Meu Querido Chefe escrita por Callie Adraude


Capítulo 10
Dez


Notas iniciais do capítulo

Pessoas do meu cori, aqui está mais um capitulo para vocês. Espero que gostem.
Bem vindas lizzy_16 e Lore Valdez, fico feliz que vocês estejam tambem comigo.
Boa Leitura.



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A primeira coisa que me vem à cabeça é um cheiro horrível de mofo. Minha cabeça latejava, parecia que tinha levado uma pancada. Espera, eu levei uma pancada. Uma pancada forte para falar a verdade. Senti uma vontade enorme de coçar os olhos e queria levar as mãos ao rosto, mas algo dificultava. Mas que merda. Além de ser sequestrada tinha que estar amarrada. Deixa de ser burra, Claire. É um sequestro, os sequestrados tem que estar amarrados.

Estou sentada em uma cadeira. Nada confortável. Meus braços atados para trás do meu corpo e da cadeira pareciam estar presos por fita isolante. Meus pés não estavam amarrados, o que achei estranho. Esses bandidos devem ser mais incompetentes do que eu imagino. Graças a Deus continuava com a camisa de botões branca. As luzes da sala encontravam-se apagadas sendo iluminada apenas por duas janelas. Mesmo com a pouca iluminação, dava para reconhecer que era um escritório. Escritório bastante bagunçado. O pior de tudo era o cheiro deste lugar. Mofo misturado com drogas.

Olho para frente e vejo um homem sentado no canto do escritório. A escuridão encobria seu corpo dificultando para ver seu rosto. Encaro-o mesmo não sabendo qual a sua expressão. Se tiver que morrer, já teria batido as botas. A pouca luz só me deixava perceber que era um magrelo.

– Ei, você? – Disse para o estranho – Por que me sequestrou?

O cara não falou nada. Sinceramente isso está me deixando irritada. Olho-o com raiva. Mexo as mãos tentando solta-las. Tinha que sair daqui. Preciso sair deste lugar. Espera, estou esquecendo alguém. Ah, droga. John. Por que você tinha que existir? Respiro fundo e tento um novo dialogo.

– Ah, senhor sequestrador. – Chamo-o – Será que você pode conversar comigo?

– Não temos nada a conversar.

Caramba, como ele era direto. Sua voz era grossa, mas decidida e firme. Porem não irei desistir tão fácil.

– Não queremos nada de você – Diz levantando-se – Apenas com a merdinha do seu namorado.

– Namorado? – Exclamo caindo na gargalhada – O John não é meu namorado é meu chefe. Puta merda.

Digo me xingando mentalmente. Estava entregando tudo. Ele solta uma risada estridente e fico assustada. Mas tenho que admitir era contagiante. Comecei a rir também. O que? Claire se concentra. Não é hora para rir. Vi em filmes que você tem que ir na onda dos bandidos. O cara parou de rir e se levantou. Meu sorriso morreu. É, comprovei, ir na onda dos bandidos não dá certo. Ele andou vagarosamente em minha direção e a luz solar que provinha da janela iluminou-o.

Tinha que admitir. O homem era lindo. Seus cabelos dourados repicados, mas não eram bagunçados. Seus olhos de uma cor âmbar magnifico. Não pude deixar de ficar com a boca aberta. Ele usava um terno, sem o paletó e as mangas da camisa dobradas até o cotovelo. Deve ser um bandido moderno. Deixava-o elegante, mas não tão quanto John. Porem, mesmo assim era bonito. Para tudo. Claire, você não pode contempla-lo. Coloque isto na sua cabeça. Agito a cabeça para voltar ao normal.

– Como o desgraçado do John conseguiu uma secretaria que aguentasse suas loucuras? – Como ele estava calmo.

– Me pergunto até hoje por que o aturo. – Digo muito baixo.

– O John é rico – Fala rindo – Ele deve te pagar muito bem.

– Ele foi meu primeiro emprego e não sei por que não arrumei outro.

– Sei, - Pronuncia coçando o queixo – Então por que não procura outro agora?

– Olha aqui, isso não é da sua conta. – Exclamo exasperada – E voltando ao sequestro, onde está o John?

– Não se preocupe - Não gosto do cinismo que existe nesse cara – John não estará entre nós amanhã.

Engulo em seco. Esse homem vai matar John. Preciso dar um jeito de salva-lo urgentemente.

– Quem é você? – Pergunto forçando para não gaguejar devido ao medo.

– Você saberá com o tempo. – Essa não é a resposta que eu esperava. Esses bandidos maléficos sempre gostam de esbanjar a sua identidade para causar pavor. Por que ele não fez isso?

– Você consegue ser mais imbecil que o John – Digo sem pensar.

– Gostei de você – Esse cara era algum tipo de retardado – Você não tem medo de morrer. Claro, trabalha com o John.

Ele se aproxima e fico receosa. O que ele vai fazer agora? Mordo o lábio inferior coisa que não faço há muito tempo. Ele passa os olhos por mim e abaixo a cabeça. Não sei se é por causa do medo ou da vergonha. Dou graças aos céus que o meu cabelo caiu cobrindo o meu rosto. Sinto seus olhos me analisando e não ouso levantar a cabeça. Ouço algumas batidas na porta e depois sendo aberta.

– Senhor, ele acordou.

– Que bom. – Responde o sequestrador, sua voz ficou bastante maldosa – Fique aqui.

O sequestrador vai até a porta e seu capanga entra.

– Não toque nela. – Diz rudemente e depois sai da sala fechando a porta.

Levanto a cabeça vendo que o capanga se encontrava perto da porta. Um cara esquisito todo vestido de preto. Faço minha mente processar em um modo de sair daqui. Olho para os lados e faço o que me vem à cabeça.

– Seu bandido? - Ele olha para mim e faço de tudo para não fazer uma cara de horror. – Eu quero ir ao banheiro.

– Não posso fazer nada. – Que insolente.

– Por favor, estou super apertada – Pedi – Pode me deixar amarrada mesmo.

Ele me olha com desconfiança, mas se aproxima cedendo. Ele se aproxima o suficiente para que pudesse acerta-lo em cheio as suas partes baixas. Quando inclinou o corpo segurando o seu precioso dei-lhe uma cabeçada que por incrível que pareça o desgraçado desmaiou. Fechei os olhos com força por causa da tontura. O capanga tinha a cabeça dura. Vejo-o desmaiado no chão e me levanto. Começo a procurar algo cortante para cortar esta fita isolante.

Acho cacos de vidro em um canto do escritório. Abaixo-me de costas para poder pegar um pedaço de vidro. Pego o primeiro que as minhas mãos tocam e começo a partir a fita. Com muita dificuldade consigo corta-la. Livro-me das fitas e fico com os pulsos formigando. Massageio-os para a circulação de o sangue fluir melhor. Acho o rolo de fita isolante na mesa e o pego.

Tento pegar o capanga para coloca-lo na cadeira, contudo o cara era muito pesado. Como consegui apagar um cara desses? Não esperei resposta da minha mente, amarrei o cara no chão mesmo. Juntei suas mãos e passei bastante fita isolante e também nos pés. Coloquei em sua boca para não fazer alarde quando acordasse. Pego um molho de chaves que estava no bolso da camisa. Reviro os bolsos da calça e por sorte acho um telefone. Caramba! Se eu ligar para a policia vão chegar aqui com aquelas sirenes barulhentas e esses bandidos vão acabar matando o imbecil do John. Já sei, vou achar o John primeiro e depois ligamos para a policia. Tem que dar certo. Preparo-me para sair da sala.

Abro uma brechinha da porta vagarosamente. Espio para ver se tem alguém e vejo um homem em cada canto do corredor. Droga, o que vou fazer agora? Fecho a porta e começo a martelar o meu cérebro. Fiz tudo isso até agora então tenho que continuar. Mas não consigo pensar em nada e ainda tenho que achar o idiota do John. Tenho que parar de xinga-lo, ele deve estar sendo torturado. Chuto a barriga do capanga com raiva. Sento na cadeira onde estava amarrada frustrada. Se eu sair com esse outros caras aí fora vou morrer.

– Merda – Reclamo jogando a cabeça para trás.

Olho atentamente para o quadrado que estava no teto. É isso, pelo tubo de ventilação. Jogo tudo que está sobre a mesa no chão, inclusive o conteúdo das gavetas. Arrasto-a para ficar bem embaixo do quadrado. Como sou baixinha a mesa não será o suficiente. Pego a cadeira e a posiciono também embaixo do quadrado. Subo na mesa e com bastante equilíbrio consigo subir a cadeira. Tiro a tampa e coloco o celular primeiro. Com muito esforço, me penduro nas abas e entro na tubulação de ar.

Pego o telefone e me arrasto para ver se encontro John. Não é como nos filmes, andar por aqui é bastante pacato. Tinha que escolher a direita ou à esquerda. Então fui para a esquerda. Arrasto-me mais um pouco e consigo ouvir vozes. Que bom, estou conseguindo. Sigo o som das vozes e acho a sala onde John está mantido preso. John estava horrível. Sentado no chão atado com os braços para cima preso pelo que parecia ser algemas. Vestia apenas a cueca Box preta. Não havia nada na sala, apenas John, o sequestrador e outro capanga encostado na porta. Por que esses capangas tem que estar de preto? Ouço o sequestrador pedindo algo ao capanga o chamando de Luke. A conversa continua e não dou à mínima. Saco o celular e entro na agenda telefônica. Tento achar o numero de celular deste tal Luke e o encontro. Aperto o botão para chamar.

O celular do Luke começa a tocar e ele atende. Com a voz baixa e abafada para não me ouvirem falo:

– Alô, por favor, poderia falar com John Smith?

– Quem é Luke? – Pergunta o sequestrador.

Olho pela frestinha da tampa de ventilação. Luke fica um pouco pasmo e olha para o sequestrador que esperava por respostas.

– É uma mulher, quer falar com ele. – Fala apontando para John.

– Aquele incompetente a deixou fugir. – O sequestrador grita correndo porta a fora.

– A deixe em paz – John grita para eles.

Luke o segue. Essa é a minha deixa. Tiro a tampa do tubo de ventilação e me jogo para o chão. Acho que vi estrelas neste momento. Meu corpo atingiu o chão com tudo. Fico parada durante um tempo para recobrar a consciência. Levanto-me depressa e corro até John. Ele levanta a cabeça e dá um sorriso bobo. Não pude deixar de rir do seu rostinho lindo.

Seu nariz estava sangrando e seu lábio inferior cortado. Seu olho direito estava um pouco arroxeado. John acabaram com você.

– Claire, é você? – Coitado. Parecia que estava embriagado.

– John você não está bem – Digo pegando as chaves que tinha roubado do capanga desmaiado e abrindo as algemas – Vamos voltar pra casa.

Ele faz um sim com a cabeça enquanto massageia os pulsos. Corro até suas roupas rasgadas que estavam no chão. Seu celular já não prestava para nada, haviam quebrado ele em pedacinhos. Sua carteira não se encontrava na bagunça o que acho que passaram a mão. Pego alguns pedaços da do que antes era a sua camisa e vou até ele. Coloco o tecido em seu nariz para tentar limpar o sangramento.

– Vem John – Peço ajudando-o a levantar-se do chão – Temos que ir antes que eles voltem.

Abro a porta da sala e boto a cabeça para fora. Não tem ninguém. Dou sinal a John para me seguir e ele faz. John continua segurando o tecido no nariz. O corredor estava escuro, nenhuma lâmpada acesa. Isso dificulta a nossa fuga. Olho para uma porta avisando que aquela era a direção das escadas. Pego um dos pulsos de John para descermos de escadas. Quando chegávamos perto do outro corredor ouvíamos passos. Era muita infelicidade. Lá estava, o sequestrador.

– Peguem eles. – Gritou para os seus capangas que apareceram atrás dele.

Abri a boca para gritar, mas John me puxa pelo braço. Viro-me para ele que aponta para uma portinhola na parede. Ele abre a portinha e a segura. Essa é a tubulação que vai direto para o lixeiro. Já não basta ficar seminua tem que ficar suja.

– Pula. – Pede.

– Não.

– Agora Claire. – Manda em um tom ríspido.

Olho o pasma, mas faço o que ele pede. Com muito esforço me jogo de cabeça. É só imaginar que está naqueles tobogãs dos parques aquáticos Claire. Só que um tobogã muito fedido. O grito sai da minha boca por espontâneo. Parece que a queda dura uma eternidade. Caio no enorme latão de lixo. O que esse povo come ovo podre. Esses sacos de lixo estão uma inhaca. Arrasto-me entre os sacos pretos e saio da lata de lixo.

Levanto o rosto para olhar o enorme saco de lixo. O John está demorando a descer. O cano é largo não tem como ele ter ficado entalado. O desespero toma conta do meu ser. Eles não podem ter pegado o John. Sinto meus olhos se encherem de agua. Ele deveria ter pulado antes de mim já que era o alvo principal da gangue. Sinto meus lábios se abrirem em um sorriso e as lagrimas sendo derramadas quando ouço gritos reconhecíveis do cano.

John cai com tudo na lata de lixo. Em um impulso pulo de volta na lata de lixo e envolvo seus ombros com os meus braços. O abraço com força. Ele parece entender e envolve minha cintura com os seus braços retribuindo ao abraço.

– Estamos vivos Claire. – Diz se afastando e para quando ver as lagrimas em meu rosto – Claire, não chore.

Ele passa a mão em minhas bochechas enxugando as minhas lagrimas. Faço um sim com a cabeça e respiro fundo para me recompor. Ele dá um sorriso torto e me abraça novamente.

– Temos que ir – Diz saindo do latão e me ajudando a sair também – Eles podem chegar aqui a qualquer momento.

Saímos do beco escuro e paramos com o susto ao olhar para a rua. A rua estava diferente. As pessoas eram diferentes. Tudo estava diferente. Tinha muito prédio para ser Los Angeles. O ar não era tão puro e também mal ensolarado.

– Claire, é impressão minha ou estamos em Nova Iorque? – John pergunta olhando para mim.

– Não é impressão sua. – Respondo analisando a rua – Nós estamos em Nova Iorque.


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Notas finais do capítulo

FELIZ NATAL, PESSOAL. Aproveitem muito esta data especial.
Só postarei o próximo sexta ou sábado, eu prometo. Desses dois dias não passa.
E aí, comentários?



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