que era o quarto.

Sento-me para ver a minha situação. Fios no meu braço lingando-me ao soro. Há quantos dias estou aqui? Caramba! Estou mais cansada que o habitual, isso não é bom. Ouço vozes vindo do lado de fora do quarto e a porta subitamente abre.

– CLAIRE!

John, Demitri, um homem que reconheci ser o meu vizinho, o nojento do Kyle, um homem moreno e um louro super lindos correm me abraçando em um abraço coletivo. Fico meio sem jeito com todo aquele afeto sem preço. Por que eles todos estavam aqui?

– Claire. Graças aos céus você acordou.

Estranho a atitude de John. Ele segura meu rosto com as mãos e dar-me vários beijos. Tirei suas mãos de mim bruscamente deixando-o atordoado. Quem ele pensa que é? O rei da cocada preta? Isso não funciona comigo. Vejo que seus olhos estão um pouco roxo e seus braços e pescoço tem pequenos arranhões que estão se curando. Aposto que em uma de suas investigações.

– John. Desde quando eu te dei essa intimidade?

Todos eles franziram a testa olhando para o teto como se não quisessem nada.

– Sei que está com muita raiva do John, Claire. - Demitri fala. - Eu também estou. Até dei uma boa surra nele.

– É. Quando ele nos explicou o porquê de você atravessar a rua daquele jeito, não conseguimos nos controlar. - explica o louro um pouco sem jeito.

– Desculpa. Mas quem é você?

Pergunto de uma vez. Não conseguia me lembrar de onde o conhecia.

– Como assim quem sou eu? - ele pergunta sem entender, mas quem não estava entendendo era eu.

– Eu não sei quem é você.

– Claire, esse é Gregory. Um amigo do John, bem, nosso amigo também que está hospedado no seu apartamento. - o moreno explica. Afinal, quem era ele também?

– Isso não pode ser verdade. Não me lembro de nada disso.

– Você o quê? - todos perguntam em uníssono.

A porta abre novamente e Fred entra. Todo galanteador e sexy como nunca. Meu sorriso se alargou de orelha a orelha ao vê-lo. Estava com muita falta dele. Nunca me senti assim antes. Ele vem a mim e me abraça. Não recuso e envolvo meus braços ao redor do seu pescoço.

– Oi, Claire. - ele diz se sentando ao meu lado. - Você me deu um baita susto.

– Desculpe. - peço.

– Ei, - John exalta com a voz alterada. Senti raiva em seu tom, contudo, não entendi o por quê. - O que você faz aqui?

– O Fred pode ficar aqui. Ele é meu namorado, mais íntimo que vocês.

– Como é que é? - o que deu nesses homens para falarem todos em uníssono. Impressionante que até o Fred entrou para o grupo.

– E não é?

– Sou. - Fred responde todo bobo.

– Você não é porra nenhuma dela. Ela é minha.

John levanta Fred pelo colarinho. Fico atordoada. Não entendia a reação de John. E quando estava prestes a pedir para ele soltá-lo, John soca o queixo de Fred com uma força extrema. Minha boca se abre pelo choque de ver aquilo. Não quero me sentir como se fosse a fêmea no cio e os machos brigando para quem irá se apoderar dos meus “conteúdos”. John continua a socar Fred que às vezes conseguia revidar. Demitri se senta ao meu lado e passa um braço pelos meus ombros.

– Demitri, faz eles pararem.

– Eu não. - responde maleficamente. - Estou adorando isso. É ISSO AÍ, JOHN. ACABA COM ELE.

– Parem com isso. - peço gritando.

A porta abre mais uma vez e vários enfermeiros entram e foram imediatamente separar os dois. Meu coração se enche de alívio, entretanto preocupação também. Fred foi o que saiu surrado da briga, mas não era com ele que estava preocupada. Olho para John sentindo temor pelo o que aconteceu a ele.

– Quero que todos saíam agora! - grita um medico na faixa dos cinquenta anos.

Um por um vão saindo sem antes me darem um beijo na testa ou no cabelo. John é o último e além do beijo na testa, ele acarícia minha bochecha. Sussurrando “Te vejo mais tarde” para mim. Aceno com a cabeça afirmando por que minha bochecha estava formigando e fiquei meio sem jeito de responder.

Oh meu Deus. O que está acontecendo? Fico sozinha pelo que parece uma eternidade, mas no relógio do quarto apenas mostrava que passou uma hora. Tenho que sair daqui. Odeio hospitais. Apenas o cheiro me dá náuseas. Deito novamente na cama tentando relaxar. Queria saber há quanto tempo estou aqui. Não deve ter sido muito. Os garotos apenas exageraram. Eu acho. E o que aconteceu para eu estar aqui? Sento-me novamente quando a porta é aberta.

O médico fecha a porta e pega um bloquinho de anotações do jaleco e caneta. Seu nome era dr. Fuller pelo que vi escrito em seu broche. Ele pega um banco e senta do lado da cama.

– O que aconteceu para eu parar aqui?

– Você foi atropelada por um carro enquanto atravessava a rua. Não lembra?

Olhei para o nada tentando fazer o meu cérebro voltar a cena. Tudo que conseguia ver era uma luz branca e mais nada. Será que apenas lembro dos faróis acesos? Não pode ser. Não tem como uma pessoa apenas lembrar de uma luz. Isso é impossível! Não é?

– Pela confusão que seus amigos faziam, você aparentemente perdeu a memória. - continua. - Você bateu a cabeça muito forte no asfalto, isso deve ter afetado alguma parte do cérebro.

– Não perdi a memória. Lembro-me de onde nasci, meu nome, meus pais.

– Vamos ver. - diz. - Qual é seu nome?

– Claire McAdams.

– Idade?

– Vinte e três.

– Quem são aqueles rapazes lá fora?

– O Fred é meu namorado, - por que gaguejei com a palavra namorado? - o Kyle é meu colega de trabalho, o Demitri é meu melhor amigo, o Keenus, eu acho que seu nome é esse, é meu vizinho. O John é meu... meu...

– Seu? - insistiu.

– Ele é meu chefe. - algo dentro de mim não queria dar esta resposta.

– E os outros dois?

– Eu não sei quem são. - fiquei em dúvida de responder isso, mas é a verdade. - Nunca os vi em toda minha vida.

– Srta. McAdams...

– Claire, por favor. - corrigio-o.

– Claire, você sabe em que ano estamos?

– 2011. - acho que ele está achando que sou retardada.

– Temos que fazer alguns exames.

– Como assim doutor? - pergunto já prevendo o pior. - O que há de errado comigo?

– Estou presumindo que você perdeu a memória parcialmente.

– Parcialmente? - o que ele queria dizer com isto?

– Bem, Claire, você não tem vinte e três, e sim, vinte e cinco.

– Não, isso é um engano.

– Não é, não. - ele respira fundo e volta a explicar. - Pelo o que seu melhor amigo me contou, o Demitri. Não é? - afirmo com a cabeça. - Ele disse que você odeia o seu colga de trabalho.

– Eu o odeio desde que o John o contratou.

– Deixe-me terminar, por favor.

– Tudo bem. - descanso a cabeça no travesseiro. - Desculpe.

– Também explicou que o seu vizinho é seu vizinho a um pouco mais de cinco anos. Que fazem exatamente dois anos que você terminou com o seu ex namorado.

– O Fred?

– Sim. Que o John Smith é o seu chefe mesmo e vocês estavam tendo um, como posso chamar, um namorico recentemente.

– John e eu? - ele acenou a cabeça. - Não. Isso é mentira. Eu nem faço o tipo do John. Ele gosta de louras altas. Tipo aquelas Barbies que andam por aí.

– Bem, todos os outros confirmaram. - ele deu de ombros. - E os outros dois você os conheceu semana passada, por isso não deve lembrar deles. E, Claire, estamos em 2013.

– Não. - gritei. - Você está mentindo para mim.

– Eu sou um médico sério, srta. McAdams. - falou severamente, mas senti pena em sua voz. - Iremos fazer os exames e ver o que podemos fazer.

– Tudo bem.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram do que aconteceu ou vai dar uma confusão? Deixem suas opiniões nos comentários.